Simple Bad escrita por Mayy Chan


Capítulo 2
Simple Emancipated


Notas iniciais do capítulo

Gente, eu queria deixar claro que só demorei por causa da escola ;--; É, eu acabei me enrolando um pouco com as provas finais e não tive muito tempo pra escrever, infelizmente.
Espero que gostem desse capítulo tanto quanto eu, porque realmente demorei um pouco mais pra produzi-lo do que com os outros antigos. Depois me falem se valeu a pena a demora, okay?
Beijocas, não esqueçam dos meus reviews.
Mayy



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/514253/chapter/2

Olhei melhor para aqueles olhos tempestuosos e guardei meu riso malévolo, mas ainda sim fiz um olhar superior. Annabeth Chase como a garotinha infeliz que eu teria que guiar pela escola? Me lembro claramente das suas palavras, as mesmas que me fizeram ter um certo medo do efeito das garotas sobre meninos da puberdade.

Não tinha a noção de quão intensa era a dor de um chute nas partes baixas até receber um da loira mais atrevida do mundo, apenas porque discordei dos seus resultados abusivos no teste de Música. Aparentemente a garota não é tão boa com uma partitura quanto com a tabela periódica, mas ainda sim insiste que Beethoven tinha talentos inferiores aos de sua irmã misteriosa.

Esse acontecimento só provou uma das minhas mais antigas teorias: Annabeth Chase trabalha com o que os olhos não podem ver, ou com o que a mente não consegue alcançar. Já eu, Percy Jackson, tenho os fatos como aliado inseparável. Acho que não pegaríamos muitas aulas juntos, mas não poderia agradecer mais do que já tinha feito pela minha mente.

— Annabeth, Annabeth Chase. Por favor, não se dirija a mim com apelidos, eu realmente odeio.

— Tudo bem, Annie. Fico feliz em te ver com os dentes ao menos normais.

— É, você realmente se lembra de mim. Infelizmente, caso fosse a sua intenção, não irei me redimir nem que os meus certificados dependam disso. Foi gratificante e interessante descobrir mais sobre as dores na anatomia masculina. Agora, se me dá licença, eu gostaria de que você abrisse espaço para que eu pudesse ser livre para minhas atividades curriculares.

— Pelo jeito você continua sendo uma exibida. Eu não posso te deixar guiar livremente pela escola, porque temos regras para seguir. Você leu o manual que lhe foi entregado com a carta e aceitação.

— Não, foi mandada para o meu irmão. Falando nisso, onde ele está? — perguntou rodeando a sala com os olhos.

— Ele foi com Katie Gardner. A apresentação da escola é feita por sexos opostos pra evitar a fofoca. Se bem que com a jardineira as coisas são bem diferentes, graças ao seu vício incontrolável pelas regras. Mas, bem, voltando ao assunto, queria lhe informar que ainda temos o que fazer. Hoje não temos aula nos dois primeiros períodos porque é o dia dos calouros convencerem os novatos a passarem pros seus grupos.

— Que tipo de grupos?

— É o seguinte: temos grupos pra o que quer que você goste de fazer. Eu estou no de música, física, química, sociologia e álgebra.

— Eu quero entrar em literatura, anatomia, biologia, psicologia e designer gráfico.

— Designer gráfico? Quando te conheci em Georgetown, pensei que você era mais... artística. Não pense que não vi a sua atuação falsa pro juiz.

— E eu achei que você ia escolher algo como basquete. Infelizmente somos apenas dois estereótipos ambulantes que nasceram como um bug.

— Poderia me explicar melhor a sua teoria?

— É claro. Se andássemos na rua, lado a lado, iam nos imaginar como dois namorados: uma nerd e o popular, como em todas as histórias de romance do mundo. Mas o que eles não sabem é que somos dois prodígios adolescentes sem nenhum grau de relacionamento. Por isso o bug, ou seja o erro. E o estereótipo por causa da nossa aparência, entende?

— É compreensível. Agora é só deixar as suas assinaturas nos papéis e posso terminar de te apresentar a escola. Acredite, você ainda tem muito o que ver. Tenho apenas até dez horas pra terminar de te apresentar a escola, porque os outros novatos podem chegar em qualquer momento.

— Por que a minha apresentação é separada?

— Você é especial. É mais esperta que o resto, tem o pai mais influente, conhece a maioria dos colegas e tal.

