Reparação escrita por Luhni


Capítulo 5
Preparativos do casamento e a grande missão


Notas iniciais do capítulo

Yoo minna!!! Mais uma vez venho aqui agradecer pelos reviews! Vocês são demais!!
E aqui está mais um capítulo!!
Espero que gostem!
Boa Leitura



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– Itai! – exclamou Sakura quando sentiu sua mãe passar o remédio no braço, ardendo.

– Ora, deixe de reclamar Sakura! – esbravejou Mebuki.

– Mas está doendo! – respondeu manhosa e a mãe revirou os olhos.

– Pensasse nisso antes de aprontar! Além disso, duvido que tenha se importado com esse ferimento na hora da luta, então aguente! – Mebuki disse colocando um pedaço de algodão na solução viscosa para depois pressionar na testa da filha que gemeu de dor novamente.

– Mas lá eu estava empolgada, não tinha como eu me preocupar com machucados! – retrucou ao se afastar e Mebuki já ia a repreender novamente quando Sayumi se manifestou.

– Oka-san, deixa que eu faço isso! – pediu retirando o kit de primeiros socorros da mão da genitora.

– Da próxima vez me ouça antes de sair por ai duelando com os outros, onde já se viu? E ainda me sujou a casa toda! – Mebuki falava apontando para algumas manchas de sangue no chão polido de madeira – É por isso que eu não gosto dessa sua ideia! Você só me dá trabalho Sakura! – exclamou irritada, fazendo a menor se encolher.

– Está tudo bem, não ligue! Ela só ficou muito preocupada! – murmurou Sayumi para a caçula que questionou a veracidade daquilo. Sua mãe parecia muito mais furiosa do que preocupada consigo.

Porém Sayumi havia visto como a mãe ficara quando ela e Sasuke chegaram carregando Sakura desacordada. Mebuki praticamente se lançara em cima do Uchiha ao ver a garota ferida daquele jeito, nervosa e indagando sobre o que acontecera. Fazia muito tempo que não via a mãe tão aflita daquele jeito, o único problema era que a Haruno mais velha era muito orgulhosa para dar o braço a torcer, ainda mais quando a filha havia aprontado mais uma vez. Saiu de seu devaneio ao ver o pai irromper pela porta.

– Tadaima! – o pai disse dando espaço para o seu convidado entrar.

– Okaeri! – sua mãe respondeu ao recebê-lo e fez uma pequena mesura a pessoa ao seu lado, bem como Sayumi, em sinal de respeito, porém Sakura estava surpresa demais para lembrar-se dos bons modos e logo indagou:

– Tsunade-sama! O que a senhora está fazendo aqui?

– Sakura! – repreendeu Mebuki.

– Está tudo bem! – Tsunade intercedeu e se voltou para a menor – Vim dar uma olhada nos seus machucados! – respondeu dando um breve olhar para Kizashi que sorriu e atraiu a atenção da família.

– Kizashi? – questionou Mebuki sorrindo de modo forçado para esconder a raiva que sentira com aquele gesto e o Haruno percebendo o comportamento, resolveu se explicar.

– Na verdade... – iniciou encarando a filha mais nova – ...eu trouxe a Tsunade-sama aqui para que pudéssemos anunciar que você poderá ir para a academia ninja, Sakura!

– Nani? – as três mulheres Haruno’s exclamaram, estupefatas, sem entender aquela decisão. Mas aquilo durou pouco tempo, pois logo em seguida, mesmo dolorida e com um braço imobilizado, Sakura já havia pulado em cima do pai, abraçando-o.

– É sério? Arigatou! Arigatou! Mas como? Eu posso mesmo? Mas eu não perdi? Mas eu quero ir! Arigatou otou-sama! – Sakura falava sem parar em uma mistura de ansiedade e felicidade.

– Oe, calma ai! – Kizashi disse ao sorrir e acariciando os cabelos rosados da filha que se afastou para observá-lo – Sim, você tem a minha permissão para frequentar a academia ninja.

– Mas por quê? Eu perdi a luta! – a rosada indagou ainda sem acreditar.

