O Diário de Uma Garota Perdida escrita por Lost Girl


Capítulo 13
Início


Notas iniciais do capítulo

Olá, perdidos! Tudo bem com vocês? Estou sentindo muito falta de certa galera que comentava... Receberam a indireta? Hahahhaha Okay. Agradeço a Lília Saboya pelo comentário. De verdade. Além disso, tenho que dizer "Bem vindo" ao novo leitor ( ou leitora) que veio com o capítulo passado. Então... Bem vindo! Fiquei mega feliz por termos almas novas por aqui.
Falando desse capítulo que eu sei que demorou ( A minha internet me ama...). Ele é o maior de todos, eu acho. E conta a história da primeira vez que Wendy fuma. E também da primeira vez que ela se questiona. Por isso, o capítulo se chama Início. Espero que vocês gostem...



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São duas horas da manhã e meu cabelo dói. Como se uma força terrível puxasse-os para baixo. Eu sinto essa força puxando-me inteiramente para baixo. Meus olhos ardem. Eu sei, eu deveria dizer que é apenas sono. Mas, não é. Não é. Eu sei disso mais do que qualquer pessoa. Só que é tão fácil acreditar nas mentiras... E eu não me importo se elas são mentiras. É como se fosse cigarro. Foda-se que ele faz mal. À verdade só não é tão boa quanto parece; não é o remédio que todos dizem.

Eu deveria usar itálico? Começar com um “Era uma vez”? Foda-se. Tudo começou com ontem. Sempre começa com ontem. Eu não estava fazendo nada a não ser ler um livro. “A Morte Súbita”. Seria legal se de repente eu morresse agora. Mas, isso não aconteceu ontem. Isso não é a verdade. O grupo no Whatsapp estava agitado e eu não estava com saco de aturar CNTS otárias.

Entretanto, como se o Whats não bastasse, a Sabrina ligou. Eu atendi, porque aquele barulho era infernal. Acho que estou detalhando demais. Ela falou sobre uma festa de um primo dela. Ia ser legal. Ia ser divertido. Todos iam. E aquelas merdas que todos falam achando que você é como eles e achando que dessa forma, eles te convenceriam a fazer coisas que decididamente você não vai fazer.

– Não, Sabrina. Meus pais não estão em casa. Não vai dar para eu ir...

– Eu levo você para festa. -disse. Que caralho!

– Eu não tenho roupa e já são cinco horas. Está tarde. Eu vou em outro dia...- tentei fazer com que ela desligasse. Mas, não. Eu tinha que ir. Cacete.

– Eu tenho roupa para te emprestar. A festa começa só as nove. Temos muito tempo. Além do que, meu primo é estrangeiro e vai demorar alguns anos para voltar com certeza. - Tentou soar convincente. Eu tentei pensar em uma desculpa melhor. Era sábado. As aulas iam começar na segunda. Eu deveria simplesmente me focar em fazer tarefas, terminar o livro e estudar.

– Eu estou com a garganta inflamada e...

– Eu tenho um remédio maravilhoso para isso. Resolve o problema em menos de duas horas, eu acho. - cortou-me. Eu estava puta e usei minha grosseria para entender que porra estava acontecendo.

– Sabrina, porque caralho você quer que eu vá nisso?

– A gente nunca vai junta para lugar nenhum e eu achei que essa festa poderia ser a oportunidade. - ignorou totalmente o jeito como falei. Não sei porquê fiquei surpresa; elas me ignoram sempre.

– Infelizmente, eu não posso. Obrigada pelo convite. Tchau. - Desliguei em sua cara.

Pronto. Agora sim eu podia voltar para minha leitura, certo? Página 209: “Não disse nada a ninguém, nem mesmo a Bola. Contava praticamente...”. O telefone toca de novo. Pego irritada. Já tentou ler com um telefone tocando? É um cú. Resmunguei um “Alô” e me deparo com a voz da Sabrina. Eu não ia desligar. Ela queria que eu fosse a essa festa. Eu não sabia o porquê. Ela ia contar, eu ia recusar e todos sairiam felizes para sempre. Mas, a verdade nem sempre é um remédio.

– Calma, senhora estressada. Você quer saber por que você tem que ir a essa festa?- perguntou. Não falei nada. Nem respirando eu estava. Minha cabeça estava confusa. – Fábio estará lá e, talvez, você queira falar com ele. Pensei errado?

