Maravilhoso Mundo Cruel escrita por Sensei Arê


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores e minhas amoras!
Bom, pra hoje, a Tia Arê só tem uma música na playlist que traduz a fic inteira! Coloquem ela pra rodar enquanto leem a fic e quem quiser, aproveita que a tia é legal e pegou um vídeo com translate e vê a tradução do resto da música! ^^'

https://www.youtube.com/watch?v=WtYaQcJu19w

Boa leitura á todos! Nos vemos nas notas finais!



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Sono yume wa kokoro no ibasho, inochi yori koware yasuki mono.

Nando demo sutete wa mitsuke... Yasuraka ni saa nemure.

Myakuutsu shoudou ni negai wa okasare... Wasurete shimau hodo mata omoidasu yo...

Esse sonho está junto de meu coração, ele é mais frágil que uma vida.

Quantas vezes já me livrei dele e o encontrei... Agora, durma em paz.

Meu desejo tem sido impedido por impulsos... Quando estava quase esquecendo, acabo me lembrando...

A noite sem luar preenchia o mundo com a mais completa escuridão, nenhuma estrela brilhava, nenhum movimento existia, tudo era apenas vazio. Eu era vazia. Uma criança arrancada do seio da família para se tornar a arma que libertaria a humanidade de todos os males que os demônios infligissem sobre nós. A garota dos olhos brancos, a doce boneca enclausurada.

Eu vivi reclusa do mundo, aprendi sobre as artes dos deuses e sobre o seu poder celestial para salvar o mundo. E não houve um só dia em que eu desejei ser diferente. Eu gostaria de ter tido a escolha, gostaria de ter sido ouvida... Mas não havia nada entre mim e a espada que era o meu destino. Até que ele chegou.

Na noite escura ele brilhou como um deus, refletindo em seu ser tudo aquilo que eu gostaria de ter pra mim. Mas quando eu olhei em seus olhos, vi o horror que aquela criatura poderia provocar com um simples estalar de dedos. O sangue de todos aqueles a quem jurei proteger, as almas de todos que me confiaram... Tudo o que ele tocasse estaria perdido.

- Sempre tive curiosidade de vir ver o que tinha nessa masmorra, muito embora meus subordinados dissessem que vir aqui causaria a minha destruição... – disse o demônio, com sua voz torpe moldando-se para seduzir-me – Vejo agora que o que me esconderam fora apenas uma joia preciosa. Qual é tua alcunha, doce anjo?

- Sou Hinata, aquela que chamam de ‘defensora da humanidade’... – respondi, tentando mostrar-me firme, muito embora meu corpo tremesse – E quem és tu, invasor insolente?

- Tenho vários nomes e já fui chamado de coisas que fariam mocinhas como você urinarem nas ceroulas... – disse ele, aproximando-se cautelosamente – Mas como me afeiçoei por ti, podes chamar-me de ‘Naruto’. Que tal? Gostas?

- Não tenho que gostar do que pretendo destruir... – retorqui, buscando o punhal que sempre deixo escondido por entre as vestes – Sei bem quem és, ‘Naruto’. Você é a razão da minha existência aqui.

- E tu, Hinata, és a minha...

Antes que pudesse fazer qualquer coisa, o demônio loiro desapareceu como fumaça, apenas para materializar-se atrás de mim no segundo seguinte. Com uma força e rapidez que eu não esperava, Naruto prendeu-me em seus braços, fazendo com que meu punhal caísse ruidosamente no chão. Anos de treinamentos, desperdiçados! Como poderia lutar contra meu algoz sendo que esse me mantinha cativa junto ao peito? Como extirpar esse mal, sendo que o meu próprio coração bate desenfreado?

- Solte-me! – bradei inutilmente, tentando me afastar – Pelo menos tenha uma luta justa comigo!

- Uma luta justa, você diz... – murmurou ele, olhando bem dentro dos meus olhos.

- Sim! Escolha suas armas e enfrente-me! – completei, retornando com o mesmo olhar.

- Pois bem, seja feita a tua vontade... – respondeu-me o monstro, exibindo um sorriso ferino – Escolherei meu território proporcionar-te-ei a batalha que tanto desejas... Veremos quem será o vitorioso!

Aquele era o momento pelo qual esperei por toda a minha vida: o momento em que eu travaria a luta derradeira, que decidiria o destino da humanidade. Porém, ao contrário do que eu esperava, Naruto não me soltou. Suas mãos começaram a deslizar sobre o meu corpo, invadindo-me as vestes e causando-me sensações que jamais esperei ter.

Eu não sabia o que pensar. Minha vida entre monges e sacerdotisas jamais teve alguma emoção diferente da sensação de equilíbrio de sentimentos e vazio total de prazeres. Então porque eu sentia meu corpo se aquecer inesperadamente? Porque eu passei a ansiar aqueles toques lascivos? Os lábios cálidos do loiro cobriram os meus lábios gélidos, e então eu soube o que era um beijo. Suas mãos me desnudaram, e então eu soube o que era o prazer.

