Sonhos de Uma Outra Vida 2 escrita por Luhni


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Olá! Alguém aqui ainda acompanha a fic? ç.ç Por favor me desculpem a demora, mas eu fiquei com um bloqueio para escrever sobre essa história depois do final de Naruto e como se não bastasse logo em seguida eu perdi a minha avó, então se vocês já perderam alguém querido sabem como isso dói e não tinha ânimo para escrever. Mas já estou melhor e sem bloqueios (graças!) por isso vim postar esse capítulo. Eu queria que ele fosse maior para compensar o atraso, mas iria demorar mais então deixei do tamanho normal dos outros.
Muito obrigada aos reviews, logo responderei aos que faltam!
E mais uma vez desculpe a demora.
Boa Leitura!



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– Que sobrinha mais mandona eu fui arrumar - e Itachi sorriu de canto ao ver que teria uma oportunidade. - Tudo bem, eu vou lhe contar tudo.

Saori aquiesceu e cruzou os braços a fim de ouvir a história do seu “tio”, se é que poderia chamá-lo assim. Itachi observou a menina, estava claro que ela não confiava em si e o que estava prestes a lhe contar não facilitaria as coisas para ele, mas não tinha outro jeito. Abriu a boca, porém nenhum som se fez presente. Depois de tanto tempo hesitava em ter a conversa que sempre esperara, talvez não soubesse ao certo por onde começar, mas para Saori o moreno apenas estava a enrolando e bufou em descontentamento. Itachi ao ver a impaciência da menor, pigarreou antes de iniciar a narrativa:

– A família Uchiha sempre foi uma das famílias mais respeitadas em Konoha, meu pai, seu avô Fugaku, foi o responsável por fazer a fama e a riqueza do nosso nome, mas isso exigiu muitos sacrifícios também. Sempre havia pessoas ao nosso redor que tentavam se aproximar para se beneficiar de alguma forma e... Sasuke alguma vez contou que ele foi sequestrado? – interrompeu sua linha de raciocínio e encarou a menina que estava surpresa com o que ouvira.

– Lie – murmurou desconfiada.

– Talvez ele não se lembre, ele era apenas uma criança de três anos na época... – falou de forma nostálgica antes de continuar, agora sério – Quando isso aconteceu todos nós ficamos desesperados, mas no final o otou-san conseguiu trazer Sasuke de volta e a salvo.

– O que isso tem a ver? – Saori o interrompeu sem entender em que aquele fato se relacionava com ela ou com o fato de não conhecer o seu tio.

– Depois disso todos nós ficamos mais cautelosos com quem se aproximava da nossa família e quando Sakura apareceu na vida de Sasuke...

– Vocês a trataram mal por ser humilde – Saori o cortou mais uma vez – Oka-san já me contou essa história. – Itachi suspirou, realmente não seria fácil conversar com a menina.

– É verdade, mas tente entender que as coisas eram diferentes naquela época e ainda teve Karin – Saori sentiu um arrepio ao ouvir o nome da ruiva e Itachi notou o desconforto da menor – Desculpe, sei que não é algo que você gosta de lembrar.

– Não se preocupe com isso – retrucou virando o rosto e dando de ombros como se não ligasse para o que ele dissera e Itachi resolveu continuar.

– Karin sempre foi uma conhecida da família, seus pais também eram do mesmo círculo social que o nosso, portanto, quando ela nos alertou quanto às intenções de Sakura todos nós repudiamos o namoro dos dois – disse com a voz carregada de culpa.

“Eu nunca havia discutido com o meu otouto antes, Sasuke sempre me admirou tanto e eu sempre o protegia de tudo, mas quando soube que Sakura estava usando Sasuke para ficar rica, nosso relacionamento mudou. Eu briguei diversas vezes com Sasuke para que ele terminasse o namoro e quando soube que ela estava grávida chegamos até a nos agredir e muitas coisas que não deveriam, foram pronunciadas. Sasuke havia largado a família para viver um amor que eu acreditava ser falso, ele estava disposto a assumir um filho que pensávamos não ser dele, ele brigou com toda a família por causa de Sakura e chegou a sair de casa em uma das brigas com o pai.