– Porque nem sempre ganhar significa vencer – respondeu e ao ver a confusão no rosto da filha continuou – Mesmo que você não tenha conseguido fazer tudo do seu jeito, você fez o melhor possível e provou que merecia ter uma chance!

– Arigatou otou-san! – disse mais uma vez ao voltar a abraçá-lo e depois se separou – Mas o que a Tsunade-sama tem a ver com isso?

– Antes da luta você disse que queria aprender ninjutsu médico e eu disse que você não conseguiria, não é? – Tsunade perguntou e ao ter a aquiescência da menor, continuou – Eu estava errada e você me mostrou isso. Acho que você tem um talento nato para esse tipo de jutsu e gostaria que me deixasse treiná-la!

– Sério? – a menina vibrava de alegria e correu para abraçar a loira que ficou um pouco sem jeito com a afetividade e o modo efusivo da menor – Não vai se arrepender, serei a melhor aprendiz de todas!

– Espere, Kizashi! – Mebuki se manifestou – Isso não é uma boa ideia! Sakura não tem a idade ou a habilidade dos outros shinobis e você vai deixá-la se arriscar por ai?

– É claro que não! – rebateu o Haruno – Sakura terá que seguir determinadas regras e não poderá sair em missão, pelo menos não por enquanto, e não sem a minha permissão!

– Você tem certeza disso? A tradição não permite, os conselheiros...

– Não se preocupe, eu me resolvo com eles! – o patriarca interrompeu a mulher que não sabia como contrapor a decisão do marido.

– Oka-san, o otou-san sabe o que faz, não se preocupe! – Sayumi tentou acalmar a mãe que suspirou e se voltou para a sua caçula que prometia para a sannin o quanto iria treinar duro para ficar mais forte.

– Tudo bem, mas se Sakura vai passar a treinar, ela também terá que passar a ter mais aulas de etiqueta comigo! – cruzou os braços e a menor crispou os lábios ao ouvir essa condição, mas cedeu sabendo que aquela era uma oportunidade rara.

– Prepare-se Sakura, pois você terá muitos desafios pela frente! – exclamou Tsunade para a menina que tinha seus olhos brilhando em expectativa.

–*-

Três anos depois

– Sakura-chan! – a jovem de longas madeixas rosa chamou, sacudindo a mais nova que estava enterrada por baixo das cobertas.

– Sayumi-nee mais cinco minutinhos! – pediu, virando para o lado e ignorando a irmã.

– Você disse isso há dez minutos! – reclamou docemente e suspirou sem saber o que fazer – Eu te disse para não treinar até tarde! – falou com um bico no rosto e a caçula somente resmungou – Você prometeu me ajudar hoje, lembra? – reclamou chorosa e logo Sakura tirou a coberta de cima de si, revelando seus orbes esmeraldinos sonolentos e seus curtos cabelos rosa claro, totalmente despenteado.

– Já vou levantar! – respondeu bocejando e esfregando os olhos para a alegria da mais velha que bateu as mãos, dando um pequeno pulinho e saiu em direção a porta.

– Saímos em vinte minutos! – informou ao bater a porta do quarto.

– Vinte minutos, é? – falou para si antes de se jogar de novo na cama – Então ainda posso ficar aqui um pouquinho mais! – murmurou se aconchegando nas cobertas de novo.

Andava pela rua ao lado da mãe e da irmã que pareciam conversar alguma coisa, mas não conseguia acompanhar o que era. Ainda estava um pouco cansada, devido ter ficado até tarde treinando ontem com Tsunade, mas aos poucos acordava, até porque não queria que Sayumi ficasse com raiva ou triste consigo. A responsabilidade era somente dela por ter prometido que ajudaria com os detalhes do casamento da irmã mais velha que se aproximava.

Duas semanas.

Daqui a duas semanas sua irmã mais velha estaria casada e seria uma Uchiha. Daqui a duas semanas ela não moraria mais consigo e seus pais. Sentiu um aperto ao pensar nisso, iria ser difícil se afastar de Sayumi, mesmo sabendo que ainda a veria, era estranho pensar que não acordaria e a encontraria pela casa ou que ela não estaria ali lhe indagando preocupada se estava machucada por causa dos treinamentos.

