Caliente escrita por shussan


Capítulo 22
Capítulo 22


Notas iniciais do capítulo

22/24



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/516087/chapter/22

Olho para o teto, sem conseguir dormir. Observo como a cortina faz imagens interessantes no teto quando se move com o vento. Observo como as coisas são silenciosas nesse horário. Observo como meu quarto parece um lugar solitário à noite. Como tudo parece solitário e silencioso sem ele por perto.

Levanto minha mão e observo meu anel contra a fraca luz da noite que entra pela janela. Toco meu pescoço, passando os dedos pela palavra esculpida em dourado e me lembro daquela noite.

You are my Sunshine, my only Sunshine – canto comigo mesma, sorrindo feito boba ao me lembrar do nosso primeiro beijo. – You make me happy when the skies are gray, you’ll never know dear, how much I love you, please don’t take my Sunshine away.

Sorrio ao traduzir as frases da música em minha mente. Você é o meu raio de sol, meu único raio de sol. Você me faz feliz quando os céus estão cinza, você nunca saberá querida, o quanto eu te amo, por favor não leve o meu raio de sol embora.

Desde aquele dia, eu não consigo enxergar minha vida sem ele. Não, não foi desde esse dia, fio desde antes. Desde quando ele me mostrou que algodão-doce não tem gosto de nuvem. Ou será que foi quando ele tentou ficar ao meu lado quando Ino e eu estávamos brigadas? Hm, eu sinceramente não sei dizer...

Me levanto da cama, jogando a coberta para o lado e ela cai no chão. A ignoro e saio do quarto batendo a porta, sem me importar em fazer barulho ou não. Entro no quarto de Ino o mais rápido que posso, antes que perca a coragem de acordá-la no meio da madrugada para dizer isso.

– Anda, acorda, levanta! – eu digo, puxando seu lençol, mas ela segura uma ponta e o puxa de volta. Durante alguns segundos brincamos de cabo-de-guerra, ela me xingando para poder voltar a dormir e eu a impedindo. – Acorda, eu preciso falar com você!

– Você trouxe brigadeiro? – ela pergunta, parando de puxar durante um segundo.

– São duas da manhã, você... Ia ficar com dor de barriga – me justifico.

– Você esqueceu?

– É – respondo, e ela finalmente larga o lençol, se sentando. Ela boceja e estala as juntas, coçando o cabelo embaraçado. Olha para mim de cima a baixo e percebe que eu não estou muito pior do que ela.

– Espero que seja importante.

– Eu não estaria aqui se não fosse – digo, me sentando em sua cama. Só então percebo o quanto isso parece estranho sem uma panela de brigadeiro. Ela também sente falta de algum doce para descontrair.

Olho para ela e ela olha para mim. Concordamos com a cabeça e nos levantamos, caminhando lentamente escada abaixo e indo até a cozinha, onde eu pego um pote de sorvete e ela uma caixa de leite condensado e começa a fazer um brigadeiro.

– Certo, agora isso parece certo – ela fala sozinha, enquanto coloca achocolatado no leite condensado e começa a mexer a mistura, mas queima um pouco, para deixar pedacinhos crocantes. – Isso vai demorar a ficar pronto, não quer começar logo a falar?

– Uma confissão não é uma confissão sem brigadeiro – respondo, colocando o sorvete de volta no freezer e me sentando para esperar o brigadeiro ficar pronto.

Apoio o rosto em minha mão apenas para observar de perto meu anel novo. Isso é uma coisa tão legal de pensar, meu anel novo, meu anel novo, meu noivo novo, marido novo, vida nova, ai gente, é coisa demais para uma pessoa só.

Ino coloca um pano embaixo da panela e a coloca em cima da mesa, me entregando uma colher. Pego uma colherada do brigadeiro de Ino, que, sem duvidas, é o melhor que você pode comer em toda a sua vida.

– Isso é o que eu estou pensando que é? – Ino pergunta, apontando meu anel novo. Rio de felicidade e lhe mostro minha mão e como o anel fica perfeito nela. Ino tira o anel de meus dedos e analisa cada mínimo detalhe. – Melhor do que eu pensei...

– Como assim “do que você pensou”? Como você poderia saber? – me queixo. Por que quando é com ela eu sou a última a saber e quando é comigo ela é a primeira? Onde foram parar os direitos iguais? Por que ela nunca me acorda no meio da madrugada com uma panela de brigadeiro para dizer coisas assim?

– Gaara me disse que você e Naruto estavam começando a deixar as coisas sérias. Ele me disse quando me deu isso – ela diz, estendendo para mim sua mão perfeita com as unhas recém-saídas da manicure e um anel dourado no quarto dedo.

Me seguro para não gritar enquanto tiro o anel de seu dedo e o observo com atenção, tentando não deixar nenhum detalhe passar despercebido. Observo com o máximo de atenção possível quando se é alguém pulando e tentando abafar gritos, é claro.