Nunca havia visto Sasuke atacar nosso pai daquela forma, ele que sempre tentou o seu melhor para honrar o nome da família, estava dando as costas a tudo por causa de uma mulher que estava o enganando e, por muito tempo, eu e meus pais odiamos Sakura por causa disso. E quando achamos que tudo estava perdido, Sasuke apareceu na porta de casa, desolado. Ele havia descoberto que Sakura estava traindo-o.”

– Minha mãe não traiu ninguém – Saori interrompeu a narrativa. Não iria deixar ninguém ofender Sakura na sua frente.

– Sabemos disso agora, mas na época as provas estavam contra a sua mãe – explicou Itachi e a menina aquiesceu para que ele continuasse.

“Nossos pais acolheram Sasuke de volta e eu pensei que mesmo que ele estivesse sofrendo, logo esqueceria a rosada, pensei que o ele sentia fosse algo banal, uma paixão de adolescente, mas não foi isso que aconteceu. Eu nunca havia visto Sasuke daquela forma. Ele e Sakura ficaram separados por três meses e eu via o meu irmão sofrer cada vez mais por causa disso, mas nossa família sempre foi orgulhosa e se Sasuke não queria dar o braço a torcer, nós também não demonstrávamos nenhuma vontade de que ele voltasse a namorar Sakura, mesmo que víssemos como ele estava.”

– Acho que o orgulho realmente é algo de família – murmurou Saori e Itachi sorriu de canto antes de pigarrear e voltar a falar:

– Então, um dia Sasuke ficou sabendo que Sakura havia passado mal e estava internada no hospital. Ele ficou desesperado, mas o otou-san não quis permitir que ele saísse de casa, foi então que tudo teve fim. – fechou os olhos com força, era como se visse a cena da discussão entre seu pai e seu irmão na sua frente mais uma vez.

“Sasuke ficou furioso, ele não aguentava mais ficar longe de Sakura, não importava se ela havia o machucado, eu via que ele a amava e lutaria com todas as suas forças para ficar com ela. Mesmo quando o otou-san disse que ele seria excluído da herança e que não seria mais considerado filho dele, Sasuke não recuou e saiu de casa mais uma vez. Porém, ele não retornou dessa vez. Nós ficamos anos sem ter contato com Sasuke. Eu não admitia estar errado, mesmo vendo que Sasuke construía a sua nova família ainda queria acreditar que meu irmão havia se enganado, e minha mãe, apesar de sofrer, não conseguiu ir de encontro com as ordens de meu pai que também manteve a sua promessa de esquecer que um dia teve outro filho.”

– E o que fez vocês mudarem de ideia e irem procurar o otou-san agora? – Saori indagou.

– Você – foi a resposta simples que Itachi deu e a menina arregalou os olhos surpresa com aquilo.

– Como assim?

– Soubemos do que aconteceu há dez anos. O incêndio. – o tom de voz mais grave e soturno que Saori se questionou o motivo do moreno parecer irritado, mas continuou apenas ouvindo o que ele tinha a dizer.

“Você pode não acreditar, mas eu, minha mãe e meu pai sentimos muito com a sua suposta morte. Nós nunca havíamos te conhecido, porém isso não mudava o sentimento de perda que tivemos. É como aquele ditado que diz que você só dá valor as coisas que tem quando as perde. Você era minha sobrinha, você tinha avós que nem sequer conhecia e saber que nunca poderíamos reparar o nosso erro fez com que tentássemos uma reaproximação com Sasuke. Pensamos que pelo menos com Daisuke poderíamos ter a chance de sermos uma família de novo. Mas não foi isso que aconteceu...”

– O otou-san não quis. – supôs Saori, interrompendo-o de novo, pelo jeito a menina não conseguia ficar muito tempo calada.

– Sim, Sasuke impediu qualquer forma de aproximação e jogou muita coisa na nossa cara – disse e sorriu amargurado – E como ele estava passando por um momento difícil, resolvemos deixá-lo em paz.

– Então, porque agora?

– Porque você voltou! – e ao ver a confusão no rosto da menina, continuou – Saori, você não entende?