Olhou de esguelha para Sayumi e viu como ela parecia feliz por se casar com Sasuke, o que devia ser normal, afinal Sakura sabia que os dois se amavam muito e mesmo triste por ter que se separar da irmã, também estava feliz por ela.

– Sakura-chan que cara é essa? – indagou Sayumi ao ver como a caçula parecia um pouco tristonha.

– Não é nada! – falou balançando a cabeça e sorrindo – Acho que ainda não acordei! – disse para despistar e resolveu que era melhor não pensar naquilo por enquanto.

– O casamento já está tão perto e tem tanta coisa para resolver ainda, será que vai dar tempo? – Sayumi perguntou aflita.

– Vai dar tudo certo Sayumi-nee! É só me dizer no que eu posso ajudar! – Sakura exclamou para acalmá-la.

– Você pode se preocupar mais com o casamento da sua irmã e parar um pouco de treinar para nos ajudar a organizar! – Mebuki rebateu e Sakura revirou os olhos.

– Menos isso oka-san! – rebateu com um sorriso – A Tsunade-sama está me fazendo treinar muito esses dias e acho que vou poder realizar uma missão fora da vila pela primeira vez! – falou empolgada.

Desde que começara a treinar para ser uma kunoichi ela ainda não havia sido designada para fazer nenhuma missão fora de Konoha. Em parte se devia porque fazia somente um ano que ela havia se formado na academia ninja, tornando-se uma gennin, e como o treinamento de Tsunade exigia muito e era focado em ninjutsu médico, passara a realizar plantões no hospital da cidade, aprendendo tudo o que podia ou então fazendo algumas missões de rank baixo para os outros moradores. Porém, ela queria mais e tinha o pressentimento que logo sairia em alguma missão de rank mais alto fora da vila.

– Hum...não se precipite! Tsunade ainda não falou nada e seu pai tem que aprovar! – Mebuki disse simplesmente e a caçula bufou um pouco incomodada, sabendo que ela estava certa.

– Bom, então vamos começar logo as compras, né? – Sayumi tratou de mudar o foco da conversa antes que as duas começassem a brigar.

O sol já estava a pino e parecia que aquela tortura não acabava nunca para Sakura. Haviam ido a diversas lojas e em todas Sayumi saía com uma sacola, a qual sempre era carregada por Sakura, enquanto sua mãe apenas indicava outro estabelecimento para entrarem. Suspirou ao ver a empolgação das duas a cada coisa que era mostrada e como elas ficavam indecisas sobre o que escolher. E Sakura não entendia o porquê de tanta dúvida.

– Sakura-chan o que você acha? Não consigo decidir entre esses dois! – indicou dois guardanapos brancos para a rosada mais nova que a encarou sem saber o que responder. Era exatamente esse tipo de coisa que se referia.

– Decidir? Er...eles não são iguais? – questionou um pouco desconfortável ao ver cara mal encarada da vendedora e da mãe para ela.

– Lie! Um é de linho branco e o outro é de seda branca! – respondeu Sayumi mostrando cada um dos guardanapos. – O que você acha que fica melhor?

– Bom... eu... não sei ao certo! – disse pegando nos dois para sentir a sua textura a fim de ter algo para conseguir diferenciá-los.

– Os dois são ótimas escolhas! Se me permite recomendar, o de seda é mais caro, é claro, mas ele com certeza reflete a suntuosidade de um casamento como o seu, Haruno-sama! – a vendedora quis convencer Sayumi que ficara tentada, mas esperou pela resposta da irmã que arqueara uma sobrancelha.

– Mais caro quanto? – indagou.

– Cerca de cinquenta e dois ienes a mais por cada um!

– Nani? Que absurdo! – exclamou Sakura olhando para o pedaço de pano na sua mão – Não há necessidade de gastar tanto por um guardanapo! – disse e indicou o de linho para a irmã como sua escolha e a vendedora pareceu ficar irritada.

