Wrong Love escrita por Mera Mortal


Capítulo 10
Capítulo 10 - Estrelas e três palavras mágicas:


Notas iniciais do capítulo

HEY GUYS, então vou escrever coisas inúteis que eu tenho certeza que a maioria de vocês não vai ler mas enfim esse capítulo eu tento mostrar um lado não muito explorado do Jace. Espero que curtam o cap. Beijos



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Capítulo 10 – Estrelas e três palavras mágicas:

Jace estava mexendo com o canivete quando gritos irromperam no silêncio do bosque. Ele caminhou sem fazer ruído até o lago. Encontrou uma cena que quase achou engraçada. Izzy empurrava a cabeça de Sebastian para dentro da água enquanto ele se debatia com os braços no ar. Ela trouxe ele de volta. Ele estava pálido, seus cabelos loiros colados no rosto, seus olhos negros arregalados.

— Por favor Isabelle, p-por f-favor. Eu n-não consigo res-respirar – Balbuciou ele enquanto Isabelle mantinha-se firme segurando seu pescoço.

— É mesmo? Clary também não consegue respirar seu idiota! – Ela enfiou a cabeça dele na água novamente. Os ouvidos de Jace não captavam os sons normalmente. Ele caminhou até Isabelle.

Suas pernas entrando na água não se movimentavam o suficiente.

— Izzy, do que você está falando?

A morena o encarou com os olhos cheios de lágrimas.

— Esse imbecil. Ele trouxe Clary contra sua vontade até aqui mas ela não sabia nadar e...

Jace paralisou. Ele conhecia o resto da história. Lembranças atormentando sua mente. A memória visível dele criança perguntando para Jocelyn.

— Por que ela não quer brincar comigo? Ela tem medo da piscina?

Jocelyn sorriu levemente e se remexeu na cadeira.

— Ela não pode. Antes de me casar com seu pai, eu era casada com o pai de Clary. E em uma noite, Valentim, Luke – o melhor amigo dele – e Clary saíram de carro para passear. Mas aconteceu um acidente e o pai dela morreu. Desde então Clary não consegue nadar. Ela começa a se lembrar e o coração dela dói.

A versão pequena de Jace saiu quietamente da sala e encontrou uma garotinha de cabelos encaracolados e vermelhos, grandes olhos verdes e boca pequena. Ela olhava para todas as crianças que brincavam na piscina. Era sua festa de aniversário de 6 anos. Jace sentou-se ao lado dela.

— Tudo bem ter medo. Eu também tenho medo, sabe? Todos têm medo de alguma coisa.

Clary olhou para ele assustada.

— É mesmo? – Sua voz saindo fina. As mãozinhas mexendo no tecido rosa do vestido.

— É sim. Eu tenho medo de patos. Não gosto deles. Parecem assustadores.

Ela riu docemente e olhou para ele. Em sua voz infantil Clary fez uma sugestão.

— Vamos brincar de esconde-esconde?

Jace adorou a ideia e as duas crianças correram pelo jardim.

— Jace? Jace? – A voz de Alec o chamava. Ele procurou o amigo até que o encontrou ajoelhado nas pedras, do lado de um corpo pequeno e magro. Jace correu e se ajoelhou ao lado do corpo de Clary.

Sua boca estava sem cor, sua pele pálida contrastava com os cabelos vermelhos nas pedras. O peito dela parecia terrivelmente imóvel.

— Ela não está respirando e eu a tirei da água mas eu não sei os procedimentos corretos e... – A voz de Alec tremia.

Jace começou a fazer massagem cardíaca nela. Suas mãos que pareciam terrivelmente grandes, pressionavam o peito de Clary. As pálpebras dela nem se moveram.

Ele pressionou as mãos juntas novamente.

— Não seja idiota Clary! Fique comigo. Respira.

As lembranças iam e voltavam na sua mente, como se tivessem vontade própria. Clary socando as mãos pequenas em seu peito quando descobriu que o cachorro dela havia morrido por sua causa. Ele brigando com Camille por ela ter mexido em suas coisas e descoberto uma foto de Clary que ele havia pego em uma rede social e tinha impresso.

— Você realmente nunca esqueceu ela, não é?

Quando ele encontrou Clary no bar, achou muita sorte tê-la encontrado na boate horas depois no dia que retornara de Londres.

Ele sabia quem ela era. Mas queria ouvir sua voz doce e melódica se apresentando. Queria ouvir sua risada mais uma vez. Mais do que isso, Jace desejava mais um beijo dela. Suas mãos tocando de forma suave seu peito.

