Entre o céu e o inferno escrita por Dama da noite


Capítulo 6
Náusea


Notas iniciais do capítulo

“Viver tem que ser perturbador, é preciso que nossos anjos e demônios sejam despertados, e com eles sua raiva, seu orgulho, seu asco, sua adoraçao ou seu desprezo.
O que não faz você mover um músculo, o que não faz você estremecer, suar, desatinar, não merece fazer parte da sua biografia.”
—Martha Medeiros



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Ao sair do banho Clary se enrolou na toalha e voltou ao quarto. Botou uma roupa qualquer, fechou os olhos e tentou esquecer o que havia acontecido, ao abrir os olhos desejou que tivesse voltado a sua casa ao lado da mãe, mas para o seu desaprovo viu a última pessoa que queria ver, Sebastian. Ele estava a fitando com um olhar de dúvida.

—Sabe irmãzinha, quando vi Jace desesperado com você no colo me deu medo, medo de lhe perder para sempre.

Clary estava batendo os pés inquietamente, olhou para ele e logo em seguida desviou, tentou falar alguma coisa, mas nada saia de sua boca, apenas ficou calada.

—Quando você estava deitada nessa cama ficava com uma expressão de medo, como se estivesse perdida.

Ela abriu a boca para falar, mas Sebastian a interrompeu

—Mas eu sabia que você estava viva, porque você é uma Morgenstern, assim como eu, e um Morgenstern não se deixa abater.

Clary queria gritar com ele e dizer que ela não era como ele, ela tinha sentimentos e tinha amor pelos outros. Mesmo assim ela sabia que eles não eram tão diferentes, pois eles eram ambiciosos e persistentes, mas simplesmente ela não tinha desejo de incendiar o mundo.

—Eu não quero que você fale nada, apenas precisava lhe dizer isso. –Disse Sebastian com um olhar fixo aos seus olhos. – E, aliás, esqueça o que aconteceu no parque, porque eu já esqueci, vai ser melhor para nós dois.

Clary sentiu uma pontada de choque passando por seu corpo e não fazia à mínima ideia de como esquecer o que tinha acontecido com eles, mas o mais difícil de esquecer seria de como sabia que Sebastian no fundo era uma boa pessoa.

Deitou na cama de volta e começou a chorar, não tinha certeza de que pudesse salvar Jace e estava com saudades de todos, simplesmente precisava de um abraço da mãe e estava pensando em por que não havia escutado Simon.

“Simon?”

“Clary, oi! Alguma novidade?”

Ela não queria falar sobre o que tinha acontecido, só queria saber como iam as coisas, queria sentir Simon perto dela.

“Não, como vão as coisas aí?”

“Ainda não sabem onde Izzy está. Magnus está com medo de que Sebastian conseguiu-a, não tem nenhuma pista?”

“Por enquanto não.”

“Estamos com saudades!”

“Eu também.”

Sentiu uma lágrima quente escorrendo por suas bochechas.

“Desculpe, mas preciso ir agora, Magnus quer falar comigo. Te amo!”

“Também te amo!”

Ela sabia que ele já tinha ido, era como se estivesse desligado um telefone, estava como se fosse mudo. Sentiu um aperto no peito como se não estivesse ninguém e então sentiu uma solidão tomar conta dela.

Ouviu um barulho vindo da cozinha e saiu correndo. Desceu as escadas cuidadosamente e viu Sebastian sair correndo para fora. Foi atrás dele e o seguiu até chegar à mesma casa abandonada na qual ele tinha matado o homem. Viu-o entrar na última porta. Clary entrou logo após ele e se deparou com Izzy caída no chão amarrada. Sentiu um calafrio por todo seu corpo, queria chorar e socar ele, pois percebeu que ele era realmente um demônio.

—Sebastian, me tira daqui agora! Você sabe que quando eu sair daqui vou te matar com as minhas próprias mãos!

—Calma ai, lindinha!

—Não manda eu me acalmar e não me chama de lindinha!

Isabelle olhou para o canto da porta e viu Clary, deu um sorriso vencedor e continuou a fitar Sebastian.

—Você não vai sair tão cedo daqui.

—Afinal, porque estou aqui?!

—Menos um para procurar por Clary. Mais chances de eu tê-la.

—Você nunca vai tê-la, entenda isso!

—Isso é o que você pensa.

Clary sentiu um enjoo e correu para fora, desejou não ter visto Izzy naquela situação por conta dela. Estava andando rápido, pois queria voltar para casa. Aquela situação deprimente estava deixando-a com náusea.

Sebastian sentiu uma movimentação no piso de madeira e foi para fora conferir.

—Como sempre, todas as vezes que vou fazer meu serviço você vem atrás, não é mesmo? –Disse Sebastian com um olhar patético. Ele não estava em um dia de bom humor. –

Clary sem exitar virou rápido para trás e começou a encará-lo.

—Por que não os deixa em paz? Não aguento mais, você sabe que eu amo Jace e sempre vou amá-lo! –Ela disse firme, mas por dentro sabia que tinha dúvidas. – Você sabe que só estou aqui por ele.

Antes que Sebastian pudesse dizer qualquer coisa, uma sombra apareceu atrás dele e o empurrou fazendo-o cair nos degraus para subir na casa. Ele bateu seu rosto no chão e levantou rápido tentando não cambalear. E lá estava Izzy, que mesmo presa por todo esse tempo, estava linda.


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Notas finais do capítulo

Este capítulo ficou meio curto e um pouco parado, mas mesmo assim espero que gostem. Vou fazer o próximo apenas quando eu entrar de férias, então vou ter mais calma e espero que fique melhor que os outros ♥



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