Pov.Bella

Abri os olhos e  olhei para o teto. Acordei cedo de mais, como sempre. Alice ainda dormia na sua cama, com aquela mascara verde que me dava arrepios. Fiquei um tempo no quarto até que decidi sair. Iria preparar o café da manhã. Quando cheguei na cozinha Edward estava lá. Era estranho, somos os únicos a acordar cedo. Não era normal, tudo bem que tem pessoas que acordam cedo para trabalhar ou estudar , só que era lá pelas 5h, eu acordava por causa dos pesadelos que tenho. Não contei a ninguém sobre eles, não achei necessário.

Edward mexia alguma coisa no fogão. Estava sem camisa. Apenas com avental . Assim que meus olhos bateram nele ,eu vi. Cicatrizes. Muitas. Espalhadas pelas costas dele, eram grandes, e atravessava as costa dele. Eram feias. Mas eu não me importei. Senti uma vontade louca de tocar todas elas. Não pensei, só fiz. Assim que meus dedos tocaram suas costas, ele tencionou. Acho que pelo susto, pois não pronunciei minha chegada. Alisei as costas dele. Edward virou a cabeça para ver quem era, quando nossos olhos se encontrarão ele simplesmente me emburrou e vestiu a camisa que estava no balcão.

—você não devia ter visto isso.- Edward disse bravo- Nunca devia ter visto isso.-completou.

—Edward...-Disse com os olhos arregalados.

—Bella...por favor, não sinta nojo nem pena de mim...

—Por-por-porque eu sentiria isso de você?

—Você viu... não sou perfeito.

—Nem eu ..-disse segurando as mãos dele- ninguém é Edward.

—Você...você gostaria de saber minha historia ?

—Sim...mas se você não se sentir a vontade ...tudo bem..

Edward desligou o fogão, me puxou para a sala, sentamos no tapete de frente pro outro. Assim que nos acomodamos , ele tirou a blusa revelando mais cicatrizes, no peito e ombro. Eu suspirei. Mesmo com todas as cicatrizes, dava para ver os músculos do abdome, os gominhos...

—Bella..-Edward me chamou. Olhei para ele confusa, mas logo percebi oque estava fazendo, corei fortemente.

—Pode..hum... pode começar..- Disse tentando disfarçar , falhando .

—bem... Eu tinha uma família sabe?! Fomos muito felizes. Minha mãe, Elisa, era carinhosa e cantava para mim toda noite. Eu tinha vários sonhos quando ela cantava para mim. Meu pai, Anthony, me ensinou que devemos ser carinhosos e amar todas as mulheres, pois elas são o bem mais precioso do homem. Eu os ama muito Bella... Eu tocava piano com a minha mãe, meu pai nos acompanhava com violino. Em uma noite, estávamos tocando antes de dormir, sempre vaziamos isso, a casa foi assaltada...Homens de preto pegaram a minha mãe, meu pai tentou salva-la mas pegaram ele também. Uma...uma mulher me pegou , ela era linda, mas era muito má. Ficamos dias no escuro, nós três, minha mãe sempre cantava chorando, eu não tinha mais sonhos felizes com pôneis, eu amava pôneis. Tudo acabou no dia seguinte, minha mãe nunca mais cantou para mim...minha ultima lembrança era dos gritos de socorro dela.

Meu pai chorou e gritou, eu nunca tinha visto ele assim. Ele chegou a desmaiar Bella, tudo de dor. Assim que ele acordou, estava diferente, agressivo e com um olhar diferente ,foi a primeira e ultima vez que eu fiquei com medo dele. Ficamos dias, semanas, naquela lugar escuro, os homens de preto dava comida e agua para nós dois. Dava para escutar, através das paredes, mas eles falavam em uma língua estranha. Meu pai ficou fraco depois de um tempo, ele morreu nos meus braços dizendo um nome estranho...Eu não entendi. Pedi para ele repedir para ele não me deixar, mas foi em vão . Quando o homem de preto foi deixar comida para nós, viu o meu pai morto. Foi o fim de tudo. Ele viu que com meu pai não poderia fazer nada, então simplesmente, me pegou e saiu me arrastando. Eu vi que estava em uma casa. Tinha homens e mulheres, todos vestindo coisas estranhas, parecia panos atrás de panos. Eu percebi que estava na índia, não sei como fui parar lá, provavelmente quando pegaram a gente e ficamos inconsciente,mas lá eu era... eu estava sendo usado, me bateram, pessoas iam e saiam daquela casa e me bateram no processo, falavam coisas estranha.Eu não entendia nada. Na primeira oportunidade que eu tive eu fugi, uma garota mais velha me ajudou, me escondeu, me ensinou a língua deles, o bastante, quando eu fiz 9 anos, eu tentei fazer algo para sobrevier, então eu comecei a roubar, comida, roupas apenas o necessário. Eu não era um garoto de sorte, quando fui roubar comida, um dos caras de preto que estava na casa me viu e me reconheceu, eu corri , não foi o bastante pois logo ele me pegou. Bella... ele me espancou e me chicoteou, me drogou, me vendeu para um indiano. Esse indiano me fez de escravo, ela mandava e eu fazia, se eu não fizesse ele me...me.. violentava...Não me orgulho disso. Eu fugi na quarta vez que ele me violentou. Corri me escondi , fiz de tudo para ele não me achar mais. No começo foi difícil, eu ficava com medo de todos . Então eu roubei dinheiro continuei roubando para sobreviver ,até eu ver um casal de estrangeiro, eu os roubei e eles me ajudaram...e aqui estou eu...morando com os estrangeiros que eu roubei para sobreviver.

