Your Hunger Games - Fanfic Interativa escrita por Soo Na Rae


Capítulo 6
Katrine Clavelares


Notas iniciais do capítulo

Desculpem-me por não ter postado nada ontem!



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Katrine Clavalares

Daughter - Youth

– Quinto combate, Katrine Clavelares e Jenova Gaum.

Vencer em seu primeiro combate foi fácil, mas para Jenova também foi. Ela estava muito tranquila, na verdade, parecia ter tudo sobre controle. É claro, ela tinha sido uma das únicas a se machucar dentro da sala de testes, o que já lhe tirava alguns pontos, mas Katrine sabia de sua força e não podia subestimá-la.

Respirou fundo. Ela não tinha treinado a vida toda para isso? Então tinha de enfrentar os fantasmas com a cabeça erguida. Sorriu para sua oponente, e ela devolveu o sorriso com o mesmo tom de sarcasmo. Não era de seu feitio fugir das lutas. Katrine correu os olhos pela sala e então respirou, fechando os olhos e projetando a imagem de uma lança na mente. A ponta, afiada e em losango, o cabo de ferro, graciosa, cortando o ar.

Os passos e o grito de ataque de Jenova se tornava mais alto a medida que a menina se aproximava. Paciência, ainda não tinha terminado. Quando abriu os olhos novamente, segurou sua lança com as duas mãos, voltando a ponta dela para Jenova, que conseguiu se jogar no chão antes de ser atingida. A garota não esperava com isso, com certeza. Jenova trincou os dentes, agarrando os tornozelos de Katrine e puxando-a para o chão. O impacto com o chão fez as costas de Katrine arquearem, como se quicassem.

– Esse ano é meu! – disse, Jenova, num sussurro.

Katrine lembrou-se que aquele deveria ser o último ano de Jenova no sorteio, pois ela já era dois anos mais velha e logo completaria dezenove. Tentou se recompor, enquanto a morena se erguia sobre seu corpo e ajustava-se numa saraivada de socos. Katrine conseguiu erguer os braços e se proteger. Onde estava a lança? Deveria ter caído com o impacto no chão...

Mas não longe demais, claro.

Virou o rosto, procurando a arma com os olhos. Estava próximo a perna de Jenova. Se esticasse o braço... Mas isso significava receber socos de Jenova no lado esquerdo do rosto. O que podia fazer era... Projetar outra arma. Fechou os olhos, começando a pensar em adagas de mão curtas, mas de dois gumes, que estivessem em suas mãos. Logo conseguiu sentir o aço gelado na palma dos punhos, antes fechados. Abriu os olhos e bradou, parando um soco de Jenova na hora e acertando-a no rosto com a outra adaga. Ela se afastou, com as mãos no rosto, de onde pingava sangue. Seu sorriso era demoníaco.

Tinha furado seu olho direito.

Jenova rugiu, como uma leoa, e partiu para cima dela. Será que ainda não sabia como projetar armas? Sorriu, agora tinha uma vantagem. Também correu para seu encontro, chocando-se com Jenova e enfiando suas adagas em qualquer pele exposta. Jenova optou por puxar-lhe os cabelos. Oh, o que era isso? Ela estava tão desesperada assim? Sorriu. Travou a pernas de Jenova com a sua e a derrubou, caindo por cima de seu corpo e enterrando as lâminas em seu estômago. Uma luta de verdade é rápida e sem lenga-lengas. Ergueu-se, olhando para a menina, que a via com um olhar de espanto.

Seus olhos diziam “Você tem coragem de me matar! Você me mataria!”. Mas para quê é que elas iriam á Arena? Para matar. Então não podia sentir-se enjoada por causa disso. Esse era um dos problemas dos tributos, normalmente, treinavam a vida toca com bonecos, e quando tinham de fazer o mesmo com humanos, pessoas vivas... Desistiam. Ela ergueu os braços e se curvou, recebendo os aplausos exasperados das outras garotas que já tinham sido eliminadas da lista de indicadas á Colheita.

Agora só faltava mais um combate. Eram cinco meninas, os primeiros combates aconteceram entre sorteadas e em seguida um outro sorteio ocorreu para decidir quem ficaria para lutar com a quinta garota que não teve oportunidade de combater. Era Katrine, e a sorteada foi Jenova. O combate entre as outras finalistas tinha acontecido e só restavam duas para um sorteio para saber quem lutaria contra ela.

– Mande as duas. – disse um dos mentores, que avaliava as garotas. Os meninos já tinham sido avaliados e o “escolhido” sorria para as outras moças, que futuramente poderiam ser sua aliada.

Os mentores concordaram e então indicaram as três meninas que ficassem longe o bastante, formando um triângulo. As duas outras pareciam ter combinado uma aliança, pois olhavam para Katrine com sorrisos assustadores, mas Katrine não se abateu, ainda tinha as adagas em mãos, ensanguentadas. As suas oponentes se chamavam Blair Heromyth e Petra Eskem. Elas correram ao seu encontro, com punhos. Ninguém tinha desvendado o segredo da sala de treinos? Sentiu-se completamente na vantagem. Blair foi a que chegou mais rápido, por isso Katrine a atingiu primeiro, absorvendo o impacto do braço da garota, enquanto se esquivava para a direita e a acertava com um cotovelo no ouvido. Blair cambaleou para frente, mas ela não tinha tempo para dar o xeque-mate, Petra se lançou contra ela, e conseguiu chutar sua mão direita, lançando a adaga para longe. Katrine não tinha como materializar uma outra arma na mente, estava ocupada demais para isso. Petra, embora tivesse chegado muito mais tarde que Blair, era muitas vezes mais rápida. Seu estilo de luta era como um lobo em cima de um cordeiro, deixando Katrine sem tempo para respirar ou sem poder prever seus movimentos, cercando-a e abafando-a, sem deixa-la atacar.

