Reparação escrita por Luhni


Capítulo 4
Pai vs. Filha


Notas iniciais do capítulo

Yoo minaa!! Muito obrigada pelos reviews, vocês me deixaram muito feliz!
Desculpe não ter postado no sábado, mas aqui está o capítulo e o maior de todos até agora! ^^
Espero que gostem!
Boa Leitura!



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Quando chegou ao campo de treinamento para praticar as técnicas que aprendera teve outra surpresa ao encontrar com Sasuke, bufando irritado, a sua espera. Ele havia a procurado por todas as áreas que pensara que a garota pudesse estar treinando, mas não havia a encontrado, então resolveu esperar no mesmo lugar do dia anterior, porém esta não aparecia. E aquilo foi piorando o humor do Uchiha. Afinal, odiava esperar e parecia que Sakura fazia isso de propósito.

– Sasuke-kun? – indagou a rosada confusa com a presença do Uchiha ali.

– Finalmente apareceu! Onde esteve durante a manhã? – bradou com raiva e a menina se encolheu, rindo nervosamente.

– Eu fui a biblioteca ver se encontrava algum livro de ninjutsu – respondeu preferindo não contar toda a verdade sobre Tsunade e o que decidira. Queria que isso fosse surpresa até para o jovem a sua frente. – Mas eu não sabia que você estaria me esperando aqui! – retrucou.

– Sayumi! – respondeu simplesmente e Sakura entendeu que fora a irmã que pedira para ele ir vê-la. Suspirou ao pensar que a mais velha estava se preocupando a toa! Ela sabia se cuidar!

O moreno vendo a cara emburrada da mais nova, apenas revirou os olhos e levantou um pequeno pacote em direção a garota que o olhou sem entender.

– Sua irmã imaginou que você não tivesse comido nada – explicou e Sakura sorriu sem graça, talvez sua irmã pudesse estar um pouco certa em se preocupar com ela.

– Arigatou! – disse pegando o obento para em seguida se dirigir a uma árvore para apreciar o seu almoço, realmente estava faminta. – Oe, Sasuke-kun, não vai comer também? – questionou para o rapaz apontando para a pequena marmita que ele também segurava.

Sasuke suspirou e a contragosto foi se sentar ao lado da mais nova, não iria desperdiçar a comida que a noiva havia feito para ele, mesmo que a companhia não fosse das melhores. A garota realmente devia estar faminta pelo modo voraz como ela colocava comida na boca, nem parecia ser a irmã mais nova de Sayumi.

– AcomidadaSayumineeéótima! – falou de boca cheia e o Uchiha arqueou a sobrancelha.

– Por Kami, tenha modos, engula primeiro! – ralhou, parecia que falava com uma criança, mas ela era de fato uma.

– Gomen! – disse depois de engolir e sorrir – Eu disse que a comida da Sayumi-nee é ótima! – justificou-se.

– Hum... – respondeu monossilábico e começou a comer calmante o seu bento.

Sakura observou a forma como o moreno ao seu lado se comportava e percebeu como ele se assemelhava a sua irmã, os mesmos bons modos, a mesma postura, até o jeito de falar era parecido, somente o gênio não era igual. Sasuke era facilmente irritável e logo perdia aquela compostura moldada pela educação rigorosa que teve e passava a agir mais como ela, diferente de Sayumi que sempre mantinha a calma e a serenidade. Talvez, fosse por isso que todos gostassem de sua irmã. Ela nunca quebrava regras, somente as seguia, era o exemplo de delicadeza e elegância que Sakura nunca seria. Suspirou com o pensamento.

– Sasuke-kun, você vive falando que eu sou... irritante... eu... – hesitou, não sabia se era uma boa ideia iniciar esse diálogo.

– Hum... e o que tem isso? – indagou sem entender aonde a menina queria chegar.

– Você... pensa mesmo assim ou... – mordeu os lábios, apreensiva.

– Porque quer saber isso? – arqueou uma sobrancelha, confuso e a ouviu suspirar novamente.

– Nada! – desconversou, voltando a comer um pouco emburrada. Sasuke nunca diria nada legal sobre si, ele devia realmente a odiar por perturbá-lo tanto e, apesar dele irritá-la tanto quanto ela o irritava, ele sempre estava por perto para ajudá-la de alguma forma, como agora, mesmo que fosse por obrigação.

Suspirou ao pensar que ele era o mais próximo de um amigo que tinha, além de sua irmã. Sasuke observava a garota fazendo caretas enquanto comia e não entendia aquele comportamento dela, mas aquilo já estava enervando-o.

– Você realmente é irritante – disse encarando a rosada que o olhava com uma mistura de raiva e tristeza e já iria retrucar, mas ele não permitiu – Mas também é uma boa garota, quando quer, é claro! – terminou sorrindo de canto, sendo correspondido pela menor que estava surpresa com as palavras dele.

