Meu Tormento escrita por Nat Rodrigues


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Oi gente ~foge das pedras~Descuuuuuuuuuuuulpa! Eu sumi, eu sei.. Mas é que aconteceram tantas coisas... Meu PC estragou duas vezes .-. pois é kkk E minha irmã casou sábado, então aqui em casa tava uma bagunça que só kkk Então eu demorei bastante mesmo. Mas não desisti. Esse cap é pra linda, maravilhosa, e (perdao da palavra) fod* da Julia que recomendou!! Sério, eu não esperava, e fiquei muito, mas muito feliz mesmo! :D
Agora, sem mais enrolações, Boa leitura!



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"Já brigamos tanto
Mas não vale a pena
Vou ficar aqui, com um bom livro ou com a TV
Sei que existe alguma coisa incomodando você" Quando Você Voltar, Legião Urbana.

Acordei com uma dor de cabeça insuportável. Esfreguei os olhos e levantei ainda com sono. Eu tinha deixado a cortina aberta, e meu quarto havia sido invadido pela luz.

Tomei um rápido banho, fiz minha higiene matinal, e fui preparar o café. No caminho para a cozinha, vi Tomás deitado de qualquer jeito no sofá, ainda com roupa.

– Ai Jesus... – reclamei respirando fundo. Fatos que aconteceram de madrugada não haviam sido esquecidos, mas eu estava fazendo um esforço imenso em não pensar em nada daquilo. E hoje eu teria que ter uma paciência especial com Tomás.

Assim que terminei de aprontar o café, fui acordá-lo. Ajoelhei-me ao seu lado no sofá, e o chamei, o balançando de leve.

– Tomás... Tomás acorda. Ei... –ele acordou, parecendo mau-humorado. Seus olhos não estavam mais tão vermelhos, e seu simples olhar fez com que me sentisse gélida por dentro. Ignorando-me, virou-se e continuou a dormir. Preguiçoso...

–Anda Tomás, já está tarde e temos muito que fazer hoje. –falei, e puxei sua coberta.

– Me deixa dormir, pirralha! –bradou tentando puxar a coberta para si.

Mal jeito, Maria Eduarda, mal jeito. Respirei fundo. Se ele queria ser tratado como uma criança, era assim que eu o trataria.

Antes de tentar acordá-lo mais uma vez, fui em frente de casa para pegar o jornal. Não que eu tivesse muito tempo para ler, mas como irei fazer o vestibular esse ano, era sempre bom estar atualizada, e meu pai sempre o lia, apesar de não conseguir fazê-lo hoje.

– Bom Maria! – minha vizinha, Dona Lúcia, me cumprimentou. Era uma velhinha simpática, com um jardim imenso em frente da casa.

– Bom dia, dona Lúcia!

– Ai menina, eu ouvi uma gritaria ontem à noite... – começou a falar e senti minha respiração falhar um pouco. - Fiquei assustada achei que era briga de rua! Aí vim aqui fora e vi que era na sua casa... Esse Tomás é um sem vergonha, não é?! – exclamou e assenti um tanto assustada. – Você fez a coisa certa! Esses jovens de hoje em dia...

– Sim, mas... Eu já conversei com ele e agora está tudo bem. – tentei suavizar a situação e dei uma risada falsa. Não é à toa quando dizem que toda vizinha é fofoqueira.

– Ah, mas você precisa falar com o seu pai! Acha! Você não tem que resolver nada não, seu pai é que tem que colocar um pouco de juízo naquela cabeça! – Dona Lúcia falou com o olhar revoltado. Além de fofoqueira agora quer resolver o que eu vou fazer?

– Pode ficar tranqüila, Dona Lúcia. Eu já liguei para meu pai, e ele e o Tomás já conversaram... – menti, e tratei de entrar logo em casa para encerrar aquele assunto.

Coloquei o jornal na mesa, e tomei o café, sozinha. Quando estava terminando Tomás apareceu totalmente sonolento e resmungando de dor de cabeça.

– Porque não foi me acordar de novo? – reclamou. O encarei meio indecisa do que responder. Ele claramente queria ficar dormindo, e agora eu era obrigada a ir duas vezes o acordar?! Dê-me paciência, Senhor.

– Porque pensei que você queria ficar dormindo... – expliquei. Ele não respondeu, apenas coçou a cabeça e sentou na mesa.

