Virgin Suicides escrita por Sachie


Capítulo 19
Capítulo XIX


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoas, desculpem a demora ;-; A escola está consumindo todo o meu tempo ¬¬ Mas eu finalmente conseguir escrever um novo capítulo. Quero agradecer à Inoruchan pela terceira recomendação da fic *-* Eu fiquei tão feliz ! Muito obrigada viu? Capítulo dedicado à você



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[Meses atrás]

Quando voltou a si, já havia feito. Mayu observou assustada as mãos banhadas em sangue e o corpo a sua frente. Cul estava morta, era um fato. Uma lâmina afiada estava cravada bem no coração e fora Mayu quem o fizera. Não que fosse sua intenção. Cul era apenas uma rival, igual a tantos outros que tentavam roubar seu território. Em geral, Mayu nunca precisou sujar suas mãos. Por ser a líder de um grupo um tanto influente, ela tinha quem fizesse o trabalho de se livrar de um incomodo. Pelo menos era o que pensava. Mas aqui estava ela, cara a cara com um cadáver que ela mesma havia assassinado.

Observou o ambiente ao redor um pouco exaltada, sem ainda ter plena consciência do que havia feito. Estava em uma grande e espaçosa sala, aos fundos de um luxuoso restaurante chinês.

"Claro, os dragões vermelhos". - Mayu pensou, lembrando-se do motivo inicial de estar ali.

Os dragões vermelhos eram um grande e violento grupo, com coragem de sobra para enfrentar Mayu. Também conhecidos como "máfia chinesa", os dragões vermelhos apareceram rapidamente, ganhando bastante influência e poder na cidade embora fossem estrangeiros... E sua líder, era ninguém menos que a temida e respeitada Cul. Cul não era chinesa, embora quase que 90% de seus subordinados fossem. Ela não era nem sequer a líder original do grupo. Mas conhecera-o, o criador dos dragões vermelhos, mais do que isso, Cul era sua amante e companheira.

Não foi há muito tempo que os dois se encontraram, Cul era apenas uma delinquente que passava as noites perambulando pelas ruas, arranjando brigas com qualquer um que visse e tingindo os cabelos a cada noite transcorrida.

De inicio ela pensou que aquele fosse o escolhido quando o viu, seria aquele quem a mataria e acabaria de vez com o sofrimento que queimava-lhe por dentro, mas ele não o fez. Ele a salvou. Salvou a garota que sempre pensou que sua saída fosse a morte, aquela que sempre procurou alguém forte o bastante para destruí-la...

Essa história era até que bem conhecida, mesmo para quem não era um membro do grupo. E quando o líder dos dragões vermelhos falecera devido a um dos conflitos, Cul resolveu assumir, para manter viva a memória de seu amado.

— E agora, recebeu o mesmo destino... - Mayu sussurrou.

Não. Não era hora para isso. Mayu matara a líder inimiga, bem no coração do território inimigo. Teve sorte de Cul ter recusado os seguranças, não achou que fosse precisar. Afinal, era justamente para isso que Mayu estava ali, um "cessar fogo". Um acordo de paz que dividiria o território para as duas garotas. Mas não fora isso que aconteceu.

Ninguém sabia melhor que Mayu que um acordo de paz seria a melhor opção. Ela não era lá muito fã de conflitos e acabar com eles pela maneira mais fácil lhe pareceu a oferta mais tentadora.

Mas então ela matara Cul.

Porque será que o fizera? A loira realmente odiava Cul. Justamente porque Cul fazia-a lembrar-se de si mesma. Então, quando voltou a si, já havia feito.

[...]

Prima revirou os olhos pela terceira ou quarta vez. Estava realmente cansada e ainda não podia acreditar que seu empresário acabara de lhe passar uma cantada barata. Quando foi que sua vida se tornara assim? Fãs e shows, dentro e fora do país. Não que Prima desgostasse da fama, ela só... Não se sentia mais ela mesma.

Em primeiro lugar vinha a música. Prima não fez o que fez para se tornar conhecida. Fez somente porque amava a música, amava a forma como podia se expressar através dela, como podia gritar ao mundo tudo o queria que ouvissem. E ela sabia que ouviriam. Não seria somente um eco, Prima poderia mudar o mundo dessa maneira.

