Meu Tormento escrita por Nat Rodrigues


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Oioi gente! Nem demorei tanto como na última vez, né? sahushau Enfim, obrigada se você está lendo isso aqui, agora. fico feliz!
Boa leitura!



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Toda essa meia verdade a qual temos nos conformado
Só conseguimos nos afastar. Mas aprendemos a aceitar
Tantas coisas pela metade, como essa imensa vontade
Que não sabemos explicar, que não sabemos saciar
Se paro e me pergunto: será que existe alguma razão
Pra viver assim se não estamos de verdade juntos” Independência, Capital Inicial.


Assim que voltamos para casa Tomás se enfiou em seu quarto e trancou a porta. Sei que ele devia querer ficar sozinho em sua melancolia, mas odiava o ver assim. Ele estando triste, fazia sentir-me triste também.

Argh, que meloso.

Mas era a pura realidade. Portanto tratei de pensar em algo que o animasse. Logo uma ideia me surgiu: brigadeiro. Tomás não era uma garota que chorava por perder o namorado ou algo do tipo para que afogasse as magoas em doce, mas isso poderia o levantar um pouco.

Dez minutos depois, já com uma vasilha na mão, bati na porta do quarto de Tomás.

– O que quer? – Tomás indagou, sem abrir a porta. Imaginei que ele fosse fazer isso.

– Trouxe algo para você comer. – respondi imaginando que isso o amoleceria e ele abriria a porta.

– Estou sem fome. – Retrucou. Suspirei irritada. Santo tormento!

– Abre, por favor. – Pedi usando toda a meiguice que tinha, na voz. Percebi que mesmo contrariado ele foi até a porta e a abriu. Entrei rapidamente para que ele não conseguisse me colocar para fora, e sentei na cadeira do computador.

Seu quarto estava uma verdadeira zona: roupas espalhadas para todos os lados, livros e cadernos jogados de qualquer jeito na mesa e na cama, sapatos fora do lugar e uma toalha molhada no chão. Tomás parecia seu quarto quando me olhou. Digo, sua expressão, o rosto inchado e o cabelo amassado. Ele inteiro estava bagunçado; confuso.

– Brigadeiro? – Ofereci com um pequeno sorriso. Ele tinha ficado parado na porta a segurando aberta, como se esperasse que eu fosse embora.

– Madu... – Começou a falar e cruzei os braços. Dali eu não saia. Irritado, ele fechou a porta e sentou em sua cama. A mesa do computado ficava ao lado, portanto coloquei a vasilha com brigadeiro ali, e dei para ele uma colher. Ele me observou por um tempo, indeciso. Seu costumeiro olhar penetrante estava opaco e seus olhos vermelhos.

– Anda, come um pouco. Doce faz bem. – Incentivei. Tomás, com um sorriso trêmulo, pegou a primeira colherada.

Assim como ele, comecei a comer.

– O que são essas fotos? – Questionei. Ao lado de Tomás, havia várias fotos espalhadas. Ele pegou algumas e me entregou.

– Era de um álbum que tinha em casa... – Esclareceu.

Ao total eram sete fotos: três dele pequeno com a mãe; duas com a mãe e o pai; duas dele pequeno.

– Você era fofinho! Porque cresceu? – Brinquei olhando as fotos.

– É a lei da natureza, todo mundo cresce. – Respondeu mal-humorado. – E ainda sou fofo. Pelo menos sei que você pensa isso. – Provocou. Levantei meu olhar das fotos e me fingi de indignada. Mas não neguei. Eu meio que... Realmente o acho fofo. Mas ele não precisava saber disso.

– Que meigo! Quem é essa aqui junto com você? – Perguntei mostrando uma foto onde ele não devia ter nem quatro anos, e segurava todo fofo a mão de uma garotinha que parecia ter a idade dele. A garotinha estava de costas para a câmera, e apontava para algo do lado deles. Eles estavam em volta de várias flores e na margem de algum lago. Parecia aquelas fotos que vem nos porta-retratos, antes de você colocar alguma foto sua, sabe?

– Hum... Você não sabe? – Indagou com a face risonha. Franzi a testa.

– Não...

– É você. Eu tinha três anos e você dois. Minha mãe adorava essa foto, vivia falando que quando crescêssemos devíamos tirar outra igual. – Explicou. Senti meu rosto esquentar porque a) ele estava muito próximo de mim, pois queria enxergar a foto, mesmo com ela em minhas mãos; b) formávamos um casal muito, mais muito mesmo fofo juntos quando pequenos; c) por um momento pensei que ele fosse dizer que a mãe dele queria que a gente sei lá, se casasse e na seção de fotos fossemos lá.

Viagem da minha cabeça, eu sei. Tenho plena consciência. Mas isso não o impediu de perceber meu embaraço. Nem de rir da minha cara.

– Você tem mais alguma foto? – Perguntei me esquivando um pouco dele. O safado, que antes estava chorando, agora estava com um sorriso malicioso no rosto, me provocando.

– Tenho esse álbum... – Levantou-se e pegou o tal álbum de seu guarda-roupa. Sentei-me ao seu lado na cama e começamos a ver as fotos.

