O Sangue Black (REESCREVENDO / HIATUS) escrita por Bonin


Capítulo 24
Pingo do I


Notas iniciais do capítulo

Oi... Por favor, não me matem!
O ano tá acabando, por isso estou voltando a postar. Vou tentar escrever o máximo para postar até dia 8 de Janeiro, pq nesse dia eu vou viajar e ficar três semanas fora. Mas por isso mesmo que vou me enrolar um pouco, ainda tô vendo os detalhes de últimas horas. É muito detalhe, já que aqui no Rio tá uns 55 graus e eu vou pra Inglaterra em pleno Inverno, né. Meu presente de 15 anos, licença.
Sobre os 6 meses de hiatus: Fiz a minha parte. Passei pro Ensino Médio sem nenhuma recuperação e fiz uma boa prova no concurso que eu fiz e ainda tô esperando o resultado. Essas questões de estudo com o bloqueio e a minha depressão maravilhosa me deram um bloqueio enorme, mas estou tentando contornar isso e continuar a fic!
É sério, eu posso demorar, mas eu irei terminar essa fic!
PS.: Antes que leiam eu recomendo que leiam novamente o cap anterior, ou pros mais inspirados, a fic toda, sei lá oakspaks



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Praguejei mentalmente. Se eu nunca tivesse tido a ideia de trancar a Rose e o Scorpius na minha festa, eles nunca imaginaram trancar James, Fred e eu na mesma sala. Ah, droga!

– Black. – Fred disse, me cumprimentando. – Potter.

Se eu não estivesse praticamente paralisada de frio, eu teria franzido o cenho. Felizmente, James fez isso por mim.

– Pra quê isso, cara? – James perguntou. – Não falei nada sobre você sumir dois meses inteiros praticamente, não me cumprimentar nos corredores e sentar longe de mim nas aulas. Mas somos amigos, somos primos! E você vem me tratar pelo sobrenome?

Fred deu de ombros e chegou para perto de nós. Eu só me encolhi e James sentiu isso, pois na hora ele passou sua mão no meu cabelo molhado. Ainda estava tremendo.

– Nós não somos amigos. – Fred respondeu rispidamente e James congelou, sem entender nada.

O normal seria ficar curiosa ou com raiva, pelo que ele falou, mas eu não pude fazer nada além de deixar as memórias me atingirem com força.

“– Eu sei. Mas amigos não se beijam. – Ele repetiu.

– O que você quer dizer? – Perguntei confusa.

– Nós não somos amigos. – Ele disse.

– Claro que somos, Fred. – Respondi mais confusa ainda. Olhei o relógio em seu pulso e me xinguei mentalmente, estava meio atrasada. – Tenho que ir.”

Olhei para o ruivo, que me encarava friamente. Tentei respirar profundamente, mas no meio do caminho eu comecei a tossir e espirrar alternadamente. A cada espirro eu sentia pontadas de dores mais fortes ainda no peito, o que me fez soltar uma lágrima ou duas. Ou bem mais, já que sentia quase o Tâmisa correr pelo meu rosto.

– Lynx! – James exclamou, parecendo descongelar. Ele me afastou de si um pouco e se arrastou para muito perto do fogo.

– Vo-o-cê v-aai se-se-se qu-ei-mar. – Eu gaguejei.

O Potter sorriu para mim.

– Vale a pena se queimar por algumas pessoas. Principalmente por sua melhor amiga. – Ele disse.

Fechei os olhos fortemente e estendi minhas mãos ao fogo, quase sentindo as chamas tocarem minha mão.

– Ela está bem? – Ouvi a voz de Fred perguntar.

James bufou antes de responder.

– Não sei se você se importa, pelo visto, mas ela está com hipotermia.

Abri os olhos e me virei pra eles. Fred já estava se encaminhando pra porta, gritando sobre precisarmos de Dictamno e uma toalha. Cheguei ainda mais perto da lareira apesar de James tentar me impedir, e acidentalmente, minhas mãos foram parar nas chamas.

Subitamente, a lareira apagou e tudo ficou escuro. Os meninos tentaram se entreolhar, confusos, mas eu me virei para onde antes tinha o fogo aceso. Virei minha palma da mão para cima, e senti que ela estava vermelha, brilhando suavemente no escuro da sala.

Pouco à pouco, senti o frio sair de mim e se concentrar nas minhas mãos. Fechei e abri a palma direita, sentindo um formigamento nela. No que eu repeti o processo, vi uma pequena bola se fogo se formar no centro da minha mão.

James e Fred me encaravam, boquiabertos.

Fiz a mesma coisa da mão direita na esquerda e logo tinha bolas de fogo um pouco menor que ovos de dragão que chiavam flutuando acima da minha mão. As joguei na lareira apagada, que se acendeu imediatamente.

– Sua bochecha... Está rosada! – Disse James.

Uau, eu acabei de soltar bolas de fogo pela mão e é nisso que ele repara?

– Eu me sinto melhor. – Falei, confusa por tudo que tinha acontecido.

Eu não me sentia só recuperada, mas como se pudesse dar duas voltas e meia no planeta a pé. Além disso, eu tinha me secado totalmente, desde o vestido até o cabelo. Era absurdamente estranho.

Ficamos todos quietos, naquele silêncio constrangedor. E, claro, ignorando totalmente o fato de eu ter soltado bolas de fogo pela mão. Isso não é muito normal, nem para bruxos.

– Meninos... – Falei baixinho e os dois se viraram para mim. – Vamos manter isso entre nós, ok? Por favor.

– Por mim tudo bem. – Diz James. – E você, manteria um segredo por alguém não é seu amigo?

Voltamos a ficar em silêncio.