– Você também não é tão ruim! Se continuar assim posso até te contar o que eu leio no diário da Sayumi-nee sobre você! – disse sorridente e aquilo de certa forma instigou a curiosidade do Uchiha que abriu a boca para formular algo antes de ouvir a mais nova gargalhar da sua cara.

– O que? – perguntou visivelmente irritado e com o rosto quente. Droga, estava corando!

– Não acredito! Você realmente achou que eu fosse contar algo sobre a minha irmã para você, né? – respondeu rindo ao ver como Sasuke ficara sem graça.

– Humf...vamos treinar logo – protestou antes de se levantar. Era por esses motivos que considerava a garota irritante. E Sakura somente tratou de segui-lo ainda divertida.

–*-

No outro dia Sakura havia treinado sozinha, pois Sasuke fora designado para realizar uma missão e mesmo sendo grata a ajuda do moreno, havia agradecido por isso. Afinal, Sasuke descontou a raiva por causa da sua brincadeira enquanto treinavam e ela só conseguira ler o livro que pegara no terceiro dia e esperava que aquilo fosse o suficiente para o que estava por vir.

Respirou fundo enquanto observava o local que estava, em frente ao prédio do Hokage, a espera de seu pai. Era hoje! Cerrou os punhos com força e ignorou os olhares das pessoas que indagavam o motivo dela estar ali, mas ela não sairia enquanto não falasse com seu pai. Esperou, o que para ela foram horas, até ver o líder do clã Haruno sair do prédio ao lado de alguns shinobis, rindo e conversando amenidades. Seu pai sempre fora muito espirituoso e sempre se dava muito bem com quem quer que fosse, sejam seus superiores ou seus subordinados. Ele sempre era muito querido por todos e todos respeitavam o seu nome e sua força, por isso Sakura o admirava tanto.

– Sakura, querida, o que está fazendo aqui? Veio ver o papai? – indagou Kizashi que já havia se esquecido do desafio que fizera a filha que apenas franziu o cenho.

– Otou-san, na frente de todos, eu o desafio a um combate! Vou mostrar ao senhor do que sou capaz! Shanaroo! – bradou decidida, chamando a atenção de todos ao seu redor.

Kizashi sorriu surpreso e coçou a barba ao se lembrar da promessa que fizera a mais nova, pelo visto ela não iria aceitar um “não” como resposta, mesmo que fosse essa a sua vontade. Ela fora esperta em fazer o desafio na frente de outras pessoas, pois assim não teria como recusar, além do mais, ele vira o quanto Sakura estava se esforçando nesses últimos dias e que tipo de pai seria se negligenciasse uma promessa feita a ela? Sorriu afagando as madeixas da menor como sempre fazia e exclamou:

– Está certo! Vamos ver o quanto progrediu!

–*-

Depois disso em um piscar de olhos Sakura já se encontrava em um campo de treinamento da academia ninja. Soltou a respiração que nem notara que prendia. Mesmo tendo treinado e acreditasse que conseguiria, uma parte dela estava nervosa com tudo que estava acontecendo. Ela teria o seu destino decidido agora e só dependia dela conseguir alcançar o seu sonho! Mas não era só isso, ela sabia que o nervosismo também vinha do fato de que havia mais pessoas ali do supunha que teria. Olhou em volta e percebeu que havia algumas arquibancadas nas laterais do campo e diversos ninjas e civis se aglomeravam para conseguir o melhor lugar.

Sakura estava realmente surpresa, não esperava que o fato de desafiar o seu pai pudesse atrair tanta gente desse jeito, mas talvez a culpa fosse sua, afinal o modo como interceptou o Haruno mais velho e gritou seu desafio na frente de todos não poderia ser considerado como o mais discreto. Suspirou, isso não importava, tinha que se concentrar e tentar fazer suas pernas pararem de tremer! Droga!

– SAKURA-CHAN BOA SORTE! – olhou na direção de onde viera o grito e se deparou com Naruto ao lado de Sasuke, Sayumi, Itachi e Hana.

Sorriu ao ver que todos estavam ali para lhe dar apoio, principalmente sua irmã, ainda tentou procurar sua mãe, mas fora uma tarefa inútil, afinal sabia que a progenitora não apoiava o seu sonho. Balançou a cabeça para afastar os pensamentos negativos e acenou para todos, sorrindo. Tinha que ser confiante e mostrar a Sayumi que estava tudo bem para não preocupá-la.

– Parece que ela está bem determinada – Itachi disse ao lado da esposa e do irmão.

– Ela treinou muito, tenho certeza que vai conseguir! – Naruto disse de forma positiva.

Mas aquilo ainda não era suficiente para aplacar o temor que sentia pela irmã mais nova. Sayumi sabia que não estava em jogo apenas a saúde física da menor, mas também o seu sonho, se ela perdesse... Foi tirada de seus pensamentos ao sentir o toque de Sasuke em seu ombro.