– Não é um simples guardanapo! Mas algo que seu convidado pegará nas mãos e traz a possibilidade de você transmitir tudo o que deseja para eles: seu capricho, delicadeza, sofisticação… - a mulher começou a discursar fervorosamente e Sakura revirou os olhos. Aquilo era desnecessário, afinal os dois eram quase iguais e o que escolhera não era tão ruim como a vendedora estava dando a entender.

– Gomenasai! Minha filha não tem conhecimento sobre essas coisas! – desculpou-se Mebuki ao se aproximar e em seguida se virou para Sayumi – Também acho que o de seda ficará melhor! – disse e ao ver que Sakura tentaria argumentar se voltou para ela – Sakura porque não vai buscar a roupa de Sayumi enquanto agilizamos as coisas por aqui? – falou em uma ordem implícita que foi prontamente acolhida pela mais nova.

Sakura no fundo ficara aliviada por sua mãe tê-la dispensado de ficar ali, não aguentava mais aquela vendedora e estava meio perdida em meio a tantas fitas, laços, guardanapos, decoração e outras coisas que Sayumi estava escolhendo. Perguntava-se se quando fosse se casar também ficaria eufórica desse jeito com os preparativos. Balançou a cabeça, rindo e negando que isso seria bem difícil de acontecer. Andou calmamente pelas ruas da vila até chegar ao estabelecimento da costureira que estava responsável pelo vestido de noiva da irmã, ou melhor, do kimono cerimonial feito especialmente para o casamento.

– Ohayo Sakura-chan! – uma velha senhora de cabelos grisalhos e com algumas rugas no rosto a cumprimentou.

– Ohayo Mika-san! – respondeu ao se aproximar.

– O que deseja aqui na minha loja? Quer que eu faça algo para você? Eu tenho algo que ficaria belíssimo em você, querida! – disparou a senhora, emocionada com a possibilidade de fazer um novo kimono, especialmente para a Haruno.

– Lie! Lie! Eu não preciso de nada, Mika-san! Vim apenas pegar o kimono da minha irmã, Sayumi! – explicou.

– Ah sim! – falou batendo as palmas das mãos – Sua irmã escolheu um modelo magnifico que vai ressaltar ainda mais a beleza dela! – e começou a detalhar o trabalho que fizera.

Enquanto Sakura somente sorria e concordava com tudo que a mais velha falava. Ela sabia que quando Mika, a costureira mais antiga e tradicional da vila, começava a explicar seus trabalhos era melhor sentar e ouvir se não quisesse ser furada por uma de suas agulhas.

– Deve estar realmente incrível Mika-san! – tentou cortar o assunto.

– E está! Não sei por que você não quis que eu fizesse o seu kimono, por acaso escolheu outra pessoa para fazê-lo? – indagou desconfiada para a rosada que negou.

– Lie! É que eu já tenho muitos kimonos que eu nunca utilizei, então vou usar um desses no dia do casamento!

– Uma pena! Adoraria fazer algo para você menina! – a idosa disse com um suspiro – Ah deixe-me pegá-lo para você! – e adentrou na loja para pegar a encomenda e em seguida saiu com duas caixas grandes nas mãos – Aqui está! – disse indicando a maior delas.

– Arigatou Mika-san, mas não deveria estar fazendo esforço desse jeito! – repreendeu a rosada, tirando a caixa das mãos da mais velha. Fazia somente três dias que havia tratado da senhora que fora até o hospital reclamando de dor nas costas.

– Eu estou bem, menina! Forte como nunca, graças a você! – disse com um sorriso gentil no rosto.

– Mesmo assim! Onde estão os seus netos para ajudar à senhora? Quando eu encontrá-los...

– Não ligue para isso! Eu não sou uma velha decrépita! – e antes que a Haruno iniciasse algum sermão médico, empurrou a outra caixa, de tamanho menor, para perto dela – Quero que fique com isso também!

