Caliente escrita por shussan


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

I go on too many dates, but I can't make them stay. That's what people saaaay, uhum, that's what people saaay uhum



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/516087/chapter/7

– Um… Parque de diversões? – pergunto para mim mesma, sem acreditar no que estou vendo.

Estamos parados em pé ao lado da velha picape com tinta descascada em frente a um enorme parque de diversões. O som de risadas vêm das crianças na roda gigante, e os gritos vêm das pessoas na montanha russa. Dou uma gargalhada alta, me apoiando em Naruto.

– Um parque de diversões! – eu repito comigo mesma, tentando ficar séria outra vez, mas não conseguindo.

– Algum problema com parques de diversões? – ele pergunta, sorrindo. É tão bom poder ver esse sorriso outra vez.

Sério que eu pensei isso?

– Claro que não, é muito melhor do que eu esperava.

– E o que exatamente você esperava?

– Bem, o clichê cinema do cauteloso ou o motel do atirado eram meus primeiros chutes para um primeiro encontro.

– Mas esse é um primeiro encontro entre amigos – ele frisa bastante a palavra, abrindo ainda mais o sorriso quando diz isso. – Precisa ser diferente.

– Então vamos logo, eu quero algodão-doce! – eu digo, o puxando para entrarmos logo. Ele ri.

– Você parece uma criança assim. Nunca foi a um parque de diversões?

– Algum problema com pessoas que nunca foram em parques de diversões? – cruzo os braços.

– Você fica linda quando faz esse bico – ele toca no meu nariz e eu rio.

Ele paga nossas entradas e eu fico parada algum tempo na entrada, só observando aquele lugar. Barracas com doces e grandes bichos de pelúcia para ganhar, brinquedos cheios de gente e pessoas rindo para todos os lados. Isso é igual a nos filmes.

A minha vida inteira eu sempre precisei ser a esposa exemplar, a mulher prodígio, a mais bem vestida, a mais isso, a mais aquilo, mas tudo o que eu queria era ser mais uma. Sabe quando você entra na multidão e as pessoas não prestam atenção em você, porque você é só mais uma na multidão? Porque existem centenas de milhares de pessoas iguais a você?

Era só isso que eu queria. E era isso que Naruto estava conseguindo me dar.

– Vai ficar aí parada o dia inteiro? – Naruto me chama enquanto caminha até uma das barracas. Corro até ele e seguro sua mão, me abraçando a ele com um sorriso no rosto. – Rosa ou azul? – ele pergunta, apontando as opções de algodão-doce.

– Qualquer um, eu vou comer o seu mesmo – respondo, sem conseguir fechar meu sorriso.

– Dois algodões-doces para o casal – o senhor da barraca estende dois algodões-doces cor-de-rosa para nós. – Combina com o seu cabelo.

– Obrigada – eu digo -, mas não somos um casal.

O sorriso dele diminui momentaneamente, mas logo volta.

– Isso é uma pena... Mas se não são, eu tenho certeza que ainda vão ser.

– Se depender de mim, com certeza – Naruto comenta, apertando minha mão. Sinto minhas bochechas esquentarem e ele ri. Paga ao velho senhor e continuamos caminhando.

Ele abre um dos algodões-doces (falar isso é tão legal, algodões-doces, algodões-doces, algodões-doces...) e começa a comer. Pego um pedaço.

– Isso não tem gosto de nuvem – comento, enquanto pego outro pedaço.

– Você nunca tinha comido algodão-doce? Que tipo de pessoa na sua idade nunca comeu algodão-doce?

Eu nunca comi algodão-doce, e a propaganda é enganosa. Não tem gosto de nuvem.

– Isso é puro açúcar, só tem aparência de algodão ou nuvem para atrair mais gente. Se tivesse cara de açúcar, ninguém iria comer, porque a cara do açúcar é chata.

– Como é a cara do açúcar?

– Está vendo? Ninguém se importa em saber como é a cara do coitado – me vejo rindo de uma das piadas mais bobas que já ouvi e percebo que tem alguma coisa muito estranha acontecendo comigo. – Onde você quer ir primeiro?

– Montanha russa! – respondo, sem nem precisar pensar.

Ele ri outra vez e me leva até a fila do brinquedo, que, como sempre nos filmes, era uma das maiores de todo o parque.

– Você disse que esse é um lugar especial para você – digo, e ele fixa os olhos nos meus -, por quê?

Ele dá um sorriso nostálgico.

– Aqui foi um dos primeiros lugares que eu visitei quando me mudei do Japão para cá. Eu estava em um momento muito ruim e andei nas xícaras até vomitar.

– Que tocante – respondo, sem saber o que dizer.

– Esse lugar foi o mais perto que eu consegui chegar de um amigo durante muito tempo.

– Mas e Gaara? Ino? E... – engulo em seco. – Hinata?

– Não faz muito tempo que nos conhecemos, eles são meus amigos, mas não tão próximos. Não se importaram nem em perguntar de onde eu vim quando pedi abrigo, isso foi uma coisa boa no começo, mas depois de algum tempo... – ele pousou as mãos atrás da cabeça. – Bem, todo mundo gosta quando alguém se importa o suficiente para invadir sua privacidade, não?

– Pessoalmente, eu prefiro manter minha privacidade intacta – respondo, estalando os dedos.

– Então você está fugindo de alguma coisa. Esse é outro problema das garotas. Elas contam as coisas erradas e escondem as certas. Eu gosto de fulano de tal, mas não fala pra ele. Isso deveria ser segredo, só da garota, mas isso ela conta, enquanto coisas sérias ela esconde.

– Contar coisas sérias só faz a pessoa se afastar de você – argumento, caminhando alguns passos enquanto a fila anda. – Se você diz algo muito fraco, a pessoa julga que você não vale a pena e se afasta, ou se diz algo muito forte, ela julga que você tem problemas demais e pode “infectá-la”, e se afasta. Eu gosto de fulano de tal é uma coisa universal, pode ser dita para qualquer um, e com sorte ele vai ficar sabendo e vai falar com você.

– Eu não te julgaria se você me dissesse coisas sérias – ele dá um sorriso. – Ou se me confessasse sobre o tal fulano. Se quiser eu até falo com ele para falar com você.

Entramos no penúltimo carrinho da montanha russa. Pego outro pedaço de algodão-doce. Aquilo não se parece nada com nuvem.

– Se quiser, pode segurar a minha mão – ele fez piada, mas eu pousei a mão sobre a dele, entrelaçando nossos dedos. Ele arregala os olhos. – Onde está sua aliança?

Ele olha para o chão do carrinho, e então para o caminho por onde passamos, vasculhando cada centímetro com os olhos.

– Precisamos sair para procurar, Sakura! Anda, levanta! – ele diz, nervoso. Eu rio ainda mais.

O carrinho começa a subir lentamente e eu me ajeito no lugar.

– Sakura – ele diz outra vez, mais calmo. – Onde está a sua aliança?

– Eu não preciso mais dela – olho em seus olhos, aquela imensidão azul perfeita -, eu tenho algo muito melhor.

– E eu posso saber o que é? – ele sorri e eu aperto sua mão.

– Você ainda está aqui, não está?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Sim, é o menor dos capítulos, mas estamos chegando onde eu quero, hehe
coments?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Caliente" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.