– Vai ficar tudo bem – tentou tranquilizá-la.

– Mas se ela...

– Apenas torça por ela, tenho certeza que isso já ajudará muito! – o moreno a interrompeu e Sayumi olhou em direção a arena, vendo a mais nova lhe acenar e, timidamente, levantou a mão para retribuir o gesto enquanto Sasuke sorria para si.

– OE, OBA-CHAN! – gritou Naruto atraindo a atenção dos amigos ao seu lado – O que senhora está fazendo aqui? – indagou para a loira que se aproximava, junto de Shizune, e parecia furiosa.

– Quantas vezes eu já disse para não me chamar de “oba-chan”, Naruto? – disse estalando os dedos para dar uma lição no loiro que rapidamente se escondeu atrás de Sasuke fazendo este revirar os olhos.

– Hehe...gomen! – Naruto tratou de se desculpar – Mas porque está aqui? – inquiriu mais uma vez.

– A menina me convidou para assistir a luta – respondeu, olhando em direção a Sakura e todos se surpreenderam.

– Sakura? – Sasuke murmurou tão confuso quanto os outros que não tinham conhecimento de como a mais nova poderia conhecer a sannin.

– Hai! Ela disse que iria me provar que poderia se tornar um kunoichi e pediu que eu viesse vê-la – a sannin falou com um sorriso de canto ao relembrar da cena e em seguida observou a outra garota rosada que estava ao lado de Sasuke. – Você também é uma Haruno, não é?

– Hai! Eu sou a irmã mais velha de Sakura, Haruno Sayumi. É um prazer conhecê-la Tsunade-sama! – se apresentou com a voz doce, fazendo uma leve reverência. “Mais diferentes, impossíveis!” pensou Tsunade ao ver os modos da Haruno mais velha.

– Sakura é realmente uma figura, estou ansioso para ver o que ela planejou para essa luta! – Itachi se pronunciou, sorrindo de canto.

– Humf... A luta já vai começar – bufou Hana ao seu lado e o primogênito dos Uchihas riu, abraçando sua cintura e depositando um beijo no pescoço da mulher. Fazia um ano que estavam casados, mas sua esposa ainda era a mesma no quesito ciúme e ele simplesmente a achava encantadora por isso.

– Não se preocupe querida, você não perde em nada para aquela menina em teimosia! – sussurrou e Hana corou por ter agido de forma imatura na frente de todos e por ter toda a atenção voltada para si e para como o seu marido a segurava.

– Baka! Você adora me irritar Itachi! – resmungou emburrada.

– É porque você fica linda assim! – respondeu, deixando a esposa mais uma vez corada e sem saber o que dizer. Ele adorava o gênio difícil dela e como ele, e somente ele, conseguia deixá-la daquela forma e, sem poder se conter roubou um pequeno beijo da mulher que logo sorriu de forma brincalhona para ele.

– Bom... – pigarreou Sasuke, desviando a atenção do momento íntimo do irmão e da cunhada – Vamos ouvir as regras – disse e olhou de esguelha para a noiva corada ao seu lado, desejava que seu relacionamento com Sayumi pudesse um dia chegar a ser da mesma forma como era o do seu irmão.

–*-

– Vou dizer as regras! – um ninja com uma senbon na boca se pronunciou, prendendo a atenção de Sakura – Não vale golpes com intenção assassina, não é permitido o uso de armas ninjas...

– Espere Gemna! – interrompeu Kizashi – Deixe que Sakura use armas ninjas, afinal esse teste é para ver as suas habilidades – explicou.

– Está bem! Mais alguma modificação? – indagou o ninja entediado e quando o Haruno negou, deu continuidade ao seu discurso – Certo, o combate terminará quando o tempo de trinta minutos se esgotar, o vencedor será aquele que permanecer de pé ao final. Se ambos ainda estiverem em condições, quem tiver menos danos será o vitorioso. – suspirou ao ter que dar esse monólogo chato, mas sabia que a mais nova não tinha conhecimento de como as lutas funcionavam – Vocês podem desistir a qualquer momento e se eu verificar que um dos oponentes não está mais em condições de lutar o combate estará encerrado. Entenderam?

– Hai! – exclamou Sakura.

– Então, comecem! – anunciou antes de pular para trás, dando espaço aos competidores.

E Sakura não perdeu tempo, avançou logo em seguida, desferindo chutes e socos contra o seu pai que somente desviava sem nem ao menos se mover do lugar. Quando ela tentava ir pela direita, ele se afastava pela esquerda, quando ela tentava um chute na perna, ele somente a levantava no ar, quando ela tentava um chute na cabeça, ele se abaixava e quando ia por baixo, ele pulava. Aquilo não estava dando certo!

