Meu Tormento escrita por Nat Rodrigues


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Ooi pessoinhas... Como vão? Sinto saudades de vcs. Sei que demorei um pouquinho, mas é que a criatividade tá me abandonando aos poucos T-T
Enfim, esse cap saiu kk, e queria o oferecer a Camila, e a May que favoritaram, sua lindas



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/515689/chapter/8

"Nós estamos travando esta guerra

Quando na verdade nós dois estamos perdendo

(Este não é o jeito que o amor deveria ser)" Mad, Ne-yo.

Após lavar o rosto (tomando cuidado para não mexer no curativo) e trocar de roupa, me senti um pouco melhor. Não devia ficar pensando no sonho, muito menos em Tomás. Portanto tratei de me focar em outra coisa. Por exemplo, hoje era meu primeiro dia de férias, e Daniela havia me mandado várias mensagens perguntando se eu já havia melhorado. Até Otávio tinha me mandando um “Oi”.

– Está melhor, filha? – papai perguntou quando fui à cozinha tomar café da amanhã.

– Tô sim, pai. – assenti, sentando à mesa. – Só está doendo um pouco...

– Ah, que bom. Hum, lembra-se que ontem tive que ir ao escritório? – indagou e fim que sim com a cabeça. – Vou ter que sair em uma viagem hoje, e sua mãe vai comigo. – avisou. Levantei os olhos assustada.

– Ué, mas ela vai deixar o hospital?

– Hoje a noite ela não vai ter plantão, e como amanhã é domingo e segunda ela vai pegar folga, vai junto comigo. Deixarei Tomás no comando, então trate de obedecê-lo. Ah, e não fique sozinha aqui em casa em hipótese alguma. Se ele sair, vá junto. – explicou. Fiquei um tanto irritada. Em questão de maturidade, eu ganhava de dez a zero de Tomás. EU devia ficar no comando. Principalmente se for levado em conta que logo que Tomás começou a morar com a gente, ele voltava tarde e na maioria das vezes bêbado, e eu tinha que cuidar dele para que meus pais não descobrissem e brigassem com ele. Tudo bem que já faz quase um ano, e que ele parou de fazer isso, mas mesmo assim...

– Tomás concordou com isso? – questionei.

– Concordou. Vamos sair hoje à tarde, mas terei que ficar no escritório arrumando algumas papeladas e sua mãe vai sair direto do hospital para o aeroporto.

– Ah... tudo bem. Boa viagem. – sorri forçado. Eles nem devem lembrar que já estou de férias também. Mas não tem problema, eles vivem fazendo essas viagens para fora. Pode-se levar em conta que não fazem a viagem juntos, afinal, será a primeira vez que eu e Tomás ficamos sozinhos por três dias.

– Obrigado. – sorriu também, me deu um abraço, e saiu com uma mala e sua bolsa do escritório, após despedir-se de Tomás que estava sentado no sofá da sala.

Terminei o café, e guardei as coisas.

– Eu vou fazer o almoço e você lava a louça. – Tomás apareceu na cozinha.

– Não. Não vou lavar tudo sozinha! – reclamei.

– Você está me desobedecendo? – perguntou. Até agora pouco ele parecia o mesmo idiota irritado de ontem, mas, assim que falou isso, sorriu de um jeito cínico que me fez querer tacar a faca que segurava, e acertar em seu olho.

– Você não manda em mim.

– O que seu pai disse mesmo? “Deixarei Tomás no comando, então trate de obedecê-lo”...

– Argh. Vamos fazer assim: Eu te ajudo a fazer o almoço e você enxuga a louça?

– Não.

– Pelo menos guarda a louça?

– Hum... Tudo bem. Mas só porque não to a fim de me queimar fritando a carne.

– Você é um tormento, sabia?

– Com coisa que você é um doce.

– Obrigada.

– Disponha.

Revirei os olhos. Não iria continuar com aquela discussão idiota. Peguei as panelas, enquanto ele pegava os alimentos.

– Vamos fazer macarrão. – falou pegando um pacote fechado.

– Não, já tem um pouco de arroz, é só fazer alguma salada e alguma carne. – discordei.

– Macarrão é melhor. E sou eu quem deveria fazer o almoço então não opina. – rebateu. Fechei os olhos e contei até dez. Que insuportável!

Após uma hora de alfinetadas, troca de insultos e briguinhas, terminamos de fazer o almoço.

Estava irritada, e pelo visto ele também. Ficamos comendo quietos, sem nem ao menos nos olhar.

Mas minha boca é a grande, e a curiosidade também. E havia uma coisa que ainda não tinha conseguido tirar da cabeça.

– Hum... O que você estava conversando com Otávio ontem? – perguntei. A menção do nome “Otávio” pareceu fazer com que ele ficasse mais irritado ainda.

– Por acaso estava ouvindo? – indagou. Incrivelmente sua voz não estava agressiva. Parecia mais... Não sei, vergonhosa.

– Não... – falei. Ele ficou me encarando, sabendo que eu estava mentindo, então me corrigi. – Quer dizer, ouvi uma parte, mas não entendi muito bem...

– Olha, vou ser bem direto. – Tomás exclamou e ajeitou a postura na cadeira. – Otávio é o tipo de garoto que não está nem aí para vida, e vive a lei do “desapego”. Então não se ilude achando que ele vai ser seu príncipe encantado e que vão viver felizes para sempre, porque em uma fábula ele está mais para o sapo. – bradou. Bufei. Quem disse que eu estou interessada nele?! Só fiz uma pergunta. Ontem fiquei meio balançada com sua aproximação, mas isso não quer dizer nada. Quer?

– Isso não faz sentido, até porque nos contos de fada, o sapo é o príncipe que muda após a princesa o beijá-lo. – contrapus.

– Foi só um exemplo... O que estou querendo dizer é que te conheço bem o suficiente para saber que você vai ficar sofrendo por um idiota. – falou e me senti indignada. Me conhece bem? Ele nem se importa comigo! E, até porque, se conhecesse, saberia que o único idiota que está me fazendo sofrer no momento é ele.

– Tem razão, eu sou bobinha de mais, não é? – irritei-me. – Só que você, Tomás, você é repugnante. – explodi.

– O que quê tem a ver eu ser repugnante?

Como já tinha terminado de comer, ignorei-o e deixei o prato em cima da mesa, indo para meu quarto. Outra hora eu limpava a louça. Não eram nem uma da tarde e já estávamos brigando mais que o comum.

– Ei, Maria Eduarda, estou falando com você! – me seguiu até meu quarto.

– Dane-se. – respondi e antes que eu fechasse a porta ele entrou. – Saí! – mandei.

– Olha, me desculpa se falei de mal jeito. – pediu sem conseguir esconder a irritação. – É só que... –parou um tanto encabulado. Cruzei os braços e olhei para o teto.

Ele ficou por um tempo me olhando, mas o que quer que fosse dizer, deixou para trás. Antes de sair do meu quarto, murmurou:

– Depois venho refazer o curativo...

Apenas assenti e fechei a porta. Querendo ou não, acho que meu sonho é um pouco real: Tomás me odeia. E, infelizmente, isso me machuca. Mais do que devia.

. . . . . ******* . . . . .

A noite chegou rapidamente, e felizmente eu já havia terminado de lavar a louça, feito as tarefas que os professores passaram para as férias, e tomado banho. Assim que tirei o curativo para tomar banho me surpreendi: o galo já havia diminuído bastante. Mas o corte ainda estava bem grande e dolorido.

Não voltei a falar com Tomás durante o dia. Ele era um idiota. Mas um idiota que sabia fazer curativos descentes, portanto tive que deixar meu orgulho de lado e ir até seu quarto o chamar.

– Tomás... – falei batendo na porta. Quando ele a abriu até assustei. Estava vestido de forma casual, como se fosse sair para alguma balada. O cabelo ainda estava um pouco molhado o que o dava um charme a mais. Sem contar do perfume fortíssimo, mas que era agradável.

– Quê? – indagou do seu modo frio. Isso foi como um alarme na minha mente: O que você pensa que está fazendo reparando nele, garota tonta?

– Am... V-você poderia fazer o curativo? – pedi olhando para qualquer direção, menos a dele.

– Ah... Tá bom. Vai lá na sala, que eu já vou. – respondeu fazendo pouco caso. Não o respondi, apenas me virei e fui até a sala, me sentando no sofá.

Logo ele chegou com a caixa de primeiros socorros.

– Você vai sair? – perguntei. Lembrei-me da regra de meu pai “Não fique sozinha aqui em casa em hipótese alguma. Se ele sair, vá junto”, a qual tenho certeza que não vai ser respeitada. Já estou de pijama, não vou me trocar para sair.

– Vou. – respondeu começando a refazer o curativo.

– Com quem? – perguntei estranhando.

– Porque quer saber? – doce como um limão.

– Por nada. É que como faz tempo que você não sai e vou ficar aqui sozinha, estou perguntando... – expliquei.

– Não me diga que até dentro da sua casa você vai ter aquele seu ataque? – exclamou. Revirei os olhos.

– Não, não tenho. Só estou perguntando. Se não quer responder, não responda. – bradei querendo dar o assunto por encerrado. Que droga, porque ele tem que ser tão arrogante?

– Vou sair com uns amigos do cursinho. Não sei a hora que chego, então não fique me esperando. – avisou. O olhei irritada e isso foi um erro. Apesar de toda a grosseria na voz, seus olhos eram dóceis. Como se me pedissem constantes desculpas. Seu perfume era inebriante, e me senti estranha. Um pouco mais agitada, talvez.

– Por favor, não beba... – pedi lembrando-me das noites em que precisei o ajudar a chegar até seu quarto. Ele não me respondeu, apenas terminou de fazer o curativo, e foi guardar as coisas.

– Tomás... – o chamei. Ele pode ser o trasgo que for, mas isso não significa que quero vê-lo afogado na bebida.

– Que foi? – respondeu mexendo no celular, sem me dar uma devida atenção.

– É sério, você não precisa... – comecei a falar, um tanto sem jeito.

– Olha, não tenta dar uma de “perfeitinha” para mim não, tá? O que vou fazer lá não te diz respeito. – surpreendi-me com suas palavras. Esperava que ele fosse responder algo do tipo, mas isso não diminuiu o impacto. Ele age como se não entendesse que me importo com ele.

– Isso não é querer ser “perfeitinha”! – respondi. – E como não me diz respeito?! Moramos na mesma casa!

– É, mas não somos irmãos ou coisa parecia. Tampouco amigos. Então vê se não enche.

– Eu só estou preocupada com você... – disse em um fiasco de voz. Ele bufou, e saiu de casa. Pra onde foi? Não faço ideia. Que “amigos” são esses do cursinho? Piorou.

O jeito é ficar aqui, encolhida no sofá, assistindo filme, enquanto ele não volta.

Droga de tormento.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Pois é, um cap tenso, com muitas e muitas brigas. Tomás é revolts e Madu tonta de tocar na ferida. Vai entender. kkkkkkkkkkkkkk
Muito obrigada por ler!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Meu Tormento" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.