Meu Tormento escrita por Nat Rodrigues


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Demorei, mas cheguei! kkkk Desculpa gente, é que eu ando meio desanimada.. Pra tudo. Principalmente na matéria "Amor"... Maaas, para compensar vocês, minha leitoras lindas e perfeitas, há uma surpresa nesse capítulo hihi
Boa lietura!



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“Só não se apaixonar por você é inevitável.

Eu quero, mas não posso resistir a este sentimento.”

Inevitable, Dulce Maria.

Quando a noite chegou, eu já estava a ponto de explodir com todo as perguntas de Tia Dina.

– N-não Tia... Que coisa. – respondi mal-humorada para nem sei o quê. Conte até dez, Madu... Conte até dez e respire fundo.

– Vai sair Tomás? – Mamãe indagou. Levantei a cabeça e inconscientemente prendi a respiração. Tomás podia ser um pouco mais feio. Ia ser mais fácil de odiá-lo.

– Vou sim. – Respondeu um tanto indiferente, mexendo no celular. Olhei para ele com cara de cansada. Se ele chegasse bêbado novamente... Ainda mais com minha tia aqui...

– Porque a Maduzinha não vai junto? – Tia Dina sugeriu. – Você precisa balançar um pouco esse quadril, menina! – Disse e deu um tapa no meu ombro, enquanto ria.

Apenas pelo olhar percebi que isso tinha estragado a noite de Tomás. Não tinha como ele falar não para minha tia e minha mãe. A única maneira de eu não ir, era se eu negasse. Porém, se eu for, vou vigiá-lo e não vou deixar que ele beba. Como eu te adoro tia!

– Boa ideia, Tia. Acho que vou sim. – sorri falsa. Tomás se limitou a revirar os olhos. – Só espere um pouco que vou me trocar. – pedi, e corri para o meu quarto.

Peguei uma saia tubinho preta, e coloquei uma bata branca e sapatilha. Fiz uma maquiagem leve, e penteei o cabelo. Eu não fazia ideia de onde ele ia, portanto não queria nem estar simples, nem arrumada de mais.

– Pronto. – anunciei minha chegada. Tomás levantou do sofá e me encarou.

– Meu amigo vai passar aqui para pegar a gente, vamos esperar lá fora. – falou. Fiquei decepcionada. Espera ao menos um comentário sarcástico sobre minha aparência.

Que merda estou pensando?! É claro que ele não ia falar nada!

Fomos até o quintal de minha casa, e depois de alguns minutos o silêncio estava insuportável. Ele não parou de mexer no celular um minuto, e não olhou mais na minha cara. Ainda não entendi o que fiz para todo esse comportamento.

– O-olha... Eu sei que você... – comecei a falar, mas ele me interrompeu.

– Não, Maria Eduarda. Você não sabe de nada. – cuspiu. Seu tom e as palavras ásperas foram como duas adagas no estômago.

Era tão difícil ele ver que eu só queria ajudar?

– Não te entendo. Porque está tão chato? O que foi que eu fiz dessa vez? – bradei. – Até meus pais chegarem à gente estava se dando tão bem...

– Você não entende, Maria Eduarda. Nem nunca vai entender. – respondeu. Só me deixou mais confusa do que eu já estava.

– Não vou mesmo! Você não me deixa nem te ajudar! Que droga Tomás. – resmunguei. Fiquei tentada a voltar para meu quarto, e deixá-lo ir sozinho, já que ele não queria minha ajuda. Mas sei que quando agimos assim, é quando mais precisamos de atenção e carinho. Com ele dificilmente seria diferente.

Tomás levantou o olhar da tela do celular e balançou a cabeça.

– Que droga digo eu.

Não abri minha boca mais. Só voltei a falar algo quando o tal amigo de Tomás chegou e para ser educada o cumprimentei.

– Então você é a famosa Maria Eduarda? – o tal amigo disse. Famosa, sei. Tomás nunca deve ter nem citado o meu nome na frente dele.

– Sim. Desculpe, mas não sei seu nome. – Sorri amarelo.

– Beto, ao seu dispor. – piscou um dos olhos. Perfil de um típico conquistador e destruidor de corações. Combina perfeitamente com Tomás.

– Aonde vamos, Beto? – resolvi perguntar de uma vez. Por mais impulsiva que fui quando falei que iria junto com Tomás, ainda não me confortei com a situação. Sair para um barzinho à noite nas férias não estava nos meus planos.

– Conhece a Black To White? – Indagou. Ri sem graça. Quando ia responder, Tomás me cortou.

– É claro que não. Ela mais parece um rato de biblioteca. – bufei. Eu não iria respondê-lo. Não queria brigar novamente. E acho que o tal Beto sentiu o clima e ficou quieto também.

Quando chegamos até a Black To White (nome brega, por sinal), Tomás andou a nossa frente. Tentei alcançá-lo, mas Beto segurou meu braço.

– Calma, ele está irritado. Deixa-o ele relaxar um pouco e depois você fala com ele.

Olhei para minhas unhas. Isso é tão frustrante.

– Menor de idade pode entrar aí? – perguntei. Beto sorriu malicioso.