Seu pai estava brincando consigo, não estava lhe levando a sério, ela não havia conseguido fazê-lo recuar em nenhum momento! E o pior era que os murmúrios da plateia estavam a incomodando, ela conseguia ouvir os risinhos e o deboche das pessoas dizendo que pensavam que a batalha fosse ser mais interessante.

Bufou irritada na direção de dois homens que falavam que ela não tinha nenhuma aptidão ninja e em seguida notou que, mesmo estando distraída, o progenitor não a atacava, apenas se defendia sem nem ao menos relar o dedo em si. Por Kami, nem quando eles brincavam de luta em casa ele era tão cuidadoso! Deu um salto para trás, recuando furiosa por ele estar a subestimando. Tudo bem, ela também não iria mais brincar! Iria fazer o pai ter que lutar a sério ou não se chamava Haruno Sakura!

–*-

– Parece que a Sakura-chan começou bem! – exclamou Naruto e Sasuke revirou os olhos.

– Não seja baka! Kizashi-sama não está lutando a sério! – retrucou o moreno.

– Ele deve estar preocupado! – Sayumi disse um pouco nervosa.

– Sim, mas Sakura não vai aceitar isso – Sasuke respondeu ao ver a menina se afastar do pai. “Vamos, lute a sério!” pensou, franzindo o cenho enquanto Sayumi o observava, tentando compreender o que ele dissera.

–*-

Cerrou os punhos com força e disparou a correr com uma velocidade que surpreendeu Kizashi, mas este continuou imóvel, estudando os movimentos da filha que passou a lançar kunais e shurikens contra si. Percebeu que Sakura tentava fazê-lo se movimentar, devia estar colérica consigo, mas ele só conseguiu sorrir enquanto repelia as armas ninjas ou apenas as pegava com uma das mãos.

– Boa mira, Sakura, mas você não está lidando com um alvo que não se mexe! – disse pretensioso.

Sakura não respondeu e continuou a correr em volta do pai, aumentando a sua velocidade enquanto mais armas eram lançadas. Kizashi não entendia o raciocínio dela, aquilo nunca funcionaria! Viu a rosada correr em sua direção e jogar mais uma kunai a sua frente, conseguiu capturar a arma antes que a atingisse, “essa havia sido perto!”. Porém, não notou que Sakura não se encontrava mais a sua frente, somente sentiu o chakra dela um pouco antes de saltar para trás e ver a pequena cratera que se formara no lugar onde antes estava.

– Droga! – praguejou ao ver que havia errado. Ela tinha planejado tão bem, enviara chakra para os pés para ficar mais rápida e quando a oportunidade surgiu, o atacou moldando chakra nas mãos para aumentar sua força, porém não conseguira acertá-lo. Sorriu ao ver que pelo menos havia conseguido fazer seu pai sair do lugar.

– Estou impressionado Sakura! Você tem um controle de chakra perfeito! – falou Kizashi sorrindo.

– O senhor ainda não viu nada, otou-san! – disse com um sorriso antes de formar selos com as mãos. – Bushin no jutsu! – e logo havia duas cópias de si que passaram a correr ao redor do mais velho.

Kizashi sabia que a filha devia estar planejando algo parecido com o que fizera há pouco, o jutsu que ela utilizara era especifico para distração como estava fazendo agora consigo. Dessa forma, bastava ele se concentrar em achar a verdadeira Sakura que ele conseguiria anular qualquer ataque. Porém se surpreendeu ao ver a filha e suas cópias lançarem kunais em sua direção, quer dizer que ela havia não somente se duplicado, mas suas armas também?

A velocidade das armas estava muito superior do que antes, por isso se esquivar sem sair do lugar estava mais difícil e se agravou ao ver a menina se mover com mais velocidade para cima de si lhe desferindo um soco. Segurou o braço da rosada, impedindo-o de alcançar seu rosto, se aquele golpe com chakra o acertasse, com certeza doeria.

– Não tão rápido, Sakura! – brincou com um sorriso para a filha prendendo o braço esquerdo dela. Em resposta a menina apenas sorriu e em um movimento, girou o corpo, levantando a perna direita, acertando o estômago do pai que a largou e recuou alguns passou, tossindo.

– Consegui! – murmurou feliz ao ver que havia conseguido golpear o pai e fazê-lo se mexer, mas sem perder tempo voltou a contra-atacar.

– Muito bom, mas isso não significa que você vá conseguir me pegar desprevenido de novo! – Kizashi retrucou, bloqueando os golpes da mais nova e revidando-os.

Sakura estava feliz por seu pai estar mais sério na luta, mas isso agora a preocupava um pouco, estava mais difícil de achar uma abertura para atacar e ainda tinha que se preocupar em desviar dos golpes do seu pai.