“Antes, demos espaço a Sasuke porque ele sofria com a sua morte, mas a partir do momento que você voltou e tudo foi esclarecido sobre Karin, nós vimos que estávamos errados desde o início sobre Sakura e que podíamos ter outra chance de voltar a ser uma família mais uma vez. Nós queríamos nos redimir pelos nossos erros.”

– E porque Fugaku não veio até aqui? Porque só você? – questionou após ouvi-lo, tentando sufocar uma parte sua que havia ficado balançada com a história do moreno.

– Como você disse, o orgulho é algo de família e admitir que estava errado é algo muito difícil para meu pai, então vim com intuito de aproximá-los – explicou com um sorriso triste e depois voltou a encará-la, sério – É isso, então, o que me diz Saori? Você vai me ajudar?

– Não me leve a mal, mas eu não sei se devo me meter nessa história e, mesmo que quisesse, como eu poderia ajudar? – indagou sem graça, sem saber ao certo o que pensar disso tudo, estava dividida entre ajudar Itachi e permanecer ao lado do pai, respeitando-o.

– Saori, seus avós querem te conhecer e a Daisuke também, mesmo que Sasuke não queira, por favor, não queremos perder a nossa última chance... – pediu com as mãos em punho e Saori estranhou aquele comportamento, ele estava lhe escondendo algo?

– O que quer dizer?

– Tem mais uma coisa que tenho que te contar...

– Saori, Saori! Saori! – gritou Sasame e a Uchiha caiu do colchão em que estava.

– Itai! O que foi? – resmungou irritada.

– Eu é que digo, o que foi? – brigou a Nara – Estamos te chamando há horas e você parece no mundo da lua!

Foi só então que se deu conta onde estava e que não estava sozinha. Ela estava na casa de Akane com as meninas para a tal festa do pijama, mas o que poderia fazer se a conversa que tivera com o seu recém-descoberto “tio” não saia de sua cabeça? Depois de ouvir a confissão do moreno ela prometeu pensar na proposta dele, mas queria contar para Daisuke e ver a opinião dele sobre o assunto antes de tomar uma decisão.

– Saori! – bufou Hana, chamando sua atenção – O que você tem?

– Gomen, não é nada, estava apenas distraída – e sorriu timidamente.

– Não minta – reclamou Hana.

– Pode nos contar, Saori-chan – Akane se manifestou ao pôr uma mão no ombro da menina, sentando-se ao seu lado.

– Eu só estava pensando em... – hesitou por um momento, pensando nas palavras que proferiria a seguir - ... Hideo e como vai ser quando ele for pra faculdade – e abaixou a cabeça por não contar a verdade para as amigas, mas era algo que devia discutir primeiro com o irmão e, tecnicamente, também estava preocupada com isso.

– Ahh porque não disse isso logo? – Hana falou ao se aproximar, ficando de joelhos em frente a morena. – Eu também estava pensando nisso, sabe? – confessou para em seguida soltar uns risinhos – Eu já tenho um plano!

As três garotas reviraram os olhos ao ouvir a palavra “plano” ser pronunciada por Hana e se prepararam para o que estava por vir.

– E o que é? – Saori indagou com medo da resposta.

– Eu irei todos os dias até a universidade, é claro! – e cruzou os braços com um sorriso gigante nos lábios, adorando sua ideia.

– Nani? – Sasame foi a primeira a se manifestar – Ryuu irá cursar direito junto comigo e até onde eu saiba quase todas as aulas terão retorno – disse com pesar pelo o que viria a seguir.

– E daí? – questionou Hana e Saori bateu com a mão na testa, a Uzumaki só podia estar brincando.

– E daí que o Ryuu não vai ter muito tempo para ficar com você na universidade – explicou a Uchiha e Hana arregalou os olhos perolados ao se dar conta disso.

– Bom, mas ele terá que almoçar e será comigo e eu vou lá quando ele não tiver aula e... – começou falar sem parar dos planos que tinha para quando Ryuu estivesse estudando.

– Ano que vem terá treino das líderes, não se esqueça disso – Sasame apontou e Hana começou a ficar desesperada com a probabilidade de não conseguir ver o namorado.

