Caliente escrita por shussan


Capítulo 24
Capítulo 24 - Final Parte 2


Notas iniciais do capítulo

ARIGATOU INGRID PELA RECOMENDAÇÃO *0* eu nem tinha pensado na possibilidade de ser contraditório meu nome (Sakura Uchiha) e minha fanfic ser NaruSaku, eu sou muito lerda cara sdijfnusdh mas obrigada mesmo, de coração, é uma ótima maneira de me despedir da fanfic. Vamos ao capítulo logo!



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– Hemorragia vítria? – Ino pergunta, sua voz mais baixa que o normal por causa do choque.

– Exatamente – o médico fala, acenando com a cabeça enquanto escreve alguma coisa em uma ficha. – Alguns vasos em seus olhos se romperam, o que significa que quando ela acordar, estará cega.

Kiba respira profundamente enquanto coça os olhos, a cabeça baixa. Assim que Hinata entrou na sala de cirurgia, ele entrou no hospital gritando por ela. Disse que um senhor chamado Obito fez perguntas sobre ela e isso “reacendeu” alguma coisa dentro dele. Não sei se eu teria coragem de sair do outro lado do mundo para buscar alguém que deveria estar morto.

Ele deve gostar mesmo dela.

– Isso é... Irreversível? Permanente? – Kiba pergunta, levantando o rosto outra vez. Seus olhos estavam vermelhos.

– Depende do paciente – o medico responde. – Mas em quase cem por cento dos casos, a recuperação é rápida e não precisa de internação, apenas esperar que os vasos se “reconstruam”, falando de maneira leiga.

– Então ela vai poder sair daqui assim que acordar? – Gaara pergunta.

– Quando conseguir se recuperar do choque, sim. – ele guarda a caneta e junta os papeis que lia na ficha, olhando para nós pela primeira vez hoje. Sorri falsamente. – Agora, se me dão licença, eu vou indo.

Ele sai da sala o mais silenciosamente que consegue. Eu já comentei o quanto detesto médicos? Bufo comigo mesma, me sentando na cadeira perto da saída, o mais longe possível de Hinata.

No que estou pensando? A garota está cega. Certamente eu não posso mais falar nada sobre ela não ter tido o que mereceu. Pelo menos agora ela terá um tempo para pensar no que fez. Não acho que tenha muito mais coisa para se fazer quando não se pode enxergar...

Eu preciso parar de pensar em piadas de cego.

– Afinal, de onde vocês saíram? – pergunto para Naruto e Gaara, que não parecem entender minha pergunta. Reviro os olhos. – Nós estávamos conversando pacificamente com Hinata até que vocês simplesmente brotaram do chão.

– Ah, nós estávamos seguindo vocês o caminho inteiro – Gaara responde, abanando uma mão, como se minha pergunta fosse idiota e aquilo fosse a coisa mais normal do mundo.

– Hm... Não – Ino responde, se sentando ao meu lado. – Quando saímos vocês estavam discutindo sobre o motivo da rainha poder fazer o movimento de todas as outras peças menos o do cavalo. Parecia ser uma discussão bastante acalorada.

– Era o que nós queríamos que vocês pensassem, docinho – Gaara diz, sorrindo para Ino.

– Nós vimos vocês conversando com aquele cara mal encarado na frente de casa – Naruto responde, cruzando os braços. – E depois vocês saíram sem falar nada conosco. O que mais nós poderíamos fazer? E eu não gostei daquele cara, quem é ele?

– Foi aquele cara mal encarado que nos avisou onde Hinata estaria. E graças àquele cara mal encarado pudemos evitar um estrago maior na empresa Uchiha. E a fuga de Hinata. E sua impunidade. E tudo graças àquele cara mal encarado.

– Certo, já entendi que você não gostou muito da expressão “cara mal encarado” – Naruto responde, rindo. – Mas vocês têm que admitir, ele é muito estranho.

– Falou o cara que estava discutindo sobre os movimentos da peça de um jogo... – comento.

– Você precisa admitir, essa é uma questão interessante – Naruto diz. – Por que a rainha faz o movimento de todos, todos, sem exceção, menos o do cavalo?

– Porque ela seria poderosa demais, seria um jogo injusto – Ino fala. – Você me venceria ainda mais rápido.

