Sonhos de Uma Outra Vida 2 escrita por Luhni


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Olá, gente! Tudo bem?
Desculpem o meu sumiço, muita coisa aconteceu. Acho que muitos leitores já devem estar sabendo pelo Facebook, já que eu sempre aviso os motivos dos meus atrasos ou novidades por lá, mesmo assim vou avisar por aqui: A FIC NÃO SERÁ ABANDONADA! Eu amo SUOV! Ela foi a minha primeira fic e é o meu amorzinho, porém por motivos de saúde eu não tinha tempo ou cabeça para escrever. Peço desculpas por isso e qualquer coisa podem vir me procurar que eu esclarecerei tudo, ok?
Sobre o capítulo de hoje... ele estava muito grande, então decidi dividi-lo em duas partes, ou seja, capítulo duplo! (Uhuuul!!) Mas o próximo eu vou deixar agendado para daqui a duas semanas (Ownnn u.u) pois provavelmente eu ainda altere alguma coisa XD.

Mas espero que gostem e não tenham desistido da fic!
Boa Leitura!
P.S: Aqui está o link da minha página no Face, caso queiram dar uma olhada por lá ;D
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— Está tudo bem? – indagaram pelo o que parecia ser a décima vez.

— Sim – e pela décima vez ela deu a mesma resposta.

                Não era como se realmente estivesse bem, mas também não adiantava ficar indagando sobre isso a toda hora. No momento ela queria apenas que as coisas se acalmassem e não fazer mais alarde.

Seu pai fora o primeiro a chegar até si e ficara furioso e nervoso, ao mesmo tempo, ao ver o estado da filha, a roupa rasgada, os hematomas na pele clara e o sangue que escorria da boca. Saori até tentou falar algo, mas antes que pudesse seu pai se afastou e foi até Seiji que permanecia no chão, desacordado. Sasuke verificou se o garoto respirava e ao ver que estava apenas desacordado, teve vontade de espancá-lo ainda mais, porém segurou-se ao ver a filha lhe chamar confusa e aflita, com medo do que faria. Balançou a cabeça para afastar os pensamentos do que poderia acontecer se não chegasse a tempo e voltou a abraçar a caçula que apenas retribuiu o gesto, também nervosa.

Em seguida ambos foram cercados pelos outros que chegavam desesperados para ver o que tinha acontecido. Ela não sabia dizer quem parecia mais angustiado e colérico, se seu pai que não parava de perguntar se estava bem, seu irmão que olhava dela para Seiji, resmungando palavrões enquanto apertava os punhos ou Hideo que tinha o maxilar cerrado de raiva e não conseguia pronunciar uma palavra. Suspirou, tentando organizar seus pensamentos e olhou para cima ao sentir que algo era colocado sobre os seus ombros por alguém. Sua mãe.

— Como está? Pensei que pudesse estar com frio – foi a vez de Sakura falar e ela apenas aquiesceu, abraçando o casaco que foi posto em si e passou a olhar ao redor enquanto a polícia falava com Sasuke, tendo Naruto, Hideo e Daisuke ao seu lado. Todos pareciam extremamente exaltados.

— Onde está a Hana? – questionou por não ver a amiga e Sakura suspirou.

— Hinata está falando com ela. Ficou muito abalada pelo o que aconteceu... disse que a culpa era dela – explicou brevemente para a filha que arqueou uma sobrancelha descrente.

— Que ridículo. Não foi ela quem tentou me estuprar.

— Saori! – Sakura repreendeu com orbes marejados – Não fale assim! – não suportava a ideia de sua filha passar por isso, e não gostava de vê-la agir de forma tão indiferente, como se não ligasse, quando, na verdade, sabia que ela apenas aparentava estar calma.

— Desculpe... acho que ainda estou um pouco nervosa – disse e apertou os punhos com força. Muita coisa passava por sua cabeça e ela precisava descansar um pouco.

— Eu sei. Logo iremos para casa, mas antes vão querer falar com você – Sakura estava relutante de deixar a menor fazer o depoimento, mas Saori nem ao menos se importou, estava acostumada a lidar com delegacias e policiais, a única diferença era que, dessa vez, ela seria considerada a vítima.

— Tudo bem... vou ficar bem e nada aconteceu no final das contas – explicou e em seguida seus olhos se focaram na pequena figura encolhida do outro lado do ginásio – Foi outra pessoa quem mais sofreu... – murmurou, mas Sakura conseguiu ouvir as palavras da filha e logo soube de quem falava ao ver o olhar da morena.

— Pobre menina – suspirou – Os pais estão viajando, ainda estão tentando entrar em contato com eles – Saori apenas aquiesceu novamente, sem deixar de notar como Mizuki parecia solitária nesse momento e mais uma vez recordou-se de si antes de encontrar sua família.