– Nani? M-Mas...mas...o que eu vou fazer? Quando eu vou ver o Ryuu-kun? – indagou chorosa e Akame tratou de acalmá-la.

– Calma Hana-chan. Vocês vão achar um tempo e tudo vai se resolver.

– Ahh Akane-chan! – e se jogou nos braços da prima para em seguida gritar nervosa – Você e Sasame tem tanta sorte! Seus namorados continuarão juntos de vocês! O que faremos Saori-chan? – indagou olhando a Uchiha que deu de ombros.

– Como eu disse ainda não pensei muito no assunto. – e ao ver o desespero se espalhar pelo rosto da loira, se apressou para continuar – Mas tenho certeza que vai dar tudo certo, basta nos organizarmos, não é?

– Saori tem razão e não significa que as coisas estejam melhores para mim, afinal como eu disse, terei aulas quase o dia todo e Daisuke também estará ocupado com o curso dele. – afirmou Sasame e Hana se jogou nos braços, agora, da Nara comovida com a situação dela. – Está tudo bem, vamos dar um jeito – consolou a mais velha um pouco sem jeito.

– Sei que pode ser bobagem minha, mas na faculdade há muitas meninas bonitas e se aparecer alguma que der encima do Ryuu-kun? – reclamou com um biquinho ainda nos braços de Sasame que suspirou.

– Eu estarei na mesma sala que ele, esqueceu? – e afastou a Uzumaki de si – Não tem como ele fazer nada sem que eu saiba e se eu souber ele sabe que está morto – avisou, piscando para a loira que pareceu se animar um pouco mais.

– Além disso, é mais provável que o Ryuu fique morrendo de saudades suas, Hana-chan – Akame completou e foi o suficiente para a menina voltar ao seu jeito de sempre.

– Tem razão! E ele vai ficar maluquinho para ficarmos sozinhos quando nos encontrarmos, então é melhor eu preparar as coisas, né? – disse empolgada e Akame e Sasame apenas riram da amiga, mas Saori ficou um pouco confusa com o rumo da conversa.

– Preparar o que? Do que você está falando Hana? – indagou Saori ao pegar um refrigerante e tomar um gole.

– Ué? Eu quero dizer que tenho que me preparar para arrumar uma desculpa e assim podermos dormir juntos – respondeu de forma simples e Saori começou a se engasgar.

– Nani? Quer dizer que vocês... bom, vocês... – murmurou com o rosto corado, sem conseguir terminar a frase.

– Eu namoro o Ryuu-kun há um tempo já! Você sabe! E quase viu também daquela vez.

– Por favor, não me lembre disso! – pediu ao recordar-se da festa na casa dos Nara onde descobriu o namoro escondido de Ryuu e Hana. Mas aquilo a fez perceber algo e se voltar para Sasame, intrigada – Er... Sasame, bom... – e a Nara riu da inocência da menina.

– Se está querendo saber de mim e Daisuke, sim nós já transamos, sei que não foi muito tempo, mas foi especial fora que o Daisuke tem uma pegada e...

– Lálálálálá eu não estou te ouvindo! – berrou Saori, tampando os ouvidos e fazendo todas as meninas rirem, mas o que podia fazer? Não queria ouvir detalhes sobre a vida sexual do irmão, porém porque ela parecia ser a única incomodada com o assunto? – Matte, Akane e você? Não vai me dizer que você também? – questionou perplexa ao ver a Hyuuga sempre tão envergonhada estar tranquila com o assunto discutido.

– H-Hai! – disse envergonhada e todas as meninas gritaram antes de cercar a Hyuuga.

– E como você não conta isso? – Hana reclamou, aquilo era novidade para ela e não gostava de ficar de fora dos acontecimentos.

– É que... bom, aconteceu somente uma vez... no Natal... – disse sem graça enquanto esfregava uma mão na outra. Ainda não tinha tido oportunidade de contar para as amigas o que havia acontecido e nem sabia como abordar o assunto, até aquele momento.

– E você Saori? Você já foi até o final com o meu irmão? – Hana aproveitou para sondar a futura cunhada e Saori corou com a indiscrição.

