Caliente escrita por shussan


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Hey hey



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Abri os olhos e fiquei encarando o teto durante alguns segundos, apenas vendo as formas que o movimento da cortina fazia com a luz quente do sol que passava pela janela. Suspirei feliz, me lembrando de meu pequeno passeio com Naruto ontem. Não foi realmente nada demais, mas... Bem, faz tanto tempo que eu não me sinto assim. Que eu não sinto como se alguém realmente gostasse de mim. Nada demais, claro, nos conhecemos há dois dias, não pode ser nada demais.

Mas eu continuei sorrindo do mesmo jeito.

Me levantei e peguei uma das malas, jogando tudo que tinha dentro em cima da cama e pegando algumas roupas dali e uma toalha de dentro do armário e tomei um banho rápido.

Usei o tempo para pensar, como sempre. Mas eram tantas coisas pra pensar, que acabei pensando muito e não decidindo nada. O resultado final foi apenas uma dor de cabeça e nenhuma solução.

“Solução pra que, Sakura? Você está numa casa perfeita com pessoas perfeitas num lugar perfeito, sua vida está perfeita!” você fala, mas não querido(a), não é exatamente assim. Eu tenho mantido meu celular desligado, com medo das possíveis ligações de Sasuke – que são quase impossíveis, mas ainda assim me deixam apreensiva – e ainda mais, tenho medo que ele não ligue, e ao contrário, apenas mexa seus “pauzinhos” e cancele meus cartões de créditos e meu direito de viver.

Balancei a cabeça, mas isso só a fez doer mais, então eu apenas saí do banho e coloquei a roupa que tinha separado, voltando para o quarto e começando a colocar cada coisa em um lugar no quarto. As roupas no armário, os objetos pessoais ao alcance das mãos e onde eu possa encontrar com facilidade, e minha agenda dentro da mesa de cabeceira.

Quando estava quase terminando, encontro guardado no fundo da mala um pesado álbum de fotografias. A capa era de pano quadriculado azul, eu me lembro de tê-la feito com meu tio Kakashi muitos anos atrás. Algumas partes estavam descolando e outras rasgadas, mas continuava com o cheiro levemente adocicado que tinha a casa dele.

Acariciei a capa, me lembrando dos momentos felizes que estavam guardados ali. Quase o abri, mas parei a tempo. Não, eu já estava mal o suficiente para piorar as coisas ainda mais com lembranças que não voltariam.

Alguém bateu na porta e metade de um rosto feminino entrou pela porta. Não era Ino, tinha longos cabelos negros, tão negros que poderiam ser confundidos com azuis.

– Hm... Com licença... Posso entrar? – ela perguntou. A voz dela era baixa e melodiosa, parecia estar cantando.

– Claro – respondi, deixando o álbum de lado e pegando outra coisa de dentro da mala. Um porta retratos com uma foto minha e do Sasuke. Muito útil.

A mulher passou pela porta, mas a palavra mulher parecia não se encaixar nela, ela tinha gestos delicados demais para isso, mulher é uma palavra forte e dura demais. Ela parecia uma moça.

Era ligeiramente mais baixa do que eu e os cabelos chegavam até o final das costas, completamente lisos e brilhantes, me deixando com vergonha dos meus fios rosa e sem vida. Sua pele era branca como leite, e seus olhos pareciam ter captado o mais límpido luar – sério que eu disse isso?–, o corpo dela tinha curvas perfeitas que faziam-me querer me esconder, e ela andava com uma graça a qual eu nunca conseguiria copiar.

Bem, resumindo, a moça era tudo que eu nunca seria.

– Bom dia, eu também moro aqui e... Bem, me desculpe por não ter vindo te cumprimentar antes, mas Ino-san apenas me avisou agora de manhã – ela se aproximou mais e fez um cumprimento formal. – Me chamo Hinata Hyuuga, muito prazer.

Eu demorei alguns segundos para responder. Tudo com ela parecia tão formal, tão perfeito, tão imaculado, que eu tive medo de dizer uma palavra e estragar a perfeição.

– Meu nome é Sakura, e o prazer é todo meu – respondi, por fim, copiando seu comprimento.

Ela abriu um sorriso largo, mas logo o escondeu, exibindo as bochechas rosadas.

– Desculpe-me a indelicadeza, mas... Eu sabia que já a tinha visto antes! Não é sempre que vemos um artigo sobre uma moça com cabelos cor-de-rosa.

– Um artigo? Desculpa, acho que não entendi.

– O artigo! Todos eles! De quando o presidente da empresa Uchiha finalmente se casou e assumiu o império do pai, da fusão com a empresa Hatake, de todos os eventos que vocês foram juntos... – ela suspirou. Seu olhar estava longe enquanto ela falava, e seus olhos pareciam brilhar.

– Hm... O quê?

– Ah, me desculpe! Eu devo estar parecendo uma fanática... – ela baixou os olhos para as mãos, e eu percebi que brincava com os próprios dedos nervosamente. – Eu sempre gostei da história dos Uchiha e sei mais dela do que a maioria... Isso te incomoda?

– Não, claro que não, imagina – falei, mas minha voz saiu com esforço. Eu me sentia engolindo um sapo. – Mas...

– Ah, eu sabia que te incomodava!