— Oka-san – chamou a mais velha, encarando-a – Poderia trazer algo para eu beber? – pediu e a rosada acatou o pedido abraçando-a com força, já tinha uma ideia do que a filha pretendia.

                E assim que se viu sozinha, Saori levantou-se e andou até Mizuki, tirando o casaco que sua mãe pôs em si, colocando na ruiva que se espantou com o gesto.

— Noite difícil, né? – ciciou e Mizuki meneou a cabeça em concordância, sem saber ao certo o que dizer.  – Obrigada – Saori voltou a falar e a ruiva arregalou os olhos surpresa.

— P-Por que está me agradecendo? – e encolheu-se dentro do casaco emprestado, mirando o chão.

— Porque você voltou e pediu ajuda... – disse dando de ombros.

— Eu quem devia agradecer, se você não aparecesse... eu... – interrompeu-se ao sentir mais lágrimas deslizarem pelo rosto, estava cansada de chorar.

— Vai ficar tudo bem agora, você vai ficar bem – Saori não era a melhor em consolar os outros, mas tentava fazer o seu máximo no momento. Mizuki apenas sorriu minimamente ao ver o desconforto da garota, como alguém poderia ser tão valente ao lutar e tão fraca ao ver algumas lágrimas?

— Obrigada... mas e você vai ficar? – questionou, afinal sabia que mesmo não querendo aparentar Saori estava abalada com tudo o que aconteceu.

— Melhor que eles – e apontou para trás de si onde podia ouvir Hideo e Daisuke esbravejando e um Sasuke furioso questionar os policiais sobre a responsabilidade do que podia ter acontecido. E Mizuki não pode deixar de rir ao ver como todos estavam estressados enquanto Saori permanecia calma ao seu lado.

— Você tem sorte de tê-los – disse depois de um tempo em silêncio e Saori concordou.

— É por isso que eu sei que ficarei bem – murmurou de volta e Mizuki desejou que seus pais estivessem ali ao seu lado também.

                Depois disso nem Saori ou Mizuki conseguiram falar alguma coisa. Ambas estavam presas em seus próprios pensamentos, além disso não eram amigas, não sabiam ao certo o que conversar e quando o silêncio pairou por tempo demais a Uchiha fez menção de se afastar, porém a ruiva, sem conseguir se conter, a impediu ao indagar:

— Por que você me ajudou? – Saori apenas a olhou confusa com a pergunta e Mizuki tornou a questionar – Não somos amigas, nem próximas nós somos, pelo contrário, acho que estamos mais para inimigas... então porque me ajudou? Poderia ter me deixado lá e não ter feito nada.

— Eu não gosto de você, é verdade, mas não te considero uma inimiga. E mesmo que fosse, eu não desejaria isso nem a um inimigo. Eu ajudei porque se fosse comigo também gostaria de ter alguém que fizesse o mesmo – explicou calmamente e Mizuki mais uma vez se surpreendeu com a morena.

                Sentiu os orbes marejarem mais uma vez. Saori era mais nobre que ela. Não sabia se teria coragem de fazer o que a Uchiha fez. Enfrentar alguém por um desconhecido, ou por alguém que detestasse, era algo que nunca pensara em fazer, mas agradecia de coração por ela ter feito isso por si.

— Obrigada... obrigada – murmurou, havia aprendido muito com o que havia acontecido e estava disposta a ser uma pessoa melhor, assim como Saori, que mesmo sofrendo com os insultos ainda estava ali de pé, consolando-a da melhor forma que podia.

— Apenas volte a ser aquela cenoura irritante de sempre. Não deixe que isso te quebre. – pediu e em seguida saiu dali e foi em direção ao pai que já parecia procurá-la pelo ginásio.

—*-

— Saori, sei que está cansada, mas precisamos que você conte o que aconteceu – Tsunade foi a primeira a falar.

                Sasuke estava ao lado da filha, tenso, não queria que isso fosse feito agora. Preferiria deixar para resolver isso no outro dia, mas os policiais foram enfáticos ao dizer que precisavam do depoimento das duas menores envolvidas. E como Saori parecia ser quem estava em melhores condições de iniciar o depoimento, Sasuke teve que ir chamá-la e levá-la até a sala da diretoria, onde os policiais se encontravam junto com Tsunade.

— Faremos algumas perguntas, responda-as da melhor forma que puder – pediu um dos policiais e Saori franziu o cenho antes de aquiescer.

— O que foi fazer do lado de fora da quadra? – um deles começou o interrogatório, era mais velho, com alguns fios grisalhos despontando na cabeleira castanha.

— Fui procurar Mizuki, tínhamos uma apresentação em seguida. – e o outro policial, que parecia mais novo, começou a tomar nota.

— Por que foi para o lado de fora da escola? – e Saori revirou os olhos com a pergunta. O que raios era aquilo?

— Uma amiga iria procurar do lado de dentro e eu fiquei responsável de ver a outra parte da escola. – disse de forma óbvia.

— E o que a senhorita viu? – Saori cerrou os punhos com raiva e sem encará-los respondeu entredentes:

— Vi Seiji tentando estuprá-la.

— A senhorita tem certeza que se tratava de um estupro? – o policial que tomava nota indagou e Saori o fuzilou com os olhos.

— Acho que a partir do momento que alguém não dá o consentimento e ainda assim insistem em tentar agarrá-la, trata-se de uma tentativa de estupro – falou da forma mais irônica possível e o policial franziu o cenho, irritando-se com a resposta da menor.

— Senhorita, desculpe, mas nós só estamos fazendo o nosso dever de apurar os fatos – o policial mais velho disse de forma apaziguadora.

— Não sei o que tem que ser apurado além disso – retrucou e sentiu seu pai apertar sua mão para que ficasse calma.

— Não sei se a senhorita sabe, mas o garoto saiu daqui inconsciente, está no hospital agora com duas costelas quebradas, assim como o nariz, além dos hematomas pelo corpo e precisamos saber quem foi o responsável por isso – o mais velho disse calmamente e Saori só pode arregalar os olhos ao saber do estado de Seiji.

— E vocês estão desconfiando que eu fiz isso, não é? – e forçou um sorriso. Aquilo não podia ser verdade.

— Não estamos afirmando nada. – o mais novo tornou a falar – Mas a senhorita estava lá, tinha um motivo, e depois apareceu seu pai, irmão e namorado e todos também tinham um motivo para espancar o jovem.

— Eu já disse que nem eu, Daisuke ou Hideo tocamos naquele desgraçado – Sasuke disse entredentes, estavam há horas tentando convencer os policiais a encerrarem aquele caso. Não queria que Saori sofresse com mais assédio da imprensa.

— Sim, e com base nisso devemos apurar os fatos com o depoimento da sua filha e da outra menor. Apesar da tentativa de estupro, não podemos ignorar a forma como o rapaz se encontra – respondeu ao Uchiha que apenas se virou para a filha que parecia não saber o que responder.

— Saori, pode dizer a verdade, se você o agrediu saberemos que foi autodefesa, não precisa se preocupar – Sasuke tentou acalmá-la e Saori arregalou os olhos.

— Mas eu fiz nada! – chiou e em seguida se retratou – Quero dizer, não fiz tudo isso.

— O que quer dizer? – foi a primeira vez que Tsunade se manifestou.

— Eu dei uns dois socos nele e o chutei nas partes baixas, mas não o espanquei daquela forma.

— Mas se não foi você, então quem foi? – o policial mais velho voltou a questionar e Saori deu de ombros antes de suspirar.

— Eu não sei.

— Como não sabe? A senhorita está nos escondendo algo?  - e ao ouvir aquilo Saori soube que não gostava daquele policial mais novo.

— Apareceu alguém lá e me salvou... e-ele foi quem machucou Seiji – não queria ter que falar isso, mas não podia mentir e deixar sua família com mais problemas. E como não tinha certeza se era Itachi, nada poderiam fazer contra ele também.

— E quem era, a senhorita o conhecia? – o policial mais velho tornou a questionar, interessado, mas ela apenas deu de ombros.

— Eu só sei que ele me ajudou, não consegui ver quem era, usava um capuz e estava contra a luz. – informou pensativa.

 - Muito conveniente, não acha? – o tira mais jovem resmungou e Saori o encarou mais atentamente.

— Disse alguma coisa, policial? – Sasuke trincou os dentes ao ouvir aquela declaração.

— Não. Ele não disse nada, não é, Korb? – o outro policial impediu que o mais novo respondesse e se encararam, trocando olhares especulativos e em seguida se voltaram para a menor – Acho que por hoje é o suficiente, a senhorita deve estar cansada, obrigada pela contribuição. – disse encerrando aquele interrogatório.

                Levantou-se para sair dali junto de Sasuke, encarando mais uma vez o policial mais novo que a observava com o rosto franzido. Deu meia volta e logo sentiu a mão do pai no seu ombro, guiando-a para fora dali. Finalmente ela iria para casa descansar. Finalmente poderia dormir um pouco, ninguém mais a machucaria, ela não seria levada embora como tantas outras vezes e foi pensando no passado que algo lhe ocorreu: ela conhecia aquele policial, havia sido detida por ele algumas vezes. E foi por conhecê-la que ele a tratou daquela forma hostil, ofegou com o pensamento, chamando a atenção de Sasuke.

— Algum problema, Saori? – encarou o pai, incerta sobre se deveria contar o que lembrara, mas decidiu que pelo menos nisso ela devia ser sincera.

— Esse policial mais novo...

— É um idiota, eu sei! – Sasuke decretou e Saori não pode deixar de sorrir pelo xingamento.

— Também... mas ele tem um motivo para me tratar assim. – disse parando de andar no meio do corredor vazio.

— O que quer dizer? – indagou a menor com as sobrancelhas arqueadas.

— Ele já me prendeu algumas vezes enquanto eu fugia do orfanato, acho que ele é apenas desconfiado de eu estar aprontando alguma coisa, como sempre fazia – e deu de ombros, sem coragem de olhar para o pai.

                Tinha vergonha de falar nos atos que cometera no passado, tivera que fazer coisas que não se orgulhava e, provavelmente, sempre carregaria aquilo nas costas. E contar algo do seu passado nas ruas para o pai sempre a deixava com um gosto amargo na boca, tinha medo de envergonhá-lo, de não ser capaz de deixá-lo orgulhoso por ter uma filha tão problemática quanto ela, de não ser mais a sua “hime”.

— Não importa – surpreendeu-se com as palavras do pai e encarou-o de volta – Ele não pode lhe condenar sem provas, independente do que você fez antes, o que aconteceu agora em nada se relaciona com o passado. E você é minha filha, sempre estarei ao seu lado e não vou deixar que lhe façam mal.

                Saori sentiu os orbes marejarem e foi como se tudo o que estava guardando na noite toda se rompessem de uma só vez: medo, raiva, frustração, nervosismo, alívio. E quando deu por si já estava abraçada a Sasuke, chorando e sendo reconfortada pelos braços grandes e quentes que correspondia o seu abraço com força.

                O resto da noite passou como um piscar de olhos. Saori não conseguiu conversar direito com Hideo que teve que ir para casa junto com os pais e a irmã. Daisuke tentara lhe distrair e também distrair a si mesmo para evitar relembrar o que acontecera enquanto Sasuke e Sakura conversavam entre si. Mas assim que chegaram em casa a única coisa que Saori fez foi jogar-se na cama e dormir, cansada demais para falar o que fosse e todos respeitaram a sua vontade, afinal ninguém mais do que ela merecia uma boa noite de sono.

—*-

                Encarava os grandes portões da mansão a sua frente, sem saber ao certo o que fazer. Esperava por Daisuke para que, finalmente, pudessem conhecer os avós. Suspirou, passando a mão no rosto e sentindo o pequeno curativo que fora colocado em uma das bochechas. Não fora assim que imaginara o encontro com pais de seu pai. Ela tinha imaginado se arrumar, ir com Daisuke e ambos enfrentarem isso juntos. Mas, lá estava ela, sozinha, enquanto o irmão tentava despistar o pai e Sasame, para ir até lá, e para piorar as coisas ela nem pode se arrumar direito.

                Claro, se fizesse isso era capaz de Sasuke desconfiar, já que dissera que sairia com Hideo para se distrair do que acontecera na noite anterior. No início ele não quis deixar, ainda estava preocupado e nervoso com tudo, mas ela garantiu que estava bem e precisava sair um pouco. Então, não teve alternativa a não ser vestir uma calça jeans e colocar uma blusa preta de manga comprida para evitar que os hematomas no corpo fossem vistos, ela só não conseguiu esconder o pequeno band-aid no rosto e aquilo estava a frustrando.

                Além disso, havia o fato de que, como não conseguira falar com Hideo direito no dia anterior, quando ligara para pedir que ele a encobrisse caso alguém perguntasse por si, teve que ouvir a maior bronca do namorado que parecia furioso e ao mesmo tempo temeroso com tudo o que estava fazendo. Suspirou, recordando uma parte da conversa nada agradável que tiveram.

Flashback on

— O que você está dizendo?

— Eu irei me encontrar com os pais do otou-san. Então disse que iríamos sair, você tem me ajudar para que não desconfiem de nada. – explicou e ouviu o loiro blasfemar do outro lado.

— Porra Saori! Ontem não foi o bastante?

— Do que está falando? – franziu o cenho, não gostando da forma como Hideo falara consigo.

— Você quase... quase... se machucou e agora quer se meter em outra confusão? Não pode adiar isso? – bufou descontente. Estava preocupado, não, estava apavorado com tudo o que acontecera com a namorada.

Céus, por que ela sempre atraia problemas? Ou parecia correr atrás deles? Porque era isso que aconteceria agora com essa história de conhecer os avós,tinha certeza disso, ou então só fosse ele pensando assim devido ao que tinha acontecido na noite passada. De qualquer jeito, estava frustrado e furioso consigo mesmo por ter permitido que aquele doente tocasse nela. Queria protegê-la de tudo e de todos, mas era difícil quando a própria namorada não colaborava consigo. E ele se via perdido em meio a tantos sentimentos conflitantes juntos.

