Your Hunger Games - Fanfic Interativa escrita por Soo Na Rae


Capítulo 30
Alice Gryffindor


Notas iniciais do capítulo

:3 Como falei, mais um aqui! Fresquinho, acabou de sair do forno!



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Alice Gryffindor

MØ - Walk This Way

Os mentores os chamaram ainda quando estavam na cama. Daniel usava a calça de seu pijama e a camisa que levaria para os Jogos. Alice se limitou a vestir um robe por cima da camisola e a calçar pantufas confortáveis. Era no máximo oito horas da manhã, em menos de duas seriam levados para o avião, ou melhor, aerodeslizador, e depois estariam na Arena, lutando pela vida. Alice tinha de admitir que isto a assustava um pouquinho, até depois de sua nota seis... Isso a assustara tanto. Julgou que tiraria no mínimo sete, mas nem isso conseguiu. Sua apresentação com equilíbrio não foi tão bom quanto a luta de espadas de Daniel. “Embora seja mais útil saber se manter firme em uma ponta quebrada do que ter uma espada consigo”. Mas isso não queria dizer que iria usar sua habilidade de equilíbrio, talvez precisasse lutar com uma espada, e então? Iria ter de aprender na hora. Mas Daniel jamais conseguiria atravessar a ponte...

– Chamamo-nos para uma reunião final de aliança. – explicou o mentor de Daniel, tirando-a de seus devaneios. – Concluímos que os dois têm Patrocinadores suficientes para no primeiro dia montar um estratagema e prender a Aliança Alvo.

– Aliança Alvo?

– Aliança Vermelha. Alguns da Capital chamam de Aliança Ascenção, pois subiram quase tão alto quanto os Carreiristas, mas nós, os tributos e mentores, chamamos de Aliança Alvo, pois... Bom, é o alvo. Temos de acabar com esta aliança de menininhas.

– Algo contra as menininhas? – Alice questionou, jogando a ponta do rabo de cavalo para trás dos ombros.

– Desde que estejam do lado inimigo, tenho tudo contra. – ele sorriu, sarcástico como era. – Muitos querem atingi-las, mas quem conseguir terá tanta fama que os Patrocinadores brigarão entre si para ver quem dá a mais contribuição, e olhe que isto já aconteceu uma vez. Tudo o que temos de fazer é montar uma armadilha para pegá-las, mata-las e depois se esconder. Os Patrocinadores comprarão a morte dos outros tributos. Eles fariam isso por vocês.

– Por qual de nós? – Daniel quis saber. – No final, apenas um é vitorioso.

– Isso deixo para vocês decidirem, mas não se esqueçam: Daniel, você tem uma noiva e um bebê de oito meses, Alice você é irmã mais velha de sete meninas e filha de uma idosa que a adotou do lixão onde a encontrou, igualmente ás outras garotas.

Os dois concordaram em uníssono. A Entrevista fora um sucesso graças ao mentor, e por causa disso Alice não podia deixar de agradecê-lo, mas ainda o odiava, tanto quanto odiava Daniel ou como se odiava. O mentor explicou mais coisas como se comunicar através de bilhetes e de ajuda-los a formas a armadilha. São meninas como eu, sei o que pensarão, o que farão. Mas isso era relativo, podiam ser todas meninas, mas ainda sim tinham suas diferenças, “E isso muda qualquer decisão”. Quando percebeu, estava pensando na sala sozinha. Sentada no sofá, refletindo consigo mesma.

Matar pessoas de repente se tornou tão normal e aceitável, não? Eram seres humanos, como ela, tinham sentimentos, sabiam o que era certo e errado, tinham suas virtudes, seus orgulhos e seus traumas, como todo ser humano. Possuíam um coração, e cicatrizes em seu âmago. Mas quem não tinha? Atire a primeira pedra. Mas acima de tudo, possuíam dor dentro de si, carregariam para sempre o pensamento de que um passo em falto resultaria em morte certa. Isto também me assusta, não? Por que seria diferente com os outros? E por que não pensaria no que os outros sentem? São seres humanos, pensam. Independente do Distrito, sabiam viver, sabia existir. Eram racionais. E mesmo assim... Os mataria, sabia. E não sentia remoço ou nojo por isso. Ou eu ou eles, não? Que seja eu.

