Your Hunger Games - Fanfic Interativa escrita por Soo Na Rae


Capítulo 3
Katrine Clavelares


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura ^^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/513575/chapter/3

Katrine Clavelares

Daughter - Human

– Clavelares! – chamou o mentor – Mais atenção! Concentração!

Chutou alto, batendo o pé contra o ombro de Alian, enquanto o rapaz cambaleava e se recuperava com a mesma força que ela. Alian era um forte concorrente em relação aos Jogos, mas poderia ser persuadido com um belo rostinho diante de seus olhos. Ele era um belo espécime de que homem era possível uma mulher ganhar. Mas, infelizmente, Katrine só conhecia o lado da luta onde se bate e apanha, não havia persuasão em seu cardápio.

Desceu um soco na orelha de Alian, atordoando-o por alguns segundos, o suficiente para cair sobre o menino e socar e esmurrar seu rosto, principalmente nariz e queixo. Quando o mentor tirou-a de cima de Alian, ela percebeu o sangue escorrendo pelo nariz torto de forma estranha do rapaz. Ajoelhou-se ao seu lado. Alian abriu um olho castanho escuro e sorriu, com o sangue passeando entre os vãos de seus dentes.

– Bem em cima do ponto, como sempre, Kat. – sorriu-lhe.

Devolveu o sorriso.

– Levante. – ofereceu a mão para Alian, que aceitou de bom grado.

Agora que seu nome estava na lista dos indicados á Colheita ela tinha de dar tudo de si. Seus pais, Carreiristas, tinha se esforçado nela tudo o que não conseguiram nos outros dois filhos. Agora Katrine poderia trazê-los para uma vida ainda melhor. Papai, um mentor da Academia do Distrito 2. Seus irmãos “azarados” nunca foram listados para a Colheita, mesmo que se esforçassem, mas aquela era sua primeira Colheita real e já estava lá, entre as meninas indicadas. Papai estava orgulhoso. E isso era o que importava, não?

Cresceu sem a presença feminina ao lado, rodeada de homens, e assim aprendeu a ser um. Tomava banho usando sabonete como shampoo e costumava usar a mesma roupa íntima por dias seguidos. Se baseava na lei do “Se não está fedido, serve” e normalmente não tinha modos na mesa, arrotando quando bem entendesse. Tipicamente como um homem, não sabia como usar seus poderes de persuasão ou lábia na forma mais feminina possível. Não via beleza em si mesma. Na verdade até ponderou se deveria mesmos e alistar como tributo feminino. Mas, no fim, levou mais em consideração o que tem entre as pernas do que seus costumes.

O rabo de cavalo balançou ao lado da orelha, fazendo-a sentir uma leve cócega. Virou-se, a procura de papai. Ele estava um pouco sumido desde que tivera a notícia de sua qualificação para a Colheita. As Colheitas no Distrito 02 funcionavam da seguinte maneira: A partir dos dezesseis anos os jovens mais bem desenvolvidos e com maiores chances de vencerem os Jogos combatem entre si para decidirem os voluntários do ano. Por sorte muitos se voluntariavam, livrando os menores de quinze anos, aqueles mais fracos e os que nunca tinham visto uma faca na vida. Muitas pessoas não iam à Academia e isso era desesperador, levando em consideração o risco que corriam com os Jogos.

– Você cresceu muito, Kat. – elogiou o mentor, que mantinha os olhos sempre sobre ela, para captar seus melhores momentos. Papai tinha pedido para ele fazer isso particularmente com ela, para ter mais chances de ir aos Jogos.

Mostrou um sorriso amarelado. Logo, pensou, teria de mostrar o que tinha feito a vida toda. E, com certeza, teria de passar nos testes. Agora era o tudo ou nada. Sua juventude era rápida e se não conseguisse se classificar em três anos, logo não seria mais boa o bastante e então... Esquecida pelo pai, como Charles e Pepe.

Perseu chegou ao seu lado, observando os estragos em Alian.

– Você pegou pesado demais – comentou, enquanto tentava consolar o garoto mentalmente. – Já sabe quem mais está na lista?

– Não, apenas que meu nome foi colocado. E o seu?

– Não. – Perseu deu de ombros. – Minha meta nunca foi os Jogos. Na verdade eu tenho medo deles, mas quem não tem?

“Eu não tenho.”

Perseu era jovem, tinha cabelos negros e olhos ainda mais negros. Sua pele era escura, embora fosse raro no Distrito 02.

Por fim, desistiu de procurar papai e voltou a se concentrar nos treinos. Alian se recuperou bem quando colocaram seu nariz no lugar. Foram treinados para saberem matar, mas também era preciso ganhar resistência. Perseu era magnífico nessa categoria. Conseguia apanhar até sangue escorrer de sua boca, mas nunca gritava ou reclamava. Ele era fraco, magro e alto, mas tinha uma resistência tremenda. Diziam que ele sobrevivera ao inverno mais frio de todos apenas com uma toalha felpuda e um par de meias. Perseu nunca falou muito de seu passado, mas sabia que era órfão.

