Your Hunger Games - Fanfic Interativa escrita por Soo Na Rae


Capítulo 27
Sylvester Cherishmont


Notas iniciais do capítulo

Sei que a música não é o que estamos acostumados a ouvir, mas simplesmente a amo. Sabe aquela novela da record "Os Mutantes", então eu via e vi a reprise *-* Eu adorava essa novela, tanto que estou revendo hoje (já to no terceiro capítulo -q). Não sou de ver novela, mas essa daí me pegou de jeito que nem anime -q Enfim, a música é a abertura da novela.



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Sylvester Cherishmont

14Bis - Planeta Sonho

Sylvester colocou as mãos em união por cima do joelho, os ombros erguidos, as costas eretas, o queixo levantado e os cabelos que batiam no pescoço, o louro ouro brilhando enquanto se distraía com os lábios de Katrine. Era muito expressiva, mais do que Dakota ou Sapphire, embora Dakota fosse mais amável e Sapphire de riso mais fácil. Katrine sabia erguer o queixo assim como ele, não deixando sombras sobre suas feições. Seus lábios se moviam com sutileza e sempre muito silábica. Gostava como ela pronunciava a vogal O e como sorria para o “Chi” e “Mi”. Poderia imaginá-la dizendo “Sylvester Cherishmont”. Seria tão amável quando os longos cabelos de Dakota, louros e pálidos, tocando em cachos na pele de seu braço, causando cócegas e arrepios.

–... de verdade. Acho muito legal como minha equipe de preparação colocou aquelas presilhas e tiaras no meu cabelo no Desfile. Aposto que irão fazer mais disto hoje. – disse Dakota.

– Seu cabelo ficaria mais bonito se o trançasse de forma desleixada, deixando fios escapado para alguns lados, enrolando sua cabeça começando pela nuca, e terminando na franja, fixando uma tiara prateada no final da trança e com alguns cristais de platina, talvez se trançassem com um pouco de ametista... – Sylvester se calou quando notou os olhos atentos das garotas. – O que foi?

– Você entende tanto assim de moda? – Sapphire sorriu. – Bem que você disse que sua mãe é uma produtora de perucas.

– Eu servia de cobaia para ela. – Sylvester suspirou, lembrando-se de seus cabelos longos, batendo nas costas, e da mãe penteando-o por horas a fio. – Muitas vezes ela fazia coisas femininas em mim, isso manchou muito minha reputação no Distrito.

– Sempre o achei muito lindo. – Dakota interveio, meio desinteressada da conversa. – Não é um dos rostos comuns do nosso Distrito. Para onde quer que olhemos vemos cabelos louros, olhos azuis e rostos finos, na maioria são belos e formosos, de lábios rosados e bochechas coradas. – ela o olhou no fundo dos olhos, com aquele azul-esverdeado que Sylvester achou nunca ter visto antes – Mas você não é de feição leve, tem formas angulosas, e lábios retorcidos, quase presos em câimbra.

– Obrigado. – ele ironizou, mas não sem um pouco de carisma.

– Não é isso que quero dizer. – Dakota se exaltou – Quis dizer que era diferente dos outros, principalmente dos meninos. Mas era bonito.

Sylvester sorriu, agradecendo o elogio. Dakota ruborizou levemente, mas só o suficiente para Sapphire puxar algum outro assunto. Embora se desse maravilhosamente bem com as garotas da aliança, havia uma barreira invisível entre ele e o tal Viktor companheiro de Sapphire. Em oposição a sua adorável companheira, era frio e rude, detestável, mas Sylvester sabia o suficiente que tinha de ter paciência com pessoas deste tipo. Aprendera bons traços com os clientes de sua mãe, eram ricas e pobres, todas tinham personalidades diferentes, e por isso Sylvester aprendeu como lidar com cada uma. Agora ele tinha de saber como usar isso para lidar com seus companheiros.

Katrine soltou um espirro fraco.

– Saúde. – virou-se rapidamente para ela.