– Nani? Não te incomoda eu falar sobre isso com você, Hana? – tentou fugir do assunto, estava desconfortável.

– Lie! Já me acostumei de ouvir outras garotas falando de uma noite com o... ah gomen! – interrompeu-se ao ver que havia falado demais e Saori parecia irritada.

– Não se preocupe. Eu não ligo. – forçou um sorriso mesmo que por dentro fervesse de raiva. Aquele Hideo idiota e sua fama mais idiota ainda. Suspirou, não era como se ela esperasse que ele fosse um santo. O problema era justamente o contrário.

– Mas então, como foi? – Hana indagou mais uma vez, tentando quebrar o clima tenso.

– Bom, nós nunca fizemos nada de mais. – murmurou envergonhada. Sempre se sentia tão madura por conhecer mais coisas do que suas amigas e ter vivenciado tantas experiências de vida, mas agora não passava de uma garotinha assustada e inexperiente.

– Nani? – gritaram as três, surpresas.

– Nada de mais? – Sasame indagou.

– Bom, nada disso que vocês estão imaginando! – se apressou em dizer – Nós nos beijamos e nos abraçamos, só! – explicou sem saber ao certo se essa seria a melhor resposta.

– Saori, o Hideo-nii... ele nunca tentou avançar o sinal? – Hana voltou a perguntar

– Avançar o sinal?

– É pegar em... outros lugares? – e a Uzumaki colocou as mãos nos seios para representar e a menina corou furiosamente.

– Ele sabe que se tentar ele perde a mão! – vociferou, constrangida e as meninas suspiraram.

– Não é assim Saori. Desse jeito você irá afastá-lo! – Sasame a repreendeu.

– Por quê?

– Você tem que entender uma coisa, Saori! – disse a Nara como se fosse uma sábia – Garotos são movidos pela atração, pelo desejo e é importante o seu namorado lhe desejar.

– Mas ele me deseja! – rebateu e diante do olhar perscrutador das três garotas se encolheu e começou a mexer em uma mecha, colocando-a para trás da orelha – Eu acho...

Hana mordeu o lábio, sem saber ao certo o que fazer, não queria pressioná-la ou induzi-la a algo, mas como amiga da Uchiha tinha o dever de alertá-la, foi por isso que voltou a falar:

– Saori, gomen, mas o oni-chan sempre ficava com diversas garotas, diversas vezes, então não acho normal ele ir tão devagar.

– É verdade. – Sasame disse – Quando eles não têm o que querem, eles procuram quem possa lhes dar.

– Oe, vocês estão a assustando! – Akane se queixou – Saori, não se preocupe! Converse com ele, tenho certeza que o Hideo não está ficando com mais nenhuma garota nem nada parecido.

– Você não está ajudando também Akane – murmurou decepcionada ao pensar na possiblidade de estar sendo traída.

– Ah o que eu quis dizer é que ele... – Akane tentou se consertar, e Sasame veio ao seu socorro, interrompendo-a:

– Bom, vocês tem pouco tempo juntos também, não precisa se preocupar com isso agora. Não ligue para nós!

– Além disso, não queremos te pressionar e nem deixe que ele te pressione. Esse momento é único! E quando acontecer tenho certeza que você vai gostar! – Hana disse e Sasame e Akane começaram a chamá-la de pervertida, fazendo Saori rir.

Depois disso as amigas mudaram de assunto e a noite de pijamas seguiu normalmente. Saori tentou não pensar no que as amigas haviam lhe falado, mas ao se deitarem foi impossível não se questionar sobre o fato de Hideo não lhe desejar. Sabia que ele era mulherengo, mas pelo o que Hana disse ele estava acostumado a fazer sexo normalmente, então porque em nenhum momento ele havia tentado algo consigo? Ele não a desejava como mulher? Ou ele de repente estava a traindo como Akane disse? Não. Balançou a cabeça, ele não a trairia, não é? Eles estavam bem, havia tido um ótimo encontro no Natal e... ela estragou o resto da sua noite. Bufou, xingando-se mentalmente e apertou o travesseiro com força, era culpa sua ele não a desejar, então?

