Caliente escrita por shussan


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

´´tadinha da Hina-san´´ ´´tomara que ela não fique muito chateada´´ ´´dá um jeito de não magoar ela´´ vcs disseram. Pois bem. Vocês precisarão de tempo para digerir tudo isso, então sem frase de música hoje



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As paredes eram de um dourado desbotado. Quadros coloridos com molduras antigas estavam pendurados por todos os lados. O chão era de taco, feito com madeira polida, e o teto era adornado com pinturas e um lustre brilhante com pedras preciosas que deixavam o lugar com uma aparência imponente, como se ninguém fosse bom o suficiente para estar ali.

Ino, Hinata e eu paramos em frente a um homem com terno preto e gravata borboleta que estava em pé em frente a uma espécie de púlpito feito de madeira rustica que escrevia em um caderno grosso com uma caneta dourada. Sua aparência parecia dizer eu-trabalho-aqui-mas-ainda-sou-melhor-do-que-você.

– Boa noite, em que posso ajuda-las? – ele pergunta, olhando para nós.

– Boa noite – Ino diz, dando um passo à nossa frente. – Temos uma reserva para as nove.

– Em nome de quem?

– Sabaku no Gaara.

Ele passa algum tempo procurando o nome na enorme lista. Hinata parece desconfortável no salto dois números menor que ela colocou para ficar mais alta para o seu Naruto-kun. Acho que vou vomitar.

– Sim, aqui está – ele diz, por fim. – Reserva para sete. Eles já estão à espera das senhoritas na mesa treze, perto da janela.

O homem dá um passo para o lado, dando-nos passagem e apontando a direção da mesa ao mesmo tempo. Vamos em fila até lá, Ino na frente, eu atrás dela, e Hinata atrás de mim. Encontro a mesa com os olhos, mas se o numero não estivesse em cima da mesa, eu não sei se os teria reconhecido.

Temari estava sentada com um vestido tomara que caia azul claro e os cabelos loiros descendo em ondas largas pelos ombros nus. Seus olhos estavam destacados por algumas camadas de rímel e as bochechas rosadas por blush, além de ter passado batom. Estava tão linda quanto eu nunca poderia imaginar que pudesse ficar.

Shikamaru parecia um personagem pintado no lugar errado. Usava terno preto e uma gravata amarela com listras azuis. O palito continuava pousado entre os lábios e o cabelo estava preso no rabo de cavalo de sempre, como se ele tivesse sido pego de surpresa com esse evento e só trocado de roupa.

Gaara batucava os dedos na mesa, observando o movimento da agua em sua taça. Usava um terno preto e gravata também preta, o que eu achei completamente estranho. Em primeiro lugar por ele estar vestido, e em segundo por estar com uma expressão completamente séria.

E Naruto... Ah, Naruto. Ele parecia chamar os olhares de todos à sua volta – ou seriam só os meus? -, usando um terno preto sob medida e uma gravata borboleta mal colocada. O cabelo estava penteado para trás e os olhos pareciam nervosos, olhando de um lado para o outro. O sorriso perfeito continuava estampado no rosto.

– Estavam esperando por alguém? – Ino fala, colocando as mãos na cintura.

– Ah, ate que enfim! – Gaara fala, dando uma risada nervosa. Ele, Naruto e Shikamaru se levantam. – Pensei que não fossem vir.

– É quase impossível achar um lugar para usar um vestido desses – Hinata diz, rindo.

– Fico feliz que tenha gostado – Naruto responde, a fazendo corar.

É possível alguém corar por tudo?

Os três puxam as cadeiras restantes na mesa, Gaara puxa uma cadeira ao seu lado para Ino, Shikamaru puxa uma para Hinata ao lado dele e Naruto puxa uma ao seu lado para mim. Hinata me olha estranho enquanto se senta.

– Naruto – o chamo enquanto desdobro um guardanapo e o coloco no meu colo. Ele me olha. – O que significa tudo isso?

– Você tem a mania de querer apressar as coisas – ele responde, sorrindo.

