Caliente escrita por shussan


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Uma dica: ele sabia que ela era casada, mas não sabia COM QUEM ela era casada. Agora podemos continuar.



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– Quem aqui é da família de... Sabaku no Temari? – o medico pergunta, olhando na ficha. Todos nos levantamos das poltronas ao mesmo tempo. – Todos vocês são da família?

– Como ela está? Ela está bem? O que houve? – Gaara pergunta, atropelando as palavras.

– O estado dela é estável, mas precisa ficar em observação – ele responde, lendo alguma coisa na ficha. – Alguns exames precisam ser feitos para poder dizer com mais certeza, mas...

– Como está o meu filho? – Shikamaru interrompe o medico.

– Por muito pouco não aconteceram danos maiores ao feto, mas vocês precisam tomar mais cuidado. Noticias forte precisam ser dadas com delicadeza às mulheres gravidas nos primeiros meses.

– Como assim danos maiores? – Ino pergunta, com um olhar assustado.

– Não finja que se importa – Gaara diz, revirando os olhos.

– Não estou fingindo nada! – ela se defende.

– Se se preocupasse, não teria feito isso!

– Por favor – o medico pede. – Isso é um hospital, esperem chegar em casa para começarem as brigas de casal.

– Não somos um casal! – Gaara fala, se afastando de Ino.

– Isso não é problema meu – o medico diz, frio. – Só estou pedindo um pouco de educação.

Os dois fecham a cara e ficam em silencio.

– Como eu estava dizendo, por pouco não aconteceram danos maiores ao feto. Não posso especificar qual dano ocorreu, mas alguma coisa aconteceu com a criança. Mais exames precisam ser feitos, então ela ficará em observação por algum tempo.

– Quanto tempo? – Naruto pergunta.

– Por tempo indeterminado. – ele responde. – Se me dão licença, eu preciso cuidar de outros pacientes.

O medico volta pela mesma porta de onde saiu, deixando-nos para trás. Gaara se joga na poltrona com raiva, enquanto Shikamaru vai até uma das recepcionistas perguntar alguma coisa. Naruto pega o celular e liga para alguém. Ino continua completamente parada no meio da sala, encarando a porta por onde o medico entrou.

– Yamanaka – a chamo em voz baixa, segurando suas mãos para tentar chamar sua atenção. – Fale comigo, você está bem?

– E-eu sou uma assassina – ela sussurra, os olhos marejados.

– Não, não fale isso – eu falo, tentando ajeitar seu cabelo para ela parecer um pouco menos psicótica. – Você não é uma assassina, você não ouviu? O feto ainda está vivo.

– Vivo, mas com alguma sequela irreversível que continuará lá depois que ele nascer só para me mostrar que pessoa terrível eu sou – ela fala, se sentando na poltrona e escondendo o rosto entre as mãos que estão apoiadas em seus joelhos.

– Não foi sua culpa, foi culpa da Hinata – eu respondo.

– Culpa da Hinata? Por ter dito a verdade? – Gaara se mete, os olhos transbordando de ódio. As olheiras profundas o faziam parecer ainda mais assustador. – A culpa de tudo foi dessa traidora.

Ino desata a chorar e vai correndo para o banheiro. Olho feio para Gaara.

– O que foi? Ela faz meu sobrinho nascer deficiente e a culpa agora é minha? – ele pergunta, apontando para si mesmo como se fosse a vitima da situação.

– Você poderia ser pelo menos tentar entende-la e não fazer com que ela se sinta ainda pior – respondo.

– Desculpe, os chifres enormes na minha cabeça não me deixam conseguir pensar direito.

Reviro os olhos e vou ao banheiro onde Ino entrou. Ela se trancou na ultima cabine e chora lá dentro. Bato duas vezes, chamando seu nome.

– Ino, sou eu, abre – eu digo, suspirando.

– Vá embora! Me deixe sozinha com a minha dor! – ela responde e assoa o nariz.

– Nem que você me pague. Anda, abre essa porta.

– Não!

Suspiro outra vez, me virando. Atrás de mim tem um espelho de corpo inteiro, que só serve para me fazer sentir ainda pior. O vestido longo maravilhoso de ontem à noite agora está em frangalhos. Está completamente amassado e a barra e os joelhos estão manchados por causa de quando eu caí no caminho porque meu salto quebrou. Minha maquiagem está borrada e meu cabelo parece um ninho de pássaros.

– Eu vou em casa pegar umas roupas, certo? – aviso, e ela me responde com uma fungada.

