Meu Tormento escrita por Nat Rodrigues


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Oioi. Demorei mais que o habitual, né? Mas estou sofrendo de um crise. Sei o que vai acontecer na história, já tenho praticamente tudo montado na minha cabeça, mas quando vou digitar não sai... Perdão.
Hoje até que enfim vem a festa junina!
Prevejo gente revoltada com o final.. Hehe
Boa leitura!



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“Porque depois desse tempo todo, devia ter superado todos os calafrios, mas estou a fim de você” Still Into You, Paramore.

Sábado e domingo passaram como dois borrões. Apesar de não ter aula precisei ajudar Daniela a arrumar as bandeirinhas da festa, ir atrás das toalhas que iriam ficar nas mesas, os enfeites, e outras coisas a mais. Uma correria danada. Também fui buscar meu vestido já pronto, e no meio disso tudo achei um tempinho para dar uma última revisada no conteúdo e assistir os animes que eu havia deixado pela metade.

Na segunda feira, as aulas foram cansativas e eu tive que ficar agüentando Bernardo ao meu lado reclamando durante todos os ensaios sobre como André ficava dando em cima de Dani descaradamente, como os dois não combinavam nada, como André não se tocava que Dani não gostava dele, e etc. Estava pior que uma garota.

A “tão esperada” terça-feira chegou. Não tivemos aula, apenas fomos até o local onde iria ser a festa, ensaiamos uma última vez, e começamos a organizar tudo. Quando o horário da aula acabou, fui para casa, mas logo voltei porque ainda tinha muito que fazer ali. Resultado: faltando apenas duas horas para a festa, consegui voltar para casa e começar a me arrumar.

Para ajeitar meu cabelo foi um dilema: Mamãe estava de plantão, e com toda certeza Tomás e papai não iriam saber repartir meu cabelo ao meio para fazer a tradicional Maria-chiquinha. Portanto, depois de vinte minutos apenas tentando repartir o cabelo, decidi ir com ele preso em um rabo só, de lado. Coloquei meu vestido, vermelho com laços brancos, e uma meia três quartos, branca, e minha sapatilha, preta.

– Pronto. – disse indo até a sala. Papai estava lendo um jornal, e Tomás jogado de qualquer jeito no sofá.

– Filha, o Henrique, do escritório acabou de ligar... – papai começou a falar e nem precisou terminar para eu saber o que era: ele não poderia ir à festa. – E terei que dar uma passada no escritório. Vou levar vocês, e tento sair rápido de lá para pegar sua apresentação, está bem? – indagou. Assenti. Era sempre assim mesmo.

Dentro do carro, Tomás começou a reclamar. Eu tinha até achado estranho mesmo ele querer vir, assim, de boa vontade.

– Porque essa festa caiu logo numa terça-feira? O normal não seria sexta, ou sábado? – indagou.

– Porque hoje é dia vinte e quatro, dia de São João. – esclareci.

– E porque eu já tenho que ir sendo que sua apresentação é só mais tarde?

– Por que... Eu não consigo ficar sozinha, oras!

– Você é estranha...

– Argh, falou o normal.

– Parem já os dois. Parece gato e rato. – papai interferiu e revirei os olhos. Tomás é um tormento na minha vida. – Seu vestido ficou bonito, filha. – elogiou, e antes que eu pudesse agradecer, Tomás tomou a palavra.

– É que ela queria se arrumar para o “tavinho”.

Homicídio dá cadeia, né?!

– Nada a ver! – reclamei. Não acredito que ele não esqueceu essa história!

– Você fala do Otávio, Tomás? Não sabia que a Maria Eduarda ainda tinha uma queda por ele... – papai entrou na conversa. Revirei os olhos, irritada.

– Porque eu não tenho! – defendi-me.

– Pois é, descobri uma foto dos dois e...

– Cala a boca Tomás!

– Calma, calma. Chegamos. Depois me conte o resto Tomás... – pediu rindo. Tomás concordou e apenas bufei.

Bati a porta do carro, e saí andando na frente, irritada.

– Você sabia que estar irritada é mais um indicio de que realmente gosta dele, não é? – Tomás provocou.

– Mas que implicância! Eu não gosto dele!

– Eu sei, mas eu gosto de te irritar. – disse e revirei os olhos.

– Até que enfim você chegou! Preciso de alguém para ficar na barraca da pipoca! – Daniela apareceu com o olhar meio desesperado.

– Mas... Vou ficar lá sozinha? – perguntei fazendo uma careta. O local da festa era um espaço aberto, e como estava no inicio, ainda tinha poucas pessoas. Odeio lugares assim. Dani suspirou parecendo pensar no que fazer. Olhei pidona para Tomás. Ele também suspirou meio irritado.

– Deixa que eu fico lá com ela até alguém aparecer. – falou e coçou a cabeça parecendo encabulado. Ele pode até não ter nada com a Dani, mas tenho certeza que gosta dela. Está estampado na cara dele.

– Ai, muito obrigada Tomás! Você é um anjo! – Dani apertou uma das bochechas de Tomás e saiu andando, provavelmente indo atrás de alguma coisa que tinha ficado pendente.

– Você está vermelho. – provoquei começando a caminhar até a barraca de pipoca.

– Claro que não. – discordou me seguindo. Entramos na barraca e logo o local da festa começou a ficar lotado de gente.

Tomás não me ajudou um segundo sequer, só ficou sentado em uma cadeira no canto da barraca, mexendo no celular. Sua preguiça e falta de iniciativa me irritam.