E então veio a fama e o glamour. E ela se perdeu nesses. Perdeu-se tanto, a ponto de nem lembrar mais o porquê de adorar tanto a música. Entretanto, ele a fez lembrar. Não os fãs, nem seu empresário. Ele, e somente ele.

A garota observou a peruca loira que lhe cobria os belos cabelos negros. Uma careta de desgosto surgiu em seu rosto. Aquele dourado não se comparava ao dourado dos cabelos dele. Mas por hora serviria.

Colocou os óculos escuros, um pouco grandes para ela e ajeitou o sobretudo perolado que cobria-lhe quase que completamente. Era assim que sairia, disfarçada. Não era algo muito digno, mas todos nós usamos disfarces. Entretanto, quando o encontrava, Prima gostava de se sentir outra pessoa, outra ela. Outro alguém que provavelmente aqueles os quais a adoravam, nunca conheceriam.

Prima voltou seus olhos para o relógio, oculto parcialmente pelo sobretudo. Nove horas. Então faziam exatamente cinquenta e três horas e sete minutos que não se viam. Quando será que isso começou? Essa... Obsessão? Prima gostava dele, gostava muito. Mas, mais do que isso, Prima era dependente dele. Era Len quem a fazia sentir-se ela mesma de novo. E ela precisava dele para voltar a ser quem era.

Empurrou a pesada porta de emergência do estabelecimento aonde costumava fazer alguns shows. Mesmo disfarçada, Prima queria passar despercebida. Queria apenas esquecer-se daquelas pessoas que haviam pagado somente para lhe ver, ela repudiava isso.

Enfiou as mãos nos bolsos no intuito de aquecê-las enquanto seguia para o local onde combinaram de se encontrar. Um sorriso abriu-se no rosto de Prima quando ela avistou a silhueta de roupas negras e cabelos dourados ao longe. Mas assim como veio, tal sorriso desapareceu. Alguma coisa estava errada. Sim, nos olhos, o modo como ele olhava para ela. O mesmo olhar que um lobo possui quando está prestes a dilacerar a jugular de outro animal. Um olhar frio, sem emoções, assassino.

E tudo aconteceu tão rapidamente que quando Prima conseguiu notar, já estava no chão, debatendo-se sob Len. Não conseguia respirar. Porque não conseguia respirar?
E enquanto sua consciência desaparecia aos poucos, Prima olhou pela última vez para aquele rosto. Um sorriso se exibia naqueles lábios.

[...]

[Dias Atuais]

—... Está tudo bem aí dentro? - Disse uma voz longínqua.

Mayu despertou ainda um pouco sonolenta. Onde foi que ouvira essa frase mesmo? Um sonho sobre seu passado. Isso era definitivamente algo de muito mau gosto. Uma piada sem graça que sua mente resolvera fazer.

— Está tudo bem aí dentro? - A voz repetiu. Seguida por leves, porém irritantes batidas na porta.

Ah sim, um dos companheiros de Cul, foi dele que ouviu essa frase primeiramente. E depois...

As batidas persistiram, tirando a loira de seus devaneios.

— Mayu! - A voz chamou-lhe irritada.

— Já vai, já vai. - Mayu respondeu caminhando até a porta de entrada e destrancando-a.

Yuzuki Yukari estava ali. Estava com uma expressão repreendedora. Como uma mãe que apanha o filho fazendo malcriação.

— Estou aqui há mais de meia hora sabia? - Yukari cuspiu irada.

— Desculpa "mamãe". - Mayu disse soltando um longo bocejo.

— Não é hora de piadas Mayu, você realmente tem que aprender a levar as coisas mais a sério. - Yukari falou sentando-se em um sofá carmim.

Mayu ignorou-a enquanto preparava a água para fazer café.

— E então? O que quer? - A loira indagou ajeitando o pijama.

Yukari demorou alguns segundos para responder, gostava de fazer um suspense.

— Está na hora Mayu. - Ela sorriu com uma expressão um tanto diabólica.

— Hora? - Mayu perguntou.

— Sim, hoje à noite eu darei uma festa. - A arroxeada explicou levantando-se do sofá e caminhando até Mayu. - Sabe muito bem quais são as pessoas que estarão lá. E embora parte do plano envolva terceiros, nosso objetivo é apenas um: Livrarmo-nos de Miki.


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Notas finais do capítulo

Gomen, eu sei que vocês queriam Rin e Len (Eu também ;-;), mas precisava explicar algumas coisas antes :3



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