Your Hunger Games - Fanfic Interativa escrita por Soo Na Rae


Capítulo 42
Sapphire Lukastrell


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura. E aqueles que ficaram julgando que eu matei todo mundo sem eu nem mesmo deixar claro isso, uma EXCELENTE leitura... Ha-ha. ~isso foi sarcasmo.



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Sapphire Lukastrell

Passenger - Let Her Go

Aquela onda de calor passou rapidamente, cortando a noite e a chuva. Olhou para Katrine, enquanto a menina também erguia uma sobrancelha. Ouviram um canhão. Desde que se dividiram, dois canhões tinham soado, e elas não sabiam se eram de Dakota e de Viktor. Sapphire uniu as mãos. Estava frio. Assoprou a união com o calor do hálito que conseguia fazer. A chuva não tinha passado ainda e tinham de permanecer dentro daquela casa velha. Por sorte não era um lugar tão velho quanto a maioria dos casebres, parecia muito mais resistente que o resto. Sapphire não queria que Viktor morresse. Ele era de seu Distrito, viveu a mesma vida que ela... E se parecia tanto com Axel...

O hino da Capital soou no céu, com a insígnia da águia e logo em seguida a Baixada. Distrito 11, o menino, Distrito 1... Dakota!

– Oh, meu Deus – Sapphire sentiu náuseas fortes.

– E de pouco em pouco, vamos nos enfraquecendo. – comentou Katrine, e Sapphire não podia deixar de concordar.

A Arena estava mais traiçoeira do que pensara. As outras alianças eram quase tão fortes quanto a Carreirista e agora que dependiam exclusivamente dos Patrocinadores, as pessoas da Capital se mostravam um pouco pão duras demais. Receberam apenas dois paraquedas, com água e comida. Quatro dias de arena. Dez vivos. O quinto dia em algumas horas iria amanhecer e então mais tributos morreriam. Katrine se levantou, vestindo as botas novamente e tirando a lança do chão.

– A chuva parou, vamos encontrar Viktor.

– Conhecendo ele como conhecemos, estará no abrigo aguardando nossa volta.

Katrine concordou.

Sapphire se ergueu, calçando as botas e fechando o casaco. O tridente estava encostado na parede, foi uma das únicas armas boas que sobreviveu a explosão do armazém. Até onde sabia, uma aliança tinha destruído os suprimentos e um dos membros morreu. Viktor disse que era um membro da tal Aliança Vermelha, e desde então elas se tornaram o objetivo, tinham de vingar. E vingar principalmente Sylvester, que tinha morrido. Não encontraram seu corpo entre os pedaços do armazém e não viram seu rosto no céu, mas já era de noite e talvez ele tivesse sido anunciado enquanto estavam desacordados. Viktor disse que era um peso morto a menos. Sapphire ainda não sabia porquê escutava o que ele dizia.

Cortaram as ruas por onde tinham vindo, sabiam onde estavam. Conheciam aquele lugar com a palma da mão. Desde que se mudaram de abrigo Viktor as tinha obrigado a decorar todos os caminhos que levavam até o abrigo. Quando a imponente mercearia se mostrou, com as persianas trancadas e a tintura descascando, sorriu. Katrine entrou primeiro, e logo viu Viktor. Sapphire se sentia aliviada. Viktor era cabeça dura, mas responsável e protetor. Quando a aliança diminuiu para apenas ele e as três garotas, se mostrou muito carinhoso e atencioso. Dividia sua garrafa de água, sua porção de sopa... Até mesmo tinha matado a serpente do deserto que tinha se esgueirado para dentro do abrigo. Viktor não era o malvado que mostrava ser. Na verdade ele era muito paternal.

– Voltaram. – disse.

– Tivemos de nos abrigar por causa da chuva.

Ele concordou com um meneio. Sapphire se sentou no colchão que havia entre as prateleiras da mercearia. Lá, por sorte, tinha sopas enlatadas e suco de laranja vencido para beber a vontade! Viktor estava sentado na outra ponta e Katrine logo a frente deles, com as pernas esticadas. As armas tinham sido colocadas de lado e agora dividiam um saboroso ensopado de batata. Viktor terminou sua lata e pegou uma outra. Ele era muito faminto.

