Virgin Suicides escrita por Sachie


Capítulo 20
Capítulo XX


Notas iniciais do capítulo

Perdão pela SUUUUUUUUUUUPER demora! Podem me bater, eu deixo ;---; Eu realmente ando muito preguiçosa e com a escola, provas a cada 15 dias, PAS, bloqueios criativos e essas coisas, me senti realmente desmotivada à escrever... Peço desculpas à vocês. Ah, agradeçam à Brownie por esse capítulo, ela me apressou a escrevê-lo >w



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Rin Kagamine observou nervosa seu rosto refletido no espelho. Os cabelos loiros estavam parcialmente presos em um penteado élfico por um belo adorno floral; A detetive utilizava uma maquiagem leve de modo que os lábios estavam cobertos por uma cor rosada quase que imperceptível e os olhos, envolvidos por uma sombra clara.

– Relaxa Rin, você está ótima! - Yukari elogiou gentilmente na tentativa de amenizar o nervosismo de Rin.

– É que, faz algum tempo que eu não vou à uma festa... Quer dizer, que não vou à uma festa por vontade própria. - A loira suspirou lembrando-se do incidente do leilão e de sua última missão antes de ser encaminhada para o departamento de elite.

– É, mas agora as coisas são diferentes. Sem suspeitos ou comércio humano. A única coisa que você tem de se preocupar hoje é a diversão. - Yukari disse cruzando as mãos atrás da cabeça.

Rin concordou. Não se sentia muito confortável perto de tanta gente e, ao contrário do que pensara, ela e Yukari eram os únicos membros do departamento de polícia que se encontravam ali. Ou seja, Rin não estava só no meio de muita gente, mas também estava no meio de muita gente desconhecida. Esperava que pudesse passar o tempo inteiro com Yukari para não se sentir tão deslocada, depois inventaria alguma desculpa para poder fugir do evento. Mas quando notou, a arroxeada já havia se afastado para cumprimentar os outros convidados, deixando Rin ao relento.

A casa onde a festa ocorria era bastante espaçosa, o que fez Rin se questionar sobre seu salário como membro da polícia. Talvez Yukari tivesse uma fortuna secreta ou algo parecido, nem em anos Rin conseguiria comprar uma casa luxuosa como aquela apenas com seu salário de detetive... Talvez se conseguisse uma promoção...

Rin suspirou mais uma vez. Pronto, lá estava ela, perdida em pensamentos gananciosos. Não que Rin se importasse com luxo ou algo do tipo, ela só queria se distrair e se livrar de alguma forma da sensação de desconforto que estava consumindo-a. Por algum motivo ela tinha a impressão de que todos estavam olhando para ela, mas achou tal coisa egocêntrica demais, algo que ela realmente detestava. Então resolveu se isolar um pouco daquilo tudo.

A detetive sentou-se em um dos bancos vagos de um pequeno bar próximo a piscina. Não que Rin fosse alguém que gostasse de beber, só concluiu que, dentre todos os lugares daquela festa, aquele era o mais calmo. Algo realmente surpreendente. Mas talvez o único motivo disso fosse justamente porque ela estava ali. Não só no bar, mas na festa. Rin era uma policial, provavelmente Yukari contara isso a todos. E mesmo que a arroxeada ali também fosse, as pessoas conheciam-na, sabiam que Yukari não ia repreender e nem levar ninguém para a delegacia por exagerar na bebida ou algo assim, mas ninguém sabia exatamente como Rin iria reagir.

"Ei, eu não sou nem uma carrasca! Então, por favor, poderiam agir naturalmente?". A detetive pensou em dizer, mas achou que iria soar desesperado e esquisito, então preferiu manter-se calada e o mais invisível possível até o fim da festa.

– Com licença, nós já nos conhecemos? - Alguém disse ao seu lado.

Rin direcionou o rosto para o dono da voz. Ficou um tanto surpresa quando também sentiu uma sensação nostálgica ao olhar para o rapaz. Ele possuía cabelos curtos e tão dourados quanto os seus e olhos de um azul vibrante que a observavam com uma interrogação, esperando uma resposta para a pergunta que acabara de fazer. Rin pensou que se tivesse visto-o antes, ela provavelmente indagaria a mesma coisa, mas achou um pouco petulante da parte dele por fazê-lo.

– Essa cantada não está um pouco ultrapassada? - Rin respondeu com um sorriso e um arquear de sobrancelha.

Ele riu.

– Desculpe, eu gostaria de começar de novo. Len. - Ele apresentou-se estendendo a mão para cumprimentá-la.

Rin hesitou por um momento. Se dissesse seu nome, será que ele agiria diferente ao saber de sua identidade como policial? Bem, nunca saberia se não tentasse.