Saio do banheiro do jeito que estava e pergunto à recepcionista se há alguma possibilidade de Ino tomar banho aqui, e ela me responde que estava tudo bem desde que ela tivesse as próprias roupas e de preferencia as próprias toalhas e xampus.

– Naruto? – o chamo, e ele levanta os olhos do celular como se eu fosse um incomodo. – Pode me dar uma carona até em casa?

Ele não responde, mas levanta da poltrona e começa a caminhar em direção à saída. Não sei o que pensar, então apenas vou atrás dele. Ele não vira para trás uma única vez para ver se eu estou ali ou não, para ver se o estou seguindo ou não, apenas continua andando de modo mecânico. Sinto que tem alguma coisa muito estranha acontecendo.

Ele destranca a velha picape e entra no banco do motorista. Não abre a porta para mim. Não faz a mínima questão de se preocupar comigo.

Abro a porta sozinha e me jogo no banco, minha cabeça com duas mil ideias ao mesmo tempo, todas atropelando umas às outras e nenhuma delas se completando. O que foram os últimos dias? Quem era aquele Naruto perfeito que eu pensava conhecer tão bem? O que aconteceu com ele?

Naruto liga o carro e começa a dirigir em alta velocidade, o carro indo cada vez mais rápido. Eu pensava que se essa lata velha passasse dos oitenta cairia aos pedaços, mas parece que ela não é nem de longe tão acabada quanto eu pensava. Ele continua acelerando, cada vez mais rápido.

– Não acha que está indo um pouco rápido? – pergunto, me segurando no cinto de segurança. Naruto ri.

– Rápido? Você acha que eu estou indo muito rápido? Não acha que deveria ter me dito que era a senhora Uchiha?

– Podemos conversar quando você diminuir a velocidade?

– Ah, então até agora você quer ditar as regras?

O semáforo fecha e ele dá uma freada brusca, cantando pneu. Se vira para mim, os olhos não mais cheios de ódio, mas apenas tristes, com uma tristeza que faz meu coração quebrar.

– Você poderia ter dito. Poderia ter me dito que era uma deles. Nada disso estaria acontecendo se você tivesse me dito que era casada com ele.

– Você sabia que eu era casada.

– Mas não sabia que era uma Uchiha.

– Mas sabia que tudo o que eu mais quero é deixar isso para trás – eu digo, e ele volta a se virar para a rua quando o sinal abre.

– Isso nunca vai ser deixado para trás – ele responde. – Isso será para sempre parte da sua vida. Sua historia não pode ser contada sem falarmos dos Uchiha, então você é uma deles.

– Se eu sou, você também é – falo, vendo os nós de seus dedos ficarem brancos enquanto ele segura o volante com mais força que o necessário.

– Não se atreva a falar isso.

– Do jeito que você está falando, significa que alguma coisa muito ruim aconteceu no seu passado, e essa coisa tem a ver com os Uchiha. O que significa que a sua historia também não pode ser contada sem falarmos deles.

– Eu passei a minha vida inteira esquecendo isso. Não tenho nada a ver com esses assassinos.

– Então pode entender quando eu digo que não sou como eles, que quero apenas esquecer.

Ele estaciona o carro. Seu maxilar está trincado e eu não me lembro de tê-lo visto alguma vez tão nervoso. Tudo o que eu queria poder fazer agora era entender. Se eu soubesse um pouco mais sobre ele, se soubesse pelo que ele passou, poderia saber como ajudar. Se eu soubesse um pouco mais sobre o cara por quem me apaixonei.

Eu sou uma completa idiota.

– Vou te esperar durante quinze minutos – ele diz, os olhos fixos em alguma coisa à sua frente. – Se não chegar, vou embora sozinho.

Abro a porta do carro e entro na casa. Suspiro pesadamente, tentando colocar as ideias em ordem enquanto subo as escadas. Abro a primeira porta que vejo e quase caio para trás ao encontrar o quarto completamente vazio.

O quarto de Hinata.

Começo a vasculhar o lugar. Olho dentro do armário, embaixo da cama, dentro do banheiro, mas não encontro nada, nem sinal que alguém tenha morado nesse lugar.

Ela foi embora e não deixou nenhum rastro. Como se fosse nada mais que uma miragem que veio apenas para acabar com tudo de bom, e depois que conseguiu o que queria, tivesse ido embora.

Como se nunca tivesse existido.


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Notas finais do capítulo

nhác nhác
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