Apenas eu e você. escrita por Carina Everllark


Capítulo 7
Capítulo 6.


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoal, espero que gostem desse capítulo. Que tal se a Katniss gostasse de gatos? :3 Será o último capítulo em que eles tem 14 anos... Bom, não tenho nada pra falar... Mas, por favor, NÃO ESQUEÇAM DE COMENTAR O QUE ESTÃO ACHANDO...
Visitem minha outra fanfic: http://fanfiction.com.br/historia/509400/I_hate_you_but_I_love_you/



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POV. PEETA

– Eu não aguentaria viver sem você.

Meu corpo gelou. Isso foi uma declaração? Uma demonstração de afeto? Será que... Ela sente algo por mim? Nãaaaao Peeta! Nem começa com a ilusão! Com certeza isso é só uma amizade, ela só gosta de mim como amigo, sem dúvidas. Afinal, sem mim ela não conseguiria uma casa nem nada, então, por isso ela disse que não viveria sem mim.

Soltei um suspiro esperançoso sem querer, mas logo o contive.

– Sabe Peeta, sei que isso pode parecer muito estranho, mas não sei como eu sobreviveria sem você. Não somente em sair da casa, digo, viver sem ti. Eu não aguentaria. Você me faz feliz, você deixa tudo maravilhoso, tudo fica melhor com você. Nem que nossos pais ainda tivessem vivos, sem você, eu não seria feliz. Eu não seria Katniss Everdeen, nem teria o mínimo de vontade de viver. Eu sinto isso, sem querer. – ela me olhou nos olhos – Acho que você não compreende...

– Sim eu compreendo. – a interrompi. – Porque eu sinto a mesma coisa em relação a você. – resolvi confessar, já que ela também disse tudo isso.

– Sério mesmo?

– Sério mesmo. Você... É tudo para mim agora. Tudo que me restou, mas antes você também era tudo. Desde que nasci, sempre foi você e eu. Você me fazendo feliz, você me dando esperanças. Muito obrigada por existir, Katniss Everdeen.

– Eu que te agradeço por tudo, Peeta Mellark.

*

– Bora pro cinema? – perguntei.

– Partiu! – Katniss respondeu empolgada.

Vamos assistir um filme que todos estão falando ser maravilhoso. Não me lembro muito bem, acho que seu nome é A Culpa é das estrelas, algo assim. Já tinha ouvido falar do livro várias vezes, deve ser muito bom.

Pegamos um táxi e em trinta minutos estávamos no shopping.

POV. KATNISS

Peeta está comprando o ingresso e eu mexendo no meu celular. A fila pra comprar ingresso pra esse filme que vamos ver está gigante.

Levantei os olhos para a fila da pipoca e... Opa! Aquela é a Delly? Ahn? Não é possível!

– Peeta, vou comprar a pipoca. Tchau. – digo e vou em direção a Delly.

– Delly? É você? – sussurro.

– Katniss? Oooooooi amiga! Tudo bem? – ela me deu um beijo na bochecha.

– Tudo e você?

– Também. Olha, esse é meu irmão, Finnick. O que eu te falei. – ela me apresentou para um cara loiro, bem mais alto que eu, de olhos verdes. Ele olhou para mim e deu um sorriso.

– Prazer, sou Finnick. – ele apertou minha mão.

– Prazer, Katniss.

– Delly me falou de você, disse que são amigas.

– É... Nós somos. – sorri e ele retribuiu. MEU DEUS QUE SORRISO LINDO É ESSE?!

Um clima tenso tomou conta do local, ficamos nos olhando e sorrindo, sem saber o que fazer.

– Katniss? Já fez o pedido? – Peeta chega. Congelei. E agora? Contarei que essa garota à minha frente é a tal amiga? E que esse cara me olhando e sorrindo é o irmão da minha amiga? Oh não...

– A-ainda não Peet, t-tô na fila.

– Com quem está conversando, posso saber? – ele olhou Delly e Finnick.

– Sã-são meus amigos, Peeta. Essa é Delly – apontei para ela – e esse é Finnick, o irmão dela. – apontei para ele.

Olhei para Peeta e foi como se conversássemos por olhares.

“Por favor, não surta.”

“Em casa conversamos.”

“Desculpa...”

“Shiu!”

E depois eu pedi a pipoca e os refrigerantes.

– Vocês também vão ver o filme? – Peeta perguntou a Finnick.