– Preste atenção! – ouviu seu pai dizer e não pode desviar do chute que a fez cair alguns metros atrás.

– Itai! – reclamou ao sentir sua pele ser esfolada.

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– Aquela baka não pode acertar uma vez e logo se deixa golpear! – Sasuke disse entredentes pela distração da mais nova.

– Mas apesar disso eu estou surpreso com as habilidades dela, otouto! – Itachi se manifestou ao seu lado fazendo o irmão o observar de esguelha – Percebe-se que ela não está se deixando levar pela luta, ela está calculando cada movimento e como utilizar suas técnicas da melhor forma possível.

– Como assim? – Naruto indagou sem compreender o Uchiha mais velho e em seguida gritou para a Sakura que havia sido atingida mais uma vez pelo pai – Vai lá Sakura-chan, você consegue! – Sasuke revirou os olhos para o loiro escandaloso ao seu lado, mas resolveu respondê-lo.

– Ela havia me perguntado um pouco sobre táticas e estratégias, respondi o básico, mas parece que ela conseguiu captar a mensagem que eu quis passar!

– Que mensagem, Sasuke-sama? – e foi a vez de Sayumi questionar um pouco aflita por ver a irmã com um corte na boca.

– Sobre a única vantagem que Sakura possui nessa luta... – disse, chamando a atenção de todos ao seu redor.

–*-

– É melhor se preparar Sakura, não vou pegar mais leve com você! Essa luta logo irá terminar! – afirmou Kizashi.

– Isso é o que vamos ver! – retrucou Sakura limpando o canto da boca que sangrava um pouco e se pôs a enviar chakra para os pés a fim de atacar novamente.

Porém antes que pudesse alcançar o mais velho, parou abruptamente ao ver os selos que o pai fazia. “Droga, se ele usar isso vou estar em apuros” pensou antes de afastar ao ver uma determinada quantidade de pedras que começaram a serem formadas ao seu redor.

– Estilo Doton: Doryou Dango – exclamou Kizashi, enviando as pedras em direção a filha que passou a saltar para se esquivar.

Ela se movimentava bem e as pedras não eram tão grandes, porém eram rápidas o suficiente para passar de raspão perto de si, surgindo de todas as direções e o pior era que dessa forma ela não conseguia se aproximar do pai para contra atacar! Quebrou uma das rochas com o punho e teve uma ideia que talvez pudesse dar certo. Saltou uma altura considerável se distanciando e ao ver as bolas de terra lhe seguindo passou a desviá-las ou quebrá-las.

Kizashi formou mais uma leva de rochas e jogou contra a filha que passou a pular por cima destas como se formassem um caminho para chegar até ele. Sorriu, Sakura realmente era esperta, como não conseguia se aproximar naturalmente, usou seu próprio jutsu como forma abordá-lo.

– Mas não irá conseguir filha! – murmurou e mais pedras, dessa vez em um tamanho maior foram atiradas.

Sakura já estava tão perto que se surpreendeu ao ver o tamanho da imensa rocha perto de si, impulsionou o corpo para trás, porém outra pedra surgia bloqueando o seu caminho, não teria como desviar de ambas e o impacto do seu corpo sendo arremessado e esmagado por uma das rochas foi ouvido por todos da plateia.

–*-

– Sakura! – gritou Sayumi, desesperada e com os olhos transbordando lágrimas ao ver a irmã no chão com uma pedra em cima de si.

– Sayumi, se acalme! – pediu Sasuke, abraçando a noiva que tremia em seus braços.

A plateia que antes comentava os golpes e parecia se animar conforme a luta melhorava se calou completamente ao ver aquela cena. Muitos duvidavam que a menina estivesse viva depois daquele jutsu, outros achavam que era melhor interromper a luta para que pudessem levar a menina para o hospital, porém devido ao choque ninguém ousou se movimentar ou sair do lugar.

– Droga, Sakura! – murmurou Kizashi com raiva de si por ter exagerado com a filha e correu para ver como ela estava – Por favor, esteja bem! – pedia aflito.

Aproximou-se do corpo da menor que parecia imóvel, mas ficava difícil ver o seu estado devido a rocha que a cobria em partes, usou sua força para afastar o obstáculo e se ajoelhou para examinar a filha, ele podia ver que alguns ninjas médicos se aproximavam do lugar também, mas antes que eles o alcançassem, Kizashi somente viu a imagem de Sakura evaporar e dar lugar a um tronco de árvore.

– Nani? Kawamiri no jutsu? – murmurou com os olhos arregalados.

– SHANAROO! – gritou Sakura surgindo encima de si com chakra na mão, reluzindo.

Ele somente conseguiu dar dois passos para trás antes de sentir o golpe lhe atingir de raspão, mas foi o suficiente para jogá-lo mais para a extremidade da arena. Usou os braços para se equilibrar e respirou fundo, sentindo a costela doer. “Que força!” pensou.

