Your Hunger Games - Fanfic Interativa escrita por Soo Na Rae


Capítulo 24
Daniel Valentine


Notas iniciais do capítulo

Demorou pois eu tive um ataque de bloqueio criativo hoje. Mas aqui está.



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Daniel Valentine

Imagine Dragons - Monster

Quando finalmente conseguiu levantar da cama, notou que o Sol já estava iluminando o quarto inteiro e que a hora do café da manhã passara rapidamente. O mentor estava assentado em uma cadeira ao lado de sua cama. Lia um jornal da Capital, enquanto sua xícara de café fumegava em sua mão e seus óculos escorregavam pelo nariz largo. Quando percebeu que Daniel se levantava, ergueu os olhos e fechou o jornal, bebendo um longo gole de café e logo dispensando a xícara em uma mesinha próxima.

– Bom dia, Daniel.

– Bom dia. – coçou os olhos, ainda sonolento. – Que horas são?

– Dez. Você perdeu o treino virtual, mas eu achei que seria melhor você dormir até mais tarde hoje. Parecia dormir um sono sem sonhos, foi tão comovente que fiquei aqui para observá-lo. É raro para algumas pessoas dormir sem temer algo.

Daniel não entendeu o que ele quis dizer, mas logo esqueceu o assunto e se levantou da cama, sentindo vergonha por ainda estar de pijama.

– Hoje a noite haverá a entrevista com os tributos e você deve se preparar para tal. – o mentor disse. – Há notas o jornal com a estimativa do favoritismo dos tributos. Sabe onde seu nome está?

– Não – respondeu, curioso.

– Vigésimo segundo. – o homem de cabelos louros e olhos verdes vibrantes o encarou – Sabe o que isso quer dizer?

– Não sou popular.

– Não é amado – corrigiu-o. – E isso é vida ou morte na Arena. Temos de fazer algo em relação a isso na Entrevista se quisermos colocar-te numa posição melhor, e uma posição melhor seria entre os dez primeiros.

– Entre os dez? Estou quase em último, é impossível – zombou.

– É possível, se fizermos algo que ninguém fez antes.

– E o que eu faria?

– Engravide uma mulher.

Daniel não sabia se ria ou se perguntava o que tinha dado naquele velho, mas com uma rápida explicação do homem, logo percebeu que era uma ótima ‘luz no fim do túnel’.

– Não preciso engravidar uma de verdade, certo?

– Não se preocupe. – ele garantiu – Vou arranjar uma mulher no Distrito 08 para fingir ser sua esposa gravida implorando pelo marido para voltar para casa para ver o filho nascer.

– É perfeito – Daniel admitiu.

– Sim – o mentor sorriu. – mas você tem de aprender a contar boas mentiras. Por isso hoje de tarde treinaremos isto. Agora, vá para a sala de treinos, haverão mais alguns treinos virtuais.

– Certo. – Daniel se levantou, mesmo sem saber o que eram treinos virtuais. Vestiu sua roupa de treino e escovou os cabelos, os dentes e até mesmo pegou uma fruta para comer antes de sair do apartamento, logo descendo o elevador.

Quando chegou na sala, percebeu que estava vazia. Logo avistou uma instrutora e ela o colocou dentro de uma sala, deitado em uma cadeira branca e com fivelas prendendo seus braços e pernas. Fios foram injetados em sua cabeça e ela disse as seguintes palavras:

– Você acordará em uma floresta, imitação dos Jogos. Os outros já estão no treino faz doze rodadas e por isso já se acostumaram, então tome cuidado e tente se acostumar o mais rápido possível - e fechou suas pálpebras com os dedos.

Daniel volto a abrir os olhos e se descobriu rodeado de árvores, deitado sobre um monte de folhas laranjas e verdes. Elas estalaram quando se levantou e percebeu que estava frio. Um vento uivava do norte, enquanto a floresta se inclinava para cima. Uma ladeira, com árvores tão altas que o fizeram ficar tonto ao tentar avistar o seu topo. O céu era um branco tão vibrante que o obrigou a cerrar os cílios. Sentiu o estômago reclamar de fome.

Um canhão soou alto no céu e ele se encolheu, assustado. Logo na frente de seu rosto surgiu uma luz que se tornou o símbolo de Panem, o brasão com o pássaro, e o rosto de uma menina morena, de olhos negros e pele negra. Na imagem logo abaixo da foto havia o número 11. Ele lembrava do que isso queria dizer. Uma morte. Engoliu em seco, sentindo as pernas falharem.