– Não, não é isso... Mas se você puder não contar isso para todos, eu agradeceria. Eu vim para cá justamente para deixar isso para trás, ajudaria se não houvesse comentários sobre isso.

– Deixar isso para trás? Vocês se separaram? – ela parecia desolada. – Não acredito... Vocês eram o casal mais bonito do planeta... Como? Por quê? Não me lembro de ter lido isso nos jornais...

– Eu preferia não falar sobre isso.

– Ai, fiz tudo errado de novo! – ela deu um tapa fraco na própria testa. – Não vou mais te importunar, só vim me apresentar e – ela foi dando passos para trás a cada palavra. – Bem, desculpe por tudo, eu vou... indo.

– Não – ela já tinha saído quando terminei a frase – precisa.

Isso não foi muito normal. Certo, isso não foi nada normal, mas eu acho que entendi mais ou menos o que Ino disse sobre “ela ser um amor”, a garota ficou vermelha só por sorrir, era muito tímida, isso a tornava infinitamente fofa, e me deixava uns mil palmos debaixo da terra por saber que nunca vou ser como ela.

Suspirei comigo, colocando o álbum de fotografias e o porta retratos embaixo da minha cama, onde eu não me lembraria de pegá-los depois para fazer minha autoestima se jogar no fundo do poço.

Guardei as malas em cima do armário com o resto de coisas que tinha, não era nada que tivesse suficiente importância para eu me preocupar em colocar em um lugar certo. Saí do quarto e encontrei a escada e a desci.

– Deixa de ser idiota, é óbvio que o Goku venceria o Natsu aqui ou em qualquer lugar – ouvi a voz de Ino dizer, e então a vi jogar um biscoito no rosto de Naruto, enquanto colocava outro na boca e falava alguma coisa de boca cheia que eu não consegui entender.

– Eu nunca pensei que você pudesse ser tão loira – Naruto respondeu, pegando uma maçã e a analisando. – Natsu comeria o máximo de fogo possível e vomitaria tudo na cabeça do Goku, aquele cara não é de nada sem o cabelo dele.

– Achei que estávamos falando do Goku, não do Sansão – Hinata comentou, olhando para o prato de ovos fritos.

– O ponto não é esse. O ponto é que o Goku demora três episódios para conseguir juntar energia para um único ataque, precisa da ajuda dos outros, e ainda por cima ERRA – ele gargalhou alto, sozinho.

– Pelo menos ele não é nocauteado por um táxi... – Ino respondeu. – Essa discussão já me cansou, não vai levar a nada. Você não vai mudar de opinião e o Goku vai continuar sendo melhor, fim.

– Desculpa Ino – eu disse, me aproximando – mas eu também acho que o Natsu é melhor.

– Pelo menos uma garota que pensa por aqui! – Naruto falou para o teto. – Hm, eu não falava de você, Hina-san.

– Tudo bem, Naruto-kun – ela corou e voltou a encarar o prato.

– Como pode ficar contra mim, Sakura? – Ino fingiu chorar.

– O que posso fazer? Ele sem blusa fica uma gostosura... – eu falei e Ino riu.

– Essa é a minha garota!

– Se o negócio é o cara tirar a roupa – ele começou a tirar a camisa, mas Ino o fez parar, lançando lhe um olhar significativo. Ele parou na mesma hora.

Ok, né.

– Hm... Está faltando eu conhecer alguém por aqui? – perguntei, fazendo meu prato e começando a comer. Na mesa estavam apenas eu, Ino, Naruto e Hinata.

A casa estava um pouco acabada. Sei lá, só um pouco. Tinha acontecido uma festa no dia anterior, e para o que eu imaginava, não estava realmente tão ruim. Só copos, restos de comida, camisinhas usadas e outras coisas espalhadas pelo chão, nada de mais.

– Ah, ainda falta meu amorzinho – Ino falou, e na mesma hora eu parei de comer, porque meu garfo caiu no chão. Assombro. – Não se assuste, ele só deve estar dormindo.

– Mas você disse que ele – ela me calou apenas com um olhar, apontando sinistramente para mim e depois para uma faca. – Tudo bem, já calei.

– O que ela anda falando de mim? – alguém brotou do chão e falou, indo até Ino e a beijando ali, na cara dura, no meio do café da manhã.

Ele era ruivo e alto, e tinha os músculos bem definidos. Sim, ele estava sem camisa, exibindo os quadrados perfeitos e algumas cicatrizes prateadas visíveis nas costas. Tinha olhos verdes penetrantes e uma tatuagem escrito amor em japonês na testa. Exibia um sorriso sacana, que ao contrário do de Naruto – que ia e vinha – parecia estar estampado permanentemente em seu rosto.

Resumindo, mais um cara perfeito. E namorado da Ino. Isso não vai prestar.

– Hey, sou Sabaku no Gaara, e você é a amiga gostosa da minha namorada – ele falou, aumentando ainda mais o sorriso sacana, e levando um tapa da loira. – É um grande prazer ter te conhecido, gata.

Ai não... Ai não, assim eu não aguento.


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Notas finais do capítulo

Ah gente, a Hina-chan é um amor de pessoa, não é? E o Gaara gostosão? uhsauihshau Comentários?



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