Sakura ofegava e seu corpo estava um pouco machucado, pois quase não havia conseguido escapar, mas estava contente. Seu plano havia dado certo!

–*-

– Apesar do susto, tenho que dar o braço a torcer e dizer que ela me surpreendeu agora! – Hana exclamou vibrando junto de Naruto, fazendo Itachi sorrir.

– Aquela baka, vive querendo assustar os outros! – Sasuke murmurou, abraçando a noiva que agora respirava mais aliviada ao ver que a irmã estava bem.

– É! Mas pude compreender ao que você se referia quando disse sobre a vantagem dela! – Itachi se manifestou.

– Qual a vantagem? Eu ainda não entendi! – Naruto parou de gritar a fim de entender sobre o que os Uchiha’s falavam.

– Baka! – Sasuke retrucou, irritando o loiro, mas antes que este pudesse falar qualquer coisa, continuou – Sakura, apesar de inexperiente em lutas, possui duas vantagens que a permitem ter um desempenho mediano: primeiro, é o fato que ela conhece o seu adversário e todos os jutsus que ele pode usar, prevendo seus ataques. – olhou o loiro que meneou a cabeça indicando que entendia o que falava – e há também o fato de que ninguém sabe o que ela pode fazer e por todos a subestimarem, ela acaba tendo uma vantagem ao fazer esses ataques surpresa.

– Ah entendi agora! A Sakura-chan vai ganhar com certeza! – afirmou Naruto, confiante e Sasuke apenas revirou os olhos e voltou a observar a luta da menor. Ele duvidava que a menina poderia vencer, mas... ele queria poder acreditar nisso também.

Sayumi não pode deixar de notar o modo como Sasuke se referia a irmã, era a primeira vez que o via falar assim e enquanto ele observava a luta da mais nova havia algo em seu olhar diferente das outras vezes, um brilho que ela nunca tinha reparado nele. Voltou-se em direção a arena e não pode deixar de se sentir um pouco incomodada com isso. Apertou as duas mãos em frente ao peito e apenas rezou para que tudo terminasse bem.

–*-

– Já se passaram quinze minutos, acho que já está na hora de encerrarmos com isso, Sakura! – afirmou Kizashi um pouco ofegante devido ao último ataque da menor.

– Hai! E eu vou vencer! – Sakura falou confiante antes de correr em disparada, com algumas kunais na mão, em sua direção.

Kizashi que já previa a abordagem ofensiva da filha apenas se preparou e quando ela estava no seu alcance, começou a fazer os selos que acabaria com aquela luta de uma vez por todas. Sakura arregalou os olhos ao entender o que o pai pretendia e para se defender lançou as armas com o intuito de interromper o jutsu. Não funcionou. Antes que as kunais atingissem o alvo, uma parede de terra obstruiu o caminho.

– Estilo Doton: Doryuuheki – Kizashi exclamou, bloqueando o ataque da filha com a construção de uma parede de tijolos e em seguida voltou a fazer outros selos – Estilo Doton Kekkai: Dorou Doumu. – e bateu as mãos no chão.

“Droga!” pensou Sakura saltando para longe a fim de se afastar o máximo que podia do progenitor, mas não conseguiu se rápida o suficiente e quando deu por si já estava envolta por uma cúpula de terra. Se xingou por não ter saído do alcance do jutsu do pai a tempo, mas logo sua raiva deu lugar a preocupação ao sentir o cheiro de gás invadir o lugar. “Veneno paralisante?”

Kizashi sorriu ao ouvir as lamúrias da filha. Ela não sairia dali, mesmo se quisesse. A batalha estava praticamente encerrada e parecia que não somente ele como toda a plateia havia percebido isso, pois começavam a aplaudi-lo pela vitória. Suspirou, não considerava aquilo uma vitória, preferia que sua filha tivesse ganhado, mas ele também não facilitaria as coisas para ela. Mesmo que fosse o sonho dela ser uma kunoichi, Kizashi sabia dos perigos que essa vida oferecia e preferia afastar sua caçula de ter um fim nas linhas de batalhas.

Observou Gemna vir ao seu encontro, coçando a nuca e passando a senbon de um lado para o outro dos lábios, parecia entediado.

– Então, devo dar como encerrado o combate? – questionou ao ouvir pequenos barulhos vindos da cúpula. Sakura ainda tentava sair de lá, mas como Kizashi havia misturado o jutsu ao inserir gás paralisante, achava que aquilo não duraria muito tempo.

– Lie! – respondeu simplesmente e voltou a observar a pequena prisão de terra.

– Kizashi, não acha que está sendo muito duro com ela? Deixá-la permanecer lá dentro, na frente de todos, será uma vergonha para ela. – Gemna tentou persuadi-lo.