– O que é isso? – questionou, abrindo o pacote e se surpreendendo ao ver o mais belo tecido que podia imaginar existir. Passou a mão delicadamente no tecido, sentindo a textura suave e macia – É lindo! – murmurou.

– Eu sei! Queria que desse para a sua irmã! – disse e Sakura encarou a senhora com os olhos arregalados.

– Nani? Mas...

– A peça veio com um pequeno defeito, é praticamente invisível para os outros, mas por causa disso não posso correr o risco de usar essa peça! – Mika explicou – Então eu queria dar para sua irmã, tenho certeza que ela fará bom uso e poderá fazer um belo kimono!

– Mika-san, mesmo assim eu não posso aceitar! – recusou e a idosa suspirou.

– Imaginei que você recusaria, por isso estou dando a sua irmã! É o meu presente de casamento! – decretou e ao ver a rosada encolher os ombros soube que havia ganhado a discussão.

– Está certo! Como é presente de casamento, não posso recusar! – disse pegando as duas caixas e indo em direção à rua para voltar onde estavam sua mãe e irmã. – Nos vemos depois, se cuide Mika-san! – despediu-se, mas mal andou meio metro quando ouviu lhe chamarem.

– Sakuraaa! – e a menina se virou a tempo de ver uma loira se jogar em si quase a derrubando junto com as compras.

– Oe, Ino! Cuidado, não está vendo que eu estou segurando essas caixas? – brigou a rosada e a Yamanaka apenas deu de ombro.

– O que é isso, hein? Veio no centro e nem passou para me ver lá na floricultura! – resmungou Ino e Sakura revirou os olhos.

– É o vestido de noiva da Sayumi-nee, eu havia prometido para ela que ajudaria nos últimos detalhes do casamento – falou indicando a caixa para a loira.

– Ahh é mesmo, faltam duas semanas, não é? – disse pensativa antes de emitir um gritinho que assustou a rosada – Por Kami, faltam duas semanas Sakura! E eu ainda não vi o que vou vestir! E agora? – começou a se desesperar e a Haruno revirou os olhos mais uma vez. Ino estava exagerando de novo.

– Bom, você vai dar um jeito nisso, tenho certeza! Mas agora eu tenho que ir, depois nos vemos, porquinha! – falou antes de se afastar, mas ela ainda conseguiu escutar a loira retrucar:

– Porca é você Testuda! E não se esqueça que vamos treinar amanhã!

Sakura apenas assentiu e continuou o seu trajeto. Depois que lutara com seu pai, Ino havia ido até a sua casa para lhe ver, ela lhe disse que havia visto o seu combate e pedira desculpas por ter duvidado de si. Sakura ficara surpresa com as palavras da Yamanaka, afinal ela parecia ser uma garota tão orgulhosa, mas apesar de gostar de ouvir aquelas palavras, Sakura fez questão de frisar que ainda seriam rivais e que deviam decidir quem era a melhor em uma luta, quando ela se recuperasse. Ino somente sorriu para a menina e desde então passaram a treinar juntas e a lutar uma contra a outra como forma de diversão, a partir daí as duas se tornaram grandes amigas.

– Oe Sakura-chan! – um senhor que varria a varanda da casa, lhe acenava.

– Ohayo, Masato-san! – cumprimentou Sakura ao se aproximar.

– O que faz por aqui? Alguma missão? – indagou curioso o homem de meia idade com os cabelos castanhos e olhos gentis de um azul mais escuro.

– Lie! Apenas vim pegar uma encomenda para minha irmã! – respondeu apontando para as caixas que carregava.

– Ah o casamento dela está chegando, não é? Eu tenho algo para ela, espere um pouco! – disse antes de entrar correndo em casa.

– Nani? Não é necessá...rio – tentou contrapor mas já era tarde demais.

Masato era um comerciante de Konoha muito conhecido por suas novidades, se a pessoa queria algum apetrecho moderno ou o mais novo conjunto de chá ou ainda algo mais antigo como a coleção de bonecas de porcelana vindas da Europa, com certeza ele teria. Ele era simplesmente um vendedor nato e se virava como podia para cuidar da filha de cinco anos, já que sua esposa havia falecido há alguns anos.