– Na verdade não, mas eu sou um cliente de longa data. Eles não vão te barrar gatinha. – afirmou, e pegou na minha mão. Sufoquei uma cara de nojo. “Gatinha”? Quem usa isso ainda? E quem o deu liberdade para pegar na minha mão?

Entramos, e como ele disse o segurança da porta nem perguntou nada de mim, apenas cumprimentou Beto com a cabeça.

Tudo lá dentro era muito elegante, diferente do que pensei. A decoração se limitava ao preto e ao branco. Havia algumas mesas no início, mas a pista de dança ocupava a maior parte do espaço. Do canto esquerdo um grande bar podia ser visto.

E para a minha decepção, Tomás estava lá.

– Ei, aonde vai? – Beto indagou me segurando pelo braço quando ameacei ir até Tomás.

– Não quero que ele fique bêbado. – Expliquei com um pouco de raiva. – Me solta, por favor. – Pedi.

– Calma, a noite é uma criança. Ele não vai ficar bêbado, só vai tomar uma para relaxar... – Falou de um jeito calmo que apenas me irritou mais. – Vou pegar algo para nós, sente-se aqui. – mandou indicando uma mesa.

Desde quando isso se tornou uma espécie de encontro?!

Assim que Beto se afastou, procurei Tomás com o olhar. Ele já tinha sumido. Droga!

Mesmo não querendo obedecer Beto, sentei à mesa, frustrada. Vim aqui à toa, e de praxe tem um cara que nem sei quem é dando em cima de mim. Parabéns, Maria Eduarda. Dessa vez você se superou!

Um tempo depois, Beto apareceu com dois copos na mão.

– Aqui, pega. – Ofereceu com um sorriso de canto. Reparei que seus dentes eram alinhados e até brancos de mais. Abaixo de seus olhos castanhos, havia uma pequena “bolsa” que se tornava mais expressiva com esse sorriso.

– Desculpe, mas eu não bebo álcool. – Recusei. Por educação eu devia ser mais gentil, mas esse cara está me atrapalhando.

– Imaginei, por isso pedi sem para você. Tome, é suco de morando. – Disse. Sorri amarelo, agradecida.

Como estava com a garganta seca, bebi tudo de uma vez. Uou, suco de morango não dá pontadas de dor de cabeça, dá?

– Hein? – Beto experimentou sua bebida e depois me observou confuso. – Acho que troquei os copos, desculpe.

– O quê?! – Grito, mas isso piora as pontadas. Inferno, Maria Eduarda.

– Foi mal, foi mal. Mas foi só um copo com vodca, você vai ficar bem. – Beto sorriu. Já estou me cansando desses sorrisos dele. – Vamos dançar um pouco, você está muito tensa, gatinha.

Minha vontade era de dizer “não”, ainda mais com minha cabeça latejando, mas ele me puxou para o meio das pessoas e um sertanejo começou a tocar, e Beto colou nossos corpos para dançar. Só para melhorar meu humor, consegui ver Tomás. Ele estava agarrado com aquela tal de Cíntia de novo. Acho que sou a única pessoa que tem vontade de chorar ao som de um sertanejo arrocha.

Quando a música acabou Beto resolveu que ele precisava beber, e voltou ao bar. Aproveitei a deixa e sentei em uma mesa próxima de onde Tomás se agarrava com Cíntia. Masoquista eu? Talvez, mas estava zonza. Não gosto de beber. Um copo já foi de mais para mim. Sou fraquinha para bebida. Tentei falar isso para Beto enquanto dançávamos, mas ele interpretou errado e quase me beijou. Cara, que nojo.

– Voltei. Trouxe para você também. – Disse, e sentou ao meu lado. Bom, como eu avisei que não bebia, ele deve ter trazido certo agora.

Ah, merda.

– Está bonita. – Beto disse depois de um tempo.

– A decoração é realmente legal... – Assenti sentindo minha vista embaçar. A dor de cabeça estava passando, mas eu estava com vontade de chorar. Tomás é um cretino, um perfeito tormento. E de rir também. Quem imaginaria, eu, Maria Eduarda, em uma balada com uma cara no mínimo quatro anos mais velho.

– Não, você.

Comecei a rir. A cara dele era tão patética. Essa cantada também.

– Que foi? Porque está rindo? – Questionou.

Juro que ia parar de rir, mas essa pergunta dele fez uma nova onda de risadas escaparem da minha boca. Acho que chamei um pouco de atenção, já que pelo canto do olho vi que Tomás parou de agarrar a loira tingida. A risada parou. Droga, porque fui lembrar-me dele? Agora quero chorar...

– Você está bêbada? Que fofo! – Beto começou a rir. Ri um pouco com ele. Mas... Bêbada? Não, minha cabeça só está doendo um pouco.

– Não... Eu só achei engraçado. – Defendi-me, mas comecei a rir de novo. - Quem acha alguém bêbado fofo? Que idiota.

– Não são todos que ficam, realmente. Mas você é um caso a parte... Parece muito mais bonita com esse sorriso no rosto. – Cantou-me. Hein? Eu disse em voz alta que ele era idiota?