— Eu não conheço a maioria, eu sou inimiga de 99,9% das pessoas daqui, incluindo os professores. Será que até hoje você não notou que eu sou um pouquinho...

— Competitiva? Louca? Problemática? Argumentativa?

— Não, emancipada.

Sorri fracamente. Era irrevogável que a vida de Annabeth Chase não era o limbo que todos imaginavam. Assim como a maioria de nós, a loira nunca teve uma presença familiar muito grande, simplesmente pelo motivo de que, quando não estamos esmagando nossos colegas de sala e rivais em competições, estamos fazendo parte de pesquisas, aparecendo em programas televisivos pra falar sobre os nossos talentos e até recusando pedidos pra aparecer de filmes idiotas do tipo "Super Mente" ou "Mente Mega-Humana".

Por motivos paternos que ainda não temos conhecimento, aproximadamente 82,6% da nossa escola morava sozinha, mesmo tendo menos de dezesseis anos. E não pense que fazemos festas todo fim de semana, invadimos propriedades ou vamos pra cadeia por porte ilegal de drogas. Na verdade a maioria de nós é um tipo normal de adolescente com menas merda na cabeça do que o resto. Passamos as tardes jogando videogame, vamos pra algumas festas, participamos de fraternidades e tentamos nos contentar com a porcentagem de uma garota pra cada trinta e sete garotos.

Olhei para a garota de olhos tempestuosos enquanto a mesma escrevia seu nome em inúmeras fichas. No fim, ela se inscreveu pra maior parte de atividades extra-curriculares. Entendia completamente a sua vontade de não querer voltar pra o quarto que dividia com o irmão tão cedo.

Depois de o trabalho ser finalizado, a puxei para uma área reservada pra explicar como os esportes funcionavam, mas a sua curiosidade foi repuxada para outro lado:

— É grande o percentual de pessoas que fumam aqui?

— Bem... — pensei um pouco pra depois continuar. — É bem razoável, aproximadamente 72,43% bebem, e 62,71% fumam. Esses são os dados da pesquisa do ano passado, mas a taxa aumenta 0,14% em cada mês por causa da entrada de mais alunos.

— É, Jackson, a sua mania de números ainda se mantém intacta. Vou pensar ao menos umas cinco vezes antes de competir com você em qualquer área de matemática.

— Pense mesmo, Chase. Perder nunca é legal.

— Mas e você?

— Eu o que, loira?

— Fuma? Bebe?

— Depende da minha raiva. Geralmente não tenho tempo pra essas coisas, mas quando fico com raiva tenho tendência a fazer algumas coisas... erradas.

— Isso não é errado, só é precoce.

— Eu não falo só disso, Chase. — indaguei enquanto os olhos tempestuosos me observavam avaliando como se pudessem ver através da minha alma. — E não tente fazer aquele seu truque da interpretação dos sentimentos de acordo com as micro-expressões.

— É um dom incontrolável. Simplesmente sei quando você está puto com o seu pai, não adianta disfarçar. O seu rosto denuncia completamente.

— Passamos no máximo umas trinta e quatro horas juntos em dezessete anos de convivência. Era impossível que você soubesse de tudo, mas parece ter mais certeza que eu. Tenho medo dos seus dons, Chase.

— Você não teme os meus talentos, você só receia os efeitos que eles tem sobre você.

Um arrepio subiu a minha espinha. A mania de sempre falar o que vinha na cabeça é horrivelmente irritante, mas ainda sim jamais proferiria algo errado. A garota alisava a saia de três centímetros acima do joelho, como se procurasse amassados inexistentes. Olhei atentamente para o chão, como se fosse algo interessante, quando finalmente ouvi a sua voz confiante e plenamente confiante.

— Agora me explique direito sobre esses esportes. Me inscrevi como rebatedora de basebol e quero ver onde irei agir.

— Rebatedora? Não sabia que você sabia jogar basebol. E você não tem cara de quem joga nessa posição. Sabe, os jogadores geralmente são mais... corpulentos.

— Bem, e pra mim os pivôs eram obrigatoriamente caras de dois metros e vinte. Mais uma vez estamos enganados sobre coisas que deduzíamos.

— Eu tenho um e oitenta e sete, acredite eu não perco em tamanho. — olhei no relógio. — Droga, passamos muito tempo dialogando. Temos que ir agora pra sua terceira aula. Qual é?

— Filosofia com o senhor Dionísio.

— Eu te acompanho e depois vou pra minha.