– Sakura-chan! – ouviu uma menina correr ao seu encontro e abraçar suas pernas a desequilibrando.

– Ohayo Mia-chan! – disse bagunçando os cabelos castanhos da garota de cinco anos.

– Oe, Mia! Não corra assim, faz pouco tempo que se recuperou! – Masato repreendeu a filha.

– Estou bem otou-san! Graças a Sakura-chan! – respondeu com os olhos azuis brilhando em direção a rosada que ficou um pouco sem graça.

– Não foi nada! Você que foi uma boa menina e seguiu todas as recomendações médicas!

– Modesta como sempre Sakura-chan! – retrucou Masato com uma sacola nas mãos – Aqui, pra você, ou melhor, para sua irmã!

– O senhor não precisa fazer isso! – negou a rosada.

– Lie! Eu quero dar algo de presente para a sua irmã! – afirmou colocando a sacola nas mãos da Haruno – Além do mais já imaginou a publicidade que isso terá ao verem algo da minha loja no casamento da sua irmã? – disse com um sorriso no rosto e Sakura riu.

– Está bem, se é para a Sayumi-nee não posso recusar! Agora eu tenho que ir! Se cuidem, depois eu volto para examinar a Mia-chan! – despediu-se mais uma vez.

Durante o percurso de volta acabou se encontrando com mais alguns conhecidos que sempre a recepcionavam felizes e quando dizia que estava ajudando Sayumi com os preparativos, logo inventavam que tinham algo para dar como presente de casamento. Essa história se repetiu diversas vezes e terminou com ela retornando para a loja carregando diversas caixas e sem poder enxergar um palmo a sua frente.

– Sakura-chan! – chamou Sayumi ao ver a mais nova com tantas coisas.

– Trouxe o seu vestido! – Sakura respondeu por trás da imensa pilha de caixas e sacolas.

– Tem certeza que trouxe só o vestido? – inquiriu Mebuki risonha ao ajudar a filha a colocar os pacotes no chão.

– Bom, quando disse que estava ajudando a Sayumi-nee com os preparativos do casamento alguns moradores quiseram me dar esses presentes de casamento para entregar a você! – disse a irmã que se surpreendeu ao ver a quantidade de caixas e sacolas – As pessoas da vila realmente gostam muito de você Sayumi-nee!

– Lie, Sakura! Elas gostam de você! – murmurou, mas a mais nova não conseguiu ouvir, pois estava ocupada falando com a progenitora sobre como havia ganhado cada presente. Sorriu ao observar a cena, Sakura não sabia o quanto as pessoas lhe apreciavam.

– Sayumi vá agradecer aos presentes, é o mínimo que você pode fazer! – Mebuki disse com um sorriso no rosto e a mais velha aquiesceu.

– Vamos Sakura! – chamou a caçula que se animou.

Foi engraçado para Sakura ver a reação dos seus amigos quando viram Sayumi perto deles, estavam completamente admirados com a figura da irmã e como ela era educada. Ninguém parava de elogiá-la e dizer que não precisava se incomodar em agradecer. Até a pequena Mia parara de brincar com os amigos pois estava encantada com Sayumi, tanto que não largava a mão da mais velha.

– Oe, está bem! Acho que devemos ir agora, Sayumi-nee! – chamou Sakura.

– Ahh Sakura-chan... – reclamou Mia junto de mais dois garotinhos que moravam ali perto e gostavam de brincar com Sakura.

– Tsc, acho que você ganhou alguns fãs, Sayumi-nee! – disse rindo ao ver como os pequenos estavam agarrados as pernas da primogênita dos Haruno’s.

– Ao contrário de você, alguém tem classe aqui! – sussurrou uma voz grossa no seu ouvido e Sakura apenas se virou pronta para socar quem quer que fosse, quando seu ataque foi bloqueado – Muito lenta, Haruno! – debochou ao segurar o punho da rosada e puxá-la para mais perto que bufou ao ver quem era.

