Meu Tormento escrita por Nat Rodrigues


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Oioi gente ^--^ muito obrigada por todos os comentários! Demorei um pouquinho, mas estou postando.. Esse cap é.. bem, tenso e fofo. Tomara que vcs não fiquem bravas comigo. hihi.
Boa leitura! O/



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Você você você me ama ?
Você precisa de um pouco de tempo?
Você você você me quer
Oh, pra te abraçar quando você chorar ?” MacFly, Do ya?.

Acordei com o som incessante da campainha. Tinha ficado esperando Tomás do sofá de casa, e acabei pegando no sono.

Antes de ir até a porta, olhei as horas: três e quarenta da manhã.

A passos lentos caminhei até a porta, e pude ouvir uma risada feminina. Ou eu estava muito sonolenta, ou Tomás tinha trazido alguém para cá. Isso fez me despertar de vez.

– Pirraaaaalha! – Tomás exclamou assim que abri a porta. Encarei com a boca aberta a garota que Tomás trazia junto. Só por cima do meu cadáver ele vai trazer alguém na minha casa quando meus pais não estão! Ele está achando que aqui é o quê? Um bordel?!

– Quem é essa? – indaguei não deixando nenhum dos dois passar. Por suas caras de bobões, roupas amarrotadas, e o fedor, deduzi que os dois estavam bêbados.

– Oooi! – a garota disse eufórica como se me conhecer fosse um prêmio. – Eu sou a Cintia! – falou e deu uma gargalhada escandalosa. Seu vestido preto era tão apertado e curto que sua calcinha aparecia. O cabelo loiro tingido era liso, e ela tinha cara de ser uns dois anos mais nova que Tomás. Que garota sem juízo!

– Sai da frente pirralha, você está me atrapalhando... – Tomás reclamou tentando me tirar da porta, mas estava bêbado de mais para usar a força e realmente me tirar dali.

– Olha, vou ser bem clara: Cintia, você não é bem-vinda aqui. Pelo menos não agora. E tenho que ter uma conversa seríssima com Tomás, portanto ele vai ter que entrar e outro dia vocês... Conversam. – bradei já com cada fio de meu cabelo irritado.

– Aaah... – a tal Cintia reclamou olhando triste para Tomás. Cara, ela parecia uma criança. – Porque não me disse que sua namorada era tão brava?

– Ela não é minha namorada. Para de graça, pirralha. Deixa a gente entrar! – Tomás mandou se fazendo de durão. Mas eu já não tenho medo algum dele quando está normal; tampouco bêbado.

– Larga de ser patético! Pouco me importa se está bêbado ou não! Essa garota não vai entrar aqui, e estou a ponto de impedir você também! – gritei. Como ele pode ser tão idiota?

Plena madrugada e eu fazendo barraco em frente a minha casa. Maravilha.

– Outro dia eu volto, mozinho. – Cintia falou com a voz aguada. “Mozinho”?! Posso ir vomitar?

– Não, a pirralha... – Tomás começou a dizer com a voz um pouco mais grossa que o normal, mas antes que terminasse a frase, Cintia o calou com um beijo.

A ideia de vomitar me voltou à mente, mas antes que ela chegasse, uma pontada de desapontamento, medo, raiva e desespero tomou conta de mim. Não consegui reagir aquilo. Pode ter sido o sono, afinal, não fazia muito tempo que eu tinha acordado, mas me assustei com a outra probabilidade. Até porque, ela era bem mais real.

A única coisa que sei, é que, depois do beijo, Cintia foi embora trançando as pernas, e Tomás entrou mal-humorado para dentro de casa.

Ainda chocada, fechei a porta e encarei Tomás.

– Eu... Eu não acredito que você fez isso. – falei um tanto descrente. Ele me encarou sem expressão. – Por mais repugnante que você seja, nunca pensei que iria aproveitar a oportunidade de meus pais não estarem aqui para trazer uma garota qualquer, para a minha casa. Minha.

– Ah, nem vem... – Tomás respondeu deitando no sofá, despreocupado.

– Eu pedi para você, Tomás. Eu pedi para que você não bebesse! – bradei. Senti uma lágrima de nervoso descer e a limpei com raiva.

– Qual... hic... Qual o problema nisso? A vida é minha, eu bebo se quiser. – Tomás respondeu enrolando um pouco a língua para falar. Senti uma nostalgia. Ele ia usar as mesmas desculpas que usava logo quando se mudou para minha casa.