A menina apenas sorriu e trocou olhares furtivos com suas amigas de aliança. Sylvester notara como elas estavam cochichando entre si, mas não tinha descoberto ainda o que era. Pelo jeito era algo como normalmente faziam “Você parece tanto com uma menina...”. Sylvester sabia disso, mas não era sua culpa, o único pinto que havia em casa era o seu, além disso apenas mulheres.

– É tão educado, Syl... – Dakota sorriu, enquanto Sapphire puxava seu braço, repreendendo-a.

– Muito cortês – continuou Katrine.

– Querem parar? Vão deixa-lo sem graça – Sapphire suspirou.

Sylvester sorriu.

– Aprendi isso com minha mãe. Como 100% de nossos clientes eram mulheres, tinha de saber como falar com elas, ser delicado e atencioso, cortês e gentil, como as mulheres gostam.

Elas sorriram entre si novamente.

– É ótimo ter você na Aliança, Syl, porque se tivéssemos apenas o Viktor... – Sapphire virou seus belos olhos como o oceano para o companheiro de Distrito, afastado da conversa. – Seria um desastre.

– Fato! – exclamou Dakota, muito empolgada. Pelo jeito ela adorava elogia-lo.

As três riram juntas. “É tão bom que tenham se tornado amigas...”, embora não conseguisse confiar totalmente nessa ideia. Além de qualquer coisa, eram Carreiristas, e treinadas, fariam de qualquer coisa para arranjar Patrocinadores, até bancar a amigazinha.

Porém o que mais chamava a atenção de Sylvester era Viktor, trincando os dentes e reprimindo o maxilar toda a vez que olhava para seus companheiros de Aliança. Tinha um ar arrogante pairando sobre seus olhos, embora Sylvester também conseguisse ver uma pontada de ciúmes e inveja. Talvez ele também queira estar no meio de nós, mas tem medo de se apegar e sofrer depois. Ou apenas está rindo por dentro. Ainda não tinha trocado muitas palavras com Viktor. Quando os mentores vieram busca-los, foi junto de Dakota em direção a sala de Apresentações. Lá mais alguns tributos aguardavam sua hora de serem chamados. Sylvester se sentou na cadeira com o número Um, e Dakota ao seu lado. Juntos, começaram um assunto descontraído, embora a maioria dos outros tributos estivesse em silêncio. Logo entraram Viktor e Sapphire e depois Katrine e seu companheiro de Distrito que não quisera entrar para a Aliança Carreirista.

– Ah! Olhe só! Que fracote! – exclamou o companheiro de Katrine quando uma menina de algum Distrito Menor passava pelas cadeiras e tropeçou em seus próprios pés.

– Cale a boca, menino, deveria olhar para si mesmo antes de falar. Peça desculpas à senhorita. – Sylvester se pegou proferindo as palavras. Aryon virou seus olhos azuis e mortais para ele, com um sorriso sádico nos lábios.

– Que se foda. – disse, muito elegante, com uma risada sarcástica no final da frase.

Sylvester se levantou e ajudou a moça a se levantar. Ela ruborizou, se afastando de suas mãos o mais rápido possível, e logo se sentou no banco de seu número, o 11. Katrine sorriu para Sylver quando ele passou ao seu lado e sussurrou um “Que cavalheiro” quando roçou em seu ouvido. Sylvester sorriu de volta e sentou ao lado de Dakota, que também tinha um belo sorriso brincando nos lábios rosados.

– Não seja tão amável com essas aí dos Distritos Menores, são capazes de se apaixonar.

– Como se vocês não fossem capazes – Sylvester respondeu para ela, indicando que “vocês” se referia a parte feminina da Aliança Carreirista.

– É diferente, nós já estamos apaixonadas por você faz séculos.

Sorriram um para o outro e encerraram o assunto. Era fácil conversar com uma mulher, notou Sylvester. Trate-a bem, tente ser o mais interessado possível no que ela diz e use palavras doces e delicadas, chame-as de queridas ou de moças, e elas o amarão. Podia não conquistar de verdade o coração de suas aliadas, mas conquistara sua simpatia. Sabia que elas não duvidariam dele na Arena. “Quem duvidaria de um menino carismático e gentil?” pensou consigo, decidindo que aquela era sua melhor arma para os Jogos.