– Sim... Nossa seção começa agora. – Finnick parecia constrangido. Acho que ele percebeu o clima tenso entre mim e Peeta.

– A nossa também. Podemos ir juntos se vocês toparem.

– Claro! – Delly se animou.

Entramos no cinema e nos sentamos no fundo da sala.

– Vocês são namorados? – Delly, que estava sentada ao meu lado direito, sussurrou.

– Não! Somos apenas melhores amigos...

– Uhum... Sei... – ela ironizou e eu mostrei a língua para ela.

*

O filme foi a coisa mais triste que eu já assisti. Chorei muito na morte do Augustus e em muitas outras partes. Delly também chorou, Finnick e Peeta ficaram segurando o choro, só para tentarem ser machos.

Peeta se despediu de Delly e Finnick normalmente. Ele até que conseguiu tentar ser um bom amigo, mas acho que quando eu chegar em casa levarei uma bronca horrível. Afinal meu papai tem que cuidar da filhinha né...

– Pode começar a explicar sobre sua amiguinha e aquele... aquele... O irmão dela. – entramos em casa e ele parecia nervoso, mas tentava permanecer calmo.

– E-então... Primeiro promete que não vai brigar comigo como no outro dia.

– O.k.

– Bem... Eu conheci-a na empresa... Ela trabalha junto comigo, e antes de perguntar se eu contei nosso segredo, não! Eu não contei nem nunca contaria! – cheguei mais perto dele. – E ela está quase na mesma situação que a nossa. Ela e o irmão fugiram de casa porque os pais deles eram muito horríveis com eles. Então, eles vieram para cá, alugaram uma casa sem falar para ninguém e estão vivendo como nós. A única diferença é que eles tem um tio que foi morar com eles, mas não assumiu a guarda dos dois. Eles não são maus Peeta...

Ele ficou totalmente parado, fechou os olhos, e balançava a cabeça como se estivesse assimilando tudo.

– Você prometeu... – ele ia começando, mas eu o interrompi:

– Prometi, mas nós viemos nos reservando desde sempre. Nunca falamos com ninguém, sempre estamos fechados em nosso mundo secreto. Isso não é bom Peeta. Ter amigos sempre é melhor. Já tive de abrir mão de Annie, Madge e Clove, minhas melhores amigas, por causa disso. Agora que podemos ter eles, por que nos proibir? Eles parecem ser bons... E Delly gosta bastante de mim, e eu vi ela te olhando de um jeito bem amigável. Finnick parece ser tão doce quanto ela.

– Ele que experimente por a mão em você. Não gostei dele. Ele pareceu todo engraçadinho pra cima de você. – ele bufou e se jogou no sofá.

– Calma papai, ele não foi, só você pensou isso. – brinquei. Joguei-me no sofá a seu lado e fiquei observando-o. Sua expressão era ilegível. Depois de um tempo, ele disse:

– O.k Katniss. Deixarei você ser amiga de Delly... E do irmão dela, talvez. Mas, já te aviso, se qualquer coisa de errado acontecer, você nunca mais verá esses dois. Isso vale principalmente para o Finnick!

– Tudo bem papai, agora fica humorado de novo, tá?

Ele fez uma cara de emburrado pior ainda. Comecei a fazer cócegas em sua barriga e ele não aguentou, caiu na gargalhada. Eu não parei de fazer cócegas em sua barriga e ele caiu no chão de tanto rir.

– Pa-para – gargalhadas – Katniss, eu vou fazer xixi – gargalhadas – de tanto rir... – gargalhadas – Por favor – gargalhadas – para!!!

Então ele conseguiu se levantar e me jogar no chão, agora era ele quem fazia cócegas em mim.

– Peeta – risadas – Mellark – risadas – não – risadas – ouse fazer – risadas – isso! Eu vou – risadas – te – risadas – matar!

Ele estava ajoelhado por cima de mim fazendo cócegas. Essa simples posição fez meu coração bater a mil, como se eu fosse enfartar. Era tão impossível ver meu coração gritando pelo nome dele?!

Comecei a fazer cócegas em sua barriga, fraquinho, pois estava gargalhando tanto que não conseguia fazer nada além disso. Ele começou a gargalhar também. Fui fazendo cócegas por seu abdome e meu Deus! Que saúde em Mellark!

