Your Hunger Games - Fanfic Interativa escrita por Soo Na Rae


Capítulo 28
Haki Plusly


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem! Minhas aulas voltaram esta semana e por isso ficará difícil postar, mas vou fazer uma força. Boa leitura.



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Haki Plusly

Daughter - Run

Seus pés se uniram quando Caesar terminou de dizer a nota dos Tributos do Distrito 11. Finalmente era o seu Distrito, o Doze, e ele e Natasha estavam sentados no sofá, ansiosos. Caesar fez algum comentário sobre o 10 que o tributo feminino do 11 recebera e sobre o 08 que o tributo masculino recebera. Quando virou a folha, afim de dizer a dos tributos do Doze, até mesmo David se colocou na ponta do sofá. Ele sorriu e disse:

– Caesar, pare de bancar o dramático...

E como se o apresentador ouvisse, logo começou.

– Do Distrito 12, Haki Plusly, com nota... 06. – ele pausou – E finalmente, mas não menos importante, Natasha Ruller, com nota 05.

O estilista de Natasha desligou a televisão antes que pudessem comentar algo sobre as terríveis notas que tiraram. “Não é tão ruim assim”, pensou Haki, “Seis é a metade da nota total, estou na média.”. Mas coitada de Natasha, quase desabou desconsolada sobre o ombro de sua estilista e de David, o mentor. Quando Haki ficou sozinho na sala, olhou para a televisão e optou por liga-la novamente, apenas para ouvir os comentários dos homens que cobriam a Edição.

Diziam que os Carreiristas estavam fortes e que com uma surpresa outra aliança forte também se ergueu. “Muitas alianças nesta edição”, Caesar sorriu para a câmera, encerrando os comentários. Haki se lembrava ainda das notas. Distrito 1, o menino recebera um 10 e a garota um 09. Distrito 2, 08 e 10. Distrito 3, 05 e 07. Distrito 4, 10 e 10. Distrito 5, 06 e 09. Distrito 6, 04 e 05. Distrito 7, 05 e 05. Distrito 8, 07 e 06. Distrito 9, 07 e 05. Distrito 10, 08 e 09. Distrito 11... Fechou os olhos, pressionando as têmporas. Tinha de ir dormir, o dia seguinte seria longo.

Quando adormeceu, sonhou. O pé que entrou no sonho era o direito, ensanguentado, enquanto terminava de pular no rio de sangue que banhava todo o horizonte em todas as direções. Não havia como escapar, e Haki estava dentro dele. De repente o rio se tornou uma poça, uma poça de sangue, e Haki se viu deitado sobre a poça, levantando-se desorientado. “Corra!” dizia uma voz que ecoava pelas chamas, “Corra!”, gritava desesperadamente. As labaredas cercavam Haki. Ele tentou pular, mas elas rugiam e cresciam sobre ele, jogando-no no centro de um círculo, e então de dentro das chamas surgiram leões, grandes e dourados, com jubas como cobre e olhos como duas navalhas. Eles rugiam, mostrando seus dentes de aço. Eram pontiagudos e Haki estremeceu apenas de olhar. Quando fechou os olhos para morrer, despertou. Estava numa cama pequena, improvisada no chão de uma velha cabana. Quando se levantou, procurando respostas para todas as perguntas que fazia, seus pés se enroscaram um no outro e caiu, rolando até se tornar uma criança, e chorar nos braços de uma senhora, uma senhora que berrava chamando de mamãe. Seria ela? A mãe que deveria ter? Abraçava-o com força e doçura, mas quando Haki deitou sua cabeça sobre seu ombro, certo de que nenhum mal o atingiria, a cabeça da mulher se tornou uma fera, um leão, e ela o devorou, mordendo o pescoço, puxando carne e músculo, braços, pernas, qualquer coisa que conseguisse, enquanto Haki gritava uma última vez pedindo socorro.

Acordou sobressaltado. Estava na cama de seu apartamento, no quarto. Engoliu em seco, sentindo a boca com gosto metálico e suor escorrendo por sua pele. Ofegava, mas se obrigou a recuperar a normalidade. Levantou-se, calçando os sapatos e indo lentamente até a porta, seus pés ainda pesavam pelo sono. Quando tocou a maçaneta, notou como estava gelada, e abriu a porta. Lá fora a luz emanava fria e pálida, sem vida, como se houvesse uma grande lâmpada cegando-o. Então a neve cobriu seus sapatos e uma rajada de vento cortante atravessou a porta, fazendo-o estremecer.

– Onde está o mundo?

Questionou, mas não houve resposta, apenas mãos que o agarraram e o levaram para fora do quarto, arrastando-o pela neve e o fazendo engolir. Haki sentia o frio, era vívido. Quando o sangue começou a congelar nas artérias, ele parou de mover os pés, as mãos e o pescoço. Começou a petrificar. Seus órgãos se congelavam, seu sangue se congelava, seus olhos congelavam. Mas seu peito continuava quente, e sentia o coração bombeando como se fosse sair pela boca. E saiu.

Haki acordou sobressaltado. Amaldiçoou o sonho que tivera, mas então... Olhou ao redor. Era este um novo sonho? Respirou devagar, porque brincavam com ele deste jeito? Mas a sala do apartamento estava escura, e tirando as Avox e ele, deserta. Dormira no sofá, notou, mas não se lembrava de ter ido parar ali. Fungou alto e andou em direção a seu quartão, mas sentiu uma mão agarrar-lhe o braço? Se virou, pronto para encarar outra aberração, mas era apenas David.

– Você está bem? – o mentor perguntou.

– Sim – Haki mentiu.

Ele piscou para o garoto e apenas deixou-o ir para seu quarto, com uma promessa de voltar pela manhã para busca-lo.

Buscar para ir aos Jogos, Haki sabia. Onde havia promessas nisso? Era uma obrigação, se não morreriam, e o Distrito sofreria. Se ao menos pudesse correr, como aquela voz gritara. Queria fugir de tudo aquilo, sentia seu peito pesado, o coração batendo contra a própria vontade. Poderia morrer ali que nada faria diferença. “Eu não tenho chances na arena”, sabia. Sua nota fora baixa, mesmo fazendo o seu melhor. Tinha feito tudo o que conseguia, exibira-se, com lutas e mãos vazias e isso era o que mais valia na verdade, mas mesmo assim... Nem tudo são notas, se forçou a lembrar. Mas sentia que não era bom o suficiente para sobreviver.

Não sou bom nem mesmo em viver, como poderia sobreviver?

A vida... Essa era uma companheira que andava ao lado de todos os seres humanos, mas raramente era notada. Mas quando o faziam, percebiam uma companheira valiosa que poderia custar... Bem, uma vida. E do outro lado andava a morte, sempre tão despercebida, já era quase uma amiga íntima. Mas não podia se tornar tão importante quanto a vida, e todos os seres viventes sabiam disso. Uma vida não tem preço, uma morte é um preço de uma vida.

Vou incendiar a todos. Vão ver. Vou queimar toda o pão.


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Notas finais do capítulo

E então? Quem acha que o Haki tem razão em incendiar?
QUIZ!
— A Arena é:
a) Quente.
b) Fria.
c) Temperatura normal.
d) Úmida
e) Seca
Apenas o primeiro que responder certo será considerado, então corram! Beijos.