Apenas eu e você. escrita por Carina Everllark


Capítulo 2
Capítulo 1.


Notas iniciais do capítulo

Ei gente! Eu vi que já tem gente acompanhando e isso me fez muito feliz, porque eu só postei o prólogo até agora. Bom, espero que gostem desse capítulo e tipo, se não estiver bom por enquanto me deem uma chance, prometo que ficará melhor! E POR FAVOR, COMENTEM!



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POV. KATNISS

Acordo em um lugar diferente. Aqui não é minha casa. Claro que não, aqui é a casa de Peeta. Então eu me lembro, minha casa pegou fogo ontem, eu pulei da janela do meu quarto com ele e ninguém mais conseguiu sair de lá. Imagino que todos os meus familiares estejam mortos, os de Peeta também... Milhões de flashbacks invadem a minha cabeça e automaticamente lágrimas grossas começam a descer por meu rosto.

– Peeta? – procuro-o. – Peeta? Você está aí? - ando pela casa procurando por ele.

– Katniss? Oi, tô aqui. – ele desce as escadas. Percebo que seu rosto está inchado e vermelho, provavelmente ele deve ter chorado muito.

Nos sentamos no sofá e ficamos com o olhar baixo por longos minutos.

– E agora... O que faremos? – ele quebra o silêncio.

– Eu não sei... – respondo e mais lágrimas escorrem por meu rosto. Olho para ele e vejo que ele também chora. Ele, pior do que eu, viu a sua mãe morrer em seus próprios braços.

– Bem, nós somos menores de idade, não podemos trabalhar e um dia, a comida da minha casa acabará e não teremos dinheiro para comprar coisas que necessitamos para viver. – digo.

Ele fica pensativo por alguns minutos e do nada se levanta.

– É isso! Uma vez eu ouvi uma conversa dos meus pais, eles diziam que iam construir um cofre em nossa casa para guardar uma poupança que seria usada quando meu irmão entrasse na faculdade! Se conseguirmos acha-lo, essa será nossa salvação. E existe uma empresa que é de jovens aprendizes. É mais ou menos assim: com 14 anos você já pode trabalhar lá, como empregada, cozinheira, bailarina... e os homens como engenheiros, técnicos e tal... Não precisa saber tudo sobre esse trabalho que você fará lá pois é apenas um começo de vida. É simples e a gente ganha tipo quinhentos reais por mês, o que para nós será o suficiente. – ele diz entusiasmado.

– Realmente isto é uma ideia brilhante, mas e se nós não acharmos o tal cofre? E se ele nem existir?

– Tenha esperança Kat, nós vamos conseguir! – ele pega minha mão. Sinto uma corrente elétrica passar por meu corpo quando ele me toca desse jeito. Dou um sorriso como resposta e nós começamos a procurar pela casa esse tal cofre. Procuramos por todos os quartos, debaixo dos tapetes, dentro de móveis, mas nada do cofre.

– Acho...Melhor...Pararmos...Um...Pouco... – digo ofegante devido ao esforço de revirar a casa toda em busca desse cofre. Deslizo na parede e sento-me no chão do quarto de Peeta. Ele faz o mesmo.

– É...Amanhã a gente...continua... – ele também está ofegante.

– Vamos comer? – pergunto.

– Eu sei fazer macarrão...Você gosta?

– Simmm! – minha boca enche de saliva ao ouvir este nome.

Vamos até a cozinha e ele prepara um macarrão de molho branco maravilhoso. Não sei como um menino com apenas doze anos sabe fazer uma comida tão boa.

Começo a pensar sobre o dia de ontem. Que presentão de aniversário eu ganhei... Minha família toda deve estar morta, e a dor parece ser tão grande que nem chorar um consigo mais. Tanto Peeta quanto eu estamos estranhos, parece que acabou toda a luz da nossa vida, antes, a gente só brincava juntos, agora estamos sérios, como adultos. E eu odeio isso. Queria que tudo isso fosse só um sonho, que eu acordasse com a minha mãe preparando panquecas para o café da manhã, Prim estivesse me acordando com seus abraços e meu pai indo para o seu trabalho. Só que isso não vai acontecer e eu tenho que me manter forte agora.

– Katniss... Você acha que alguém sobreviveu? – Peeta finalmente olha nos meus olhos.

– Acho que não. Só nós conseguimos sair de lá.

– Se descobrirem que nós dois sobrevivemos, nós iremos para um orfanato. – ele volta os olhos para sua comida.

Então eu me dou conta. Nós só temos doze anos, não podemos viver sozinhos, nem nos sustentar, não temos mais família e ninguém tem a nossa guarda. Se descobrirem, iremos para um orfanato para sermos adotados. Só a ideia de ter que conviver com outra família já me faz chorar.

– Ei Kat, calma, não vou deixar isso acontecer. Não vou deixar tirar-nos daqui. Não vou. – ele senta do meu lado e me abraça com força. Me agarro a ele procurando seu carinho, sua segurança.

– Eu não quero isso Peeta. Eu não quero. Eu não quero outros pais. Não quero outra família. Não quero ninguém mais além de você agora. – choro em seu ombro.

– E assim será Katniss, apenas eu e você no mundo. Nós nos cuidaremos, nós sobreviveremos a isso juntos, apenas eu e você... – ele acaricia meus cabelos e tenta me acalmar. Com sucesso, pois Peeta sempre conseguiu me fazer feliz, me deixar bem, sempre...