De repente, ele caiu por cima de mim. Seus olhos se grudaram nos meus e os sorrisos que se encontravam em nossos rostos foram indo embora devagar. Novamente, aconteceu aquilo. Ele por cima de mim, corações batendo na mesma frequência, olhos nos olhos, nariz com nariz, lábios a milímetros. Tentei esquecer ao máximo o dia do nosso beijo, pra poder desapegar, mas isso não aconteceu. E aqui estava eu de novo, do mesmo jeito que antes.

E eu não tenho controle de mim mesma, simplesmente não tenho. E, do nada, seus lábios tocaram os meus. Uma corrente elétrica tomou conta de todo meu corpo, assim como a ternura e toda a paixonite que tenho por ele desde os doze anos.

Você me deixa louco às vezes Katniss Everdeen... – ele desgrudou nossos lábios, mas continuou com os olhos fechados e eu fiz o mesmo. Depois, ele beijou meu pescoço, subindo para o queixo, bochechas e voltando para minha boca.

Como eu gostaria que o tempo parasse aqui e que nunca mais voltasse ao normal, meu Deus...

Porém, quando sua língua pediu passagem para meus lábios, eu gelei. O que estava fazendo? Aonde isso iria parar? Eu não posso simplesmente sair pegando o garoto cujo vivo! Somos praticamente irmãos! Mesmo que eu sinta algo extremamente forte por ele, não posso deixar isso acontecer.

Coloco as mãos em seu peito e o empurro. Abro os olhos e vejo o quanto ele não queria parar com aquilo, o quão assustado ele ficou ao abrir os olhos e me ver empurrando-o para longe. Mas, ele me quer? Ele sente algo por mim também? Como assim?????

Levanto bruscamente e vou andando para a cozinha, incrédula com tudo o que aconteceu. Minha mente está um caos. Encosto os dedos em meus lábios, nem acreditando em tudo o que aconteceu.

– K-katniss... Me desculpa, por favor, eu... – ele entrou na cozinha. – Me desculpe. Não acontecerá novamente. Esqueça isso, isso não aconteceu. Não aconteceu.

Doeu ouvir aquelas palavras. Como se ele estivesse dizendo que nunca poderemos ter nada, que aquilo não existiu e nunca existirá. Mesmo que eu tenha o afastado, isso doeu. Como sou louca! Eu que o afastei! Eu não devia ter feito isso... Agora o arrependimento e a dor que eu sinto por estar longe dele é simplesmente insuportável... Sou uma retardada mesmo.

Eu fico criando expectativas para viver um romance maravilhoso, só que eu destruo tudo sempre. E não é com Peeta que vou ter um romance, infelizmente, não tenho dúvidas disso. Ele é praticamente meu irmão.

Tomei uma água e fui assistir televisão. Peeta ficou na cozinha por muito tempo, acho que tentando processar tudo o que tinha acontecido. Delly, Finnick, nosso beijo, o que ele disse, nossa vida, tudo.

De repente, um barulho muito alto veio do primeiro andar.

– O que aconteceu?! – Peeta veio correndo para a sala.

– Não sei, foi lá em cima!

– A gente vai? – ele parecia assustado. Assenti com a cabeça. Ele pegou uma frigideira e eu ri sem parar dele com a frigideira na mão.

– Shhhhh, Katniss fica quieta! – ele também ria. Fomos subindo as escadas e eu tentando conter as risadas.

Outro barulho. Era tipo alguma coisa caindo. Vinha do quarto de Peeta. Fomos indo devagar.

– Fica atrás de mim. – ele colocou um braço na minha frente. Me deu vontade de abraça-lo pelas costas, mas me contive.

Chegamos à porta e não tinha nada. Ninguém no quarto dele, mas os livros de sua estante tinham caído no chão.

– Deve ter sido o vento. – observei que sua janela estava aberta. Entramos em seu quarto para observar mais e não tinha nada.

Adentrei mais seu quarto e alguma coisa pulou na minha cara. Levei um susto tão grande que cai de costas no chão.

– Mas o que? – tentava tirar a coisa da minha cara. Era algum bicho, considerando os pelos. Peeta tirou-o de cima de mim e logo o soltou no chão, assustado.

Era um gatinho filhote. Quase me derreti ao ver sua carinha triste apontada pro chão. Ele era bege com as orelhas marrons e tinha olhos azuis. Conheço bem pouco de raça de gatos, mas acho que era um siamês.

– Anwww, Peeta! Podemos ficar com ele? – peguei a criaturinha no colo e ele começou a ronronar. – Por favor... – fiz cara de choro.