Morte. Jogos. Arena. Realmente estava acontecendo? Seu rosto girou sobre os ombros, olhando para todos os lados possíveis. Não queria ter ninguém por perto. Céus, onde estavam todos? E onde estava a Cornucópia? E armas... Sentiu as mãos vazias, não havia nada com ele. E a fome. Aquele vazio na barriga, o chiado que ela fazia, a dor e o gosto ruim na boca. Quando já estava começando a pensar em chorar, viu um movimento suspeito perto de uma árvore. Se levantou, aterrorizado, com os pelos eriçados e os olhos bem abertos. Era um coelho. Sorriu. Se aproximou com cuidado para não estalar nenhuma folha e saltou sobre a lebre. Ela saltou, mas foi presa pelo seu peso. Embaixo de seu peso, as patas dela escoiceavam e ela guinchava alto.

– Droga, não chame a atenção! – ele repreendeu entre os dentes, levando as mãos até a cabeça da lebre e então torceu com força, até que ela estalou e guinchou mais alto ainda, com sangue escorrendo de sua boca e, alguns segundos depois de agonizar, morreu.

Daniel não sabia como deveria comer aquilo. Não tinha uma faca, nem uma fogueira. Ao redor só havia folhas e árvores, árvores de galhos altos demais para tentar subir. Concluiu que a única coisa que podia fazer era procurar por algum lugar com água, talvez galhos e pedras. Poderia tirar a pele do animal com a pedra, fazer uma fogueira com os galhos e beber água. Mas não. Ele matou a lebre sendo que poderia usá-la para leva-lo até uma fonte de água, sabia que os animais sempre ficavam próximos de lugares favoráveis e tinham de beber água em algum lugar. Mas não.

– Por favor... – desejou, mas não foi como se esperasse que alguém atendesse seu pedido, era o vigésimo segundo na lista de favoritos entre vinte e quatro tributos, não podia esperar ajuda.

A lebre em seu ombro começou a ficar mais pesada, enquanto descia a ladeira. Tinha de tomar bastante cuidado para não escorregar, sendo que muitas vezes caiu. Por fim, se cansou disso e, por acaso, vislumbrou um casaco entre folhas. Ao pegá-lo, um pulso ainda vestindo a roupa veio junto e Daniel deu um salto para trás, deixando a lebre escorregar de sua mão. Aos poucos, tomou conhecimento de que era um cadáver e retirou o braço de dentro da manga, cuidadosamente. Quando afastou algumas folhas para ver o rosto do morto, lembrou-se da menina morta alguns minutos antes, e concluiu que era a mesma pessoa. Ela tinha uma flecha alojada em seu pescoço, mas o sangue continuava a escorrer. Sua pele estava bem mais clara do que na foto. Daniel se levantou, colocando a lebre de volta no ombro e arrastando o casaco consigo. Se ela tinha morrido naquele local não fazia muito tempo, então seu assassino estava por perto. Tratou logo de ir embora, mas elaborou um meio mais rápido: colocou o casaco esticado nas folhas e se sentou, inclinando o corpo e logo começando uma leve descida.

A velocidade aumentou rapidamente e logo não via nada além de borrões. Quando percebeu que aquilo tinha sido uma má ideia e que perdera a direção de seu veículo improvisado, o lago surgiu a sua frente, e uma árvore também. Chocou-se contra ela, sentindo o tronco bater bem em seu joelho e torcer sua perna direita violentamente, enquanto a velocidade com que estava descendo o jogou para o lado oposto da perna. A lebre continuou firme em seus braços. Levantou-se quando a dor parou de alucina-lo. Podia andar, mas mancava. Desceu o resto da ladeira mancando e se apoiando em árvores. O lago era enorme, o maior que já vira (na verdade o primeiro que via) e a areia próxima de suas bordas era muito bem misturada com pedras redondas e conchinhas. Não entendeu porque um lago teria conchas ao seu redor, mas não se importo, tratando de se aproximar e tomar um gole daquelas águas negras e de aspecto sujo. Vomitou assim que percebeu que a água era 70% lama.

Procurou entre as pedras alguma coisa afiada, mas todas eram arredondadas. Praguejou alto enquanto encarava a lebre e voltava a olhar para o lago. Então, num piscar, entendeu. A Cornucópia se erguia imponente na ponta do lago. E Daniel não foi o único que percebeu algo novo. As pessoas ao redor da Cornucópia também perceberam, e era ele.


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Notas finais do capítulo

Mandem reviws! E como ninguém acertou, vou revelar: Sarah odeia Daniel pois notou que ele é muito observador e ótimo em suposições, sendo que ela mesma ainda está tentando se tornar boa nisso. Ela também notou que ele concluiu que tinha boa memória por uma coisa que ELA PROPRIA tinha falado, e isso foi como se entregar. Se fosse algo como um defeito ele saberia como usar isso contra ela, e talvez fosse a maior ameaça. Daniel é, na visão de Sarah, o único que lhe põe medo.