– Pensou. - é essa hora que todos esperam, com uma cara patética, imagino, a revelação de quem é o Fábio. Sabrina e eu éramos amigas quando crianças. Amigas de verdade. Aos 14 anos, eu comecei a fumar. E vai por mim, não é simplesmente em um belo dia de sol que você abre a janela e decide que irá fumar. Não. A primeira fez fazendo algo errado quase nunca é sozinha. No meu caso, não foi diferente.

Fábio é amigo desse primo da Sabrina. Nem sei como não me toquei antes. Primo estrangeiro, festa, você tem que ir... Mas, enfim, eu fui a casa dela, como sempre fazia. Ela tinha comentado que os primos e uns amigos deles estavam por lá. Mas, eu os imaginei bem mais velhos e não moleques de quinze anos de idade. A empregada abriu a porta e assim que entrei lembro o barulho que as suas risadas faziam. Eram tão estridentes. Perguntei, desde lá, como eles conseguiam ser tão felizes.

– Oi, Wendy. - disse Sabrina se levantando. – Esses são Fábio e o Renato.

– Wendy, você está me ouvindo, cacete?- Sabrina exclamou irritada. - Eles voltaram. Querem nos ver. Que nem nos velhos tempos. - Riu. Reviro os olhos. Tão ridícula. Devem se perguntar como eu virei amiga dela. Simples. Nossas mães eram amigas.

– Eu não quero relembrar a porra desses velhos tempos. - Eles sorriram. Estavam segurando cigarros na mão. Ai, vocês já sabem, aquela velha história de entrar no grupo e fazer merda aconteceu. Eu sabia que fumar fazia mal, mas eles não pareciam estar mal. Eles estavam mais felizes que eu.

– Você gostava. Dormiu na minha casa durante a semana inteira em que eles ficaram lá há dois anos. - e tentou novamente. - Vamos, vai ser legal.

Eles estavam mais felizes que eu.

– Você vai vir me pegar?- ela murmurou um “Sim”. - Vai me emprestar uma roupa?- respondeu a mesma coisa. - Está bem, só me liga quando estiver chegando. - Desliguei. Falei com meus pais. Deram de ombros. Ela ligou uma hora depois e eu entrei no carro onde estava ela e a mãe dela.

– Oi, Wendy. Que bom que você veio. Estava com saudades. - disse a mãe de Sabrina. Eu sorri e disse que também estava. Sabrina falou para eu me trocar dentro do carro e eu o fiz. Era uma saia preta com uma regata branca. Ela estava falando sobre os primos dela. Eu estava encarando-a. Olhando-a sem de fato vê-la.

Chegamos a enorme casa branca. Elas abriram a porta e tudo voltou como um imenso flashback. Parecia que eu tinha quatorze anos de novo. Escutei os barulhos das risadas. Sabrina caminhava mais rápido, deixando-me para trás. Chegou lá dando risada acompanhando-os. Perguntei a mim mesma como eles conseguiam ser tão felizes. Ela olhou para trás e fez como antes:

– Wendy. - disse Sabrina se virando. – Esses são Fábio e o Renato. – Eles sorriram. Bom, voltando ao agora, eu cheguei em casa faz duas horas. Chorei feito uma otária. Fumei durante a festa inteira como uma otária. A mãe da Sabrina estava pouco se fudendo para isso. Ri como uma otária. E somente na merda, você para e pensa sobre as pequenas diferenças nas semelhanças. Eu ri, mas não estava feliz. Aquela pergunta continua em pauta. Sem resposta.

Vamos, vai ser legal. Esses são Fábio e Renato. Que nem nos velhos tempos. Certa vez,eu ouvi uma paródia do ditado “Errar é humano”. Era assim: Errar uma vez é humano. Errar duas vezes já é burrice. Perguntei como eles conseguiam ser tão felizes. Eu descobri que eles estavam errados. Quem erra duas vezes não é burro. Aquela velha história de entrar no grupo e fazer merda aconteceu. Na verdade, quem erra duas vezes é esperançoso. Eles sorriram. Eles não pareciam estar mal. E eu também descobri que,assim como a verdade, a esperança não é o remédio que todos dizem. Eles estavam mais felizes que eu.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? Estou ansiosa para ler a opinião de vocês. A indireta ainda está de pé, certo? E leitores que não disseram "Oi", eu também aceito comentários. Hahahah Bom, se não quiserem, tudo bem. Estou brincando ;)
Ahh, nesse capítulo, há uma referência ao capítulo 4 , "Queimada", no seguinte trecho: "Reviro os olhos. Tão ridícula. Devem se perguntar como eu virei amiga dela. Simples. Nossas mães eram amigas."

Enfim, é isso. Espero ver vocês em breve. Mil beijos :)



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