Your Hunger Games - Fanfic Interativa escrita por Soo Na Rae


Capítulo 45
Kristov Cornnel


Notas iniciais do capítulo

Eu amo o Kris *-* Já disse isso? Hehe, boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/513575/chapter/45

Kristov Cornnel

Paramore - Brick By Boring Brick

Abriu os olhos, escutando o canhão ecoar pela Arena. Se encolheu para perto dos braços quentes de Henry, que ainda estava adormecido. Voltou a se aconchegar e fechou os olhos, tentando dormir novamente, mas era impossível. Agarrou a camisa de Henry e a apertou, até ele acordar, sonolento. O encarou olho no olho e então soltou um suspiro bafento. Kristov o agarrou, abraçando-o com força e trêmulo. Estava com medo. Henry o empurrou para cima e o desgrudou. Estava visivelmente irritado, mas Kristov ainda sentia medo.

– Um canhão acabou de disparar – disse – Pensei que fosse você.

Henry se levantou, rapidamente, agarrando sua adaga e o braço magrelo de Kris. O garoto apenas observou o seu irmão, enquanto ele o protegia. Gostava quando Henry fazia isso, quando ele ficasse eriçado e com a adaga pronta para matar a pessoa que surgisse. Por sorte quem surgiu foi Sylvester, com um belo coelho em mãos. Era uma lebre muito maior do que o normal e o sorriso de Sylvester ia de orelha a orelha.

– Estava presa numa armadilha com as patas quebradas, agonizando. Resolvi trazê-la.

– E-Está vivo! – Henry soltou Kristov imediatamente e agarrou o coelho das mãos de Sylvester, e passou o fio da adaga no pescoço do animal, matando-o.

Sylvester soltou um gemido assustado e então suspirou tristemente.

– Eu queria cuidar dela...

– Cuidar? Olha o tamanho dessa coisa! Dá pra dois dias ou mais e você quer... Cuidar?

Sylvester deu de ombros e olhou por cima do ombro para Kristov.

– Estão indo para algum lugar?

– Kris disse que ouviu um canhão. – respondeu Henry.

– Sim, é mesmo, eu também ouvi. Mas não precisamos nos mudar sempre que ouvimos um canhão.

– É melhor prevenir. – Henry olhou para o negrume no céu – Logo mais vai amanhecer.

Sylvester concordou com um meneio e juntou suas coisas: o coelho e sal grosso. Kristov sentiu um gosto amargo na língua e o vazio no estômago. Sylvester tinha feito uma carne tão gostosa usando apenas o sal grosso e Kris estava pronto para lamber os dedos novamente. Henry colocou a adaga na bainha da calça e vestiu o casaco de frio. Ele estava visivelmente cansado, não fazia muito tempo que seu turno de vigia tinha acabado. Olheiras estavam embaixo de seus olhos e ele era muito mais lento do que normalmente. Sylvester saiu primeiro. Kristov seguiu Henry logo em seu encalço, sentia tranquilidade quando estava com ele.

De repente Sylvester parou e encarou algo logo a sua frente. Era um menino alto e com ombros largos, mas magro e pálido. Parecia cansado, estava ofegante, mas ostentava dois machados, ambos banhados em sangue molhado. Logo um canhão ecoou pelo céu que amanhecia e agora iluminava toda a cena. Henry deu um passo atrás, mas o garoto dos machados os percebeu, e não pareceu muito amigável. Kristov agarrou a mão de Henry e Sylvester abraçou a coelha, correndo tão rápido que o sal grosso caiu pelo caminho. Kristov se abaixou e pegou o pacote, puxando Henry pela mão, até que seu irmão despertou do transe de espanto e o puxou para seu colo. Henry fez isso apenas uma vez, quando ele estava cansado demais para caminhar.

Por alguma razão, Sylver e Henry não confiavam em deixa-lo de vigia. Diziam que ele se distrairia com outra coisa qualquer e esqueceria de vigiar. Kristov sabia que isso nunca aconteceria, embora agora estivesse entretido com o cheiro terrível de suor que emanava da camisa de Henry. Prendeu as pernas fortemente nas costelas de Henry, fazendo-o soltar o ar. Agarrou seu pescoço. Pobre Henry, sua visão ficou limitada, mas continuou correndo. Kristov conseguia ver, por cima do ombro do irmão, que o menino dos machados os perseguia. Achou divertido aquela brincadeira.

