Entre o céu e o inferno escrita por Dama da noite


Capítulo 12
Fundo escuro


Notas iniciais do capítulo

“Só o inimigo não trai nunca.”
-Nelson Rodrigues



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Sebastian:

Eu não sabia o que inventar para Isabelle o motivo de o quarto estar tão bagunçado.

A angústia atingiu todo o meu corpo e em vez de responder eu a beijei. Na hora eu apenas encostei a boca na dela e fiquei paralisado. O quê eu estava fazendo? E Clary? Simplesmente lembrei-me do que poderia estar acontecendo com Jace e comecei a mover a minha língua.

Isabelle:

Qual era o problema dele? Ele não poderia simplesmente responder e claro, falando a verdade?

Ele parecia estar paralisado, mas quando eu achei que fosse me responder ele fez algo que me surpreendeu ainda mais, me beijou. No começo nossas bocas apenas estavam encostadas, depois começamos a nos soltar e nos beijar suavemente.

Clary:

Jace estava me beijando já sem calças, eu estava realmente com medo, tudo que passava por minha cabeça era o quê havia acontecido com Sebastian.

Jace tirou minha calcinha e a cada toque ocorriam-me calafrios na espinha, quando ouvi o barulho da campainha, soltei um suspiro de alivio.

—Quem será? –Perguntei com dúvida. –

—Não sei.

Vestimos-nos rapidamente, descemos as escadas e fomos em direção a porta. Ao abrir havia um homem alto e musculoso.

—Sim? –Perguntou Jace. –

—Sebastian está?

—Você é quem?

—Ele apenas está me devendo algumas coisinhas. –Disse abrindo um sorrisinho meio torto. –

—Nome?

—Ele sabe meu nome, apenas fale para ele que ele vai me pagar.

—Que tipo de coisas que ele está te devendo? –Perguntei incrédula. –

—Que tipos de coisas que ele está me devendo? –Soltou uma gargalhada no ar e prosseguiu. – Apenas vidas. Avise a ele que vou caçar ele até no inferno, se bem que ele não está muito longe, não é mesmo? –Deu um sorriso e foi embora. –

Fechei a porta rapidamente e sentei no sofá, estava desesperada, o quê Sebastian havia feito de tão grave? Ele tinha matado pessoas? Foi quando me lembrei que Isabelle está atrás dele e pode ser que esteja correndo perigo.

—Jace, corra, Isabelle pode estar correndo perigo!

—O quê?

—Apenas venha.

Pegamos um casaco e saímos correndo.

Jace:

O vento lá fora estava me atingindo em cheio, não conseguia abrir meus olhos direito e via Clary se amontoando em seus cabelos vermelhos.

—Você sabe onde eles estão? –Perguntei. –

—Sinceramente não, mas consigo deduzir.

Isabelle:

Empurrei Sebastian com força para longe de mim.

—O quê você está fazendo?

—Eu não sei, desculpe por ter te agarrado.

—Tá... Hm... Tudo bem, eu meio que gostei.

Senti meu rosto ruborizar, eu não estava conseguindo acreditar, até por que era Sebastian.

—Gostou? –Perguntou incrédulo. –

—Sim.

—Então...

Virei-me para ele quando senti seus braços me puxando para perto e me beijando. Sua boca tinha gosto de sal e sangue, mas ao mesmo tempo era adocicado. Dessa vez ele me beijava ferozmente, como se o mundo fosse acabar. Ele tinha atitude e depois daquele beijo eu tinha mudado meu ponto de vista sobre ele.

Saímos andar por aí e por mais uma grande surpresa ele havia pego minha mão e estávamos andando como namorados. Eu tentei recuar no início, mas logo cedi.

Conversávamos e riamos, quando dou de cara com Clary e Jace.

—O quê vocês estão fazendo aqui?

Clary:

Eu não conseguiria suportar que Sebastian fizesse algum mal para Izzy, aquilo simplesmente me mataria.

—Ali! Acabei de ver os cabelos brancos de Sebastian. Ah Santo Raziel! Você não vai acreditar! –Disse Jace sem fôlego. –

—O quê? O quê? –Aquelas palavras simplesmente me gelaram. –

Saímos correndo atrás dele quando me deparei com Isabelle junto, mas em vez de ele ter feito algo ruim para ela, eles estavam de mãos dadas. Aquilo realmente me corroeu muito mais do que ele ter feito algo de mal.

—O quê vocês estão fazendo? –Perguntei gaguejando, queria sair correndo, me deitar na grama e chorar. Não sabia que ele poderia ter capacidade de fazer uma traição dessas e Izzy então? Onde foi para todo aquele ódio por ele?

—Clary! –Gritou Sebastian abismado. –

—É melhor deixar os pombinhos a sós. –Me comunicou Jace. –

—Não somos pombinhos!

—E aquele beijo, Sebastian?.

—Beijo? –Disse tentando conter o choro. –

—Apenas longos amassos que pelo visto não significou nada.

—Não seja dramática, Isabelle.

—Longos amassos? –Dessa vez não consegui, senti uma lágrima escorrer fervendo pelo meu rosto, o ódio por Sebastian havia voltado, a traição que ele fez foi imperdoável.