— Qual é a sua?

— Anatomia com Hermes.

— Só me fala onde é então. Nossas salas são opostas.

— Não vou recusar, porque vai completar o meu quarto atraso. Vá pela frente, décima quarta porta na sua esquerda. Nos vemos no intervalo.

— Nos vemos no intervalo.

A olhei dirigir-se ao lugar onde tinha explicado e tomei o meu caminho.

(...)

De repente senti uma vibração no meu bolso. Discretamente, o puxei para as minhas mãos e vi uma mensagem de número desconhecido.

“ Oi, aqui é a Chase. Salve meu número, me mande okay e me encontre na cafeteria do campus mediante à um plano que acabei de arquitetar.

Câmbio, desligo”

Droga, o que essa pirralha estaria planejando? Mandei a mensagem pedida e voltei minha atenção para a fala autoritária do senhor Zeus, um dos professores mais prepotentes da escola.

Depois do fim da aula, peguei meus livros e saí da sala alva. Antes passei defronte a sala 367 para esperar uma cabeleira acastanhada me receber. Rapidamente a vi andar com passos pequenos até a minha direção.

— Olá, Jackson. Espero que tenha obtido uma manhã agradável com a novata.

— É sobre isso que eu queria falar com você. Ela me pediu para encontrá-la na cafeteria do campus, mas nesse momento seria a minha monitoração de Física Quântica com os gêmeos Stoll. Como estou ciente do seu poder sobre os citados, gostaria que me substituísse.

— É definitivo?

— Não, apenas momentaneamente. Não posso me descuidar com os novatos.

— Tudo bem se for assim, mas gostaria da ajuda do Underwood. Ele sim é uma pessoa centrada.

— Ele deve estar ajudando no jardim.

— Tudo bem então, Jackson. Nos vamos por aí.

— Até mais e obrigada.

— Disponha.

Acenei brevemente e segui em passos largos até o Starbucks que se encontrava no campus. Segui os olhos pelo salão e logo identifiquei uma cabeleira loira e levemente volumosa seguida com um óculos de tamanho desproporcional ao rosto. Ao me sentar na mesa e cumprimentar a garota, notei dois copos de uma bebida incógnita com dois muffins de sabores divergentes sobre a mesa.

— Café sem açúcar com creme extra e muffin de blueberry, o seu lanche predileto como já se é de imaginar.

— Como você...

— Calipso, a adorável garçonete que me atendeu, contou-me que sempre faz o mesmo pedido. A reconheci de uma fotografia de dentro da escola, e deduzi que os alunos podiam encontrar trabalho aqui dentro, o que farei assim que me estabilizar. — colocou o canudo na boca sugando o líquido que ali de encontrava.

— Tudo bem, isso é irrelevante. Até perguntaria o seu pedido, mas estou sem tempo. Poderia me falar, por gentileza, o seu plano arquitetado, senhorita Chase?

— Bem, eu preciso de uma diversão aqui, então pensei que, talvez, você poderia me ajudar com uma troca. Resumindo: eu vim te propor um acordo muito interessante para ambos nós.

— Conte-me.

— Notei como estava decepcionado com o seu pai e, acidentalmente, observei a forma em que você olha pra aquela japonesa gentil, a monitora de Álgebra.

— E daí?

— Bem, você quer uma vaga no time e eu preciso dos famosos livros da Área Reservada da biblioteca daqui, coisa que Rachel Elizabeth Dare me contou existir, mas pra isso preciso de estar perto o suficiente com alguém pra me ajudar nas minhas pesquisas.

— E qual seria essa pesquisa?

— A fórmula do amor.

— Não podemos fazer uma fórmula pra um sentimento.

— Discordo. É tudo que eu preciso pra o meu livro de auto-ajuda colegial. Já tenho alguns fatos no meu caderninho, e espero poder construir algo a beira da perfeição, com sentimentos verdadeiros sobre isso. Você é popular e tem acesso a lugares que eu nem posso imaginar, o que me daria uma grande vantagem.

Olhei para a xícara. É claro que eu tinha sentimentos fortes por Drew Tanaka, uma das meninas mais gentis e sensatas da escola, mas estaria pronto pra gastar tanto tempo assim em troca do reconhecimento amoroso de uma menina?

— E então? Aceita os meus termos?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Heeeeey, espero que tenham gostado e não se esqueçam dos meus reviews, okay?
Kiss, Mayy