– Rin. - Ela sorriu gentilmente, apertando a mão dele. - É um prazer.

Naquele momento, Len soube exatamente quem era ela. Aquela que vinha-lhe roubando a concentração por semanas a fio. Rinma Leatherchest, não, Rin. Finalmente, finalmente ele a encontrara.

[...]

Mayu mordiscou irritada a ponta das unhas. Descontente não era nem o inicio do estado da loira. Desde que chegara, não conseguia tirar seus olhos de Len. Ainda não acreditava que Yukari realmente convencera-o a comparecer a festa... Mas não era por causa dele que Mayu estava desse jeito, e sim por causa daquela que estava com ele. A detetive. Mayu sabia que aquilo fazia parte do plano e embora tivesse se esforçando, quase não conseguia reprimir seus sentimentos.

– Se continuar nesse estado, você vai ficar sem unhas Mayu. - Yukari repreendeu-a. - Se controle, você vai começar a chamar atenção desse jeito.

Mayu lançou um olhar mortal para ela, desejando com todas as suas forças que a cabeça de Yukari explodisse e que ela pudesse voltar à sua crise de ciúmes que, era unicamente, problema dela.

– Você sabe que nosso objetivo atual não tem nada a ver com aqueles dois. - Yukari avisou voltando as orbes para os loiros. - Mas... Acho que eles estão um pouco apressados, não concorda?

Outro olhar feio.

– Você realmente parece uma criança. - A arroxeada suspirou. - Bem, e quanto a Miki?

Mayu fez um sinal com a cabeça, apontando na direção de Miki, que parecia estar se enturmando muito bem com os demais convidados.

– Ótimo. Está vendo aquele pequeno galpão? - Yukari apontou para o lugar escuro e isolado da festa. - Leve-a lá quando o relógio bater meia-noite.

[...]

"Bem, quando foi mesmo que isso acontecera?" - Rin indagou internamente analisando a situação em que se encontrava.

Seus braços estavam envolvendo gentilmente o pescoço do loiro que acabara de conhecer, os dois se mexiam calmamente no ritmo da melodia da música lenta, que Rin agora se perguntava quando diabos esta começara a tocar.

Voltou as orbes azuladas para o rosto do loiro a sua frente, este, que ao notar o ato de Rin, desviou timidamente o olhar. A detetive não sabia se ele estava fingindo a timidez, mas pôde jurar que um leve toque rubro surgiu nas bochechas do garoto. De qualquer maneira, isso significava que a ideia da dança ao som da música melosa de uma banda qualquer dos anos 70, fora de Rin, um comportamento um tanto incomum para ela. Fitou o bar por alguns segundos, talvez fosse melhor ficar longe de bebidas por enquanto... Mas já que fizera o ato, decidira ousadamente aproveitar o momento.

Rin repousou levemente a cabeça no ombro dele, expulsando pensamentos aleatórios que insistiam em incomodá-la, deixando apenas a melodia repetitiva e açucarada adentrar por seus ouvidos. Sentiu por um instante a fragrância dos cabelos dele, lhe era nostálgico de alguma forma. Bem, na verdade, o odor que sentira era uma mistura estranha de diversos aromas distintos, de certa forma era hipnotizante, Rin decidiu que podia sem problemas sentir aquele cheiro pelo resto da vida... Mas havia algo mais. O sentimento nostálgico era-lhe trazido por uma fragrância quase que imperceptível, quase que inexistente, mas ainda presente.

– Sangue... - Ela sussurrou lembrando-se do cheiro metálico que infestara seu ar diversas vezes durante sua vida.

– O quê? - Len indagou um pouco confuso com o fato de ela ter soltado tal palavra tão inconveniente.

– Nada, não é nada. - Rin sorriu disfarçando e encostando novamente a cabeça no corpo dele.

Não notou o mínimo arquear de sobrancelhas que fizera sem intenção, mas não pôde negar que uma pequena faísca de preocupação surgira bem lá no fundo. Rin já sentira aquele cheiro antes, isto é, tirando as cenas de crimes sempre empesteadas com a fragrância, os únicos que possuíam aquele cheiro eram assassinos. Não é como se eles fossem sujos, não era bem algo físico, mas todos possuíam o mesmo aroma de sangue, todos possuíam... O aroma da morte.

Rin matutou mentalmente sobre o porquê de aquele garoto lhe trazer a lembrança desse cheiro que para ela, particularmente era detestável. Abriu a boca para falar algo, mas nenhuma palavra se formara... Afinal, o que ela poderia dizer? "Ei, veja bem, eu mal o conheço, mas você cheira como se tivesse tomado um banho de sangue." Não. Isso não. De alguma forma Rin se sentira confortável na presença dele, embora não entendesse o porquê. Queria conhecê-lo melhor, em um lugar mais calmo dessa vez. Isso, era o que ia fazer, não seria algo muito petulante chamá-lo para sair não é?

