Caliente escrita por shussan


Capítulo 23
Capítulo 23 - Final Parte 1


Notas iniciais do capítulo

detesto despedidas, então comecemos com isso o quanto antes; obrigada a todos que comentaram, recomendaram ou simplesmente leram, vocês foram a razão dos meus sorrisos muitas vezes, e eu sinto muito pq o máximo que eu posso fazer é agradecer. Obrigada, obrigada e obrigada outra vez. E então... Essa é a minha despedida, apesar de ter mais um cap. E não, não terá hentai, eu queria deixar as coisas imaculadas, pelo menos nessa fanfic. Obrigada pela atenção e até, xoxo



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– Você tem certeza disso? – Ino pergunta, movendo um bispo na diagonal e comendo um pião. Ela dá um pequeno salto de alegria, sorrindo. – Tem certeza que quer jogar xadrez comigo outra vez?

Naruto ri, matando o bispo de Ino com um cavalo. Apoio minha cabeça no ombro de Gaara, que também aparenta sono ao assistir à terceira derrota consecutiva de Ino no xadrez. O jogo não acabou, então tecnicamente ela ainda não foi derrotada, mas quando você ver Ino jogando, entenderá porque digo que ela já perdeu.

– Claro que tenho, você é a única que sabe o movimento de cada peça – ele responde, cruzando os dedos sobre a mesa e cerrando os olhos, observando o tabuleiro de cima, parecendo muito com Shikamaru na primeira vez que o vi. – E não temos mais nada para fazer.

– Eu tenho banco imobiliário em cima do meu armário – Gaara responde, respirando lentamente, como se estivesse quase dormindo.

– Nem pensar, eu prefiro perder de novo – Ino responde, movendo uma peça que eu não vejo porque meus olhos estão fechados. – Você é muito competitivo, se começarmos a jogar essa porcaria, não sei se o final disso será no hospital ou na policia.

– Obrigado por achar que eu sou um monstro – Gaara se mexe, incomodado, me fazendo quase cair. Me ajeito, tentando observar o jogo. Olho para o relógio, vendo que são apenas nove e meia da manhã, e nós não temos absolutamente nada para fazer. Meus olhos se fecham lentamente.

– Você não é um monstro, só é assustador quando se trata de vencer – ela responde, dando de ombros.

– Xeque-mate – Naruto fala, enquanto Ino bate as mãos na mesa, me fazendo abrir os olhos de susto. Ao mesmo tempo, a campainha toca.

– Eu atendo! – eu e Ino falamos ao mesmo tempo.

Gaara pega o lugar de Ino e começa a jogar contra Naruto, que ensina sem muita paciência qual movimento cada peça pode fazer. Olho para Ino enquanto caminhamos rápido, nós duas tentando fingir que aquilo não é nada demais.

Ela dá um passo à frente, abrindo a porta. À nossa frente está parado um homem usando um terno cinza. Sua pele é morena e seus olhos são negros, assim como seus cabelos, que estão penteados para trás. Ele ajeita a gravata, segurando sua maleta prateada com mais firmeza.

– Senhorita Haruno, eu sou Uchiha Obito, muito prazer – ele fala, me estendendo uma mão. Nos cumprimentamos.

– O prazer é todo meu. Essa é minha... sócia, Yamanaka Ino – falo, tentando tornar as coisas mais sérias, o que não deve ter dado muito certo, porque nós duas vestimos shorts e camisetas de dormir, mas ele não pareceu se importar. Apertou a mão de Ino com firmeza. – Podemos conversar do lado de fora?

Ele assente, e eu e Ino olhamos para trás enquanto saímos, vendo Naruto e Gaara jogando avidamente seu superinteressante jogo de xadrez. Caminhamos alguns metros, parando diante do carro preto que estava na frente de nossa casa. Ele ajeita o paletó como se estivesse nervoso com algo.

– Conseguiu o que eu te pedi? – pergunto. Ele pousa a maleta prateada em cima do carro, a abrindo e tirando dali alguns papéis.

– Fiz o melhor que pude – ele diz, me entregando folha por folha e explicando cada ponto.