– Eu me importo com vocês. Eu gosto de vocês. Eu vou ficar quieto sobre isso. – Diz Fred, subitamente. – Eu só não posso ser amigo de vocês.

– Ah, por que isso faz muito sentido! – Eu praguejei.

– Se você acha isso confuso, imagina o que eu estou sentindo? – Ele me pergunta. – Eu não sou de me apegar a ninguém nem nada, mas é no mínimo devastador ver a garota que faz sua mente dar um nó beijando seu melhor amigo e primo. É devastador que ela esteja comigo e com ele ao mesmo tempo, como se isso fosse um jogo de tabuleiro. É devastador sentir o que eu sinto, tudo bem?

– Que? – Perguntei baixinho, confusa.

– Hm? Com quem eu estou? – Perguntou James.

Fred piscou, atônito.

– Nem pra assumir, vocês dois. Eu sei de tudo, ok?

– Você tá falando dos rumores? Eles não têm nada a ver! – Eu disse, parando depois para pensar. “A garota que faz sua mente dar um nó”.

– Eu vi vocês se beijando no seu aniversário. – Diz ele.

Viro-me pra James.

– QUE?

– MASOI? – Diz ele. – Olha, se eu tivesse beijado ela, eu iria lembrar. Mas é uma das últimas coisas que eu faria. Acho que eu torço mais pra vocês dois.

– Olha só, Fred. – Eu falei, me levantando do chão. – Posso ser egoísta, orgulhosa, ter todos os defeitos do mundo e ser a última pessoa que alguém gostaria de ter ao seu lado. Mas, se tem uma única coisa que eu nunca faria é ficar com duas pessoas que se conhecem ao mesmo tempo.

Praticamente o cutuquei com o dedo que eu apontei para o peito dele, e me virei para longe deles, indo até a janela ali perto.

– Mau jeito, Weasley. – Diz James, de longe. – Mas pera, vocês se pegaram?!

Empurrei a janela emperrada com o gelo, pensando na bobagem que eles fizeram em enfeitiçar só a porta. Apesar da altura, já que a janela era bem alta, pulei até a neve sem dificuldade e sai dali.

~*~

Quando finalmente cheguei à tenda da festa, vi meus pais. Minha mãe estava elegantíssima em um vestido prata e saltos que pareciam instrumentos de tortura. E meu pai...

– Caramba, você parece um pinguim! – Eu disse.

– Estou levando o clima daqui ao pé da letra. – Ele respondeu.

– Você não acha que ele está incrivelmente sexy nesse fraque? – Perguntou-me minha mãe.

– Com certeza! – Concordei e logo avistei Rose e Lily conversando perto do buffet. – Licença caros pais, preciso ir matar duas ruivas.

Fui caminhando em direção a elas, mas a Lily me viu antes e se expressou numa cara de “ih, fodeu” antes de cutucar Rose.

– Desculpaaa! – As duas gritaram para mim e eu parei para pensar.

Elas não haviam feito por mal, afinal, não sabiam de nada.

– Aproveitem que estou no clima solidário do natal e vamos logo dançar.

Depois disso a noite começou a tomar seu rumo. Dançamos animadas até Lily ter que resolver algo como o acesso à tenda e Rose ser roubada de mim por Scorpius para dançar uma música lenta que começava.

Aproveitei a deixa e fui pegar um pedaço de panetone, apesar de estar me sentindo meio sozinha. Senti alguém encostar a mão no meu ombro e me virei. James.

– Quer dançar? – Perguntou fazendo uma reverência antiquada que me fez rir.

– Claro, sir. – Respondi a ele e fomos para pista onde uma playlist de músicas natalinas do Michael Buble tocava.

James me girava pela pista que estava cheia enquanto também fazia piadas.

– Eu conversei com o Fred. – Ele me disse e eu emudeci. Percebendo isso, ele parou de dançar. – Apesar dessa história de vocês ser novidade pra mim, acho que você devia conversar com ele. Aparentemente, nós realmente nos beijamos, embora estivéssemos bêbados demais para até saber quem somos.

QUE? Se bem que... Ah, não, não me lembro de nada! Mas se isso aconteceu e o Fred viu... Com certeza ele pensou besteira sobre! Ponderei sobre isso enquanto outra música começava a tocar, Santa Baby, e James voltava a me balançar no seu ritmo.

Santa baby, slip a Rolex under the tree, for me

I've been an awful good guy

Repentinamente, James me girou ao mesmo tempo que soltava minha mão. Quando completei meia volta, vi Fred na minha frente, sorrindo.

Think of all the fun I've missed

I think of all the hotties that I never kissed

Next year I could be just as good

If you'd check off my Christmas list

Esse desgraçado faz o que faz, diz o que diz e ainda tem a coragem de sorrir tão lindamente perto de mim. Aght. Ele segurou minha mão e se aproximou, apertando perigosamente minha cintura.

– Lynx... – Fred começou a falar, olhando nos meus olhos. – Eu fiz muita besteira e eu devia ter falado com você antes de qualquer coisa, eu sei, mas... – Ele suspirou, jogando o cabelo ruivo no rosto em frustração. O cabelo ruivo de que tanto senti falta. – Me desculpa?

Olhei nos olhos dele e respirei fundo, colocando meu rosto em seu ombro por não conseguir segurar o sorriso. Finalmente.

– Maldito Weasley charmoso. – Reclamei em um sussurro, mas ele ouviu e deu uma risadinha.


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Notas finais do capítulo

É, merecendo ou não, Fredicutico foi desculpado. Mas ainda tem muita massa nesse bolo!
Espero que vcs tenham tido um bom natal e espero que alguém ainda leia essa fic... Aiai. Ah, o grupo do WPP que tinha antes foi excluido, mas estou considerando criar um novo. Se alguém quiser participar, se manifeste!!
Beijoooos de luz!