Parei finalmente de rir. Estou fazendo papel de boba. Que vergonha!

– Ei, ei. Olhe para mim. – Pediu. Colocou sua mão com delicadeza em meu rosto, e o ergueu. Não sou experiente no assunto “beijo”, mas tenho certeza que ele vai me beijar. Não quero isso. – Você é linda, e hoje, minha. – Disse e avançou.

Meu cérebro demorou a interpretar e reagir. Não quero, de modo algum, beijar Beto! Mas apenas quando senti seus lábios roçando com os meus, que mexi a cabeça.

– Não. – falei tentando o empurrar com as mãos.

– E porque não, Madu? – Indagou. Sua voz estava mais grossa e rouca. Tentou novamente.

– Não. Não! – Pedi o empurrando. Mas meus braços estão moles, a visão está embaralhada, e a dor de cabeça voltou com força.

– É só um beijo, não arranca pedaço. – Insistiu. Meus braços estavam fracos, e não o impediram.

Senti-me suja.

Que merda estou fazendo?!

– Para, por favor. – implorei. Não consegui segurar e comecei a chorar. Ele se afastou e revirou os olhos.

– Cara, você é muito criança ainda. Eu não ia fazer nada de mais. Bem, até mais ver! – Despediu-se, e voltou para a pista de dança, provavelmente muito irritado.

Idiota. É isso que eu sou. Como eu acreditei que poderia ajudar Tomás sendo que ele não quer a minha ajuda? Eu vivo falando que ele é um tormento na minha vida, mas estou errada.

O tormento sou eu.

Derrotada, zonza e sem a mínima vontade de achar Tomás, fui até a frente da balada e liguei para um táxi. Estou pouco me lixando se minha mãe vai ficar brava quando me ver assim e perceber que eu não voltei com Tomás. A única coisa que consigo pensar agora é o quanto sou idiota, e como as lágrimas que não param de cair tem um gosto salgado.

Alguns minutos se passaram e nada do táxi aparecer. Já não estava suportando mais ficar de pé.

– Achei você. – uma mão agarrou meu braço. – O que pensa que está fazendo aqui fora sozinha? – bradou se fazendo de protetor. Não precisei virar o rosto para saber que se tratava de Tomás. Pelo menos, pelo timbre da sua voz, ele não está bêbado. Eu acho.

– Vou embora. – quis gritar, mas minha voz saiu baixa como um sussurro.

– O que aconteceu? – Perguntou.

– Qual o seu problema?! Trata-me daquele jeito e depois vem agindo assim, todo preocupado. – Zombei. – Me deixa em paz!

– Você... Estava chorando?

Ah, merda, merda, merda, merda.

Porque ele tem que agir assim? Quero odiá-lo.

Comecei a chorar novamente. Ele afrouxou o aperto no meu pulso, e me abraçou. Isso mesmo. Palmas para o ganhador do prêmio Bipolar do Ano.

– Você fala de mim... – sussurrou. – Mas faz igual. Foi gentil comigo o dia todo, e agora está gritando.

Tentei me desprender dele, mas ele não deixou.

– Porque você me odeia? – perguntei. Eu já não aguento mais tudo isso. É demais para uma pessoa só. Estar sofre o efeito de vodca não me ajuda muito.

Tomás se afastou de mim de modo que podia olhar em meus olhos. Passou o polegar em meu rosto, limpando algumas lágrimas.

– Eu não te odeio. – Disse e suspirou. Ele colocou a cabeça em meu ombro e voltou a falar, com a voz abafada e baixa. – Se eu te odiasse eu não teria te deixado me ver chorar. Se eu te odiasse eu não ia ter ficado tão chateado com o que você disse para a sua tia. Se eu te odiasse eu não teria vindo aqui atrás de você. Droga, se eu te odiasse eu não seria nem metade da pessoa que sou hoje.

Meu choro cessou. Consegui sorrir. Ele estava se abrindo comigo como quando fomos ao cemitério. Abracei-o e sussurrei um pequeno “obrigada”. Nem ao menos sei se ele ouviu, mas quando afrouxei o abraço ele encostou sua testa a minha. Consegui sentir sua respiração e seu perfume agridoce.

Ele estava de olhos fechados, e sua respiração estava pesada. Tão atormentador. Tão encantador...

Não pensei antes de agir. No meu estado acho que nem pensar eu estava conseguindo.

A única coisa que posso dizer é que o beijo de Tomás não é nenhum pouco parecido com o de Beto.


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Notas finais do capítulo

Pois é. Esse capítulo ficou gigante porque eu sou uma pata no assunto "beijo" e nunca sei descrever uma cena que o contenha. Mas espero que tenha ficado bom... Enfim, pode ter ficado um pouco confuso e contraditório, mas é porque a Madu estava realmente bêbada. Vodca não é de Deus U-U kkkkkkkk
tem alguém aqui que gosta de Fairy Tail? Postei uma nova fic Nalu..
—-> http://fanfiction.com.br/historia/552853/Natsu-ningyo/
Se quiser ler, fique a vontade!!
Enfim, eu falo de mais.. kkk Muuuuuuito obrigada por ler!



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