– Hinata Hyuuga nasceu no mesmo vilarejo japonês que a senhorita, apenas alguns meses antes. – ele fala pacientemente. – Filha de Hiashi Hyuuga, um dos maiores empresários de todo o mundo, sempre teve tudo do bom e do melhor, estudou nos melhores colégios e teve a melhor formação acadêmica possível. Nada de incomum em sua ficha acadêmica e não há ficha policial. Está desaparecida onze anos.

Observo com atenção o papel, tentando absorver tudo o que tinha ouvido e o que estava vendo. Uma foto de Hinata aos quinze anos enquanto sorri está presa no centro de um cartaz com as palavras “essa garota está desaparecida há dois meses, se souber onde ela está, favor contatar a família”.

Passo a pagina, encontrando ali a versão original daquela foto. Hinata sorri, abraçada a um garoto alguns centímetros mais alto e uma menina um pouco menor do que ela, todos os três com os mesmos olhos coloridos pelo luar.

– Esse é Neji Hyuuga, o primo mais velho da senhorita Hinata, ele é o gênio da família. E essa é Hanabi, sua irmã mais nova, aquela que tem as maiores notas de todas as escolas da cidade – Obito explica, apontando as pessoas. – Quando encontrei isso, não acreditei, pois eu mesmo já vi essa garota Hinata andando pelas ruas do centro. Por isso liguei para alguns familiares.

Passo outra pagina, encontrando mais e mais fotos de Hinata, todas com sorrisos tímidos e aparência recatada, e sempre perto de pessoas com olhos prateados como os dela. Encontro uma única foto dela sentada na escola ao lado de Naruto, Sasuke e Karin.

– Falei com alguns familiares, mas eles não tinham muito que falar dela e se sentiram desconfortáveis com o assunto. Então liguei para esse garoto – Obito aponta na foto um garoto que eu não tinha visto. Ele tinha cabelos castanhos e marcas vermelhas nas bochechas, enquanto observava o pequeno grupo com um sorriso no rosto. – O nome dele é Inuzuka Kiba e ele era o melhor amigo de Hinata no Japão.

Nas próximas fotos, vejo muitas dos dois juntos, e nessas Hinata parece bem menos Hinata. Os braços do tal Kiba estavam nos ombros de Hinata, enquanto ela dava um sorriso aberto e falava sobre alguma coisa, sua saia rodando com o vento e ela sem se importar.

– O senhor Inuzuka é o único que acredita que Hinata ainda possa estar viva. Quando perguntei por que ele acredita, Kiba me disse que a senhorita Hinata o avisou que estava fugindo com o amor da vida dela para um lugar longe onde seu pai nunca mais pudesse trata-la mal e nem compará-la à irmã menor e nem ao primo gênio. Ele se declarou para ela no mesmo dia e levou um fora. Desde então, eles nunca mais se viram.

– Você sabe onde Hinata está hospedada? – pergunto. Ele me entrega um cartão com um endereço.

– Nenhuma Hinata está hospedada em hotel nenhum em toda a cidade. Mas meu senhor Uchiha disse que terá uma reunião urgente com uma senhorita chamada Hyuuga Hanabi nesse endereço. E eu encontrei uma viagem para os Estados Unidos no mesmo nome para daqui a três horas.

– Obito, você é o melhor. – eu falo. Ino corre para dentro, pegar a chave do carro. – Obrigada, muito obrigada mesmo.

– Foi um prazer ajudar à senhorita – ele responde, fazendo uma reverencia. – Quando precisar de outro favor, mesmo durante a madrugada, basta me ligar.

Ele dá um sorriso tímido e entra no carro, acenando para mim enquanto vai embora. Ino chega apenas um segundo depois, arfando. Coloca as mãos no joelho e se abaixa, tentando normalizar a respiração.

– Você sabe onde fica esse lugar? – ela pergunta, apontando o endereço no cartão.

– Isso não é problema – respondo. Ela se levanta e corremos até o carro. Entro no lugar do motorista e ela me entrega a chave. – Avisou aos garotos que estávamos saindo?

– Eles nem vão perceber nossa falta, estavam discutindo por que a rainha faz todos os movimentos, mas não pode fazer os do cavalo. – Ino revira os olhos, pegando seu celular e ligando o GPS para procurar o endereço do lugar.

Então... Hinata fugiu por que não aguentava mais seu pai, pois ele a comparava com o primo e a irmã mais nova. E pelo que Obito me disse, ela falou que estava fugindo com o amor de sua vida, o que provavelmente significa que ela veio junto com a família de Naruto.