Kiba faz sinal para que fiquemos em silencio. Nenhum de nós protesta. Me levanto e o observo durante alguns segundos.

Ele está sentado na porta da cama de Hinata, passando a ponta dos dedos no rosto dela, que agora está todo ralado e machucado por causa do acidente. Ela mantém os olhos fechados, mas ele não se importa com isso, não desviando os olhos dos dela o tempo todo. Mexe na franja dela e ajeita seu cabelo com carinho.

Ela sorri e se mexe na cama. Prendo a respiração no mesmo segundo.

– Finalmente sós, meu amor – ela diz, colocando a mão sobre a dele, que também parece surpreso. – Você não sabe o quanto eu esperei por isso, Naruto.

Naruto pega minha mão e sorri, observando a cena. Afaga minha mão, fazendo círculos com a ponta de seus dedos, deixando um rastro de calor. Como se dissesse que estava tudo bem. Solto a respiração, tentando me acalmar.

– Desculpe te decepcionar, mas eu não sou o Naruto, querida – ele ironiza a palavra. Hinata se assusta com sua voz e tira a mão de perto da dele. Por algum motivo, ela mantem os olhos fechados.

– K-Kiba? O que faz aqui?

– Achou que fosse se livrar de mim assim tão facilmente? – ele diz, a fazendo ficar em silencio. Olha para nós e faz sinal para que fiquemos em silencio. Ele não precisava ter dito nada. Ninguém consegue sequer respirar direito.

– Onde está o Naruto? – ela pergunta.

– Em casa, preparando seu casamento. Ino e Gaara também estão deixando tudo pronto. Eles estão aproveitando o tempo que sabem que estão seguros.

– Como assim?! – ela se senta, franzindo o cenho. Os olhos ainda fechados. – Eles nem ao menos vieram me visitar?

– Você conseguiu afastar as ultimas pessoas que gostavam de você ou sabiam que você estava viva. Queria o quê? Que eles fizessem fila para te ver?

Ela não responde. Pega o lençol que a cobria e coça os olhos durante alguns segundos, os abrindo logo em seguida. Seguro a mão de Naruto com mais força, sentindo um aperto no peito.

As perolas de Hinata olham de um lado para o outro, mas não conseguem se fixar em nada. Ela fecha os olhos outra vez, os esfregando com mais força agora. Quando os abre, não há nada neles além de medo.

– K-Kiba... – ela fala, a voz tremula. Estende os braços na frente do corpo, tateando no vazio. – O q-que está acontecendo? Onde... Onde...

Ele se levanta e vai em direção às mãos de Hinata, as segurando no ar.

– Calma, calma, eu estou aqui. Você sofreu um acidente, lembra? Então, você...

– Chame um médico, por favor, eu não... Está tudo preto...

– Hinata – Kiba segura o rosto de Hinata entre suas mãos, pousando sua testa na dela, que tenta se livrar dele, os olhos abertos procurando qualquer coisa. – Me ouve, o médico já explicou tudo.

Ela para de se mover, mas os olhos continuam abertos, cada vez mais brilhantes por causa das lágrimas que brotavam ali.

– Quando você sofreu o acidente, alguns vasos nos seus olhos se romperam, então você vai ficar assim durante algum tempo, até que eles se recuperem, entendeu?

Ela não responde, os olhos indo de um lado para o outro até pararem, fixos no nada. Suas pálpebras se fecham lentamente, fazendo uma lágrima descer por seu rosto, que logo se contorce em uma careta quando ela se descontrola e começa a chorar de verdade.

– Eu não quero ficar cega, eu não quero viver sem enxergar... – ela balbuciava, mexendo os dedos nervosamente. Kiba pousa as mãos em suas costas, a trazendo mais para perto de si.

– Você não vai ficar assim por muito tempo. Só por um mês ou dois, no máximo – ele responde, tentando tranquiliza-la, mas ela continuava a chorar, se agarrando ainda mais a ele. Ela ri, sem graça.

– Só um mês ou dois completamente cega, sem lugar para viver ou alguém para me dizer a diferença entre a torneira quente e a fria. Ótimo.