– Se eu encerrar o combate agora, isso sim será uma vergonha para ela! – retrucou – Mas não se preocupe, o gás que eu lancei logo fará efeito e...

– Gás? Você está a envenenando?

– Claro que não! Apenas reprimindo os seus movimentos! – o Haruno exclamou irritado.

– Você realmente está lutando a sério com ela, não é? – indagou Gemna e o Haruno apenas aquiesceu – Então a menina nunca teve uma chance! – suspirou resignado o ninja. Porém Kizashi não o respondeu.

–*-

– Droga! Droga! Droga! – berrou Sakura cada vez mais desesperada e ofegante, não conseguia nem arranhar aquela parede e o gás parecia estar fazendo efeito pois seus dedos começavam a ficar dormentes.

“O que eu faço?” se perguntou nervosa. Seu pai usara aquele jutsu para terminar o combate, ele nem havia lhe dado uma chance de mostrar suas habilidades, ele não estava a levando a sério desde o começo? Cerrou os punhos com raiva e logo outro pensamento lhe ocorreu, estava enganada! Seu pai apenas estava duelando consigo, ele não estava restringindo seus poderes porque ela pedira. Ele estava a tratando como se fosse uma kunoichi, o problema era que ela não era uma kunoichi.

Ela queria tanto vencer, mostrar do que era capaz, mas quando seu oponente aumentava o nível, ela era incapaz de seguir em frente sem pensar que estavam a ludibriando. No final, ela só estava arranjando desculpas para o seu fracasso. Suspirou, inalando um pouco mais do gás e tossindo de volta. Essa batalha não podia terminar desse jeito, ela tinha que mostrar que podia se superar e enfrentar qualquer adversidade. Fechou os olhos, tentando se acalmar e pensar em uma saída.

Sakura conhecia bem aquele jutsu, já vira seu pai fazer diversas vezes e sabia que geralmente aquele domo servia para sugar chakra, mas seu pai o modificara e ao invés disso um gás que paralisava seu corpo estava fluindo pelo lugar. Ela cresceu ouvindo-o falar que apesar de não ser um dos ataques mais mortíferos, ninguém conseguira se livrar dele pelo simples fato que os shinobis perdiam a calma antes de pensarem em uma saída. Então, ela respirou fundo, prendendo sua respiração em seguida. Não iria se deixar levar por seus sentimentos.

Pensou no objetivo do pai ter executado esse jutsu e logo a resposta apareceu em sua mente: se ela não tivesse como se mover, a luta acabaria e ela não teria nem como se machucar enquanto seu chakra fosse sugado. Mas o que seu pai usara era um gás do tipo paralisante, então enquanto este não fizesse efeito completamente, ela teria uma chance. Abriu os olhos determinada, já sabia o que faria para sair dali!

Dividiu seu chakra em uma quantidade razoável para os pés para se impulsionar e em seguida quando já estava perto da parede, enviou chakra para as mãos. Aquilo era simplesmente física, se aumentasse a sua velocidade, não precisaria gastar muito chakra, o que não tinha, para fazer a parede se romper, pois quanto maior a velocidade, consequentemente maior a sua força de impacto.

O que ela não contava era que em virtude da paralisia que começava a se alastrar por seu corpo, isso afetaria o seu sistema de chakra e por causa disso sua velocidade e força fossem comprometidas. Como resultado, somente ouviu o som de seus ossos se quebrando e o grito que deu devido a dor, apesar dela saber que não era nem de perto o que deveria sentir se estivesse com toda a sua sensibilidade.

–*-

Todos voltaram sua atenção para a cúpula de terra ao ouvirem o tremor que ocorreu e em seguida o som abafado de um grito. Kizashi arregalou os olhos, não era possível que sua filha havia tentado realmente quebrar sua prisão. Na verdade, nem acreditava que ainda conseguisse se mexer! Afinal, já haviam se passado cinco minutos, o gás já devia estar fazendo efeito. Aproximou-se para averiguar se alguma rachadura havia sido feita da cúpula.

– Será que Sakura está bem? – murmurou Sayumi aflita ao ouvir o som de dor que saiu do domo.

– Agora é impossível dizer – Itachi a respondeu, observando a arena assim como o irmão mais novo.

Sasuke já havia perdido as esperanças da rosada conseguir sair dali ou vencer a batalha, por isso, assim como todos, ficara surpreso ao ver uma movimentação lá dentro. Entretanto, ele mais do que ninguém devia saber que Sakura não desistiria tão fácil, assim como ela não desistiu de lançar as kunais durante a tempestade naquele dia que começaram a treinar.

– Vamos! Não desista! – sussurrou para si.