Katrine sentiu uma dor forte na região de traz dos ombros, onde Blair tinha prendido suas unhas, na pele por baixo da camiseta. Então chutou a parte de dentro dos joelhos de Katrine, obrigando-a a se ajoelhar. Petra, agarrada a cabeça de Katrine, imobilizava-a, deixando que Blair desferisse os chutes e joelhadas nas costelas e nuca de Katrine. Katrine respirou fundo. Tinha que aguentar. A adaga na mão esquerda agora estava perdida, nem conseguia se lembrar de onde a tinha deixado. Katrine pensou. Se tivesse outras adagas poderia arrebentar a barriga de Petra que estava bem a sua frente. Mas enquanto fazia isso, perderia o equilíbrio e o local de apoio e assim Blair poderia subir em suas costas, enquanto estivesse deitada no chão. Não podia se arriscar assim. Por outro lado, logo perderia a consciência se não fizesse algo.

E se...

Imaginou uma armadura. Com placas e metal brilhante. Cobrindo toda a região das costas e do peito, indo até a cintura, depois subindo para o pescoço, os ombros e derretendo os dedos de Blair, que ainda a segurava. Uma cota de malha, descendo pelos braços, prendendo seus cabelos entre os vãos, em um rabo de cavalo alto. Então os pulsos também estavam revestidos e o som que a mão de Blair fez ao tentar impedir o impacto contra as costas de Katrine foi surdo, após alguns segundos, ela sufocou um grito de dor e agarrou os dedos, apenas um pouco doloridos, não quebrados. Mas foi o suficiente para Petra soltar a cabeça de Katrine, antes que seus braços também se queimassem com a armadura recém-produzida. A única que não se queimara, e nem ao menos sentia o calor, era ela. Katrine. Ergueu-se, sentindo as articulações do joelho doendo. Tinha de conseguir.

Petra trincou os dentes, tentando agarra-la, levantando seu braço e passando-o num corte perfeito no ar. Entretanto quem a agarrou foi Katrine, aproveitando o movimento em falso da oponente para pegá-la. “Mais cansativo que lutar, é errar. Quando você estiver socando ou chutando algo, lembre-se que sua força está sendo absorvida pelo objeto, mas e se não tiver objeto para te parar? E quando você errar um golpe? Então você terá de usar força para recuperar o braço que jogou para frente, ou a perna, e assim você será conduzido pela sua força. Além de tentar recuperar o movimento, você perderá o equilíbrio e se cansará mais rápido, por isso é mais inteligente esquivar do que atacar.”. Usou o erro de Petra contra ela, prendendo-a com as pernas e jogando-se no chão, levando a menina junto.

Ela gritou quando o impacto a pegou de surpresa, mas nada que fizesse desistir. Petra era resistente no sentido de manter seus objetivos em primeiro lugar. Enquanto a sufocava, com as pernas presas em volta de sua cabeça, Katrine vislumbrou com o canto do olho o movimento de Blair, e então lembrou-se de que estava lutando contra duas pessoas.

Antes de pensar em alto para fazer, a sombra pequena de Blair se ergueu em cima dela, ocultando seus olhos do resto da sala. A trança que prendia seus cabelos estava caída ao lado do ombro, e quando ela se sentou e agarrou a garganta de Katrine, percebeu que Blair já tinha desconsiderado Petra e agora previa sua vitória dupla. Era como matar dois coelhos com uma arapuca.

– Suas últimas palavras? – perguntou, mordendo os lábios e pressionando a jugular de Katrine, sentindo na ponta dos dedos os batimentos dela.

– Essas são as suas? – Katrine questionou, respirando fundo e erguendo os braços, enfiando as adagas o mais profundamente que conseguisse. Blair arregalou os olhos, surpresa.

Seus olhos gritavam “como você faz isso?”, antes de cair para o lado, agarrando a cintura e contorcendo-se no chão. Katrine olhou para suas pernas, onde jazia Petra, inconsciente e totalmente roxa. Ela tinha de terminar o trabalho, embora um pânico súbito a invadiu. Será que realmente a tinha... Matado? Não que isso lhe causasse um peso na consciência, mas ainda não eram Jogos Vorazes.

Blair observou, totalmente indefesa, quando Katrine se voltou para ela e enterrou as duas adagas em sua barriga, fazendo-a gritar e então ofegar, engasgando-se com a própria saliva. Quando Blair caiu no chão, com mãos incertas tentando agarrar o cabo das adagas, o sinal de que o treino tinha acabado foi dado ema equipe de paramédicos invadiu, indo em direção a Blair e Petra.

Ergueu os olhos. Papai a observava, com ar orgulhoso.


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Notas finais do capítulo

Então, vou tentar postar um capítulo extra hoje, mas não acho que terá relação com os outros.