– Ei, escuta... - Ela começou, um pouco hesitante. Não que Rin esperasse que alguma coisa fosse acontecer, mas já fazia algum tempo desde que se relacionara com alguém.

– Huh?

Rin mordeu o lábio inferior, sentindo por um curto momento o gosto adocicado do brilho labial. Estava pronta para falar quando algo a interrompeu, algo que Rin não esperava ouvir naquela noite.

Um grito estridente ecoou por todos os lugares da festa. Alto o suficiente para que o DJ parasse a música e para que um arrepio passasse pela espinha de todos os presentes.

Rin separou-se de Len rapidamente e por alguns segundos, nenhum som além do canto dos grilos fora ouvido.

Subitamente uma garota de longos cabelos negros surgira aos prantos. Os olhos arregalados e lacrimejantes. Ela tremia desesperada, como se tivesse presenciado um evento traumatizante.

Neste momento os murmúrios surgiram, aumentando gradativamente. Era uma questão de tempo até que todos entrassem em pânico, foi quando Rin decidira agir.

– O que aconteceu? - Uma voz grave indagou à garota perturbada antes que Rin o fizesse.

A loira voltou os olhos para o dono da voz. Len. Por alguma razão ele não parecia estar prestes a entrar em pânico como o restante dos convidados, muito pelo contrário, seu rosto estava sério, muito diferente daquela timidez que ele demonstrou quando junto à ela.

– U-Um cadáver... Alguém, alguém foi morto... - A morena balbuciou apontando para um galpão um pouco isolado do lugar onde a festa acontecia.

Após pronunciadas tais palavras, o pânico que só crescera até agora, finalmente extravasara. Os convidados gritaram enlouquecidos e assustados, alguns em estado de choque, outros tremendo... Já era hora de Rin fazer alguma coisa.

– Todos se acalmem agora! - Ela gritou com todas as forças que tinha. - Eu sou uma policial, a partir desse momento ninguém sai deste lugar, todos aqui são suspeitos e serão devidamente interrogados.

As palavras pareciam ter alcançado as pessoas. Rin aproveitou o momento de calmaria para ir até o galpão. Não estava armada, então pegou uma faca na mesa de talheres no caminho só por garantia, caso o assassino ainda se fizesse presente no lugar.

Rin empurrou levemente a porta velha do galpão, um estalo irritante soou das dobradiças enferrujadas, ela empunhou a faca como aprendera no treinamento com armas brancas. Claro, aquela lâmina de passar manteiga que Rin portava agora, não era nada comparada com o punhal f-928 que a detetive usara em seu combate.

Para sua sorte, o assassino não estava ali. Mas para seu azar, havia um corpo estendido no chão do galpão.

Uma jovem garota de cabelos ruivos era a vítima, seus olhos assustados se encontravam abertos e encaravam Rin. Seus braços estavam estendidos e com um corte vertical profundo em cada pulso. A boca estava entreaberta e um filete de sangue escorria desta, manchando o carpete sujo que revestia o chão do galpão. Havia um imenso corte na garganta, tão profundo que era possível ver a traqueia através deste.

Rin tapou a boca com as costas da mão para evitar um súbita reação do seu corpo àquela cena horrenda. Retirou o celular do bolso e não tardou a digitar uma mensagem à Megurine Luka e ao departamento, precisaria de apoio imediato. Mas antes que seu dedo pressionasse o botão de enviar, os olhos de Rin se voltaram para o garoto de cabelos loiros parado na porta do galpão.

– Len. - Ela pronunciou. - Droga! - Rin praguejou tentando se meter no campo de visão dele e do cadáver. - Você não pode ficar aqui, por favor, volte para junto dos outros.

Ele passou por ela ignorando-a completamente, indo em direção ao cadáver.

– Ei! - Rin chamou irritada.

Len Kagamine abaixou-se próximo ao cadáver, analisando os cortes verticais no pulso deste. Eram mal feitos, um trabalho rápido talvez, sem um propósito certo... Voltou as orbes de um azul eletrizante para a garganta e logo depois para o rosto da garota falecida.

– Desculpe, Miki... - Len Kagamine sussurrou por fim, cerrando os punhos.


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Notas finais do capítulo

E nesse capítulo tivemos Rin e Len YAAAAAAAAAY Palmas por favor, ~Clap clap clap clap... Ai eu to ficando muito retardada... Até mais seus divos c: