(PDVE)

Corri até ela, que estava andando em velocidade humana em direção à sua casa. Puxei o seu braço e a virei para mim.

- O que você quer, Edward? – ela me falou com a voz meio embargada.

- Explicações. Como você está viva? Bella, você não sabe o quanto eu sofri.

- Sofreu? Você sofreu? E eu, que fui abandonada pelo homem que amava, em uma floresta, vivi que nem um zumbi e só pensava na dor que me foi imposta? Você acha que eu sofri? Você foi embora, você me abandonou.  Você escolheu isso. Não me venha dizer que sofreu.

- Você não sabe os motivos pelo qual a abandonei.

- Sei sim, você me disse naquele dia. “Você não é boa o suficiente para mim.” E “Eu não te quero mais.” Você deixou bem claro para mim os motivos.

- Bella, não foi por isso. Não foi por isso que eu a deixei.

- Não quero saber, agora me deixa. Eu quero ir para minha casa. Avise Tânia que volto depois.

E ela puxou o seu braço da minha mão e saiu correndo. Ela entrou e fechou a porta com força. Eu não acredito nisso. Minha Bella está viva, mas me odeia. Como ela se tornou uma pessoa tão amargurada? Mas eu mudarei isso. Ela voltará a ser a Bella de antes. Voltará a ser minha. Meu amor por ela nunca acabou, apenas cresceu. E eu lutarei!

Andei de volta em direção à casa de Tânia. Todos me esperavam para saber o que aconteceu.

- Ela vai voltar depois, Tânia. Eu vou para casa. – disse.

- Edward, espere!

- Sim Tânia.

- Por que você fez isso com ela? Ela não merecia sofrer tanto. Você não sabe o quanto ela sofreu!

- Eu também sofri. Mas as razões – que hoje eu vejo que foram estúpidas – não foram as que eu disse a ela.

- Mesmo assim. Ela não vai te perdoar tão fácil.

- Eu sei. Mas eu não desistirei. Eu ainda a amo. Mais ainda do que antes, se for possível.

- Apenas te peço, que não a faça sofrer novamente, não sei se ela agüentaria! – Tânia me pediu com um brilho de súplica no olhar.

- Eu nunca a magoarei novamente. Eu volto mais tarde.

Fui para minha casa e me tranquei em meu quarto. Minha mãe e minhas irmãs continuaram lá para finalizar os preparativos do casamento. Meu pai e meus irmãos foram buscar alguns enfeites na loja. Fui em direção à janela sul do meu quarto e eu percebi que ficava de frente para um dos quartos da casa de Bella. A casa de Tânia era um metro mais baixa do que as nossas. O quarto tinha duas paredes de vidro, um sofá branco de couro enorme, uma estante repleta de livros e CDs. Uma TV de LCD enorme pendia na parede. Parecia-se com o meu quarto em Forks, então a porta foi aberta. Lá eu via Bella, indo se sentar no sofá. Ela flexionou as pernas, apoiando o rosto nos joelhos. Seu corpo se mexia com se estivesse soluçando, chorando. Aquela cena me fez querer ir até ela e reconfortá-la. Mas a única coisa que eu podia fazer era vê-la, longe de meus braços. Ela ficou naquela posição por horas, ou talvez minutos. Ela então se levantou, indo em direção a uma porta que ficava no canto esquerdo do quarto. De lá tirou um montinho de roupa. E então ela começou a tirar a jaqueta.

Ver Bella sem roupa é algo que já imaginei, mas preciso dá-la privacidade. Troquei de roupa e fui até a casa de Tânia. Todos estavam sentados no sofá da sala de estar conversando normalmente. Alice e Esme me lançaram um olhar de pena.

“Espere. Bella ainda está muito magoada.” – Alice pensou.

“Não se precipite. Dê tempo ao tempo.” – Agora foi Esme.

Acenei sutilmente com a cabeça e me sentei do lado de Carlisle no sofá.

- Tânia, como você conheceu Bella? – Jasper perguntou.

E então ouvimos a porta ser aberta. Bella entrou usando um short preto, uma blusa preta e um casaco preto, estava com uma sapatilha preta também. Por que ela usa tudo preto? Ela se aproximou e parou olhando a população da sala. Suspirou e sentou-se na poltrona vazia, do lado de Tânia.

- Hey B.! Jasper acabou de me perguntar como te conheci.

Ela deu um leve sorriso. E olhou para Jasper.

- Posso contar? – ela perguntou para ele.

- Claro Bella.

- Foi em 2034, eu estava procurando um lugar para morar. Não queria mais viver em Volterra. Fui para Rússia, precisamente Moscou. Encontrei David, um vampiro que tinha os mesmos hábitos alimentares de Carlisle. Mas ele estava muito sozinho. Já havia 300 anos que estava solitário. Começamos a conversar e nos tornamos bons amigos. Ele trabalhava na Biblioteca Pública de Moscou.

“Mas por minha aparência de 18 anos, eu continuei na escola. No meio do ano entram três alunas estonteantes, com o nome de Kate, Irina e Tânia. No começo, fiquei apreensiva por ter mais três vampiras no colégio.”

“Mas logo depois, nos tornamos melhores amigas. Um dia, David foi me visitar na escola e encontrou-me conversando com Tânia, ele se apaixonou assim que a viu, e a paixão foi mútua. Mas ambos eram muito tímidos. Não quiseram se declarar. Com a ajuda de Irina e Kate, eu consegui unir os dois.”

“Logo depois nos tornamos como uma família. E viajamos o mundo em busca de novas culturas, diversão. E nos instalamos em Juneau. Eu comprei o terreno ao lado, e construí minha casa. E Tânia e suas irmãs já tinham as suas. David veio morar com a noiva.”

- Como você foi transformada? – Esme perguntou.

No momento em que Bella abriu a boca para responder, o celular dela tocou.

- Com licença. Alô?

“Bella?”

- Olá Aro.

“Minha pequena. Chegou bem de viagem?”

- Claro que sim.

“Que bom. Alec mandou dizer que seu carro novo chegará em dois dias.”

- Oh, claro. Buscá-lo-ei assim que chegar. Não precisava me dar mais esse presente.

“Nada é demais para minha pequena. Quando nos visitará de novo?”

- Assim que possível. Eu ainda tenho o casamento e logo depois irei para Paris.

“Paris? Encontro-me com você lá. Jane me acompanhará, ela ficará muito feliz em te ver. Especialmente Demetri.”

- Ok. Quando eu for, lhe aviso.

“Claro. Um beijo e um abraço.”

- Outro. Tchau.

Bella desligou o celular e nos encarou. Ela viu que terá muitas perguntas a responder.