– A torneira escrito quente faz a água quente sair, e a fria faz a água fria sair, entendeu? – ele faz piada, a fazendo rir durante um segundo. – Esqueceu que eu estou aqui? Posso te dizer a diferença entre muitas coisas. Tenho um quarto de hotel muito confortável no centro, o que acha?

Ela se separa dele no mesmo segundo, irritada.

– Eu não vou com você para lugar nenhum. Você vai dizer para a minha família onde eu estou. Vai dizer que eu estive todo esse tempo aqui.

– O que eu ganharia com isso? – ele responde simplesmente. – E que escolha você tem?

Ela cruza os braços, fazendo um bico enorme. Seus olhos continuavam vagando de um lado para outro, tentando encontrar alguma coisa, qualquer coisa.

– Vamos, me ajude a trocar de roupa – ela diz, estendendo uma mão para que ele a ajudasse a sair dali. Levanta um dedo. – E eu não quero saber de gracinhas, está ouvindo?

– Nem pensei nisso.

Ele olha para nós e aponta a porta, e só então eu percebo que estávamos realmente sobrando ali. Abro a porta o mais silenciosamente que consigo, saindo do quarto de hospital seguida de todos os outros.

Antes de ir embora, olho para trás, vendo através do vidro que fica na porta do quarto, Hinata batendo na mão de Kiba e gritando alguma coisa com ele, que apenas ri e continua a empurrando em direção ao banheiro.

Observo a largura de seu sorriso e me pergunto se ele não pode ter sido aquele que veio para ajuda-la. Sabe, aquela pessoa que chega para te fazer repensar tudo que você achava que sabia, que te ensina o que fazer e fica ao seu lado, decidindo coisas que você tem preguiça demais para decidir.

Sorrio com a ínfima possibilidade de Hinata e Kiba fazerem um casal. Talvez, no futuro, quem sabe?

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Naruto coloca a chave em cima da mesa e se joga no sofá, ligando a televisão. Entro em casa e vou até a cozinha fazer alguma coisa para comer. Ino pega o controle remoto da mão de Naruto e se joga em outro sofá, trocando de canal. Gaara me ajuda a pegar os ingredientes para alguns sanduiches.

Fecho os olhos e penso durante alguns segundos sobre tudo o que está acontecendo. Não, penso sobre tudo o que aconteceu. Sorrio comigo mesma, voltando a preparar dois sanduiches de presunto.

É impressionante como o tempo passou. Pela primeira vez na minha vida, o tempo não passou nem rápido e nem devagar demais, ele passou na velocidade certa. Lembro de quando cheguei aqui e lembro da primeira vez que vi Naruto, lembro do que senti quando ele me levou ao parque de diversões e do que senti no nosso primeiro beijo.

Em condições normais, eu diria que nosso primeiro beijo demorou a acontecer, mas agora, olhando para trás, eu percebo que tudo aconteceu no tempo certo. Se tivesse acontecido mais rápido, eu acho que o que eu sinto por Naruto... Acho que não seria algo tão forte.

Pego os sanduiches já prontos e volto para a sala, entregando um para Naruto, que se senta e começa a comer sem dizer uma palavra enquanto continua assistindo ao Homem Aranha 2. Me sento ao seu lado, começando a assistir o filme, que já estava no final.

Gaara chega com outros dois sanduiches no mesmo prato e puxa Ino, a beijando no meio da sala. Ela sorri, pegando um dos sanduiches e o empurrando, e logo depois volta a sentar no sofá.

Ele revira os olhos e coloca o outro sanduiche na boca, se aproximando de Ino e a colocando em cima de seu ombro como se ela não fosse nada mais que um saco de batatas. Ela berra que quer terminar de ver o filme e bate nas costas dele com seu sanduiche, que se despedaça pelo caminho. Gaara sorri para nós, acenando com seu sanduiche.

– Aproveitem o tempo sozinhos – ele diz. – Mas não aproveitem demais, podemos voltar aqui a qualquer momento.

E então ele sobe as escadas com um rastro de alface o seguindo.

Naruto coloca o prato sobre a mesa e suas mãos pousam em minha cintura. Ele beija meu pescoço, me fazendo rir.

– O que está fazendo? – pergunto, enquanto ele pega meu prato e coloca ao lado do dele.