Edward terminou de contar ,  eu estava chorando chocada.

—Bella..ninguem sabe que eu..eu...fui violentado, eu não contei essa parte para o Calisle só pra você, eu sei oque você sentiu com o Felix...-Edward disse envergonhado

—Eu fico feliz que você confie em mim, para me contar algo assim Edward- Disse o abraçando. Acabei caindo e levando ele junto. Não me mexi, estava confortável. Ficamos abraçados no chão até eu quebrar o silencio.

—Posso ver direito as cicatrizes ?

—Você quer ver?

—Por favor.

Edward se afastou o bastante para e ver os ombros dele. As marcas tinhas uma pequena ondulações, eram rosas claras. Passei meus dedos nelas, delicadamente.

—Dói ?- perguntei baixinho.

—Não..
Beijei delicadamente a cicatriz do ombro, fui subido com os beijos delicados, sentindo o cheiro de menta que vinha dele. Cheguei perto da sua orelha e dei um beijo ali, me fastei, olhei no fundo dos olhos verdes dele.

—Posso fazer uma coisa?- perguntei baixinho.

—Pode..- Edward disse olhando intensamente. Fui me aproximando do rosto dele, parei quando senti o nariz dele tocar o meu. Suspirei, o cheiro dele me atingiu em cheio. Acabei a distancia entre nós dois e o beijei. Assim que os nossos lábios se tocaram, eu parei. Apenas para me certificar que estava tudo bem comigo, assim que vi que a única coisa que eu sentia era a queimação que os lábios dele fazia contra o meu. Fiquei tão feliz que continuei o beijo empolgada, fui retribuída prontamente. Edward me puxou para ele , separando meus lábios com a sua língua, me pedindo passagem na qual eu dei prontamente.

Ficamos nos beijando e rindo de bobeira no tapete felpudo até que eu me lembrei do café da manhã. Puxei ele para fazer o café comigo. Edward não colocou a blusa a pedido meu. Fizemos tudo que foi permitido com beijos nos intervalos. Todos acordaram e ficaram surpreso com a mesa e confuso por Edward esta sem blusa perto de mim. Eu corei muito enquanto comia, sentei na frente do Edward e isso colaborou muito com minhas bochechas, ao que parecia isso fazia ele rir e como cada ação a uma reação , eu também comecei a rir e quando vi, estávamos nós dois rindo sozinho como um pateta. Do nada eu parei de rir e fiquei vendo Edward gargalhar. Sorri. Eu poderia conviver com isso. Só falta a minha filha.

[..]

Na escola foi normal, só a Putania que me deu raiva se atirando no meu Edward. Mas nem isso fez com que o meu sorriso saísse da minha cara, claro que grande parte disso foi ver Edward negando ela, novamente. As meninas tentaram tirar algo de mim, mas eu não sabia se podia falar com elas sobre os beijos, mesmo assim deixei quieto, perguntaria ao Edward depois, primeiro eu iria aproveitar essa felicidade. Quando o ultimo sinal tocou eu sai correndo para o estacionamento e vi o Edward me esperando ao lado do carro do Carlisle. Sai correndo e abracei ele,claro Edward ficou surpreso mais logo retribuiu e ainda me deu um beijo na bochecha. Eu explodi de felicidade. Suspirei e entrei no carro corando quando vi que todos olhavam para nós.

—Oqu.. Carlisle começou mas foi logo interrompido pela Alice.

—Nem tente papito, eu já tentei e não consegui.- Alice disse emburrada. Eu sorri.

Fomos para casa. Me lembrei que amanhã, todos iriam viajar para procurar o Jacob. Espero que ele não tenha se mudado, ficaria mas fácil achar ele, mas Calisle disse que o Eleazar iria nos ajudar. Assim espero...