– A vida é sua, mas querendo ou não você mora sobre o teto dos meus pais! Devia ter mais respeito! – retruquei. Eu sei que essa discussão de nada importaria, afinal, ele está bêbado, não vai lembrar da discussão, e muito menos que o que está fazendo é errado.

– Eles não estão aqui... Tec... Tecnicamente não to desrespeitando eles... – respondeu e deu um sorriso maroto. Senti uma apunhalada nas costas. Saber que ele me odeia é uma coisa, ele falar e demonstrar isso é outra totalmente diferente...

– Você... – comecei a falar, mas engasguei. – Você...

– Eu...? – indagou e riu. Sóbrio ele já é chato, bêbado é insuportável.

– Qual o seu problema?! – gritei. Quer saber? Dane-se se ele está bêbado! Vai ter que me ouvir mesmo assim.

– O meu...? – perguntou e soltou uma risada debochada. – Tem vários, e você é um deles. –outra apunhalada.

– É? Fique sabendo que você é o meu problema. O único problema, um tormento insuportável! – exclamei e senti a respiração ficando mais entrecortada. Eu não vou chorar. Me recuso.

– Isso eu já sabia, você faz questão de me lembrar todos os dias... – respondeu. Diferente do que pensei, ele não riu. Apenas abaixou a cabeça como se estivesse triste. Caramba, isso me fez sentir pior do que eu já estava.

– Mas... Mas mesmo assim eu me preocupo com você. – tentei me concertar. Sou uma manteiga derretida. Que droga!

– Ah, sim. Com certeza. – debochou. – A única pessoa... –tentou falar com a voz embargada. - A única pessoa que já me amou, Maria Eduarda, está morta. E amanhã faz um ano.

Foi como um balde de água fria. Então era por isso que ele estava daquele jeito. Senti-me a pior pessoa do mundo por ter falado todas aquelas coisas para ele desde de manhã.

Ele estava ainda deitado no sofá, mas virado, de modo que não me enxergava. Ajoelhei-me ao seu lado, e dei-me por vencida. Não iria adiantar ficar brigando com ele mesmo.

– Desculpa... –pedi. Mesmo com vergonha, acariciei sua cabeça. Ele estranhou o toque, e se virou para mim. Seus olhos antes tão bonitos, estavam vermelhos. – Eu tinha esquecido... – referi-me ao aniversário de morte de sua mãe. Talvez por estar bêbado, ele começou a chorar. Continuei o acariciando, e sequei algumas lágrimas.

– O que você mais sente falta nela? – indaguei.

– O sorriso. – respondeu com olhar nostálgico. – Ela sempre sorria para mim quando eu chorava e era como algo instantâneo: eu parava de chorar... – disse, e eu sorri. Isso era tão lindo.

– Você lembra quando estávamos no velório dela, e você queria me impedir de ir até o caixão? – indagou. Senti meu rosto avermelhar.

– Lembro. – respondi. Não era algo que gostava de lembrar. No dia eu fiquei tão assustada que não sabia como reagir, então passei o dia inteiro com Tomás tentando fazê-lo não ficar triste.

– Eu senti tanta raiva de você... Mas depois entendi que você só estava tentando me acalmar. – falou. – Você não derramou uma sequer lágrima na minha frente, apenas sorriu. E isso me fez muito bem. – meu rosto se avermelhou mais ainda. Senti a mão que o acariciava travar um pouco.

– Mas agora você não está mais tão apaixonável. –dessa vez minha mão realmente travou. O encarei num misto de irritada e envergonhada. Ele já não chorava mais, tinha até um pequeno sorriso. Tomás se ajeitou no sofá, de modo que ficava na minha altura. – Quer dizer, olha o estado do seu cabelo... – debochou. Revirei os olhos.

– Eu estava dorm... –comecei a explicar, mas ele se aproximou o bastante para que eu me calasse. Mas não me beijou, apenas encostou nossos narizes. Não que eu quisesse que ele me beijasse mas... Quê?!

– Q-q-que quê você tá fazendo?! – perguntei com a voz um tanto esganiçada. O afastei com um empurrão, e me levantei. Peguei a coberta que estava usando e taquei em cima da cara dele.

– Boa noite. – falei com a voz dura e ele riu. Fui para meu quarto pê da vida. Droga de bebida que fazem as pessoas perderem um ou dois neurônios. Mas então porque eu que não bebi queria tanto que ele me beijasse?

Oh, merda. Isso não está acontecendo. Não comigo.


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Notas finais do capítulo

E ai?? O que acharam? Briga e depois quase beija, clichê, mas um clichê fofo de maaaaaaais! kkkk Obrigada por ler! beijos!



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