E assim foi o restante do nosso dia: nós dois sentados, comendo brigadeiro e rindo de fotos antigas. Claro, a cada foto era uma implicância diferente, mas agora eu não levantava mais aquela parede que nos impedia de sermos próximos, e nem ele levantava a dele.

Não era uma cena comum. Mas era confortável.

Na manhã seguinte tudo estava em paz. Acordei tarde e Tomás também, portanto só precisamos fazer o almoço. E por incrível que pareça, não discutimos, apenas implicamos como o de comum. Ele continuava extremamente chato e irritante, mas agora era um chato irritante aturável.

À tarde, fizemos uma competição no vídeo-game. E é claro que eu estava perdendo. Nunca vi igual! Parece que homem nasceu sabendo jogar!

Depois de ter perdido pela terceira vez na partida de futebol, meu celular vibrou.

“Eii, e aí sumida? Depois da festa nem nos falamos direito... Como ta?

Otávio.”

Estranhei a mensagem. Mas respondi mesmo assim. Otávio não era de falar comigo, ficou um pouco mais simpático depois da festa da escola, e isso realmente me surpreende. Não que eu queira alguma coisa com ele. Não mais.

– Quem é? – Tomás perguntou já que percebeu que eu fiquei encarando a tela do celular igual a uma idiota. Ai que vergonha!

– N-ninguém. – Respondi terminando de digitar a resposta. Eu e minha incrível capacidade de não saber mentir.

– Deixa eu ver também. – Tomás pediu estendendo a mão para mim.

– Não. – Respondi levantando o celular.

– Ué, qual o problema, deixa eu ver. – Tornou a pedir.

– Não. – Neguei novamente. Ele olhou um pouco feio para mim.

– Porque eu não poderia ver? – Indagou tentando rançar o celular da minha mão.

– Por nada... Eu... Só... Não quero que veja! – Falei desviando de sua mão.

– Qual o problema? Me dá o celular, Maria. – Mandou. Ele que vá tirando o cavalinho da chuva porque eu não sou cachorro para ficar obedecendo ninguém! Tombei no sofá, e quando ia fugir andando, ele me prensou, fazendo com que eu ficasse deitada no sofá, com ele por cima, segurando meus braços para que eu não corresse.

Minha Nossa Senhora Das Graças.

Cadê o ar?!

– Maria Eduarda?! – A voz aguda e familiar da minha Tia Dina fez-se presente. Rapidamente Tomás saiu de cima de mim, e eu sentei um pouco zonza.

– Tia? – Indaguei. Ela estava na porta, e logo atrás dela apareceu meus pais com suas malas. Mas, porque raios, a Tia Dina estava junto com eles?!

– Então esse rapazinho que é seu namorado? – Tia Dina perguntou com um sorriso malicioso. Puxou uma mala grande cor-de-rosa, e se aproximou. – Ele é muito bonito.

– Q-quê?! Não Tia... – tentei explicar. Cara fazia mais de um ano que eu não a via. E estava agradecida por não a ver. Minha Tia quando quer é um inferno. Principalmente quando o assunto é “garotos”.

– E o Tomás? Onde está? – perguntou me atrapalhando.

– Não Tia, você entendeu errado, esse é o Tomás... – Indiquei apontando para ele. Eu ainda não estava com coragem para olhá-lo, mas, se ele estava calado, é porque estava morrendo de vergonha também.

– Diana! Como você pode deixar que esses dois morem sobre o mesmo teto e namorem?! – Tia Dina exclamou horrorizada.

Quê?! – gritei junto com minha mãe.

– Dona, você está se confundindo, nós não namoramos. – Tomás se pronunciou. – A cena que você pegou foi um... Acidente.

É hoje que tenho um ataque.

– Ai Tia... – Ri de nervosa. – Eu nunca namoraria Tomás. Não viaja. – Aleguei. Aproveitei e já me levantei para cumprimentá-la e cumprimentar meus pais.

Santa Mãe de Deus alguém joga um balde de água em mim porque eu estou pegando fogo!

– É. Ela é muito pirralha ainda para ter um relacionamento. – Tomás deu um tapa nada leve na minha cabeça e sorriu forçado para cumprimentar meus pais.

– Eu? Olha quem fala. – Retruquei emburrando. Meus pais começaram a rir. Mas aquilo realmente me irritou. Então ele me considerava nova de mais para ele? Ou será que eu era imatura demais?

– Não se incomode Dina, esses dois são assim o dia todo. – Papai explicou rindo. Revirei os olhos para Tomás. Ele sorriu cínico, para depois formar uma carranca e se afastar de mim.

– Você vai ficar aqui, Tia? – Perguntei, rezando para que a resposta fosse “não”. Minha Tia, que sorria de forma maliciosa (dê-me paciência Senhor) para mim, assentiu.

– Vou passar uma semana aqui! Não vai ser ótimo?!

– E como... – fingi-me feliz.

Após ajudar com as bagagens, Tomás se enfiou em seu quarto parecendo irritado comigo.

Santo Deus, o que eu fiz dessa vez?! Droga de tormento.


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Notas finais do capítulo

Pessoal com mente pervertida: Não aconteceu nada, viu? Apaguem esse fogo! kkkkkk Minhas histórias são (quase)puras!
enfim, obrigada por ler!!
Até os reviews! (espero) haha



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