– O-obrigada por t-tudo Peet. – digo com um fio de voz.

– Shhh, vai ficar tudo bem... – ele beija o topo da minha cabeça e volta para o seu lugar na mesa. Volto a comer meu macarrão que já está frio e derrubo mais algumas lágrimas.

Peeta se levanta e começa a mexer em seus armários.

– Bom, temos... biscoitos, salgadinho, macarrão, sopa, arroz, feijão, ervilhas, enlatados, pipoca, carne, danone, sucrilhos, saladas, frango, refrigerante, um galão de água, algumas bolachas água e sal, três caixas e leite... Acho que dá para sobrevivermos por um mês. – ele ri. Incrível como seu astral é pouco abalado. Rio de volta, fingindo estar bem.

– Peet, e quanto à escola, como faremos? A gente ainda vai? – pergunto me aproximando dele.

– Não tinha pensado nisso ainda, mas não sei se devemos ir. Porque se não formos pensarão que morremos e será melhor para nós em questão de não ir para um orfanato. Porém, se não formos e não acharem nosso corpo na casa... Também vão nos procurar...

– Nossa, você pensa em tudo mesmo, meu Deus. – fico boquiaberta com a inteligência de Peeta.

– Eu gosto de programas da CIA. – ele sorri. O sorriso dele é o mais lindo que eu já vi, nossa senhora! Nunca tinha prestado atenção nessas coisas dele. Fomos sempre criancinhas bobas que só sabiam brincar e brincar.

– Vamos continuar procurando o cofre? Quero acha-lo antes de ir dormir e já são 20:45.

– Tudo bem. – digo insatisfeita por causa do cansaço e da preguiça de ir atrás desse cofre. Eu acho que esse tal cofre nem existe, Peeta devia estar equivocado quando ouviu a conversa.

Começamos pelo quarto de hospedes, onde passarei essa noite, e já aproveitamos para arrumar o quarto para mim. Não achamos nada. Depois vamos para o seu quarto e arrumamos lá também. Nada. Depois para o banheiro e para a sala. E por último vamos ao quarto dos seus pais. Peeta começa a chorar enquanto procura na cama.

– Calma Peet, tá tudo bem. – tento acalmá-lo com meu abraço. Ele se agarra de um jeito a mim que nem que eu quisesse me soltar dele eu não conseguiria.

– É que esse quarto m-me traz muitas lembranças... – ele chora no meu ombro.

– Eu sei, eu sei... Mas pensa positivo, eles devem estar em um lugar melhor agora, devem estar te observando lá de cima, imagino que eles não gostariam de ver o filho deles nesse estado... – digo e ele parece se recompor com o que eu falo.

– Obrigado Katniss. – ele se solta de mim e me olha nos olhos. Vejo dor, tristeza, medo, desconforto e tudo de ruim que possa haver em suas orbes azuis, mas também vejo algo que nos meus não deve ter. Esperança. Continuamos à procura e então eu olho pela janela do quarto dos pais de Peeta. O céu está tão estrelado como eu nunca vi em minha vida. Hoje o céu ficou mais bonito... Nossas famílias deixaram o céu a coisa mais linda que já vi.

– ACHEI! EU ACHEEEEEEEI! – Peeta grita entusiasmado. – ESTÁ AQUI DEBAIXO DA CAMA! Acho que eu sei a senha... Meu pai só tem uma senha para tudo... – ele continua. Depois de alguns minutos ele consegue por a senha certa e abre o cofre.

– MEU DEUS! – gritamos juntos. A quantia é de trinta e cinco mil reais, dá para vivermos tranquilamente até os nossos quatorze anos!

– Oh meu Deus, Katniss! Nós conseguimos!!! – ele me abraça e eu o abraço de volta. Nem acredito que conseguiremos sobreviver sozinhos!

Ficamos brincando por um tempo sobre o que faremos com todo esse dinheiro e depois vamos dormir. Quando eu vou tomar banho, percebo que não tenho mais roupas, todas foram queimadas junto com a minha casa, essa será uma das coisas que terei de comprar amanhã.

– Peeta? – entro em seu quarto. – Será que você poderia me emprestar um pijama seu só essa noite? É que eu não tenho mais roupas sabe... – pergunto envergonhada.

– Claro Kat, toma aqui. – ele me dá um pijama de ursinhos.

– Awwwn bebêzão, pijama de ursinhos? “Eu já sou crescido”. – o imito e ele joga o travesseiro em mim. Pego um outro travesseiro e começo a bater nele e ele em mim. E passamos a próxima meia hora fazendo guerra de travesseiro. Nesse curto espaço de tempo, Peeta conseguiu me trazer felicidade de novo, conseguimos esquecer o incêndio, esquecer as coisas ruins que aconteceram no dia de hoje... Esquecemos tudo nesse momento, só existia eu e ele, como quando éramos crianças... Sei que ainda somos crianças, mas já temos doze anos poxa, já somos pré-adolescentes!

Volto para o quarto de hospedes com o cabelo extremamente embaraçado e desarrumado. Pego uma escova que tinha no banheiro e escovo a juba, coloco os pijamas dele que, por incrível que pareça, cabem certinho em mim. Incrível como somos parecidos em tudo.

Tento dormir pensando apenas nos meus últimos minutos de brincadeira com Peeta. Tentando não pensar nas coisas horríveis que aconteceram hoje, embora seja um tanto impossível...


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Notas finais do capítulo

Bom? Ruim? COMENTEM, POR FAVOR!!!