— Eu só vou conhecer os meus avós, não tem nada de mais – tentou falar da forma mais calma possível – Além disso, não tem como adiar por estar em cima da hora. Não vai acontecer nada.

— Por que será que eu duvido disso? – falou irônico e Saori franziu o cenho.

— Olha, se você não quer me ajudar tudo bem, eu invento outra coisa, mas para de fazer escândalo e...

— Escândalo? Por Kami, eu acho que sou o único com um pouco de juízo aqui. Encontrar com pessoas totalmente desconhecidas não é uma boa ideia. Você nem sabe o motivo deles terem parado de falar com o seu pai...

— Quer parar? – interrompeu o loiro que xingou do outro lado – Droga Hideo, o Daisuke vai comigo, não vai acontecer nada! Além do mais, eu estou te avisando e qualquer coisa você pode intervir.

                Ouviu-o xingar mais uma vez e ela realmente não acreditava naquele comportamento. Qual o problema dele? Teve vontade de discutir, mas controlou-se, estava farta de brigas no momento.

— Tudo bem Saori, vou cobrir vocês. – disse a contragosto – Mas me avisa assim que esse encontro terminar que eu vou te buscar e me manda o endereço para eu saber onde vocês estão. – mandou e Saori revirou os olhos com a exigência, mas concordou.

Flashback off

                Olhou para o celular novamente apenas para conferir se Daisuke lhe mandara uma mensagem ou algo do tipo informando que já estava a caminho, mas não havia nada. Suspirou novamente sem saber o que fazer a não ser esperar mais um pouco. Afinal, ela é que não entraria ali sozinha. Não, nunca, jamais. Ela iria passar vergonha e...

— O que está fazendo aqui, garota? – ouviu falarem consigo e se virou, encontrando um carro preto que parecia ser caro com um senhor dirigindo. Ele tinha cabelos castanhos escuros, apesar de alguns fios brancos despontarem na cabeça, um queixo largo e olhos negros que pareciam arregalados ao lhe ver, mesmo sem ela entender o motivo – Mikoto? – indagou e ela franziu o cenho sem entender.

— Acho que se confundiu... – falou sem saber ao certo o que dizer e o homem continuava a encarando como se fosse um fantasma de tão lívido que ficou.

                No mesmo instante ele soltou do carro para a surpresa de Saori que deu um passo para trás, enquanto o via se aproximar.

— Desculpe é que... você me lembrou a minha esposa... – disse ainda encantado com a garota e ela começou a achar que ele fosse louco.

— Hum... – foi tudo o que conseguiu verbalizar com o rosto franzido e aquilo surpreendeu ainda mais o homem. E confundiu ainda mais Saori. Qual era o problema dele? Olhou para o lado em busca de alguém para gritar caso ele tentasse algo.

— Acho que estou te assustando, não é? Sinto muito, é que estou surpreso com a semelhança...

— Que semelhança? Com quem? Quem é o senhor? – disparou várias perguntas e o senhor deu um meio sorriso muito conhecido para Saori. E foi a vez dela arregalar os olhos. Não podia ser.

— Você realmente tem o mesmo gênio de Sasuke... – disse de forma calma e a garota continuava assustada – ...minha neta.

—*-

— Sasame será que você poderia parar? – disse tentando controlar a voz e não gritar com a namorada, mas esta não parecia disposta a lhe dar ouvidos e continuou a cantar bem alto com os fones, ignorando Daisuke que tinha sua paciência no limite.

                Estava a meia hora tentando se entender com a loira que parecia gostar de torturá-lo ao ignorá-lo enquanto cantava de forma desafinada. Ele só não sabia qual das duas formas era mais dolorosa. Cansado de ficar ali sem fazer nada e sabendo que não podia deixar Saori sozinha resolveu puxar a namorada, prendendo-a contra a parede e arracando os fones do ouvido dela.

— Hey! Eu estava ouvindo!

— Bom, agora você vai ter que me ouvir! – retrucou e Sasame entrecerrou os olhos, irritada.

— Claro, porque tudo sempre têm que acontecer da forma e quando você quer, não é Daisuke? – disse afastando-o de si, antes que ele resolvesse brincar consigo e ela caísse na lábia dele ou nas suas carícias.

— Acho que você está confundindo as coisas, porque nós não estaríamos a tanto tempo brigados, se dependesse de mim.

— Quer dizer que a culpa é minha agora? – bradou furiosa e Daisuke bufou, passando a mão no rosto. Como ela sempre conseguia distorcer as suas palavras?