A dor que ele sentira quando Clary disse que não sentia nada por ele não podia ser comparada à dor desse instante. Ver ela sem vida, seus olhos verdes encantadores fechados, seus lábios pequenos sem cor alguma, o coração de Jace era lentamente esmagado.

— Acorde Clary. Acorde.

Nada. Ela não se moveu. Jace socou o chão e se levantou. Ele olhava para o céu quando ouviu Alec o chamar.

Os cílios dela tremeram e Clary tossiu. Ela se sentou abruptamente e Alec apoiou a mão em suas costas.

Os olhos dela percorriam tudo. Ela olhou para Jace. Sua voz saiu como um ruído baixo.

— O que aconteceu?

Jace se recompôs imediatamente.

— Seu namorado te levou para um mergulho e você se afogou.

Ele olhou para as roupas encharcadas dela, seus braços pequenos tremiam.

— Melhor trocar de roupa antes que pegue algum resfriado.

Ele saiu pisando firme e Clary olhou para o lago. Isabelle estava de pé enquanto Sebastian tossia.

A morena correu para Clary e a abraçou.

— Oh graças ao Anjo! Eu pensei que você tivesse morrido.

A ruiva tossiu mais um pouco.

­— Odeio soar repetitiva mas o que aconteceu?

Alec respondeu desta vez.

— Eu e Isabelle estávamos montando as barracas quando ouvimos gritos. Chegamos aqui e Sebastian estava parado como uma estátua em frente ao lago. Nós não vimos você e Izzy o pressionou até que ele apontou para a água e eu comecei a nadar te procurando. Te tirei e trouxe aqui para as pedras. Jace veio e hm, ele fez todos os procedimentos necessários e você acordou.

Ela se encolheu.

— Obrigada – Murmurou à Alec. Ele corou.

— Bem, eu só te tirei do lago.

Clary olhou para uma figura mais adiante. Um loiro que estava com as mãos nos joelhos ainda dentro do lago. Ele a encarou com os olhos negros e balbuciou.

— Clary, eu não queria...

— Não importa, o quer que pensou que tivéssemos está acabado. Eu não quero nem ser sua amiga Sebastian.

Ele assentiu e caminhou até sumir de vista.

Isabelle ajudou a encontrar roupas secas. Ela se trocou na barraca de Isabelle enquanto outro carro chegava.

Uma figura familiar à Clary desceu de um carro prata e atravessou a rodovia.

Ele era magro, alto e vestia uma camisa estampada, uma bermuda vermelha e usava óculos de sol.

— Onde está Alec?

Clary sorriu.

— Pensei que você odiava acampar. Tem muitos mosquitos e tal.

— Sim, bem. Eu não mudei de opinião. Apenas fiz um sacrifício. Pensei que seria um programa interessante mas este lugar está desanimado.

Isabelle riu.

— Ora, isso não é uma festa, é um acampamento. Viemos para entrar em contato com a natureza e nos livrar da poluição da indústria. Nossas ações, espera – Ela entrou na barraca e saiu de lá com um livro aberto – nossas ações repercutem...

Magnus a interrompeu.

— Me poupe. Não me diga que você está lendo ‘’Transformando-se em uma pessoa ecológica em 12 passos’’ ?

Isabelle corou.

— Tudo bem, eu não vou dizer. Na verdade são em quinze e não doze...

Magnus bufou e caminhou até sumir de vista. Clary riu.

— Do que você está rindo? – Isabelle franziu a testa.

— Nada Izzy, nada.

***

Ela estava sem ânimo. Todos estavam em volta de uma fogueira. Aparentemente Sebastian estava tão envergonhado do que fizera que saiu sem se despedir. Clary achou melhor assim. Se fosse encará-lo de novo provavelmente o socaria.

Todos riam e conversavam. Todos menos Jace. Ele desaparecera a tarde toda. Clary começou a caminhar até que escutou um barulho. Ela prosseguiu até encontrar Jace sentado em uma toalha com as pernas esticadas e Ipod ligado.

Ela caminhou e quebrou um graveto sob o pé ruidosamente sem querer e encolheu os ombros.

Jace percebeu movimentação e tirou o fone de ouvido.

— Olha se não é a nossa patinha. Engoliu muita água?

Clary franziu a testa e olhou para uma garrafa de vinho pela metade encostada em uma pedra.

— Não brinque com uma coisa dessas Jace.

Ele piscou e pareceu se dar conta do que disse.

— Ah desculpe...

Ela se aproximou lentamente e ele recuou quando ela se sentou ao lado dele.

Ele mantinha os olhos dourados para frente.

— Melhor ir embora.

— Jace, eu não quis dizer aquilo, sabe? Sobre eu não sentir nada por você...

Ele a olhou com uma expressão indecifrável.

— Mas você disse – Sua voz saiu em tom áspero.