– Por favor, todos os jovens selecionados para a Colheita venham fazer o teste. – chamou o Mentor Chefe da Academia.

– Vá lá. – indicou seu mentor particular.

Katrine assentiu e obedeceu, seguindo com cerca de mais nove jovens em direção ao salão de testes. Lá dentro a tecnologia dominava, com projeções de bonecos e alvos. Até mesmo arenas e florestas podiam ser projetadas para ambientar os futuros tributos. Mas agora estava tudo apagado, com apenas algumas luzes acesas. Era uma sala gigantesca, mas apenas metade dela seria usada para o teste. Em cada canto um quadrado branco foi marcado, não dava parar saber se era uma projeção, e nas paredes havia círculos com a mesma cor. Brilhantes.

– Vou passar as instruções. O objetivo de vocês é levar seus oponentes até um dos quadrados marcados no chão. Podem ser usadas apenas as paredes que estão marcadas pelo círculo, e apenas dentro deste círculo. Caso contrário é eliminação. Outra chance de vencer o combate e deixar seu oponente inconsciente, mas tentem não matar alguém enquanto lutam, certo? – o Mentor Chefe anunciou e então voltou seus olhos para uma lista de nomes em sua mão – Primeiro combate: Sãn Lynns e Jenova Gaum.

As moças de idades aproximadas se cumprimentaram no centro da sala e se distanciaram dez passos. Viraram-se uma para a outra e tomaram posições de ataque. Sorriram. Esta era uma marca bem registrada do sistema de luta do Distrito 02: Intimidar. Sorrir antes de um combate era o mesmo que dizer “Hora de brincar”. Normalmente Katrine seguia esses padrões. Gostava de intimidar, ela legal ser temida na hora de uma luta. O problema era que os outros levavam isso um pouco para o lado pessoal e assim só tinha Perseu como amigo.

Elas começaram. A que iniciou a luta foi a mais alta, Jenova, que mantinha os cabelos curtos para sua melhor atividade: combates corpo-a-corpo e para sua sorte aquele era um combate corpo a corpo. Logo Sãn estava no chão, imobilizada pelas pernas de Jenova, que a mantinha de barriga para o chão, sem chances de se levantar. Katrine observou quando a pequena adaga foi retirada de sabe-se-lá-onde e fincou na coxa de Jenova, fazendo-a urrar de dor e perder a concentração, momento ideal para Sãn se levantar. Katrine e os outros que assistiam a luta não entenderam o que isso queria dizer. De onde aquela adaga tinha surgido? Não levaram nada para dentro da sala pois tiveram de deixar todos os pertences, inclusive as roupas que usavam para o lado de fora e usar apenas os trajes especiais do treino.

Mas lá estavam elas. Agora Jenova coxeava, mas não tinha perdido o brilho dos olhos, cheia de fúria, ela avançou com um longo grito, encorajador, e Sãn esquivou para o lado, por pouco escapado do chute detonador. Jenova era uma verdadeira máquina de golpes, assim que terminou o girou com a pernas, tomou impulso para acertar um soco no ouvido de Sãn, mas esta se esquivou novamente. Sãn era menor e por isso mais flexível e ágil. Mesmo assim não conseguiu ver o golpe duplo de pernas e cotovelo de Jenova, que a levou de volta ao chão em questão de segundos. Sãn agora era uma menininha berrando em busca de ajuda enquanto Jenova lhe enchia de socos na boca do estômago. Por fim, Sãn vomitou o que tinha guardado em cima de Jenova, fazendo a outra garota recuar e então, por fim, Jenova acertou um chute na parte de trás da cabeça de Sãn, deixando-a inconsciente.

– Primeiro combate: Jenova vencedora. Segundo combate: Ethan e Yuri Belmont.

Os irmãos se encararam e sorriram enquanto iam para seus lugares e o corpo de Sãn era arrastado do centro da sala. Eram quase da mesma altura, com longos cabelos escuros e olhos escuros, mas de pele branca. Em Yuri crescia uma rala barba negra e Ethan possuía um pomo de Adão um tanto mais proeminente que de costume.

Eles começaram, e em menos de cinco minutos um já tinha conseguido empurrar o outro para o quadrado. Mas algo interessante que Katrine notou: Desta vez não surgiu arma.

Na próxima luta uma espada apareceu e na outra depois dessa um arco com aljava. Ah, ótimo, então essa era a surpresa? Não se espantava que, depois de saírem da sala de testes os combatentes parassem de reclamar de suas feridas e simplesmente ignorassem o rasgado em suas roupas.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

http://data3.whicdn.com/images/121451749/large.jpg
Comentem as críticas para melhorar minha escrita, apontem meus erros para arrumar no capítulo e digam os pontos positivos pra me empolgar! HAHAHA. Beijos Jujubas.