Mas seu sorriso não é mais como os outros, seu sorriso parece estar escondendo alguma coisa. Não uma coisa como me levar a um parque de diversões, mas uma coisa maior.

– Tenho a mania de querer saber o que está acontecendo – eu digo.

– Confie em mim – ele fala, coçando a cabeça com um sorriso ainda maior e mais estranho. – Eu sei que você vai gostar.

Fico em silencio, olhando para a mesa. Ino estava sentada entre Gaara e Shikamaru – o que me pareceu um tanto estranho -, Temari estava sentada ao lado do marido, e ao lado dela estava Hinata. E ao lado de Hinata estava Naruto, e ao seu lado estava eu. Não consegui pensar em nada que precisasse ser dito nesse lugar para essas pessoas.

– Eu não consigo acreditar que isso tudo saiu da sua cabeça – Ino diz, ajeitando o cabelo do namorado.

– Para falar a verdade, Temari me ajudou um pouquinho – ele responde, segurando a mão de Ino e fazendo linhas ali, como se escrevesse alguma coisa. Passeou por cada um de seus dedos.

– Um pouquinho? – a loira riu. – Eu fiz quase tudo sozinha.

– Mas a ideia foi minha – Naruto se mete.

– E a coragem foi minha – Gaara diz.

– E o dinheiro foi meu – Shikamaru fala, bocejando.

– Quer tentar ser educado pelo menos uma vez na sua vida? – Temari o censura. Ele dá de ombros e acena para o garçom, que vem até nós com uma rapidez impressionante.

– O cardápio, por obsequio – Gaara pede, chamando a atenção de todos na mesa.

Por obsequio? – Hinata faz a pergunta que todos pensamos em fazer.

– É, não é assim que... – Gaara se enrola com as palavras. – Que as pessoas ricas pedem por favor?

O garçom coloca um cardápio na mão de cada um. Eu não entendo o nome de quase nenhum prato, mas o preço de todos me fez perder o ar.

– Hm... Desculpe – eu digo, tentando procurar algum prato que custe menos de três dígitos. Até a agua é cara aqui –, mas eu não sei se tenho como pagar algum desses pratos.

– Você realmente não achou que eu fosse te deixar pagar alguma coisa, achou? – Naruto pergunta, piscando para mim.

– Claro que não – Shikamaru responde, com sarcasmo. – Quem vai pagar tudo por aqui sou eu.

Shikamaru – Temari diz.

– Certo, já calei.

– Se quiser uma sugestão – Naruto diz, se aproximando de mim -, pegue o prato vinte e três. Eu não sei de que é feito, mas é muito bom.

Todos fazemos nossos pedidos pelo numero do prato – e eu não sei dizer se é por não saber falar o nome dos pratos ou porque é coisa de gente rica – e esperamos pacientemente nossos pedidos enquanto conversamos sobre trivialidades.

– Eu quero duas garrafas de champanhe – Gaara diz ao garçom enquanto ele está indo embora e atrai os olhares de todos outra vez.

– Isso não é um pouco caro? – Hinata pergunta.

– Isso não é da sua conta – Gaara responde, ríspido. Percebe os olhares estranhos de todos e suspira. – Desculpe, desculpe Hinata, eu só... Só estou um pouco nervoso.

– T-tudo bem – ela responde, os olhos prateados marejados. Pega a própria bolsa e se levanta. – Se vocês me dão licença, eu preciso ir retocar a maquiagem.

E ela vai embora com a cabeça baixa, deixando todos para trás sem saber o que dizer.

– Você pode explicar pelo menos por que está tão nervoso? – Ino pergunta, bebendo um gole de água.

O garçom volta com duas garrafas de champanhe e abre uma despejando uma dose em cada taça.

– Eu posso explicar – Gaara diz, estalando o pescoço enquanto se levanta com a taça de champanhe na mão. – Mas antes eu gostaria de pedir um minuto da atenção de todos para um brinde.