Clary balançou a cabeça.

— Eu sei. Mas... – Ela olhou para a boca dele – eu menti. Eu menti sobre não sentir nada por você Jace. Porque quando você me toca eu...

Ele se aproximou dela. Suas testas coladas, a respiração dela falhando, os olhos verdes dela se fecharam. Ela esperou por um beijo. Jace sussurrou algo tão próximo ao pescoço dela, que seus lábios grossos quase encostavam na pele. Mas ele cuidou para que isso acontecesse. Ela estava tão envolvida que não escutou o que disse.

— O que? – Perguntou ela abrindo os olhos rapidamente.

Ele falou de modo suave, a boca a centímetros do seu pescoço.

— Eu disse que não vou te beijar.

— Não? – Ela falhou em não demonstrar a decepção.

— Não – Ele negou agora com a boca próxima ao ouvido dela – a não ser que você peça.

Ela não se moveu.

— E como eu deveria pedir?

— Encantador Jace ou irresistível Jace seriam ótimos inícios.

Ela encarou os olhos dourados dele em sua boca.

— Meu Jace, beije-me por fav...

Ele pressionou a boca dele contra dela. Seus lábios grossos na boca pequena dela. As mãos de Clary nos braços dele, as dele voaram nos cabelos dela. Choques percorriam a espinha de Clary enquanto as mãos dele moviam-se para a coluna dela. A mão dele debaixo do tecido fino da blusa percorrendo toda as costas dela. Seus lábios beijando o pescoço de Clary enquanto ela arfava. Eles se deitaram. Clary por baixo dele enquanto Jace beijava o pescoço, o queixo e depois a boca dela. Clary só conseguia sorrir.

Ela começou a tirar a camisa dele quando Jace enrijeceu.

— Jace? Jace, tudo bem?

Ele saiu de cima dela e caminhou até onde a pequena fogueira ardia. Ela o seguiu e colocou a mão em seu ombro.

— O que houve? Eu fiz algo errado? – Perguntou enquanto abraçava a cintura dele por trás.

Ele se virou e colocou uma mecha de cabelo vermelho dela atrás da orelha.

— Eu...quando estou com você não consigo controlar o que sinto Clary.

— E isso, isso é ruim?

A voz dele estava baixa.

— Eu não sei. Nunca senti isso antes.

— Nem mesmo com Camille?

— Nem mesmo com Camille – Repetiu Jace olhando para Clary.

— Tudo bem.

— Clary, eu não quero...sabe, pode não ser o momento certo.

Ela se afastou.

— Você não quer...

Ele pegou as mãos dela.

— Não, Deus! É tudo que eu mais desejo. Apenas não acho que...

Clary entendeu.

— Você quis dizer que não quer tirar minha virgindade antes de eu me casar?

Jace ficou pálido.

— É. Pode parecer moralista e antiquado mas sim. Eu não acho certo. Eu não fiz isso com garota alguma e...

Clary arregalou os olhos.

— Você nunca?

Jace silenciou e olhou para longe. Ela não podia ver muito por causa da escuridão mas jurava que Jace estava corado.

— Sempre esperei pela pessoa certa. Isso pode nem existir mas que aconteça pelo menos com uma pessoa que eu ame de verdade – ele suspirou - é ridículo, eu sei.

Clary sorriu e desta vez ela que pegou as mãos de Jace.

— Não é ridículo. Pode ser moralista e antiquado mas então que seja. É lindo Jace, você é simplesmente o cara mais incrível que eu já conheci.

Ele sorriu fracamente.

— Vem.

Ela puxou a mão dele e os dois caminharam até a toalha esticada na grama.

Clary fez sinal para eles se sentarem. Os dois sentaram e Clary deitou-se. Lentamente Jace se deitou também.

Ela olhou o céu estrelado e sorriu.

— Um dia – ela começou com a voz baixa – um dia eu vou amar alguém de forma tão viva que a intensidade será comparada com os números de estrelas. As pessoas podem até tentar mas nunca conseguirão saber o número certo.

Jace olhou para ela. Os olhos verdes como esmeralda se perderam na imensidão dourada dos dele.

Ele tocou o rosto dela suavemente.

— Pode parecer loucura mas é exatamente como me sinto em relação a você.

Clary olhou novamente para as estrelas e pegou a mão de Jace.

— Boa noite, meu Jace.

Ela adormeceu antes de escutar a resposta mas tinha quase certeza de ter escutado um leve sussurro. Como uma brisa que movimenta as pétalas de uma flor. As palavras ecoando na mente de Clary. Eu te amo.


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Notas finais do capítulo

Reviews? Não se animem muito com o romance, só uma dica...



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