O vento gélido fustigava o mundo afora, enquanto eu permanecia enclausurada no meu quarto naquela noite sombria. Boneca de porcelana, tesouro escondido do mundo. Uma virgem prometida aos deuses, imaculada pela pureza divina. E eu passei a odiar minha sorte com todas as minhas forças! De que adianta ser um Oráculo e trazer o bem aos viventes, se nem ao menos eu conhecia o amor? Por que lutar por algo que se quebraria facilmente? A carne dos homens é indigna de minha misericórdia... Eu queria ser livre, ver o mundo com meus próprios olhos, sentir o calor em minha pele. Eu queria sentir meu coração batendo verdadeiramente ao menos uma vez em minha vida. Foi quando ele me apareceu. Um sorriso ferino, um olhar perverso. Ele era o demônio que eu deveria combater, era o mal que consumia a humanidade. E foi querendo provar seu poder que decidiu invadir minha redoma pura com sua áurea maligna.

Naquela noite, Naruto fez com que eu pudesse sentir algo diferente. Toda história tem dois lados, sua verdade nunca é absoluta. Naquela noite, eu descobri que aquele demônio era apena um homem que também ansiava por amor. Ele, que também estava cansado de apenas ser mais uma peça de tabuleiro comandada por um ser que não tem o mínimo de senso do que pode ou não acontecer. Ele também foi treinado para me destruir... Mas ele não quis. Juntos, nós decidimos que era possível mudar o nosso destino.

O seu calor combateu a minha frieza e preencheu-me por completo, assim como o seu corpo nu cobriu o meu e fundiu minha alma com a sua. A cada toque, a cada beijo, mais e mais... Meus sentidos multiplicados por mil, meu ser vibrando junto ás pulsações daquele coração amaldiçoado, e a nossa unificação completa. O nosso campo de batalha foi entre os lençóis de minha cama, o sangue derramado foi o da minha virgindade tomada. Mas não havia perdedores... Seus olhos azuis eram meus, seu coração batia por mim, a gentileza rústica de seus gestos e movimentos era unicamente para mim, assim como eu me doei inteiramente para ele. E assim, nós nos tornamos um.

Naquela noite fria e sem luar, o meu coração passou a bater no peito de Naruto, assim como o coração dele passou a viver em mim. Juntamos o mais devasso e o mais divino num só ser, e ali se concretizou o amor.

Obviamente, Naruto e eu fomos descobertos. Ele lutou com seus oponentes como se não houvesse amanhã, e arriscando-se como nunca, roubou o tesouro precioso da humanidade para si. Foi em seus braços que eu finalmente conheci a liberdade, e em seus olhos, agora eu via o amor.

~*~*~*~

O sol de verão inundava o pasto verdejante, animando a fauna e a flora do recanto escondido da natureza. Em meio aquela imensidão de paz, uma garotinha loira saltitava e cantarolava, como se os seus movimentos fossem a vida do lugar. Tudo convergia para ela, mesmo que ela não soubesse.

- Jiyuu-chan... Venha, é hora de ir para casa! – chamou a morena, acenando para a pequenina.

- Estou indo! – respondeu a menina, correndo para a mulher – Ei, mamãe... Tenho uma pergunta...

- Pois diga, meu amor. – consentiu ela, oferecendo a mão para a filha.

- O que eu sou? - perguntou a menininha, olhando para mãe com dúvida – Como foi que eu nasci?

Instantaneamente, Hinata parou e encarou a filha com dúvida. Ela sabia que aquele dia chegaria, mas não esperava que uma criança de apenas seis anos tivesse a capacidade de formular uma pergunta tão complexa para seu ser, ou que tivesse a compreensão e o discernimento para a resposta que lhe aguardava.

De qualquer modo, aquela que fora chamada de ‘defensora da humanidade’ sorriu para a menina e ajoelhou-se em frente a ela, mirando diretamente em seus olhos brancos, tão iguais aos seus. De olhos fechados, a menina lembrava completamente ao pai, mantendo apenas aquele pequeno laço que a ligasse consigo.

- Jiyuu-chan, você nasceu da união entre mim e seu pai. Um laço poderoso entre duas raças que foram designadas a ficarem separadas, muito embora devam permanecer juntas. – respondeu Hinata, acariciando o rosto e o cabelo da filha – Você, meu tesouro, é uma dádiva de amor! Você nasceu para juntar tudo o que está quebrado nesse maravilhoso mundo cruel... Foi por isso que seu pai teve de ir lutar contra tudo aquilo que ele teve de servir. Assim como eu... E nós dois lutaremos sempre por você, porque você é a chave que liga os nossos mundos...

A menina sorriu e abraçou a mãe. Pois ao contrário do que todos poderiam pensar, ela não era a concretização de um pecado.

Jiyuu realmente era a liberdade que o mundo precisava. Ela era o amor.

Kono utsukushiki zankoku na sekai de wa, mada ikite iru koto "naze" to tou bakari de…

Aa boku-tachi wa kono tsuyosa yowasa de...Nani wo mamoru no darou? Mou risei nado nai naraba?

Neste maravilhoso mundo cruel, apenas me pergunto "porquê" ainda estou vivendo...

Ah, essa força com a nossa fraqueza... O que queremos proteger? E se não houvessem mais razões?


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Notas finais do capítulo

Bom meus amados, o conto dessa vez ficou bem mais reflexivo do que erótico, e eu não sei porque, mas acho que precisava escrever isso...
Annah, sei que talvez não seja o que você esperava, mas eu desejo do fundo do meu coração que você consiga compreender a mensagem que isso passa e que - quem sabe?! - você possa gostar um pouquinho desse humilde presente.
Um beijo grande pra todos que lerem! E se acharem que eu mereço um review, fique á vontade de me fazer feliz!



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