Your Hunger Games - Fanfic Interativa escrita por Soo Na Rae


Capítulo 22
Pandora Saritovi


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem.



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Pandora Saritovi

Birdy - Wings

Não sentia frio, embora fosse uma noite fria. Quando acordou do pesadelo, tocou a testa, banhada em suor. Poderia ficar ali, acordada o resto da noite, mas antes de voltar a se deitar, escutou os gritos e gemidos vindos do quarto de Rayseev e não pensou duas vezes. Quando invadiu o lugar, no escuro, se atirou até a cama e o remexeu impacientemente. Ray acordou sobressaltado, ofegante e ainda implorando por piedade. Quando a viu e notou que era um pesadelo, apenas voltou a se deitar na cama e respirou fundo, limpando o suor com o braço.

– Arena. – ele disse.

– Eu também sonhei com ela. – Pandora admitiu, deitando-se ao seu lado. – Amanhã é o último dia de treino, a noite haverá entrevista e depois...

– Os Jogos começam. – ele completou, passando um braço ao redor de seu corpo, e ela agradeceu por isso. – Irá dormir comigo?

– Que escolha tenho? Não quero ter pesadelos de novo, então me acorde caso entre em um.

– Vou acordar. – ele prometeu. – Não conseguirei mais dormir, mesmo... Meus olhos custaram a se fechar, e não irão voltar a fazê-lo tão facilmente.

Pandora sorriu, deixando-se ser envolvida e então fechou os olhos, desejando ter um sono sem sonhos. Malditos sejam os que podem dormir em paz, ela acordou assim que Rayseev a tocou freneticamente no ombro. Estava suando muito mais do que antes, e quente. Febre tomava sua testa e ela sentia os olhos inchados.

– Estava chorando. – ele disse, num sussurro. – E está quente. Quer que eu chame seu mentor?

– Não – respondeu e tentou adormecer novamente.

Em vão. Acordou, desta vez, sozinha. Rayseev tinha dormido e não queria acordá-lo, por isso voltou a se deitar ao seu lado, mas os olhos agora não se fechavam. Não sentia sono, não queria voltar a acordar, suando e chorando. Mesmo assim as imagens de seu corpo sendo cortado e o sangue escorrendo a incomodavam todo o tempo. Sonhara com suas mais variadas mortes, desde afogada até devorada por um urso gigante. Mas nunca havia outro tributo, apenas ela. Quando, por fim, esses pensamentos escaparam de sua cabeça e ela pôde se tranquilizar, sentiu as mãos de Ray segurando e trançando seu pijama nas costas e ergueu a cabeça. Estava deitada ao lado dele, de barriga para baixo, e ele estava de olhos bem abertos, fazendo círculos com o dedão em sua pele e com os outros dedos mexia no tecido do pijama, sem más intenções, olhando para o teto do quarto e de vez em quando soltando um suspiro pesado e triste.

Quando se levantou, foi para beijá-lo. E Ray a correspondeu, devolvendo o beijo com força, prensando seus lábios carnudos contra os dela. Sua mão que afagava suas costas a trouxe mais para perto e pandora se apoiou no peito de Rayseev, enquanto sentia o calor dele emanar para si. Notou que seu pijama era de tecido fino e que o dele era tão fino quanto o seu. Logo, notou com as pontas dos dedos que ele era musculoso por baixo das roupas e deixou-se explorar seus braços fortes e ombros largos, sentindo-o explorar sua boca com o mesmo desejo.

O Sol surgiu das janelas de vidro que iam do chão ao teto no quarto de Rayseev e sorriu para ele, vendo-o sorrir com um sorriso verdadeiro, e isso a encheu de alegria. Não o viu sorrir assim uma vez sequer. Mas agora sorria, e estava com ela. Teve plena consciência de que era seu primeiro beijo, e seu primeiro envolvimento romântico, mas mesmo assim não ficou constrangida. Além de qualquer coisa, sentia uma amizade íntima por Rayseev, e percebeu que o amava de forma passiva e lenta, ainda no começo, sem fogo ou desejos ardentes. Ela só queria poder conversar com ele pela manhã, como amigos, e olhá-lo sorrir novamente. Beijá-lo de leve e perder-se no tempo como tinha feito agora. Talvez assim o dia dos Jogos pudesse ser adiado mais um pouco.