Peguei as coisas que eu tinha sujado, e coloquei na pia para depois lavar. Depois me sentei novamente na mesa, indecisa se começava uma conversa com Tomás ou não. Havia tanta coisa que eu queria dizer, mais o medo impedia. E não sei, mas... Parece que esse medo cresceu. É como se agora ele fosse muito mais importante em minha vida.

– Que foi? – ele indagou carrancudo. Percebi que o encarava e olhei para o saco de pão, morrendo de vergonha.

– Não é nada...

– Não parece ser “nada”. –retrucou. Comecei a brincar com as pontas do meu cabelo.

– Você... Você se lembra de ontem à noite? – indaguei. Tomás arregalou os olhos e por um momento achei que ele estivesse envergonhado.

– O que... O que eu fiz? – perguntou. Mal sinal, ele não lembra. Respirei fundo e olhei para os lados. Incrível como agora que eu estou parcialmente assumindo, me sinto muito mais tímida perto dele.

– Você chegou bêbado, e trouxe uma garota junto. – falei contendo uma súbita raiva que me abateu ao lembrar da cena. Tomás pareceu relaxar um pouco. Relaxar! Quão irresponsável ele poderia ser?! – Brigou comigo, aprontou barraco aqui na frente e queria por que queria entrar com ela na minha casa. Mas acabei conseguindo fazer você entrar e aquela rapariga ir embora. Aí você ficou chorando, e dormiu no sofá. –resumi e omiti a parte que me atormenta até agora: o quase beijo.

– Bem... Desculpa. – Pediu coçando a cabeça e parecendo arrependido. – Achei que eu tinha tentado te agarrar... – confessou com um sorriso amarelo e minha respiração parou. – Você está agindo estranha.

Engasguei com a minha própria saliva.

– É que... É que eu... – embolei-me. – Você disse algo que eu havia esquecido e fiquei sem graça por ser tão chata com você ultimamente. – falei apressada. Ele ficou me olhando por um tempo com a testa enrugada. Quando entendeu, pude enxergar a tristeza em seu olhar.

– Ah... Minha mãe.

– Eu estava pensando e poderíamos ir hoje visitá-la. Prometo te deixar chorar! – brinquei com um pequeno sorriso. Ele apenas suspirou, falou um baixo “OK” e saiu da cozinha.

Duas horas da tarde, após comprarmos um pequeno arranjo de umas flores amarelas, fomos ao cemitério. Tomás estava com cabeça baixa e mãos dentro do moletom. Fiquei meio em dúvida se deveria tentar abraçá-lo. Decidi por fim enlaçar nossos braços. Ele não demonstrou muita reação, mas não me importei.

Quando chegamos ao túmulo preto entreguei o arranjo para ele e sorri de uma forma carinhosa. Tomás demorou-se um pouco ao meu lado, para depois depositar as flores perto da foto de sua mãe. Ele pareceu travar ali, enquanto observava-a.

Foram longos três minutos que ele ficou estático, até que alguns soluços vieram acompanhados de pesadas lágrimas.

O abracei e sem relutar ele devolveu o abraço, carente de carinho. Não sabia muito bem o que fazer ou falar, sou péssima para esse tipo de coisa. Pelo menos tentei confortá-lo.

– Sabe, você não precisa chorar, nem ficar triste... Ela está num lugar incrível olhando por você. E ela sorri... Feliz em saber que o amor que ela sempre sentiu por você, é recíproco. Não existe alegria maior para uma mãe do que o amor de um filho.

Ele ficou por mais um tempo chorando, e continuei abraçada a ele. Uma cena um tanto incomum se tratando de nós dois, mas admito que muito confortável. Era boa a sensação de proteção que passava-nos um para o outro.

– Desculpa. – pediu quando se acalmou um pouco. Me soltei um pouco do abraço e o olhei surpresa. – Você falou que sempre é chata comigo, mas... Eu também não ando nada legal. – disse e deu uma risada debochada. Sorri.

– Está bem. Está tudo bem.


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Notas finais do capítulo

Eu sei, sei, ficou meloso :p Mas a Madu ta assumindo a paixão gente, vai acabar adiquirindo um toque mais meigo mesmo kkk
Perdão pela demora, e obrigada por ler!!
Beeijos!
ps: depois vou responder cada review, ta?



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