– Idate! – disse entredentes, fuzilando o garoto. Morino Idate era o irmão mais novo de um grande ninja da aldeia, Morino Ibiki, este conhecido por fazer parte do esquadrão de interrogatório, e neto da doce Mika-san – Porque você não vai fazer alguma coisa útil e ajuda a sua avó na loja dela? – indagou, contendo a sua raiva.

Desde que eles se conheceram, Sakura e Idate, viviam brigando. A rosada achava o Morino um metido e prepotente e ele vivia a atormentando sempre quando podia, parecia que gostava de irritá-la e ela não duvidava disso. Então, era meio normal ver os dois daquela forma, menos para Sayumi que estranhou a proximidade do garoto.

– Perdão, mas quem é o seu amigo, Sakura-chan? – interrompeu Sayumi um pouco constrangida.

– Que amigo? – Sakura se pronunciou, mas Idate a cortou.

– Eu me chamo Morino Idate! Ao seu dispor hime! – disse ao largar Sakura e pegar a mão da Haruno mais velha levando-a aos lábios, deixando Sayumi corada pela ousadia do rapaz.

– Oe, o que pensa que está fazendo? – Sakura indagou, puxando o rapaz para longe da irmã e ficando entre os dois.

– Não fique com ciúmes, Sakura-chan! Mas não tem como você competir com a sua irmã! – debochou Idate, fazendo a rosada mais nova rosnar.

– Como se eu quisesse a sua atenção! – retrucou.

– Não se preocupe, eu tenho um lugar especial reservado para você Sakura-chan! – disse em tom galanteador e começou a rir ao ver a cara furiosa da rosada.

– Se eu fosse você não ficava tão sorridente! Já pensou o que noivo da Sayumi-nee pode fazer com você se descobrir que você estava flertando com ela descaradamente? – disse triunfante ao ver como o corpo de Idate ficou tensionado com a simples menção de Sasuke.

– Ele é que não sabe cuidar da noiva direito! – disse um pouco irritado e depois se voltou para Sayumi, lisonjeiro – Se você fosse a minha noiva nunca a deixaria sozinha hime! – e mais uma vez a Haruno mais velha ficou sem ação pelas palavras proferidas, como um rapaz poderia ser tão atrevido?

– Se você fosse o noivo da Sayumi-nee, já estaria morto por agir de forma tão petulante! – Sakura defendeu a irmã, dando um sorriso mordaz ao jovem.

– Duvido! As regras do seu clã não devem ser tão duras ou então você não teria essa língua tão afiada!

– E quem disse que eu falava do meu clã? Estava me referindo a mim mesma e ao próprio Sasuke-kun! – e mais uma vez riu ao ver o nervosismo que Idate tentava esconder. – Oe, vamos Sayumi-nee, ainda temos algumas coisas para resolver e ficar aqui discutindo com esse baka não irá ajudar em nada! – falou puxando a irmã, que estava totalmente corada, e se despedindo das crianças que apenas observavam a cena.

– Sakura-chan ainda vamos nos acertar... – murmurou para si com um sorriso no rosto e observando fixamente o movimento dos quadris da Haruno mais nova em virtude da roupa ninja que usava.

–*-

Sayumi não comentou nada a respeito do comportamento de Sakura e de Idate durante o resto do dia e a caçula agradeceu por isso, pois não saberia o que responder. Tinha ciência que seu clã não permitia uma interação tão próxima com outros homens, mas como ela era uma kunoichi e uma médica-nin tinha algumas coisas que simplesmente não podiam ser aplicadas a ela, o único problema era explicar isso para os seus familiares que eram mais conservadores.

Chegaram em casa repletas de sacolas e cansadas pelo dia, quem diria que fazer compras pudesse ser tão cansativo? Porém mal teve tempo de descansar, pois logo soube que mais tarde Sasuke viria jantar com a família e ela ainda tinha combinado de se encontrar com Tsunade, então tinha que ser rápida e despistar a mãe e a irmã para que não tentassem a impedir de sair.