Quando seu nome foi chamado, entrou na sala de Treinos, onde estiveram por três dias e agora se apresentava para os Idealizadores. Era o primeiro pois veio do Distrito Um e a chamada era feito de acordo com o Distrito. Ele disse seu nome e o seu distrito, como se não soubessem, e escolheu uma de suas habilidades para mostrar.

– Algum de vocês gostaria de pedir um alvo? Qualquer um, eu atirarei uma faca nele. – Sylvester disse, colocando o máximo de melodia e persuasão em sua voz.

Um dos Idealizadores colocou uma mão no queixo, mas outro foi mais rápido, estava sentado em uma poltrona, olhando para ele, com uma taça de vinho na mão. Era gordo e pequeno, encolhido dentro da poltrona. Seus pés não atingiam o chão.

– Aquela lâmpada. – ele apontou para o teto, para uma lâmpada perto de onde os Idealizadores estavam.

Sylvester engoliu em seco. Tinha atirado em várias coisas, sua mira era impecável. Mas... Nunca tentara jogar uma faca para cima. Ainda mais ter mira sobre isso. Tinha de arranjar uma posição favorável, pois jamais conseguiria atingir a lâmpada. Alguns dos Idealizadores ao lado do gordo riram e encararam Sylvester. Sentiu a pressão que aqueles olhos faziam sobre ele e então apenas levantou a mão com a faca e se curvou, numa reverência graciosa, sorrindo.

– Assim seja, meu senhor.

Conseguiu chegar até a parede de escalada a tempo de outros idealizadores começarem a se interessar por sua apresentação. Sylvester envolveu seu braço na corda que estava pendurada ao lado da parede de escalada e começou a subir, segurando-se com uma mão, e com a outra segurando a faca. Colocou a arma entre os lábios e usou as duas mãos. Os músculos de seus braços apareceram, juntos com as veias debaixo da pele branca. Quando chegou a um bom ponto, arremessou-se para as amarras no teto da sala de treino.

Sua mão escorregou.

Sentiu aquele frio percorrer seu corpo, enquanto a outra mão permanecia firma na corda. Caso tivesse se soltado totalmente, estaria morto no chão. Engoliu em seco e tentou outro arremesso, movendo-se com impulsos. Quando conseguiu alcançar uma amarra, subiu nela e com as mãos se agarrou nelas, sentindo as pernas balançarem no espaço vazio lá embaixo, o peso puxando-o para o chão. Mas tinha de conseguir. Quando chegou no ponto logo acima da lâmpada indicada, virou se corpo e ergueu uma das pernas com muita dificuldade, mas conseguiu. Prendeu um pé entre as amarras e depois o outro, quando teve certeza de estar bem preso, soltou-se, com a cabeça para baixo. A camiseta abaixou-se, mostrando seu peito não muito atlético, mas nada sedentário. Tirou a faca dos lábios e se envergou para cima, tentando flexionar o abdômen. Balançava muito e não conseguia mirar na lâmpada direito. Tinha de acertá-la, mas teria de passar pelos vãos das amarras e subir até a tal lâmpada. Respirou fundo, quando o corpo ficou o mais imóvel possível, jogou, sentindo um leve puxão das amarras e quase teve certeza de que seus pés se soltaram do teto, mas não, apenas chuva de luzes e vidro caíram ao seu redor, mas ele usou os braços para se proteger e nada o atingiu de verdade, apenas alguns cacos pequenos. Sylvester se curvou para cima, agarrando as amarras e desprendeu seus pés, voltando para a parede de escalada e escorregando levemente pela corda.

– Pronto, meu senhor. – disse, curvando-se novamente. – Mais algum lugar?

O gordo negou com a cabeça e escutou o sinal de que seu tempo havia se esgotado. Quando saiu da sala de treinos e subiu o elevador de volta para seu apartamento, sentiu as pernas doendo e os músculos reclamando. Iria pedir uma boa massagem antes do Desfile.

Sylvester Cherishmont


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Notas finais do capítulo

http://38.media.tumblr.com/tumblr_kyombg5Q4E1qb6ufeo1_400.jpg (Depois de ir pra Capital).
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Amo muito vocês