– O nascer do Sol entre estes prédios não é nada comparado ao Distrito 11.

– Sim. – concordou, olhando pela janela – O cheiro de flores e dos campos de laranja e limão sempre invadem o ar.

– E é quente. O Sol aqui parece tão frio como uma lâmpada.

Pandora riu e se sentou ao lado de Rayseev, enquanto observava o Sol subir até o alto do céu. Lembrou-se que no dia anterior tinha visto o nascer do Sol também, mas estivera chorando e sozinha. Ver a mesma imagem ao lado de Ray, com os braços dele fortemente agarrados a sua cintura era muito mais alegre e caloroso. E agora sorria, não chorava.

Foram para a sala do apartamento, encontraram Avox servindo a mesa e os mentores, já comendo. Eles pareciam eufóricos, e até mesmo seu mentor não pareceu preocupado quando saíram juntos do mesmo quarto.

– Eu tive uma ideia genial! – anunciou o mentor de Pandora. – Que tal vendermos: Os Amantes do Distrito 11!?

Rayseev encarou a proposta e então se voltou para Pandora, com as sobrancelhas levantadas, mas seu mentor não deu tempo deles responderem.

– É uma ideia perfeita, nenhum outro distrito teve um caso amoroso e todos adoram um drama! O garoto, pronto para defender a amada com a sua vida, e a menina, loucamente apaixonada que defende seu amado com unhas e dentes. Seria ótimo.

– Seria terrível – Rayseev cortou-o. – Não vou vender um romance barato para a Capital. Endoidou? Eu tenho uma Aliança e Pandora tem a dela.

Pandora não comentou, mas sabia que concordava com ele. Por mais que quisesse ficar ao seu lado na Arena, tinha uma aliança e Ray tinha a dele, e não podiam simplesmente desfazer os laços, isso seria o mesmo que criar mais inimigos. E Pandora realmente não queria criar Sarah como inimiga. Rayseev se sentou na cadeira, visivelmente irritado, e quando ela tentou colocar uma mão em seu ombro, ele lhe deu um tapa fraco.

– Sente-se e coma. Será nosso último café da manhã juntos. – ele murmurou, pegando um pedaço de bolo e uma maçã.

Pandora se sentou, teimosamente, ao lado dele e colocou a mão em seu joelho por baixo da mesa. Ray não a empurrou, apenas soltou a maçã e abaixou a cabeça, começando a murmurar coisas para si mesmo e então se virou, sorrindo de maneira triste. Pandora sorriu com a mesma tristeza e aceitou seu silencio. Os mentores não voltaram a falar disso, na verdade a mentora de Ray apenas terminou seu café e logo saiu.

– Hoje nós podemos preparar os nossos tributos para as Entrevistas. – seu mentor começou – Queria poder te ajudar a falar com o público, Pan...

– Vou treinar com Ray.

– Mas você precisa saber como se comportar. Escute, todos os tributos irão passar o dia com seus mentores, e você...

– Eu vou treinar com o Ray, já disse – o fuzilou com os olhos – A mentora dele não liga para ele e eu não ligo para você.

Seu mentor a encarou e então fechou o rosto, se levantando.

– Com certeza você não ligará para mim quando estiver na Arena, precisando de alguns Patrocinadores. E eu não ligarei pra você.

E os deixou. Rayseev puxou seu pulso e a encarou, com a boca cheia de bolo e alguns pontos pretos presos em suas bochechas.

Estou ferrada.


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Notas finais do capítulo

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