Virou de lado para encontrar uma posição melhor para dormir e não pensar em besteira, mas ao invés disso só conseguiu pensar que, talvez, naquele dia de Natal ele pudesse ter desistido de ficar consigo. Talvez ele não fosse tentar mais nada com ela porque ele não precisava e talvez ele nem estivesse interessado em seu corpo e, pela primeira vez se sentiu insegura com a sua aparência, em não conseguir agradar Hideo. Afundou o rosto no travesseiro e teve vontade de gritar por estar agindo daquela forma, porque estava assim? Gostava tanto do loiro ao ponto de se preocupar com a forma como ele a via? Suspirou ao ver que a resposta apareceu mais rápida do que gostaria: Sim.

–*-

– Então, o que você acha? – indagou ao irmão que apenas ouvia a sua história acerca do tio.

Três dias haviam se passado desde a festa do pijama e só naquele momento ela havia conseguido ter um tempo para falar com Daisuke sobre o encontro com Itachi. Ao retornar da casa de Akane soube que havia chegado a carta com o resultado dos exames de admissão de Daisuke e toda a família comemorava a aprovação do primogênito. Depois disso as coisas haviam acontecido rápido demais. Sakura não parava de falar que Daisuke não sairia de casa e que teria que ver tudo o que ele precisaria para estudar e Sasuke, orgulhoso do filho, havia decidido dar um jantar em homenagem a este com os amigos, afinal todos haviam conseguido entrar na universidade.

O jantar teria sido normal se ela não analisasse cada ação de Hideo para consigo e não estivesse cada vez mais mal humorada. Ele estava empolgado por ter conseguido passar e não parava de sorrir e conversar animadamente com os amigos, Daisuke parecia não largar Sasame e combinar planos para quando estivessem na universidade e Ryuu abraçava Hana e a mimava para que ela não reclamasse que seria abandonada pelo namorado. Mas Hideo nem parecia se lembrar de que não a veria com tanta frequência, ele segurava sua mão e às vezes a abraçava, mas ela percebia uma diferença de tratamento quando via os seus amigos juntos. Até Akane que era super tímida e discreta, vez ou outra dava um beijo simples em Ichiro.

Em partes ela sabia que esse distanciamento era por causa do seu pai que não desgrudava os olhos de si, mas Hideo poderia burlar um pouco aquelas regras, não? Ou será que ele não a achava atraente o suficiente? Ou então que ele pensava que fosse rechaçá-lo? Mais uma vez pensou que a fosse culpa sua por ele agir assim e mais uma vez se irritou. Por causa disso, mesmo estando feliz por todos terem conseguido entrar na universidade, agradeceu mentalmente ao ver que aquele jantar havia acabado e pode se despedir do namorado antes que brigasse com ele por alguma bobagem.

Foi quando decidiu que daria um jeito de conversar depois com o loiro, mas primeiro resolveria o seu problema com Itachi, afinal tinha que dar uma resposta ao moreno e, pelo menos nesse caso, ela podia pedir ajuda ao seu irmão.

– O que eu acho? – o rapaz chamou a sua atenção – Eu acho que a oka-san deve ter deixado você cair do berço quando era pequena – e bufou irritado ao cruzar os braços – Eu não disse para você não fazer nada precipitado?

– Mas você não estava fazendo nada e eu não aguentava mais ter aquele cara me seguindo! – retrucou.

– Aí é que você se engana – disse para a surpresa da menor – Eu já sabia quem ele era e...

– E você não me contou nada? – vociferou batendo com um travesseiro na cara do irmão.

– Eu ia contar e... quer parar de me bater Saori? – retrucou furioso e Saori, mesmo a contragosto, parou para ouvir o que o irmão tinha a dizer.

– É bom que tenha uma boa justificativa! – disse com os braços cruzados e Daisuke revirou os olhos.

– Eu descobri faz pouco tempo e não sabia de muita coisa, apenas que ele era o nosso tio e que o otou-san não se dava bem com ele.

– Então isso é realmente verdade? – uma parte sua ainda queria acreditar que talvez ele tivesse mentido para si.

– Hai! Eu queria descobrir mais coisas antes de te contar, então guardei segredo até descobrir algo mais.