Que tipo de pessoa deixa que a própria família pense que ela está desaparecida durante mais de onze anos? Se ela tivesse apenas fugido, feito como muitas garotas de quinze anos fazem, vão embora, passam alguns dias fora e depois voltam com saudade ou com pena da família, que estava sofrendo por sua falta... Mas não, ela apenas foi embora e não olhou para trás.

Piso no acelerador, chegando rápido ao endereço, que é uma grande praça aberta. A grama é verde, as arvores estão cheias de folhas coloridas e as pessoas fazem piqueniques, o lugar perfeito para se ter paz. Saímos do carro, olhando em volta.

Se eu fosse uma psicopata, onde me esconderia? Hm... Olho para a praça de alimentação e para os campos lisos, onde as pessoas fazem piqueniques para se esquecer do mundo. Se eu fosse uma psicopata fingindo ser minha irmã mais nova e tentando enganar Sasuke Uchiha ao mesmo tempo em que tento não ser reconhecida, onde ficaria?

Rio comigo mesma ao olhar para o centro da praça, embaixo das arvores, e ali, nas mesas de pedra onde os velhinhos jogam dominó e damas, encontro Hinata sentada conversando com Sasuke.

Sasuke está vestido com seu terno preto, aquele que ele apenas usa no trabalho. Hinata está com os longos cabelos azulados presos em um rabo de cavalo alto, sua franja penteada em linha reta, um terninho roxo e uma saia justa da mesma cor, parecendo realmente uma executiva.

Os observo enquanto caminho até lá ao lado de Ino, nós duas tentando não chamar a atenção de Hinata para que ela não fuja outra vez. Ela sorri e dá uma caneta para Sasuke enquanto lhe estende um papel. Ele pergunta alguma coisa e ela concorda, oferecendo outro sorriso.

– NÃO, PARE AGORA! – eu berro, correndo até eles. Sasuke arregala os olhos e para, sua assinatura na metade. – Você não vai assinar nenhum contrato que venha dessa criatura peçonhenta! – aponto Hinata, que se levanta, aparentemente ofendida.

– Como ousa falar isso de alguém que não conhece? – ela pergunta, a mão sobre o peito, sua voz fraca e baixa como era no começo de tudo.

– Sakura, o que faz aqui? – Sasuke pergunta, também se levantando. – Isso é um encontro de negócios, nada demais.

– Qual é o seu plano dessa vez, em? – pergunto, me aproximando dela e lhe apontando um dedo. Ela se protege com as mãos, parecendo assustada. – Já não basta tudo o que você fez, agora também quer acabar com a porcaria da empresa Uchiha?

– Perdão, senhora, mas eu não te conheço... – ela fala, a boca tremendo como se fosse chorar.

– O que vocês estavam fazendo aqui? – Ino pergunta a Sasuke, apontando o contrato.

– A empresa Hyuuga queria fazer uma fusão conosco, um negocio muito bom e lucrativo – ele fala, a voz estranha, como se estivesse com vergonha de algo. – Não sei quem avisou vocês que eu estava aqui, mas achei que nossos problemas tinham acabado. Ou se ainda há algum, podemos conversar mais tarde...

– Não, Sasuke – respondo. – Não tenho problema algum com você. Tenho contra ela. Ande, Hinata, tire essa mascara logo, deixe de fingimento!

– Olhe, me deixe explicar, eu não te conheço! – ela diz, uma perfeita atriz. – A senhorita deve estar me confundindo com alguém.

– Sakura, essa é Hanabi Hyuuga, a porta-voz da empresa – Sasuke diz. Hinata sorri nervosamente e concorda. – Você deve estar confundindo ela com alguém.

– Sabe a garota que te ligou, Sasuke? A que te avisou onde eu estava, a que contratou Sasori e a que te chamou para me proteger de um cara que só queria me roubar? É ela! – aponto Hinata, e ele dá um passo para longe dela, desconfiado.

– Eu vou repetir... Eu não te conheço, acabei de chegar ao México. Mas sei quem é Hinata – ela abaixa o rosto, como se escondesse lagrimas. – Minha irmã falecida se chamava Hinata, éramos muito parecidas, consigo entender porque você me confundiu com ela.