Peeta parecia impressionado, ele não dizia nada apenas respirava ofegante.

– Hein, Peeta? Alôo, tô aqui! – passei um braço na cara dele e ele voltou pra terra. – Em que planeta você estava?!

– Ah, desculpa, eu só fiquei pensando uma coisas... Não sei se podermos ficar com ele, Katniss... É mais uma boca pra alimentar.

– Nossa, Peet. Eu pago a comida dele então, mas me deixa ficar com ele... – fiz beicinho. Posso estar equivocada, mas vi um brilho forte aparecer em seus olhos. Não sei direito o motivo, mas ele ficou com uma cara desejadora e voltou a viajar em pensamentos.

– PEETA! PARA DE VIAJAR! DEIXE-ME FICAR COM ELE, POR FAVOR. – agora eu gritava.

– Ah, Katniss... Nem sabemos se ele é manso... Não sei não.

– Ah, jura?! Ele está no meu colo e ronronando e você acha que ele é bravo?! – fiz cara de tédio.

– Sei lá, Kat. Faz o que você quiser, mas é você quem vai cuidar dele o tempo todo! – ele saiu do quarto e eu o segui.

– Okay, Peet. Eu cuido dele. Que nome daremos a ele?

– Você que escolhe, o gato é seu.

– Nossa, que grosseria. – murmurei para mim mesma, mas acho que ele ouviu. Ele parou por alguns segundos e depois continuou andando até a escada.

Adentrei meu quarto e sente-me na cama com o gato. Ele ficou miando para mim e me olhando com uma cara de felicidade.

– Que nome combina com você em? – acariciei sua cabeça. Ele era tão pequeno e fofo que dava vontade de apertar.

Então me lembrei de Prim. Como minha irmãzinha adorava gatos... Ela adoraria conhecer esse...

Lembrei-me de uma vez em que Prim viu um gato na rua e me disse que se ele fosse dela chamaria...

– Buttercup. – sussurrei e o gato deu um miado. – Sim. Você chamará Buttercup.

Milhões de momentos meus e de minha irmã invadiram minha cabeça. Ela dizendo como gostaria de ter um gato para a minha mãe, mas ela nunca deixou. Meu pai tinha alergia a gatos e por isso não podíamos ter um. Prim sempre gostou disso. Como sinto falta da minha irmãzinha.

Ela era tão jovem, tão meiga... Lembro-me dela e sua amiga Rue me chamando para brincar no balanço que tínhamos no quintal. Todas essas lembranças doem muito. Quem tem irmãos e diz que gostaria que eles morressem, não sabe o quanto faz falta e o quanto é maravilhoso ter um irmão.

E as lágrimas começaram a cair por meu rosto, como e a dor e a saudade fossem embora junto com elas. Mas, infelizmente, elas não foram embora tão fácil assim.

Passei o resto da noite com a cabeça enfiada no travesseiro, chorando. Buttercup ficou dormindo do lado do meu rosto, sereno.

Teve uma hora da noite que eu desci para pegar um copo d’água, tudo estava escuro. Peeta provavelmente já estaria dormindo, então chorei alto, sem dó. Como se isso fosse aliviar mais minha dor. Mas, novamente, isso não adiantou de nada. Só pude ouvir Peeta se movimentando em seu quarto, provavelmente o acordei. Droga! Só sirvo pra estragar a felicidade das pessoas mesmo.

Voltei para meu quarto e enfiei a cabeça no travesseiro novamente.

– Katniss, está tudo bem? – Peeta apareceu sonolento em minha porta.

Não respondi, só funguei no meu travesseiro. Queria poder abraça-lo, ficar em seus braços, para que seu conforto tirasse um pouco da minha dor. Como sempre acontecia quando eu ficava nos meus dias de depressão.

– Ahn... Ér... – ele estava muito hesitante – Quer que eu fique aqui com você? – ele murmurou.

Não respondi novamente. Mas, na verdade, eu estava gritando “sim” dentro de mim.

– Bom, qualquer coisa é só me chamar. – e saiu do meu quarto. Fiquei impressionada com a dor que senti ao vê-lo sair.

Meu choro só aumentou quando ele saiu. Parecia que a dor era mais forte por não tê-lo me confortando. E as imagens de mim, Prim e meus pais indo a parques e brincando juntos me dava uma dor horrorosa.

Quando eu estava quase com dor de barriga de tanto chorar senti braços fortes me envolvendo. Peeta.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? :3