— Eu não disse isso, apenas que eu quero terminar com essa briga e...

— E eu não quero, não é? Estou errada e devo pedir desculpas por querer participar da sua vida, claro! – falou da forma mais irônica possível.

— Eu não estou tentando te afastar do que acontece na minha vida – suspirou ao falar isso pela décima vez. – Eu realmente não quero brigar com você, não depois de ontem e quando tudo o que preciso é de você... – murmurou e aquilo realmente quebrou o coração de Sasame.

                Ela podia parecer durona e forte, mas a verdade era que sempre seria uma manteiga derretida, principalmente se envolvesse Daisuke. E ouvi-lo falando que precisava dela era golpe baixo, aquilo sempre a desarmava, pois sabia que ele dizia verdade. Não havia ido ao jogo ver as líderes, pois estava evitando o namorado, mas soube o que havia acontecido e como a irmã dele e outra garota quase sofreram um ataque. Ficara preocupada, mas o orgulho não a deixou ligar para ele e perguntar se estava tudo bem. Entretanto, também não era fria o suficiente para mandá-lo embora quando ele apareceu em sua casa no dia seguinte para conversar, apenas fingiu que não ligava e usou os fones para demonstrar isso.

— Como Saori está? – indagou em um suspiro, sentando-se na cama e Daisuke tratou de ficar ao seu lado.

— Eu não sei... ela disse que estava bem, mas... ela está passando por tanta coisa junta e ela sempre guarda tudo para si que eu fico preocupado. – foi sincero e Sasame se surpreendeu um pouco, ele não costumava fazer isso. Talvez ele estivesse melhorando e se abrindo mais para si, ou, talvez, ele realmente estivesse muito preocupado a ponto de lhe contar.

— A Saori é uma garota forte, sabe disso... – tentou melhorar o astral dele, mas só conseguiu um sorriso triste.

— Eu sei, mas também sei que não tem como ser forte para sempre. Alguma hora ela não vai aguentar. Os pesadelos que ela tem são uma prova disso.

— Pesadelos? Como assim? – questionou curiosa e Daisuke suspirou, colocando as mãos no rosto.

— Ela anda tendo pesadelos por causa do que aconteceu. Eu descobri por acaso e ela implorou que eu não contasse nada a ninguém – balançou a cabeça, negando – Eu não devia ter dado ouvidos a ela.

— Ela confiou em você, se contasse a alguém, duvido que ela fosse te perdoar – disse sem saber se estava ajudando, afinal ela própria exigia por respostas dele que, nem sempre, apenas o envolviam.

— Ela não confia plenamente... – disse taciturno e Sasame estranhou. Conhecia pouco Saori, mas tinha certeza que se a garota confiava em alguém, esse alguém era o irmão.

— O que quer dizer? – afirmou e o namorado deu um sorriso triste, encarando o chão.

— Ela anda me escondendo alguma coisa, ainda não consegui descobrir o que é, mas eu sei... – e apertou as mãos em punho. Sasame cobriu a mão dele com a sua e puxou o rosto dele para si.

— Vai com calma. Você tem que parar de ser tão protetor com ela – disse de forma tranquila e Daisuke estava pronto para retrucar quando ela o silenciou ao colocar um dedo nos lábios dele e continuar – Sei que antigamente ela sempre te contava tudo, mas, Daisuke, mesmo que doa, você precisa aceitar que a Saori não é mais a sua irmãzinha de cinco anos.

— Eu sei disso! – reclamou, tirando a mão dela do seu rosto e depois voltou a encarar o chão – Eu sei que ela cresceu, que ela é forte e pode se defender,mesmo assim...

— Mesmo assim você tenta protegê-la e acha que o fato de ela não te contar as coisas significa que ela está te excluindo ou se afastando, não é? – e dessa vez o próprio Daisuke a encarou um pouco perplexo por ela entendê-lo tão bem.

— Eu... – porém não conseguiu formular uma resposta e Sasame se aproximou, acariciando o rosto dele, antes de dizer:

— A Saori confia cegamente em você, mas ela é muito fechada. Se você a forçar, ela vai se afastar, não porque não confia em você, mas porque ela não vai querer te trazer um problema. – e Daisuke apenas franziu o cenho.

— Isso quer dizer que ela está com problemas, não é? Então eu devia intervir! Se você tivesse visto como ela estava ontem... eu... – novamente não conseguiu formular uma frase e ele estava se odiando por isso. Por não saber o que fazer, por não ter feito nada sobre os pesadelos, sobre ontem, por nem ao menos conseguir entender o que sentia.

— Daisuke... – chamou o moreno que parecia tão perdido que ela não conseguiu não se aproximar e beijá-lo. Queria vê-lo bem, queria que ele esquecesse os problemas por um momento, queria apenas afirmar que estava ali, com ele, e o ajudaria como pudesse.