—Não é nada disso que você está pensando, Clary!

—Por que você está chorando? –Perguntou Jace confuso. –

—Estou feliz por Isabelle, só isso.

—Precisa chorar por isso? –Perguntou Izzy com raiva. –

—Não consegui me conter.

—Clary, posso falar com você? –Perguntou Sebastian. –

—Não.

—E por que não? –Pediu Isabelle desconfiada. –

—Converse com seu irmão, Clary. –Disse Jace. –

Aquelas palavras penetraram fundo no meu coração: “com seu irmão.” Jace tinha razão, ele era apenas meu irmão e eu simplesmente deveria esquecer o quê havia acontecido.

—Clary? –Disse Sebastian caminhando para longe. –

Apenas o segui.

—O quê você pensa que está fazendo?

—Eu tentei desviar do assunto. -Respondeu Sebastian. -

—E simplesmente a beijou? Que desculpa boa.

—Ela percebeu que algo tinha acontecido, porque o quarto estava bagunçado.

—Não adiantava mentir?

—Não consegui pensar em nada.

—Por que as mãos dadas então?

—Para ela tentar não voltar nesse assunto.

Isabelle:

—Você não achou estranho a Clary começar a chorar? –Perguntei a Jace. –

—Não, ela apenas está feliz por vocês dois.

Como poderia ser tão burra? Ele apenas tinha me beijado para tentar fazer eu esquecer de minha pergunta.

—Vamos esperar eles? –Perguntou Jace. –

—Não, tudo isso me deu fome, quer comer alguma coisa?

—Pode ser.

Sebastian:

Continuamos a discutir sobre o quê acontecera. Quando me lembrei de Jace.

—Você não pode falar nada de mim. –Disse irritado. –

—E por que não?

—Se você não lembra, acabou de ir para a cama com Jace, eu deveria estar mais zangado por isso do quê você.

—Não aconteceu nada!

—Sério? –Perguntei incrédulo. –

—Sim.

—Você simplesmente recusou?

—Mais ou menos isso. Aliás, um homem apareceu lá em casa, ele disse que você estava devendo para ele.

—Devendo? –Perguntei confuso. –

—É, ele disse que você saberia quem ele era.

—Ele disse o quê eu estava devendo?

—Vidas.

—O quê?

—Isso mesmo, vidas. Alguma coisa para me contar?

Pensei muito, mas não tinha acontecido nada para me lembrar.

—Sinceramente, não faço a menor ideia do que esteja falando.

—Tem certeza?

—Absoluta.

—Me beija, Sebastian.

—Aqui?

—Sim.

Puxei-a para mais perto e comecei a beijá-la, estávamos sentados no banco de um parque completamente vazio, quando eu ouço o barulho entre arbustos.

—Tem alguém aí?

—Não tem ninguém, apenas me beije.

Dei uma olhada em volta para me certificar e voltei a beijá-la. Sua boca estava doce como caramelo quando aquela doçura foi interrompida por um gosto forte de ferro, era sangue. Parei de beijá-la rapidamente e vi o quê acabara de acontecer.

Clary:

Eu precisava de seu beijo de novo, então Sebastian puxou-me para mais perto e começou a me beijar. Aquele beijo era tão suave quanto estar no céu.

Quando senti uma dor inesperada em minhas costas, havia sangue escorrendo de minha boca. Aquilo estava me consumindo, Sebastian recuou rapidamente e se deparou com uma flecha me atravessando.

Minha visão tinha começado a embaralhar, ouvia gritos abafados de Sebastian desesperado. Olhei para os arbustos e vi um homem sair correndo, era o mesmo homem que tocou a campainha mais cedo, o mesmo que Sebastian estava devendo.

Fechei meus olhos com força e comecei a gemer de dor, tentava não me mexer muito. Quando em minha memória passa todas as coisas boas que eu já passei. Vi-me com Simon assistindo anime, vi minha mãe brincando comigo quando era pequena. Passou também em minha memória quando vi Jace pela primeira vez e Sebastian também, além disso, o mais surpreso foi aparecer Valentim e o dia de sua morte. Lembrei-me também de quando conheci Alec, Izzy e até Magnus.

Abri meus olhos novamente e vi o homem mais perto de mim, suas palavras foram:

—Isso foi uma parte da vingança, Sebastian Morgenstern, apenas uma parte.

A imagem de seu rosto começou a embaralhar e ficou tudo preto, tentava gritar, pedir socorro, qualquer coisa, mas nenhuma palavra saia de minha boca. Senti novamente uma coisa pinicando minhas costas e foi como se ela estivesse se rasgando. Olhei para cima, onde vi uma luz, tentei ir até ela, mas cada vez caia mais em fundo escuro onde não tinha mais volta.


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Notas finais do capítulo

Oi gente! Bom, eu estou tentando atualizar toda semana, mas não está dando, até porque não só pela falta de tempo, mas também porque estou bastante desanimada, pois está tendo mt pouco reviews. Espero que não me matem por esse final e obg pelos leitores que continuam acompanhando! Bjs ♥



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