—Izzy!

—Meu Deus Clary!

Izzy saiu correndo de onde estava ao encontro de Clary, as duas ficaram abraçadas por um tempo. Clary se sentiu um lixo, pensou na besteira que fez indo atrás de Izzy, pois sabia que agora estava encrencada.

Sebastian estava encarando-as com um olhar de ódio e desprezo, com duas adagas, uma em cada mão. Ele estava como se fosse uma cobra, apenas esperando para dar o bote.

—Izzy, cuidado!

Era tarde demais, Sebastian tinha a apunhalado pelas costas, mas nada gravemente, Isabelle caiu no chão na hora e não conseguia mais levantar. Sentia uma dor aguda na costela a consumindo.

—Izzy! Sebastian, seu monstro, porque a aprisionou desse jeito?

Clary correu até Izzy que estava caída no chão como se estivesse morta.

—Iz! Izzy! Você está bem? Olha o seu estado!

—Clary, eu acho que posso ter quebrado uma costela, não consigo mais levantar, mas, por favor, de um soco na cara desse desgraçado por mim. –Ao dizer isso a garota suspirou e seus olhos se fecharam, ela havia desmaiado. –

Clary ficou com ódio de Sebastian e de si mesma por ter feito essa besteira.

—Seu desgraçado! Olha o que você fez com a Izzy!

—Teve o que merecia. –Disse a olhando com um olhar de desprezo. –

Clary saiu de perto dela para socá-lo, como sempre teve vontade de fazer. Começou a correr rápido em direção a ele. Ao chegar perto dele tentou dar um soco, um chute, qualquer coisa que pudesse feri-lo, mas ele foi mais rápido. Segurou-a pela cintura e puxou para perto de si, os dois começaram a se olhar e então ele a beijou. Clary ficou sem reação, não se mexeu, ela não havia retribuído o beijo, mas também não o tirou de perto.

Sebastian a olhou com um olhar de rejeição, mas antes que ele pudesse dizer qualquer coisa ela o olhou para ele com nojo e enfim deu um tapa em seu rosto deixando a marca dos seus dedos. Ele a olhou com ódio e a puxou pelo braço antes que pudesse sair. Começou a apertar com força, deixando vermelho.

—Ta me machucando, me solta.

—Não, chega disso!

—Me solta agora ou eu vou gritar!

—Grita! To louco pra ouvir você gritar, pena que a mamãe não pode vir salvá-la.

Clary ficou calada o encarando.

—Pare de falar comigo desse jeito!

Sebastian a empurrou contra o muro ainda segurando-a pelo braço.

—Ta machucando ainda, irmãzinha?

—Quer saber? To pouco me importando se está machucando ou não. A única coisa que eu sei é que quando você me soltar eu vou salvar a Izzy e vou ficar bem longe de você, porque você sabe muito bem que eu estou aqui pelo Jace e que se fosse por mim eu nunca estaria perto de você, nunca!

—Clarissa, você acha que pode falar comigo desse jeito? –Sebastian a soltou e ficou a olhando com desprezo. – Pronto, soltei, agora vai, corre, salva a sua amiguinha e vai ao encontro do amor da sua vida, porque eu to cansado de você, das suas manias e persistências!

—Não foi o que pareceu quando me beijou.

Sebastian saiu de perto dela e se ajoelhou perto de Izzy.

—Ela está desmaiada e com a costela quebrada.

—Fica longe dela!

***

Jace estava sentado no sofá da sala com desespero. Já sentira diversas vezes chutes e socos. Sabia que Sebastian estava em uma encrenca, mas o que não sabia era onde ele estava e o principal, onde estava Clary.

***

Clary estava desesperada, não sabia o que Sebastian podia fazer com ela agora. Não sabia se Izzy iria ficar bem. Ela estava com ódio de si mesma por ter se metido nessa encrenca e por ter feito Isabelle se machucar.

Sem pensar duas vezes, ela saiu correndo do beco e começou a chorar. Sabia que não tinha feito a escolha certa, mas era preciso. Simplesmente iria ficar andando pelas ruas de Londres, estava até um pouco desconfiada pelo motivo de Sebastian ter ficado muito tempo em um lugar só.

***

Já estava anoitecendo e Sebastian chegou a casa com Izzy no colo. Jace ficou desesperado ao ver a irmã desacordada.

—Sebastian, o que aconteceu? Cadê a Clary?

—Achei Isabelle desmaiada nas ruas e Clary, hm, não a vejo desde hoje cedo.

—Cuide da Iz, eu já volto.

***

Já estava anoitecendo e Clary estava começando a se arrepender de ter fugido assim. Estava começando a esfriar e ela não havia chegado a lugar nenhum.

***

Jace estava correndo pelas ruas a procura de Clary, mas estava começando perder as esperanças, Londres era uma cidade muito grande e era quase impossível achar uma garota ruiva desaparecida ao anoitecer.

***

Clary estava andando sem rumo. Cada vez que andava mais, menos sabia onde estava, avistou uma cafeteria ao longe e sentiu uma ponta de esperança dentro dela, sabia que estava começando a se achar.

Ao entrar sentiu seu corpo estremecer, pois ali dentro estava muito quente, até demais para a temperatura que estava fora.

Lembrou que tinha guardado um dinheiro no bolso antes de sair e pediu um cappuccino. Tomou um gole e queimou sua língua, sentiu o café quente descer por sua garganta. Ao terminar se preparou para sair quando avistou um garoto de cachinhos entrar na porta. Sentiu um desespero e uma saudade em seu peito, parecia inacreditável, mas o garoto realmente parecia ser Simon.

***

Jace havia desistido de procurar naquele dia e então deixou para a manhã seguinte. Ao chegar a casa sentiu um silêncio profundo e achou estranho. Foi até o andar de cima e entrou no quarto de Sebastian, onde o encontrou deitado em sua cama rindo.

—Sebastian, onde está Izzy?

—Jace, não sabia que voltaria tão cedo, achou Clary?

—Não, resolvi deixar para amanhã, vai ser difícil achá-la com essa noite.

—Você mudou mesmo, se fosse antes você não descansaria até achá-la.

—O quê você quer dizer com se fosse antes? Antes do que?

Ele soltou uma gargalhada que fez Jace estremecer.

—Nada.

—Onde está Izzy?

Sebastian tirou o sorriso do rosto e começou a encará-lo, então sorriu novamente maliciosamente sem mostrar os dentes.