O Diário de Uma Garota Perdida escrita por Lost Girl


Capítulo 21
Minha voz


Notas iniciais do capítulo

Hey perdidos. 22:48, estou começando a melhorar nos horários. Certo, este capítulo está simples e rápido. Tive prova de Física hoje e minha cabeça estava meio perdida. De qualquer forma, eu estou muito chateada por não ter nenhum comentário passado dois capítulos. Sério, fiquei chateada mesmo... Apesar disto, temos um leitor novo. Seja bem vindo. E é isso, espero que gostem e por favor, valorizem o meu esforço. Cansa e eu gostaria de uma retribuição... Ou não. Eu estou uma merda hoje. Ignorem e é isso.



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Bati a porta do banheiro e encostei-me à parede adjacente a ela. Respirei fundo. Olhava fixamente para meu tênis, que precisava ser lavado, aliás. Isto quando eu não permanecia de olhos fechados, empurrando meus sentimentos para um buraco negro lotado deles. Continuei imóvel, esperando o tempo passar. Esperando que eu mesma passasse, na verdade. Mas, tudo parecia constante, apesar das curvas, quedas e mais quedas, que estranhamente já fazem parte dessa confusão toda.

E como uma alma morta, totalmente imersa em algo desconhecido, eu fiquei ali por minutos que pareciam horas e ao mesmo tempo, poucos segundos. Eu poderia me explicar. Contar um drama a mais. “Desabafar”. Só que o meu silêncio faz isso muito melhor que eu. Então, basicamente, eu estou escrevendo para pensar em qualquer outra coisa. E quanto mais eu tento, mais eu falho. Isso não é surpreendente, muito menos positivo. Dizem que errar é importante para construir um pensamento. Errar não é educativo; errar é desgastante. Doloroso. Algo totalmente comum.

Eu falei que não ia contar um drama e olha o que estou fazendo... Eu daria muitas coisas por um simples suco de laranja. Mas, eu estou em aula. Deveria estar no caso. De qualquer forma, não é permitido comprar alimentos e bebidas, se não água, no período de aulas. Bem, além de tudo, como se já não bastasse, eu estou com sono. Muito sono. Fiquei quase a madrugada inteira lendo. Eu poderia dormir o que teria sido ótimo, mas eu estava ansiosa pelo final.

Descobri um poema muito interessante sobre o suicídio a qual eu me identifiquei bastante. O pior de tudo é que eu mesma já o decorei. Li várias vezes, mas na maioria delas, as palavras já eram ditas antes de lidas. Como se de alguma maneira elas já estivessem escritas. Talvez perdidas no buraco negro de sentimentos, esperando uma brecha para saírem e me atordoarem. E aí esta:

A voz que me dói na alma,
E me aperta e esmaga o peito,
É vazia, sem coração.
E com uma enorme calma
A cama onde durmo ajeito
E me deito, em solidão...

As memórias são o que tenho
Ainda, e tão cheias de vida,
Mas completamente sem esperança.
E o suicídio a que venho
Esta noite assim esquecida,
Sem lua e sem bonança.

Aponto a arma carregada
À cabeça, e sem chorar.
Sinto já algum alívio e tremor...
Pobre mulher desprezada
Tanto querias amar
E não descobriste o amor...

Agora mesmo, li outras três vezes. Eu gostei da maneira simples e rápida como tudo aconteceu. Em uma noite esquecida, sem lua e bonança. Bonança é uma palavra estranha. Nunca tinha ouvido tal antes. Seu significado é algo como uma boa maré. Acho que me assemelho a essa noite. Sem lua e sem bonança. Suspiro fundo, parecendo talvez apaixonada. E não descobriste o amor... Como uma música cada verso do poema me tocou de uma forma diferente.

Levanto da parede. Dou uma descarga e saio do banheiro, rumo às pias. Fingir que eu de fato estava utilizando-o era ridículo. Qualquer um no mundo poderia afirmar isto. Meus pés estavam inversos aos que estariam caso eu estivesse sentada. Mas, achei melhor fingir. A água gelada despertou-me parcialmente do poema a qual eu continuava fixada internamente.

Sai do banheiro e fui à biblioteca. A maçaneta da porta era leve, porém eu a fiz parecer pesada só para ganhar milésimos de segundos. As meninas continuavam trabalhando, ou melhor, conversando. Não prestei muito atenção no que falavam. Provavelmente nem era sobre o trabalho. Apenas sentei e fixei meu olhar no meu tênis.

– Wendy, o que você acha disso?- perguntou Sabrina, assustando-me.

– Acho... Uma boa ideia. - A voz que me dói na alma, e me aperta e esmaga o peito, é vazia, sem coração. O mais assustador é que ela é minha; minha voz.


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Notas finais do capítulo

E então, gostaram? Não tenho quem agradecer. Então, é isso. Comentem se quiserem. ( E é melhor quererem. hahahahha Brincadeira. Mas, eu juro que amaria ver seus comentários. Fiquei chateada por não recebê-los nos dois últimos capítulos e isso é um fato... Bom é isso.) Mil beijos.
Poema = http://prosas-e-versos.blogspot.com.br/2007/05/suicdio.html e é da Vera Souza Silva. Agora sim, mil beijos : )



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