– E como você descobriu quem ele era? – Saori estava curiosa sobre os métodos do irmão que apenas sorriu de canto de foram prepotente.

– Eu tenho os meus métodos – respondeu e Saori revirou os olhos.

– Você fala como se fosse o chefe de uma gangue – murmurou e Daisuke sorriu ainda mais.

– Talvez eu seja – brincou e Saori atirou um travesseiro nele.

– Não diga isso nem brincando! – brigou e Daisuke olhou curioso para a irmã que apenas virou o rosto, desviando o olhar.

– Algum problema Saori?

– Nenhum, só não gostei do que você falou – disse ainda sem encará-lo e ele soube que ela escondia algo de si.

Havia determinados fatos da vida de Saori, da época em que ela viveu no orfanato e fora dele, que Daisuke ainda não conhecia e não tinha certeza se queria saber, afinal falar sobre o passado poderia machucar mais ele do que a irmã. Saber do quanto ela sofreu e como ninguém a ajudou, talvez pudesse até não significar mais nada para ela, mas ele sempre se culparia e aquilo sempre doeria nele. Por causa disso resolveu não questionar mais sobre o assunto.

– Mas, então, o que vamos fazer? – Saori tratou de mudar de assunto e Daisuke refletiu por um momento.

– Ele deve estar esperando uma resposta sua, não é?

– Hai.

– Ele disse que quer que nos reaproximemos da nossa... da família deles, certo? – corrigiu-se e Saori mais uma vez concordou.

– Hai.

– Mas o otou-san não vai gostar da ideia... – disse e Saori bufou sem saber o que o irmão pretendia, afinal aquilo era óbvio, mas concordou mesmo assim.

– Hai.

– Então não contaremos! – resolveu.

– Ha... o quê? – Saori falou surpresa, não imaginava que Daisuke diria para esconderem algo de seu pai, pelo contrário, ela pensou que seria papel dela convencê-lo de encontrar os avós.

– Você não tem vontade de conhecer os nossos avós? Eu sempre me perguntei por que eu só conhecia os pais da mamãe. – disse um pouco nostálgico da época em que visitava os mais velhos antes deles falecerem.

– Tanto faz para mim – e deu de ombros, querendo parecer desinteressada, mas a verdade era que agora que sabia que tinha uma família, gostaria de poder conhecer a todos e ter uma vida normal.

– Então está decidido! – disse animado ao notar que a irmã não daria o braço a torcer – Você está incumbida de encontrar com o Itachi e marcar esse encontro – mandou e Saori arregalou os olhos.

– Oe, porque você não faz isso?

– Porque foi você quem ficou de dar uma resposta para ele – rebateu e sorriu ao ver a irmã cruzar os braços emburrada.

– Mas como eu vou encontrá-lo? – perguntou ao perceber que não sabia como falar com o moreno.

– Ele vai aparecer, não se preocupe – e deu de ombros antes de sair do quarto da menor que reclamava consigo.


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Notas finais do capítulo

Então, gostaram de ver um pouco do passado do Sasuke? É claro que foi algo resumido e na visão do Itachi, mas já deu pra sentir o drama, né? E os filhos do Uchiha parecem que vão trazer mais dor de cabeça ao pai com essa arrumação de conhecer os avós, resta saber se isso vai dar certo.
No próximo capítulo veremos a conversa da Saori com o Hideo, com direito a um momento meio cômico e meio fofo, mas não digo mais nada! XD E mais algumas surpresinhas ^^
Eu já tenho uma ideia aproximada de quantos capítulos vai ter SUOV 2, então em torno de mais 15 a 20 capítulos longos a fic deve se findar se tudo ocorrer como o programado, só espero a cooperação de vocês e a paciência, pois esse ano eu só tenho tempo de escrever no final de semana XD
Espero que tenham gostado e nos vemos nos reviews, ok?

Ahh caso alguém queira dar uma olhada na minha mais recente fic, sintam-se a vontade, enquanto esperam por mais de SUOV, ok? Ela é um projeto que eu já tinha começado ano passado, por isso está mais desenvolvida ;D
http://fanfiction.com.br/historia/513016/Reparacao/

Beijos e até a próxima!