Mas quando o menino dos machados arremessou uma das armas, seu cérebro fez um clic e ele puxou o pescoço de Henry para a direita, inclinando-se para a mesma direção e levando o garoto ao chão. Caíram os dois entre barris vazios. O menino dos machados os alcançou rapidamente, ofegando. Estava visivelmente cheio de adrenalina. Kristov sentiu o quanto ele era um perigo. Sua mão buscou por Henry, mas seu irmão já havia levantado, tirando a adaga da bainha. A arma dele parecia tão minúscula contra o machado do grande garoto-do-machado, como Kristov o nomeou. O irmão se esquivou de um golpe mortal e golpeou o antebraço do garoto do machado na parte interna. Henry estava mais descansado do que o garoto do machado, e por isso era mais rápido, mas mesmo assim por pouco não perdeu a mão. O machado era afiado e assustava. O brilho que o Sol Nascente refletia ente o sangue vívido e ainda quente de uma vítima causava náuseas em Kristov. Ele temia por Henry. Enquanto o irmão se esquivava e tentava acertar o garoto do machado, Kristov aproveitou para se esconder dentro de um barril que estava mais afastado. Lá ele não podia ver a luta, mas ouvia. Os gemidos de dor de Henry, os gritos de ataque e de defesa do menino do machado. Kristov não aguentava aquela agonia.

Henry estava lá fora, lutando para protegê-lo. Não iria abandona-lo, jamais, preferia morrer junto dele. Logo Henry, que cuidou e o salvou daquele poço. Quando se sentia só, foi ele quem o abraçou, mesmo que contra a vontade. Kristov gostava de como Henry ruborizava e tentava não demonstrar seu afeto para com o irmão menor. Era assim que Kristov se via, sendo o irmão de Henry. Era o que queria. Depender do menino, ser protegido por ele e agradá-lo. Amava Henry com todo o coração e desejava que ele vencesse os Jogos, nem que para isso tivesse que morrer, e isso Kristov entendia muito bem. Às vezes se fazia de bobo e idiota para conseguir mais atenção de Henry e de Syl, mas ele não era burro.

Seu coração batia rápido, quase tão rápido quando os dois garotos que lutavam. Sentia um buraco negro dentro de si, sugando tudo o que havia. Agarrou a borda do barril e subiu os olhos. Queria ver. Queria saber o que acontecia. Queria se jogar na frente daquele machado, para morrer e dar a oportunidade de Henry fugir. Queria chorar. Queria gritar para que o menino do machado fosse embora e nunca voltasse. Queria que o menino do machado morresse, queimasse e apodrecesse. Mas quando olhou para fora do barril, o que viu foi totalmente agradável. Henry estava no chão com o garoto, por cima dele, segurando seus punhos cerrados. O machado tinha sido arremessado longe. Os dois ofegavam, mas o garoto do machado estava muito mais cansado. A boca de Henry sangrava e agora iriam decidir a luta nos socos e pontapés. Kristov saiu do barril, derrubando-o e engatinhando. Andou até os dois, que travavam uma luta de força. E se colocou na frente da cabeça do menino do machado, entre ele e Henry. Com as duas mãos, segurou a lateral da cabeça dele e afundou os dedões dentro das órbitas do garoto maior. Ele gritou e derrubou Henry de cima, contorcendo-se no chão, com o sangue escorrendo por seu rosto.

Henry se levantou, encarando Kristov, que sorriu para o irmão mais velho, sentindo felicidade. Tinha ajudado! Agora Henry poderia matar o menino do machado. E foi o que fez. Com a adaga, que estava caída um pouco mais adiante, enterrou a lâmina no pescoço do garoto alto e recebeu o jato de seu sangue. O canhão soou segundos depois. Henry tinha sangue da cabeça aos pés, mas sorria triunfante. Kris abriu os braços e recebeu o irmão com amor e muito calor. Estava feliz por terem conseguido se livrar do garoto do machado, principalmente porque ele ajudou. Os dedões das duas mãos continuavam manchados de sangue, mas ele não se importava. Até quando tivesse Henry, nada mais importava.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gent, como eu amo o Kris... Meu favorito desde que o Rayseev morreu (Sim, eu mato meus favoritos independente de qualquer coisa), mas isso não quer dizer que Kris vai morrer. Agora votem:
Qual tributo Ralfh (O Menino do Machado) tinha matado anteriormente?:
a) Pandora
b) Sapphire
c) Katrine
d) Aryon
e) Viktor
Votem! Beijos.