O anel era grosso e tinha um formato estranho, começava com um único coração, que formava outros corações, mas no final eram todos apenas um. Apenas um. Dentro do anel estavam escritas as palavras amor da minha vida, Sabaku no Ino.

– Não, isso não pode ser verdade. Eles só podem estar brincando com a nossa cara... – começo a falar e ela ri. – Não, você só pode estar brincando com a minha cara. Quando isso aconteceu? Por que você não me disse nada? Qual é o seu problema? Quer apanhar? Isso não se esconde, criatura!

– Calma, calma – ela responde, rindo outra vez. – Foi ainda hoje. Agora há pouco, na verdade. Estávamos nos beijando no quarto dele e eu queria ir dormir, mas então ele me puxou de volta e colocou esse anel no meu dedo.

– Como assim? E o pedido fofo? E as bochechas coradas? Um ruivo corado é a coisa mais fofa do mundo e você não viu isso? – pergunto, sem entender muito bem o que ela estava dizendo. Eu não sabia se ela estava brincando com a minha cara ou se eu não tinha entendido alguma coisa.

– Não precisou de pedido, ele queria e sabia que eu queria. Sabia que eu queria desde aquele dia no restaurante, na verdade, desde muito antes, mas nada ia para frente por causa daquela criaturinha ridícula chamada Hinata.

Sinto meu sangue esquentar só de ouvir o nome dessa garota e cerro os punhos. Tudo, tudo o que aconteceu de ruim nessa porcaria de semana foi culpa daquela sonsa ridícula. Ela fez as coisas ruins, acabou com qualquer chance de retorno para nós e depois simplesmente foi embora, como se tivesse ficado nessa casa apenas de férias.

– Você acha que eles estavam planejando isso juntos? – Ino pergunta, me tirando de meus devaneios.

– Não tenho duvidas – respondo, indo até a sala e procurando meu celular pelo sofá. Ino me segue, sem entender muito bem o que eu estou fazendo. Ela acende a luz.

– O que você está fazendo?

– Me ajude a achar o meu celular. Rápido, antes que a ideia vá embora.

Ela parece não entender o que eu quis dizer com isso, mas logo começa a procurar pela sala, levanta almofadas, joga coisas para o alto e remexe tudo. E só agora eu entendo porque ela ficou tão nervosa quando brigamos no shopping por causa de Sasori.

Ela fez uma coisa que não fazia o menor sentido no momento, mas eu questionei, tentei ir contra o que ela estava dizendo, e ainda a deixei para trás, continuando a minha vida como se nada tivesse acontecido, como se o que ela fez foi apenas mais uma de suas “piradices” como ela mesma chama.

Amizade não é você perguntar quando não entende em uma situação difícil, é apenas confiar e tentar agir de acordo. É você confiar de olhos fechados em uma pessoa que você sabe que nunca faria nada para te machucar. E naquele momento eu não confiei nela, por isso ela brigou comigo, para tentar me mostrar que ela era, é e sempre será a minha melhor amiga.

Olho para ela, que procura o meu celular até dentro dos vasos de plantas, mas não se deu nem ao trabalho de perguntar por que eu preciso dele. Sorrio comigo mesma, agradecendo aos céus por ter uma amiga como ela.

– Até que enfim! – ela diz, levantando meu celular, que estava embaixo de um porco de pelúcia embaixo da poltrona atrás da cortina. Pois é. Ela me entrega o aparelho e eu digito o numero que estava no contrato de divórcio.

O numero de um cara que trabalha na empresa Uchiha e é o braço direito de Sasuke, que faz tudo o que ele pede e é de completa confiança, sendo assim a primeira pessoa a se procurar quando se quer um trabalho bem feito e segredo completo.

– Hm, alô? – ele fala, a voz mole por ter acabado de acordar.

– Uchiha Obito? – pergunto e ele concorda. – Quem fala é Haruno Sakura, Sasuke te avisou que eu poderia ligar?

– Ah, senhora Haruno! – ele fala, completamente acordado. – Sim, sim, ele me disse que caso a senhora precisasse de mim, me ligaria. Mas eu não pensei que seria tão cedo.

– Pensei que pudesse contar com você a qualquer hora – respondo, o testando.

– P-perdão senhora, a senhora está certa, estou ao seu dispor. O que deseja?

– Eu quero que você procure por uma pessoa para mim. Quero saber onde ela está – eu digo, Ino me olhando, esperando pacientemente que eu termine essa ligação. – Mas não quero apenas isso. Quero que você me diga tudo sobre ela, seu passado, seu presente e quero que descubra até seu futuro se for possível. E eu quero para, no tardar, meio dia.

– Entendido – ele diz e eu ouço enquanto ele rabisca furiosamente sobre um papel. – Qual o nome dessa pessoa, senhora?

– Hinata Hyuuga.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

para as más linguas que chamaram a Ino de doida por ter ficado irritada, eis aqui uma explicação
coments?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Caliente" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.