                Foi um beijo lento e cheio de ternura que Daisuke pensou que sufocaria com o que sentiu dentro de si. Sasame sempre havia sido uma válvula de escape para si. Quando começaram a namorar, ele sempre pensava nela como um sol em meio a um dia cizento, mas como temia que suas nuvens negras apagassem o sol completamente, ele próprio resolveu afastar-se do calor que ela emanava. Era mais fácil se adaptar a algo que já estava acostumado do que sentir e depois perder o calor totalmente.

                Ele não queria envolvê-la nos seus problemas, não queria apagar o calor dela com as suas nuvens negras. Ele sempre seria fechado, sempre tentaria criar barreiras, sempre evitaria sentir para que não perdesse mais nada que fosse importante para si. Ou pelo menos era assim que pensava até sua irmã voltar dos mortos. Desde então ele pensou e repensou, e chegou à conclusão de que assim como a sua irmã continuava a viver, ele também não poderia desistir, não depois de ver todos os percalços que Saori passou até encontrá-los. Seus problemas não eram tão grandes quanto os dela, sempre teve o aconchego de um lar, pais amorosos e amigos leais. Saori não.

                E pensar nisso fazia com que se sentisse mal, fazia com que fosse super protetor com ela, queria saber de tudo e queria a ajudar sempre, como se pudesse compensar pelos anos longes e assim pudesse se reaproximar dela novamente. Era até estranho que Sasame fosse quem lhe dissesse que Saori confiava em si cegamente, pois ele sabia disso, mas não conseguia afastar esse sentimento de angústia a cada novo passo que Saori dava para longe dos seus olhos. Mesmo que não dissesse nada, o fato dela estar namorando Hideo o incomodava, não era somente ciúme ou que ela se machucasse por causa do melhor amigo, era medo de que um dia ela não precisasse mais de si, fosse substituído pelo loiro.

— Você nunca será substituído... você é único... para mim e para a Saori – ouviu Sasame murmurar perto da sua boca e não soube dizer se ele falara o que pensava em voz alta ou se ela simplesmente havia lido o que sentia tão bem.

                Esse era outro motivo pelo qual sempre se afastava de Sasame, ela conseguia lhe entender de uma forma totalmente assustadora e, às vezes, preferia manter seus sentimentos apenas para si. Mesmo que tivesse decidido a mudar e recomeçar com a loira, não significava que havia mudado completamente e nem gostaria de sobrecarregá-la com seus medos. Sasame deveria continuar sendo como sempre foi, leve, tranqüilizadora, alegre, seu raio de sol, seu aconchego e sua paz.

                Voltou a beijar a loira, dessa vez com mais volúpia, só queria senti-la, só queria se perder dentro dela, e só ela conseguiria fazê-lo se esquecer de qualquer coisa que acontecia no mundo ao seu redor. Deitou-a na cama, ouvindo-a sussurrar seu nome. Passou as mãos lentamente pela lateral do corpo dela, sentindo-a se arrepiar e gemer baixinho, enquanto a beijava de forma voraz. Levantou a blusa dela com rapidez e jogou-a para longe, voltando a distribuir beijos pelo pescoço, descendo pela clavícula até chegar aos seios ainda encobertos pelo sutiã.

— Daisuke... – gemeu mais uma vez, trazendo-o para si ainda mais. Seu corpo já em brasa ao senti-lo tão perto, tão quente. Porém, como se trouxesse um pouco da sua sanidade de volta, Sasame foi capaz de escutar o barulho do celular do namorado, que fingiu não ter ouvido.

                Bom, se ele queria fingir, ela também fingiria. Afinal, não estava afim de parar com o que estavam fazendo e para confirmar isso, puxou-o reclamando seus lábios para si, enquanto suas mãos adentravam na camisa, explorando  o peitoral do namorado, arranhando as costas e o peito, fazendo com que Daisuke se arrepiasse sobre o seu toque. Sorriu, sempre gostara de ver as reações que era capaz de fazer no moreno. Outro barulho foi ouvido, e ela ainda pensou em falar algo para o namorado, mas quando abriu a boca a única coisa que pode fazer foi gemer ao senti-lo abocanhar o seu seio com força. Nem havia percebido quando ele lhe arrancara o sutiã.

                Ele colocou o seu peso ainda mais sobre si e arfou ao sentir a ereção dele entre as pernas. Abraçou-o pelo quadril e tratou de jogar para longe a camisa dele, não aguentava mais tanto pano. Ele sorriu sacana para si e ela apenas arqueou uma sobrancelha antes de beijar o pescoço dele com força e descer as mãos até o grande volume no meio das calças dele. E foi a vez dele arfar com o toque. Passou as mãos pelo local de forma lenta e provocante e Daisuke praticamente rosnou para si, sabia que estava fazendo de propósito, então para retribuir decidiu voltar a atacar os seios da namorada e as mãos rapidamente se perderam para dentro da calça dela, que gemeu com o toque abrupto.