Esta tarefa até que fora fácil de realizar e logo estava em frente à sala da Senju, dentro do hospital da vila. Bateu duas vezes e ao ouvir a resposta entrou no cômodo, vendo a sua mentora com várias pilhas de prontuários a serem preenchidos. Sorriu, sua mestra nunca gostara muito de lidar com a parte administrativa e deduzira que ela estava lá para ajudá-la.

– Me chamou Tsunade-sama? – indagou ao se aproximar.

– Hai! – disse antes de suspirar e colocar um dos papeis em cima de uma pilha. Depois ela se preocuparia com isso, pensou. – Eu conversei com o Minato sobre suas habilidades e...

– O Hokage-sama? – interrompeu Sakura, surpresa.

– Hai! Agora, eu posso falar? – retorquiu irritada e a rosada se encolheu por causa da bronca que recebera por ser afoita – Como eu dizia... – pigarreou antes de continuar – ...eu conversei com o hokage e parece que tem havido algumas movimentações estranhas na intermediação da vila. Ele não sabe do que se trata, mas está desconfiado que possa ser algum espião ou shinobis possam estar planejando algum ataque.

Sakura somente ouvia tudo com atenção, tentando controlar a sua excitação, sua primeira missão de verdade estava prestes a acontecer, tinha certeza disso ao ouvir aquelas palavras!

– Minato mandou um time anbu para averiguar a área e outro com a missão de espionagem a fim de descobrirem algo.

– Entendo... – falou suspirando e se decepcionou por não ser aquilo que esperava.

– Por causa disso, para essa missão é indispensável que uma equipe médica acompanhe os shinobis e sirva de auxílio. E eu gostaria que você participasse, Sakura! – terminou de falar e viu os orbes esmeraldinos arregalados.

– I-Isso quer dizer que eu vou sair da vila? – indagou.

– Provavelmente, como eu disse essa movimentação está acontecendo fora da vila e você terá que acompanhar o time anbu para onde eles forem. O único problema é que eu ainda não discuti isso com o seu pai...

– Não tem problema! Eu consigo convencê-lo! – interrompeu Sakura, mesmo sabendo que Tsunade odiava que fizesse isso. Não queria perder aquela oportunidade.

– Sakura... o casamento da sua irmã não está perto? – Tsunade hesitou por saber que seria difícil que a rosada conseguisse o aval do progenitor. E Sakura retesou, ponderando sobre isso.

– Bom... sim, mas a missão não levaria muito tempo, não é shishou? – tentou encontrar uma solução.

– Esse tipo de missão geralmente leva alguns dias, mas é muito difícil determinar com precisão, mas creio que como a missão já foi iniciada não teria muito atraso. – refletiu – Você ficaria na parte mais afastada, porém teria que seguir as ordens até que o líder decidisse findar a missão! E é claro que você seria protegida por todo o esquadrão, já que sua patente ainda é de uma gennin. – encarou a menina que a olhava com atenção e suspirou:

– Sakura, você é uma ótima médica-nin, nem merecia ser uma gennin, por isso a recomendei, mas entendo se quiser recusar ou não puder realizar a missão! Pode me dar a resposta em até três dias!

– Não se preocupe, shishou! Eu vou realizar essa missão! O casamento da Sayumi-nee é só daqui a duas semanas, então não tem com o que se preocupar! – afirmou confiante e Tsunade sorriu para a pupila, mesmo que ainda estivesse um pouco receosa sobre aquela decisão – Vou conversar com o otou-san!


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Esse capítulo serviu de transição de tempo mais uma vez, agora a Sayumi tem dezoito anos, a Sakura quinze e o casamento está próximo!!! Além disso, Sakura agora é uma gennin e vai ter que convencer o pai para poder ir nessa missão, será que irá ser fácil mesmo? x.x Também quis mostrar um pouco do relacionamento da caçula dos Haruno's com os outros moradores da vila, mas fiquem de olho no Idate! XD
Saudades do Sasuke? Ele nem apareceu nesse capítulo, né? ç.ç mas no próximo ele estará sem falta!!
Bom, nos vemos nos reviews! Dúvidas, sugestões, já sabem o que fazer! ^^
beijos e até a próxima