Fechou os olhos profundamente, sentindo uma leve tontura. O que era isso? Que pensamentos amargos, que deixavam este gosto metálico e duro, estavam fazendo em sua mente? Nunca pensara em machucar alguém, agora já aceitava o assassinato como forma de defesa. Mas eles me matarão na primeira oportunidade, era fato. Mesmo assim, talvez também estivessem se debatendo com isso. Claro que não! Sabem para o que vieram, sabem o que devem fazer. Sabem e irão fazer, caso alguém não faça por eles. E era assim que tinha de pensar, não? Deveria fechar os olhos e descer a espada.

Mas esta voz de justiça, do que é certo, da humanização dentro dela dizia que não, que isto estava errado. Onde vencer um jogo que custava o sangue de seu inimigo é digno? É certo? Jamais! Era a coisa mais horrenda da terra, jogar irmão contra irmão, sendo eles raças racionais. Os animais não se matam por diversão, não querem oprimir os outros e se colocar no luxo e fortuna. Não seria melhor que fossem outros os seres racionais? Fechou novamente os olhos, com mais força. Era tão detestável... Aquela briga interna que a afligia

– Não importa o que esteja tirando sua atenção dos Jogos, esqueça isso. – ouviu a voz dizer ao longe.

Mesmo sem abrir os olhos sabia que era Daniel. Deveria estar observando sua briga interna há muito tempo. Alice às vezes esquecia que era transparente demais. Daniel não disse mais nada, ela nem soube por mais quanto tempo ele ficou ali, estava submersa em pensamentos, em razões e opiniões, no certo e no errado. Qual era o seu pecado? A morta não poderia ser tão ruim assim, certo? Ela acontecia o tempo todo a todas as pessoas do mundo. Não tinha como fugir dela, certo? Mas se lembrava de que um dos valores humanos era não matar seu irmão, e era isso que faria na Arena. Ninguém me culpará, afinal todos farão isso e eu só o farei para me proteger. Irão me adorar se voltar para o Distrito. Como o mentor disse, só precisarei matar a aliança de meninas e então os Patrocinadores...

Mas daria certo? Mas, mas, mas... Todos aqueles “mas” estavam afligindo sua mente, agonizando seu interior. Deste jeito enlouquecerei antes de pisar na Arena. Então era isso o que acontecia? Os tributos enlouqueciam. Por isso os mentores e ex-vitoriosos eram tão misteriosos... Eles estavam inundados da loucura de matar ou morrer. “Algumas pessoas não se dão ao luxo de ter um sono sem sonhos”, ouvira uma vez o mentor dizer a Daniel, e isso ela guardou em seu coração. Assim que os treinos começaram e ela pôde ver quem seriam seus oponentes, os pesadelos vieram. Poucos, depois mais um pouco, até que um atrás do outro a despertava, minuto após minuto, ela gritava, suava, ardia em febre. Mas nunca conseguia se livrar dos pesadelos. Esse era o futuro para um vitorioso? Não queria viver o resto de sua vida agonizando com pesadelos como aqueles? Engoliu em seco. A cada hora que passava até o momento de ir para a Arena só deixava os pesadelos mais insuportáveis. Quando estiver na Arena, o que sonharei? Então estremeceu. E antes que pudesse notar, já estavam chamando-a para o aerodeslizador.


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Notas finais do capítulo

E então? A cada capítulo nossos tributos amados estão mais perto da tão temida Arena? E ai começa a surgir os pensamentos, os conflitos internos... E a loucura. Onde querem que pare? Hahahaha. Beijos, comentem!