– Aproveitando nosso tempo sozinhos, lembra? – ele diz, rindo. Pega minha mão e levanta, exibindo meu anel prateado que combina perfeitamente com o seu. – Colocando assim, um do lado do outro, até parece que nós somos um casal.

– Isso porque nós somos um casal – respondo, sorrindo por causa do som das palavras.

– Não oficialmente – ele diz, e eu me viro para ele.

– O que falta para que sejamos oficialmente um casal?

– A festa, é claro. E eu consigo imaginar perfeitamente, vai ser em uma igreja enorme com uma orquestra sinfônica para tocar quando você chegar! Vou comprar mil flores e vinte golfinhos!

– Para quê você precisa de vinte golfinhos em um casamento?

– Para a decoração, dãã! Vamos ter quinhentos convidados e...

– Você conhece quinhentas pessoas para convidar? – o interrompo. Ele pensa durante alguns segundos.

– Não, mas isso não é problema, quem negaria uma tarde de comida de graça? Bem, os convidados são mero detalhe. Você irá vestida com o melhor vestido que eu encontrar, e a nossa lua de mel será em Los Angeles.

– Você não acha que está exagerando? Sei lá, só um pouco.

– É claro que não, eu quero que seja tudo perfeito – ele segura a minha mão, seus dedos começando um caminho pela minha aliança e subindo por toda a extensão do meu braço.

– Mas está tudo perfeito – eu digo, segurando seu rosto entre minhas mãos. Não consigo deixar de sorrir a cada vez que olho para aquela imensidão azul. – Não precisamos de uma festa imensa para pessoas que não conhecemos para isso ser real.

– Às vezes eu penso que tudo não passa de um sonho – ele diz, juntando os nossos lábios. O que era para ser apenas um selinho foi se aprofundando, suas mãos descendo para a minha cintura enquanto ele me empurra com leveza, me fazendo deitar no sofá. Nos separamos, arfando, os olhos dele fixos nos meus. – Você é boa demais para ser real.

– Uma festa vai mudar isso? – pergunto, e ele sorri.

Nada vai mudar isso.

Ele me beija outra vez. Minha mente fica completamente desanuviada e eu não consigo pensar em nada que não seja ficar perto dele, das mãos dele, do corpo dele. Não quero esperar uma festa qualquer para isso, não quero esperar mais nada para aprofundar isso, para eu ser dele e ele ser meu.

– Então você não quer uma festa? – ele pergunta, sua respiração descompassada.

Você quer? – pergunto.

– Eu não faço a menor questão – ele responde, seus dedos fazendo círculos em minha cintura. – Na verdade, eu estava mais interessado no que vem depois do casamento.

– Hm... As brigas e as noites no bar? – eu pergunto, me fazendo de inocente.

– Quando eu casar com você, pode ter certeza, não vou passar nenhuma noite fora de casa – ele responde, com um sorriso cheio de segundas intenções.

Rio comigo mesma, todos os momentos que passei ao lado de Naruto passando diante dos meus olhos. Cada sorriso, cada risada, cada simples momento ao lado de sua presença.

Por um segundo, não tenho certeza de nada. Não tenho certeza se vamos ou não ter festa, se vamos ou não continuar naquela casa, se vamos ou não ter paz e ter uma vida normal como todo mundo. Por um segundo, a única certeza que eu tenho é que quero passar minha vida inteira ao lado dele.

Levanto a mão de Naruto e tiro o anel dali com cuidado. Pego sua outra mão e coloco o anel ali. Tirei o anel do lugar que simbolizava noivado e o coloquei onde simboliza casamento. Ele sorri, fazendo a mesma coisa com o meu anel.

– Então... Acho que agora estamos oficialmente casados – digo, sorrindo.

– E depois do casamento vem... Eu não sei, refresque a minha memória – ele responde, sorrindo comigo.

– A lua de mel? – proponho.

– Não só isso. Depois do casamento vem o resto das nossas vidas – ele me beija de novo. – Parabéns, Sakura. A partir de hoje, você terá que me aturar sempre. E lembre-se: na riqueza e na pobreza, na saúde e na doença, nos bons e maus momentos...

– Por todos os dias durante o resto da minha vida, e até que a morte nos separe.


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Notas finais do capítulo

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