– Querem que eu faça o primeiro turno hoje? – questionou Katrine.

– Pode ser. – concordou Sapphire.

Viktor não se opôs e, quando Katrine se afastou, ele soltou um suspiro cansado e se aproximou de Sapphire. Suas mãos começaram a tremer. Sapphire nunca sabia quando Viktor iria se aproximar daquele jeito. Desde que a beijara naquele dia... Ah, as coisas ficaram confusas.

– Olhe o que os Patrocinadores enviaram. – mostrou enquanto levantava-se rapidamente.

Era uma jaqueta longe, que cobriria até seus tornozelos. Não parecia ser um tecido muito quente, mas assim que tocou notou o quanto era duro e inflexível. Viktor sorriu quando ela tentou dobrar uma das mangas. Conseguiu, com muito esforço.

– É uma proteção – ele contou. – nenhuma lâmina pode ferir, eu testei.

– Que interessante. – comentou ela, enquanto devolvia a dádiva.

Viktor a colocou de lado e passou um braço por seus ombros, puxando-a para perto. Sapphire ruborizou. Ainda não tinha se acostumado com aquilo. Viktor só agia assim quando estavam sozinhos e ela não tinha coragem de demonstrar nada, aliás ela nem sabia o que sentia. Viktor tinha dito que queria beija-la, mas ela nem ao menos pôde responder. E mesmo quando ele sorria radiante, lembrando a Axel, ainda era ele. Não tinha o mesmo calor que Axel, nem a mesma língua afiada para paquera. Era bruto e não perguntara que Sapphire sentia ou correspondia-o. Mesmo que pensasse que poderia empurrá-lo quando quisesse, não fazia.

– Hoje eu lutei com Aryon. – ele contou novamente – Dakota aproveitou para fugir. E logo em seguida a chuva começou. Fugimos para lados diferentes, por sorte. Mas Dakota não teve a mesma sorte. Ao invés de me defender ela preferiu salvar a própria pele. E foi morte. Espero que tenha sido um tributo de um Distrito Menor, assim ela vai ser envergonhada por perder pra uma pessoa totalmente despreparada.

– Não acredito que Dakota iria trair a aliança, ela é uma boa pessoa.

– Todos são. – Viktor resmungou. – Até mesmo Sylvester é.

– Era. – corrigiu.

– Você acredita mesmo que ele está morto? Seu rosto não apareceu no céu e não encontramos seu corpo. Ele também não estava dentro do armazém quando entramos nele.

Sapphire ponderou e então concluiu que Viktor tinha razão. Isso só queria dizer que... Sylvester abandonou a aliança. Sentiu como se o céu caísse sobre seus ombros. Logo a pessoa mais bondosa e agradável que tinha encontrado morrera?

– Você acredita demais nessa encenação barata. – Viktor disse, voltando a cabeça para ela. – Muito ingênua.

– Eu não acredito. – tentou responder, mas estava ruborizada demais e a língua enrolou na garganta.

Viktor estava próximo demais. Iria ataca-la novamente! O menino se inclinou, trazendo sua respiração até o rosto de Sapphire. Conseguia sentir o cheiro de batata em seu hálito. Ficou inebriada com o calor. Viktor tinha olhos tão bonitos... Quando seus lábios se chocaram, foi suave, nada de um ataque vibrante, como esperava que fosse fazer. Havia um lado nada feroz em Viktor, e era esse. Essa proteção, o cuidado, até mesmo o afeto. E o jeito como beijava. Não tinha vigor, nem mesmo energia. Era lento e quase entediante. Sapphire poderia dormir enquanto era beijada. “Era beijada”. Francamente, desde quando permitia esse tipo de coisa?

– Você ainda acha que sou aquele seu príncipe encantado? – perguntou, com divertimento na voz.

– Axel? - sorriu, com os olhos fechados. – Você jamais será Axel.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Comentem! Só faltam 90 reviws pra 500! :3