– PARE DE MENTIR! – berro, com vontade de partir para cima dela naquele segundo, mas Ino me puxa de volta para a realidade, me impedindo de fazer qualquer coisa. – Pela primeira vez na sua vida fale a verdade, imbecil!

– A verdade é que... – ela olha para mim, mas não parece conseguir fixar os olhos em mim. É como se olhasse através de mim. Sorri. – Eu só quero acertar as coisas, entre a empresa Hyuuga e a empresa Uchiha. Pode ser muito vantajoso para as duas partes. Você deveria querer isso também, não vai se casar em breve, Sakurachan?

O sangue sobe à cabeça quando ela me chama como me chamava naquela casa. Minha mão voa mais rápido que minha razão, atingindo o rosto de Hinata e a fazendo cair no chão. Como ela sabe que eu vou casar? Essa criaturinha continua nos observando de algum lugar?

– Não, não... – ela balbucia, segurando a barriga com afeto.

– Você está bem? – Sasuke pergunta, se abaixando ao lado dela.

– Não, eu preciso ir ao hospital... Você vai assinar o contrato ou não, senhor Uchiha? Eu preciso, preciso... – ela tosse, e enquanto isso Sasuke se levanta, terminando de assinar o contrato.

– Eu não acredito que... – começo a dizer, mas ele me cala com um olhar.

– Agora não, Sakura. – ele diz, ajudando Hinata a levantar. – Você se sente mal?

– Sim, eu acho que meu bebê... Pode ter acontecido alguma coisa com ele – Hinata diz, segurando a barriga enquanto se levanta.

– Você não está gravida, garota – Ino responde, rindo. – Duvido muito que não seja virgem.

– Eu estou esperando um filho do Narutokun – ela diz, sorrindo abertamente pela primeira vez. Tenho vontade de socar seu lindo rosto de bebê, mas Sasuke se coloca na frente dela.

– Está louca, garota? – Naruto fala, me assustando por estar tão perto. Ele cruza os braços, Gaara parando ao lado dele. – Eu nunca tive nada com você.

– Não fale isso, vai traumatizar nosso filho... Isso se ela não o tiver assassinado – ela me olha feio. – Sasuke... Por favor, me dê o contrato.

– Você precisa ir ao hospital – ele responde, mas mesmo assim dá a ela os papeis.

– Eu posso continuar sozinha daqui, obrigada – ela diz, sua voz mais alta e firme, enquanto ela se ajeita nos sapatos altos e sorri abertamente. Finalmente, tirou a mascara. Ela se apoia na mesa, tirando os saltos. – Se me dão licença, agora eu vou indo.

Hinata sorri e se vira, caminhando para longe enquanto roda os sapatos negros e rebola como eu nunca imaginei que ela pudesse. Durante alguns segundos Naruto, Gaara e Sasuke ficam parados, apenas a observando se afastar, completamente bobos.

– Para que é esse contrato? – grito para Hinata, que se vira para nós, tirando os três do transe hipnótico. Ela continua se afastando, caminhando de costas.

– A partir desse momento, a empresa Uchiha é propriedade particular da empresa Hyuuga, uma microempresa que eu criei semana passada – ela diz, sorrindo.

– Mas a empresa Hyuuga é conhecida mundialmente! – Sasuke fala para si mesmo, puxando os próprios cabelos.

– Não, Hiashi Hyuuga, meu pai, é conhecido mundialmente – ela diz, rindo. – E agora, Narutinho lindo, eu finalmente consegui tudo o que queríamos!

– Você não pesquisou sobre a porcaria da empresa antes de assinar, idiota? – Ino pergunta a Sasuke.

– Eu achei, achei que... – ele balbucia, nervoso.

Olho para Naruto, que coça a nuca, sem entender muito bem do que ela está falando.

– O quê? – ele pergunta.

– Eu me vinguei dos Uchiha! – e ela dá mais um passo para trás e para ali, rindo alto.

Olho um pouco adiante e me pergunto se deveria avisar alguma coisa. Não sei, só dizer para ela sair da frente... Não, talvez ela mereça esse troco do destino, só para a balança voltar a ficar equilibrada.

Todos nós vemos quando aquele caminhão a atropela em cheio.


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Notas finais do capítulo

opa
coments? xoxo



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