– Ei, a Daniela pediu para que eu viesse te ajudar. – assustei-me quando Otávio apareceu ao meu lado, já dentro da barraca.

– Ah, sim, claro... Obrigada. – respondi um tanto sem jeito.

Assim que as apresentações começaram, diminuiu um pouco o tanto de gente que vinha ali pedir pipoca, e me sentei em um banco ao lado de Tomás. Ele estava visivelmente irritado, mas toda vez que olhava para mim parecia querer rir da minha cara.

Por que Deus, porque ele tinha que ter visto aquela foto?!

– E aí, Tomás, está fazendo cursinho? – Otávio puxou uma cadeira e sentou também.

Porque Otávio?! Sai daqui, Tomás vai me zoar! Não me lembrava de que os dois se conheciam, e pela cara de Tomás, ele também não.

– Estou sim, mas não sei se realmente quero entrar para uma faculdade. – Tomás respondeu fazendo pouco caso. Revirei os olhos.

– Meu irmão disse que não está gostando muito da faculdade não... – Otávio concordou. O irmão dele... Ah é, estudava com Tomás, por isso se conheciam. – Bom, ele disse isso da parte dos estudos, porque das garotas... – disse e riu.

Rosto bonito e mente de pervertido. Isso define Otávio. Se ele fosse um pouco mais feio, seria mais fácil resistir e... Vou ficar quieta. Afinal, eu ainda não caí nesse “tentação” que metade da escola caiu.

Aproveitei que os dois iriam começar a conversar sobre mulher e fingir que eu era invisível ali, e levantei para atender uma moça.

Fiquei por um bom tempo ali atendendo sozinha enquanto os bonitões preguiçosos conversavam. Não consegui ouvir muito bem que eles continuavam a falar sobre mulheres ou não, afinal, estavam conversando muito baixo.

Depois que atendi uma velhinha, fiquei olhando de esgueira para os dois.

– Tá me parecendo que ela te colocou coleira...

– Quê? Claro que não, ela...

– Moça, me dá uma pipoca colorida? – uma criança infeliz me atrapalhou. Peguei a pipoca e a entreguei.

– Tem certeza que vocês não tem nada? Sempre achei que namoravam...

– Ela não gosta de mim. E eu também...

– Moça?

– Ai, quê?!

– Ainda não me deu o troco.

– Ah, desculpa. Aqui. – suspirei irritada. Eles tinham parado de conversar.

Daniela passou andando pela barraca, e coloquei a cabeça pra fora para chamá-la.

– Oi? Já foi bastante pipoca? – perguntou.

– Sim, sim, já. Tem como você ver lá na cozinha se tem mais pipoca doce? – indaguei. Ela assentiu, e foi atrás da pipoca que pedi. Quando fui voltar para a barraca tinha a imensa inteligência de bater meu galo da parte de metal.

– Ai, ai, ai... – reclamei me encolhendo no chão.

– Que quê você fez? – Tomás perguntou rindo. Senti as lágrimas vindo, e minha cabeça latejando.

– Você ta bem? Senta aqui. – Otávio disse levando uma cadeira até mim.

– O-obrigada. – agradeci com a voz fraca. Otávio sorriu carinhoso enquanto Tomás ainda ria de mim.

– Você conseguiu bater aqui? – perguntou apontando para a parte de metal. Assenti. – Só você mesmo, Maria Eduarda...

– Para! – reclamei chorosa. Ainda com um sorriso, Tomás pegou em minha mão que pressionava onde tinha batido e atirou dali.

– Parabéns! Conseguiu abrir o corte de novo. – Tomás exclamou fingindo alegria.

– Aqui perto tem uma farmácia, quer que eu vá comprar um band-aid? – Otávio se ofereceu.

– Não precisa, deixa que eu vou. – Tomás decidiu, e saiu da barraca parecendo ainda incrédulo com a minha idiotice. Idiota é ele que ao invés de se preocupar comigo ficou rindo!

– Vou pegar um gelo lá onde está vendendo as bebidas, já volto. – Otávio avisou, saindo da barraca também. Nem me dei ao trabalho de assentir, já que tudo a minha volta estava girando.

Acho que fiquei uns cinco minutos lá, sozinha. Não sei se foi o medo e o desespero por causa da minha fobia, ou a vontade de matar os dois por terem me deixado só, ou a cabeça latejando, só sei que quando a mesma menina, que tinha me atrapalhado ouvir a conversa dos dois, voltou ali para pedir outra pipoca, e olhei com cara feia, ela saiu chorando e correu até a mãe.

Depois de ouvir a mãe reclamando, fechei os olhos e tentei me manter calma. Estava a ponto de um ataque. Precisava de companhia.

– O que... O que você está fazendo? – Otávio se pronunciou e abri os olhos assustada. Estava de olhos fechados tentando manter a calma e não surtar.

– E-eu... Tenho fobia de ficar sozinha. – disse morrendo de vergonha. Ele se agachou perto da minha cadeira, e tirou um pedacinho da minha franja de cima do galo/corte. Estava tão próximo que eu sentia sua respiração.

– Me desculpa, eu não sabia... Prometo nunca mais te deixar sozinha. –disse. Engoli em seco. Desviei o olhar. Acalmei minha respiração. Mas nada disso foi capaz de diminuir o ritmo do meu coração.

– Quanto tempo pretendem ficar assim? – se houvesse um santo “estraga-momento”, Tomás seria seu devoto. Com toda a certeza do mundo.


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Notas finais do capítulo

Perdão se tiver alguma palavra errada, não revisei hihi
e aí, gostaram?
Por favor, falem comigo...
Beijos!



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