O barulho de conversas, taças e talheres em todo o salão cessam no mesmo instante. Gaara respira profundamente e coloca a própria cadeira de volta no lugar, se afastando alguns passos da mesa enquanto caminha pelo restaurante em volta de todas as mesas.

– Sabe – ele começa -, quando eu tive essa ideia, pensei que estivesse ficando completamente maluco. O quê? Um cara como eu? Pensando em coisas assim? Só poderia ser o meu coração me pregando uma enorme peça – ele riu, tocando no ombro de uma mulher. O marido dela olhou feio para Gaara. – Mas então eu pensei melhor e percebi que não era nenhuma peça, era uma coisa muito pior.

Ele voltou a caminhar na direção da mesa.

– Quando eu a conheci, pensei que fosse ser só mais uma. Ela era igual a mim, só queria se divertir e não se importava em quem iria se machucar, afinal, nunca era ela. E comigo era a mesma coisa.

Ele colocou a mão na frente do rosto de Ino, a convidando a se levantar. Ela foi no mesmo instante.

– Mas então eu a conheci e as coisas começaram a ficar serias. E eu conheci a pessoa maravilhosa que ela é. Conheci suas qualidades e seus defeitos. Notei como ela acorda linda todas as manhãs, mas como sempre está de mau humor. Percebi o quanto ela gosta de festas e comecei a dar festas três vezes por semana na minha casa.

O salão inteiro mantinha sorrisos no rosto enquanto observava o casal, mas nenhum dos sorrisos era maior do que o de Ino. Pensei em levantar e bater a mão na mesa e gritar EU TE AVISEI, mas achei que isso cortaria um pouco o clima, então me contentei em sorrir.

– Soube mais da sua vida, da sua família, dos seus amigos, e percebi que ela é uma pessoa honesta e que ama os que estão perto dela mais do que tudo. Ela é honesta, divertida e inteligente. Além de ser a mulher mais linda de todo o mundo.

Naruto pousou sua mão sobre a minha e a afagou, sem dizer uma única palavra.

Gaara puxou o tecido da calça que estava na altura do joelho direito e o pousou no chão, segurando a mão de Ino com uma mão, enquanto a outra vasculhava o próprio bolso. De lá ele tirou uma caixinha preta de veludo. Os olhos de Ino ficaram marejados.

– Depois de muito pensar nisso, e de decidir se isso era uma peça do meu coração comigo, decidi acreditar que era algo muito pior. Eu estava apaixonado por você. Eu estou apaixonado por você. – ele riu. – Nunca pensei que fosse dizer isso para alguém. Eu me sinto tão bem com isso... Quero sentir isso para o resto da minha vida.

Ele abre a pequena caixa, exibindo duas alianças douradas.

– Ino Yamanaka, aceita passar o resto da sua vida ao meu lado?

Ino tirou a mão de junto da dele, as juntando na frente do rosto.

– Eu gostaria de aproveitar a oportunidade – Naruto diz, se levantando. Vejo Hinata sair do banheiro pelo canto do olho. Naruto se ajoelha e segura a minha mão. – Só Sakura, aceita ser a minha namorada por toda a eternidade, e que seja eterno enquanto dure?

– NÃO! – Hinata berra, correndo até nós. – É óbvio que ela não aceita, isso está completamente errado.

– Desculpa Hinata – eu digo, sem paciência -, mas eu acho que ele perguntou para mim.

– Exatamente, por isso está errado! – ela diz. – Era para você perguntar isso para mim. Você comprou esse vestido para mim, você me convidou para vir aqui.

– Sim, Hinata – Naruto responde, suas bochechas levemente rosadas de vergonha. – Porque você é uma das minhas melhores amigas e eu queria que estivesse aqui em um dos momentos mais importantes da minha vida.

Melhor amiga? – ela gargalha alto. – Você acha que eu sou sua melhor amiga? Eu te amo, seu imbecil. Desde quando você não era nada mais que um fedelho idiota. Desde quando você não chamava atenção nem dos mosquitos. E agora que temos idade, você escolhe... Isso! Tem alguma coisa muito errada!

