Entre o céu e o inferno escrita por Dama da noite


Capítulo 15
A mulher


Notas iniciais do capítulo

“A vida só se compreende mediante um retorno ao passado, mas só se vive para diante.”
—Soren Kierkegaard



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Passara quase um ano que eu estava “presa” a Jace e Sebastian, praticamente já perdi as esperanças de que algum dia eu consiga reverter o feitiço ou pelo menos mudar Sebastian.

Além de todas as crueldades que ele fizera enquanto estava aqui, a obsessão dele por mim começou a se tornar completamente doentia. Todos os dias em que estivera com Jace depois da nossa “paixão” me arrependo ardorosamente.

Acordei em um lindo sábado ensolarado no Chile, olhei ao redor e tudo estava completamente silencioso. Levantei, tomei um longo banho para relaxar e desci tomar café. Estava na cozinha os dois e Isabelle, gargalhavam como se fossem uma família feliz, aquela cena embrulhou meu estômago.

—Bom dia, irmãzinha. –Disse Sebastian com um sorriso no rosto me fitando maliciosamente. –

—Bom dia.

—Acordou de mau-humor, Clary? –Perguntou Izzy fazendo piada. –

—Não, só não estou muito afim de conversa. –Disse me direcionando para a porta de entrada. –

—O quê, já vai sair? Aonde você vai? –Perguntou Jace, confuso. –

—Não sei, só quero dar uma volta, pegar um ar.

—Vou com você então. –Disse Jace com um sorriso amigável. –

Abrimos a porta e uma ventania gelada tomou conta de nós, botei meu capuz e segui o meu rumo. Ficamos alguns minutos andando sem saber para onde iriamos e sem dialogar.

—Você está bem mesmo, Clary?

—Só estou cansada e com saudade de todos.

—Cansada do que?

—De tudo, dessa vida que a gente está levando, da nova “família feliz” que vocês acham que somos.

—E não somos?

—Não. –Respondi curta e grossa. –

—Porque não?

—Você não entenderia, Jace.

Antes que qualquer um dos dois pudessem falar qualquer coisa fomos interrompidos por uma onda extremamente forte de vento.

—Vamos entrar naquela cafeteria, está frio. –Jace falou apontando para a cafeteria do outro lado da rua. –

Quando entramos foi relaxante, estava quente e com um cheiro delicioso de café. Sentamos em uma mesa de frente para a janela, pedimos café e mais uma vez ficamos sem nos falar como se fossemos estranhos.

—Eu não quero que você fique assim comigo, Clary, eu quero entender o seu lado.

—Porque aquela mulher está olhando tanto para nós? –Disse apontando com a cabeça para uma mesa onde estava sentada uma mulher de cabelos cacheados loiro, alta e magra. –

—Não sei, talvez nos achou familiar. –Respondeu. – Não desvia o assunto, por favor.

—Desculpa, aquela mulher está me dando arrepios, vamos embora, por favor.

—Como quiser. –Jace disse desapontado. –

Ao sairmos pela porta a mulher levantou e foi atrás, começamos a andar mais rápido em direção ao nosso apartamento, mas quanto mais rápido estávamos, mais ela estava perto.

—O que essa mulher quer da gente? –Perguntei quase sem fôlego. –

—Não sei, mas boa coisa não é.

Olhei para trás para ver se já tínhamos despistado ela e realmente, a loira não estava mais atrás de nós, foi um alívio. Fomos para casa rápido para falar com Sebastian e Izzy.

—Eu se fosse vocês, tinha ido falar com ela, chegar na arrogância mesmo e pedir porque me olhar tanto. –Falou Izzy. –

—Tenho um mau pressentimento sobre isso. –Respondeu Sebastian. – Tomem cuidado a próxima vez que vocês saírem.

Assenti com a cabeça e subi deitar um pouco, minha cabeça estava doendo muito. Deitei na cama com um lençol completamente branco e de seda, extremamente confortável. Estava quase pegando no sono quando ouço uma batida na porta do quarto.

—Pode entrar. –Respondo. –

Sebastian abriu a porta com um sorriso amigável e um olhar preocupado, sentou na cama ao meu lado e começou a falar:

—Fiquei preocupado com você, Clarissa.

—Não fique, provavelmente não era nada demais.

—Se cuide na rua, se precisar eu saio com você, não seria esforço nenhum.

—Não, obrigada.

—Você está me evitando? –Perguntou com desaprovo. –

—Não.

—Não desvia o olhar, Clary.

—Eu não estou te evitando. – Respondi irritada. –

—Irmãzinha, depois de tudo que passamos e você ainda vai fingir que tem nojo de mim?

—Não estou fingindo nada.

—Clarissa, quantas vezes vou ter que dizer que eu te amo? Jace não te merece.

—Jace é quem eu amo e quem está me fazendo estar aqui convivendo com você.

—O quê? Você esqueceu tudo que vivemos há uns meses atrás? Toda nossa paixão, eu salvei a sua vida.

—Minha vida não teria estado em perigo se não fosse por você e Valentim, seus monstros.

Antes mesmo que eu pudesse falar mais alguma coisa, Sebastian fez algo que me deixou incrédula, me beijou. No início eu cedi, mas depois empurrei ele com todas as minhas forças.

—Você está louco, não toca em mim de novo! –Disse brava. –

—Sebastian, tem alguém aqui na porta para você! –Gritou Izzy. –

Sebastian saiu sem dizer uma palavra e eu fui atrás, quem será que queria ver Sebastian? Quando chegamos em frente a porta levei um susto, era a mulher loira que nos seguiu pela manhã.

—Oi, quem é você? – Perguntou Sebastian. -  

A mulher foi entrando analisando detalhe por detalhe, ela era completamente linda, tinha um corpo estrutural e um rosto angelical.

—Sabia que acharia você, filho de Valentim. –A mulher disse dando um sorriso malicioso. –

Ouvi passos da cozinha, era Jace, que ao ver a moça fez a mesma cara de surpresa e confusão que eu.

—O que você quer com nós? –Jace perguntou irritado. –

—Eu quero vingança pelo amor da minha vida. –Respondeu ela indignada. –

—Por favor, não aguentamos mais isso, eu não fiz nada, vá embora da nossa casa. –Disse Sebastian. –

—Você não, mas ela fez. –Disse apontando para a pessoa que eu menos esperava na sala, Isabelle, que estava paralisada perplexa. –


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Notas finais do capítulo

Oi galera, olha quem apareceu aqui não é mesmo? Faz muito tempo né, desculpa ter sumido desse jeito, a criatividade foi sumindo e eu fui parando de escrever, mas agora estou de volta!! Espero que meus leitores continuem lendo mesmo eu tendo parado tanto tempo e que novos venham ler também! Beijo, gente, agora eu to de volta!