— Acha que só você sabe brincar? – ouvi-o sussurrar no seu ouvido, enquanto massageava-a por cima da calcinha úmida. Sasame apenas gemeu mais alto, as pernas friccionando e empurrando o quadril em direção a ele. Queria mais e... outro barulho do celular, e mais outro e outro.

— D-Daisuke... seu... celular – falou pausadamente. Sua respiração estava acelerada e ela não queria que ele parasse, mas aquele ruído estava a incomodando um pouco.

— Esquece ele... – disse voltando a beijá-la enquanto seus dedos continuavam a massageá-la por dentro da calça.

                E Sasame realmente teria esquecido até o seu nome naquele momento, se o maldito celular ficasse em silêncio e não tocasse de cinco em cinco segundos.

— Pelo menos deixa no silencioso – pediu ao afastá-lo minimamente e soube que havia dito a coisa errada ao ver o semblante irritado dele e arrependeu-se ainda mais ao ver que ele lhe obedecera, afastando o calor do seu corpo de si. Ainda respirava com dificuldade quando pensou em tomar o celular das mãos dele e atacá-lo para voltarem ao que estavam fazendo, porém deteve-se ao ouvi-lo xingar.

— Merda! – havia mais de cinco mensagens de Saori no seu celular. Ela nunca lhe mandara tanta mensagem e seu semblante ficou mais preocupado a cada palavra lida.

“Onde você está?”

“Vai demorar?”

“Daisuke, onde você está?”

“Droga, eu não quero ficar aqui sozinha! Você está atrasado!”

“Seu idiota! Onde você está? Eu não quero ficar aqui com eles!”

“Eu preciso de ajuda! Não sei o que fazer e eles não param de falar!”

“Cadê você? Eu realmente preciso de ajuda!”

                Ele praticamente ouvia o tom choroso dela, mas o que mais chamou a sua atenção não foi a súplica da irmã, apesar de isso ser novidade para si, mas o fato que ela citou outras pessoas na mensagem. Pessoas que ela não queria conhecer sozinha e ele havia a deixado só.

— O que houve? Aconteceu alguma coisa? – Sasame indagou ao vê-lo se levantar apressado da cama.

— Eu tenho que ir, Saori está com problemas – disse irritado consigo, por se esquecer do compromisso, com a irmã por não lhe esperar e pelo fato de não ter conseguido se aliviar e ainda estar excitado.

— Que tipo de problemas? – indagou, preocupada, colocando a camisa sem ligar de por o sutiã antes.

— Acho que ela está, nesse momento, conversando com os nossos avós.


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam? Primeiro, sim, o que eu coloquei sobre o fato dos policiais verificarem quem agrediu Seiji, mesmo ele ter tentado estuprar alguém é verdade. No direito, a partir do momento que utiliza-se da autodefesa como forma de proteção a uma agressão, deve-se tomar cuidado para que essa defesa não vire agressão, pois isso pode comprometer a vítima e torná-la agressora.
Segundo, vamos falar sobre o Daisuke e como ele e a Sakura estão reagindo de forma semelhante e ao mesmo tempo diferente. Ambos estão inseguros com o fato de tudo ter mudado, Sakura pensa que perdeu muita coisa do crescimento de Saori e desejava que ela fosse ainda a mesma garotinha de anos atrás, por isso acabava por compará-la sempre ao passado. Já Daisuke reconhece que a irmã cresceu, mas tem medo do que isso pode significar, ele quer estar ao lado dela para compensar o passado sofrido de Saori, protegendo-a de tudo, para não a perder novamente. Ambos ainda estão se adaptando a nova vida com a filha/irmã, cada um ao seu jeito, da mesma forma que Saori ainda tem dificuldades de se abrir completamente para a família. Ela sempre está pensando em não trazer problemas, em não ser um fardo ou uma vergonha (como vocês viram na cena com o Sasuke em que ela fala do passado de forma vergonhosa).
Terceiro, eu não sei porque adorei fazer cenas mais quentes entre Daisuke e Sasame! hahahaha simplesmente saiu! Tá, eu sei que não deveria ter cortado o clima... ou deveria? Mas escrever hentai ainda é algo novo para mim e, se não me engano, a classificação indicativa dessa fic não permite algo mais... então ainda estou decidindo se mudo ou continuo na mesma classificação XD Mas, por favor, me digam se gostaram da cena, afinal é importante para saber como vou proceder a seguir ^^
Bom, acho que era isso!
Beijos e até a próxima!



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