– Sim, tem uma coisa muito errada! – Ino diz, deixando Gaara no meio do restaurante e se aproximando de nós. – E essa coisa é você não cuidar da sua vida! Se liga, garota. Isso não foi suficiente para você perceber que levou um fora? Ele não te quer, rala, vaza daqui. Vai embora, desinfeta.

– Aparentemente eu não consigo cuidar da minha vida – Hinata ironiza. – Mas se eu não consigo cuidar da minha vida, consegui cuidar muito bem da de vocês. E se eu “levei um fora”, significa que não preciso proteger mais ninguém das atrocidades que vocês fizeram a vida toda, não é?

– A saída é por ali – Temari aponta.

– Vamos começar por você, senhorita Haruno Sakura. Ou eu deveria dizer Uchiha Sakura? – Naruto se retesa. – Sim, o marido de Sakura é o grande Sasuke Uchiha. E sim, ela escondeu isso de vocês o tempo todo. Ela ainda é casada, e nem ao menos começou um processo de divorcio. Ela teve a audácia de fugir do próprio marido até o México, onde o traiu com o primeiro cara que deu a ela algodãodoce.

– Como você pode saber disso? – pergunto, ficando em pé na frente dela, que não me responde. – Você estava lá? Você estava nos seguindo? Você é louca, garota?

– Certo, a mim você chama de louca, mas a sua amiga vadia ali você acha que é normal – ela aponta Ino.

– Você me chamou de quê? – Ino pergunta, partindo para cima de Hinata. Gaara segura a namorada.

– VADIA! Quer que eu fale mais alto?

– Acho melhor você sair daqui, Hinata – Shikamaru fala, bebendo seu champanhe que já deve ter ficado quente.

– Por quê? Está com medo que eu diga alguma coisa, senhor-pula-cerca?

– Como é que é? – Temari pergunta, ficando de pé.

– Exatamente, ele traiu você. – Hinata responde, rindo alto. – E quer saber com quem? Com o amor da vida do seu irmão. Ino Yamanaka, palmas para ela! – Hinata bate palmas sozinha, o restaurante todo em silencio.

Temari olha para o marido e depois para Ino, que estava completamente parada em estado de choque. Gaara tinha soltado seus braços e encarava Shikamaru, que finalmente ficou em pé.

– Você não acha que destruiu vidas demais? – uma mulher de outra mesa pergunta a Hinata. – Vá embora, seu showzinho acabou.

– Sim, você tem razão – a morena fala, ajeitando a bolsa em seu ombro. – Acho que está na hora de ir embora. As cartas foram jogadas na mesa. Pense bem nisso, Naruto-kun, quer mesmo se casar com uma Uchiha?

Ela caminha para a saída, mas para na frente de Ino e dá um tapa forte no rosto da loira.

– Sabe, eu não tinha nada contra você – ela diz, calmamente. – Seu único problema foi se meter com as pessoas erradas – Hinata olha uma ultima vez para mim e sorri, saindo do restaurante.

– Me diz que você não... – Temari pede.

– Não é como você pensa – Ino diz para Gaara, tentando fazer ele voltar a olhá-la, mas ele não faz isso. – Não significou nada, só me abriu os olhos. Me fez perceber o que eu realmente sentia por você!

– Então você precisou me trair para perceber o que “realmente sente por mim”? – Gaara pergunta com ironia.

– Não fale como se nunca tivesse me traído também!

– E eu nunca traí! – ele grita, mais alto do que ela. Suspira. – Pela primeira vez na vida eu posso dizer com sinceridade que não te traí. – ele ri. – E pela primeira vez quem sai machucado sou eu...

– Não precisa sair, não precisa ser o final – ela responde.

– Não precisa? – ele pergunta, um sorriso irônico no rosto. – Você acha que não precisa ser o final? Depois de tudo isso?

– Meu bebê... – Temari fala, olhando para o chão. Entre suas pernas se formava uma pequena poça de sangue.


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Notas finais do capítulo

´´tadinha da Hinata´´ ´´espero que ela não fique magoada´´
coments?



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