–*-

Limpou as lágrimas que insistiam em cair e se levantou com dificuldade. Suas pernas pareciam mais pesadas que o normal e o esforço para fazer movimentos simples eram desgastantes, porém ela não podia desistir. Ela já havia fraturado os dedos da mão, mas não seria em vão. Ela ainda tinha um truque na manga, mas primeiro teria que sair dali. Respirou fundo, inalando mais gás e em seguida trancou a respiração, se concentrando mais uma vez para enviar chakra para suas mãos. Afastou-se o máximo que conseguiu e forçou as pernas a correr tão rápido quanto podia com o corpo naquelas condições.

– SHANAROO! – gritou antes golpear com força a parede a sua frente.

Aquilo devia ter durado meros segundos, mas para Sakura tudo havia passado em câmera lenta. Ela havia visto com precisão quando a sua mão ferida e envolta de chakra se encontrou com a parede e como o som de algo rachando preencheu seus ouvidos, bem como a primeira fresta de luz adentrava no lugar e seus olhos doíam em vista da claridade do lado de fora. Mas ela havia conseguido, havia escapado do jutsu do seu pai!

Kizashi se afastou momentos antes de ver a parede a sua frente ruir e arregalou os olhos ao ver a filha saltar para fora, respirando fundo e tossindo ao mesmo tempo. Sakura havia conseguido se libertar? Nenhum shinobi havia conseguido se livrar desse jutsu, como ela conseguira? Olhava estupefato para a mais nova que ainda tentava se recuperar, estava claro que ela não tinha mais condições de lutar, mesmo assim o feito que ela fizera havia sido formidável.

– S-Surpreso em me ver otou-san? – indagou Sakura, ofegante, mas com um sorriso no rosto.

A plateia toda começou a vibrar e aplaudir, estavam admirados com a força da menina. Sayumi sorriu ao vê-la, mas logo notou que Sakura não parecia bem e viu que o braço esquerdo dela pingava sangue e parecia imóvel.

– Sasuke-sama... – chamou o noivo, apontando para o braço da menina.

– Droga, ela deve ter quebrado na primeira tentativa! – explicou para a noiva que já sentia as lágrimas se acumularem nos olhos.

– Não é só isso... o corpo dela está tremendo muito! – Tsunade se manifestou pela primeira vez.

– O que isso quer dizer? – inquiriu Naruto.

– Ela deve estar sob o efeito de algum veneno ou gás! Nessas condições... – se interrompeu, mordendo o polegar, porém todos compreenderam, o fim da luta estava próximo.

– Devo confessar que não esperava que você fosse conseguir, filha! – Kizashi respondeu e em seguida fitou o braço da menina – Mas com esse braço você não vai poder executar nenhum jutsu e seu corpo ainda está sob o efeito do gás, acho melhor encerrarmos essa luta por aqui!

Sakura apenas sorriu e mesmo sentindo dor, movimentou o braço e começou a fazer com dificuldade os selos com a mão. Se ela havia conseguido o mais difícil, não seria uma mão ou um braço fraturado que a impediria de continuar lutando.

– Mas o que? – Kizashi observava os selos que a filha formava sem entender o que ela pretendia.

– Esses selos... – Itachi murmurou e em seguida olhou para o irmão – Foi você que a ensinou isso?

– Claro que não! Eu não sei fazer isso! – Sasuke respondeu tão surpreso quanto o irmão.

– O que? Que jutsu é esse? – indagou Sayumi perdida, sem compreender.

– Jutsu medicinal! – Tsunade respondeu à Haruno, sem desviar o olhar da garota no centro da arena.

– Shousen no Jutsu! – Sakura exclamou e logo uma aura verde formou-se ao redor da sua mão que passou a aplicar no braço ferido para acelerar a regeneração das células.

Não demorou muito e Sakura já conseguia movimentar melhor a mão, mesmo que sentisse um pouco de dor e passou o jutsu nas pernas e braços a fim de aliviar os efeitos do gás. Em nenhum momento desviou sua atenção do pai, mas este parecia surpreso demais para começar um ataque. Ninguém conseguia compreender como uma garota que nunca aprendera nada sobre jutsus ou técnicas ninjas conseguia utilizar um jutsu médico daquela forma?

A verdade é que por serem leigos, eles não conseguiam enxergar o que Tsunade via. A menina estava esgotada e usava mais chakra que o necessário, além dele estar totalmente instável e não estar curando perfeitamente, porém, ainda sim era surpreendente que a mesma menina que veio pedir para que a treinasse dois dias atrás, estivesse realizando esse jutsu hoje. E Tsunade tinha que admitir há muito tempo que não encontrava alguém com uma aptidão tão grande para se tornar uma médica-nin.

Ao terminar de se curar parcialmente, Sakura respirou aliviada, se sentia bem melhor agora, mas suas reservas de chakras estavam muito baixas por causa disso, pois ainda não controlava o jutsu de forma integral. Olhou seu tempo, ela tinha exatamente sete minutos para terminar aquele combate. Não podia mais perder tempo. Lançou-se em direção ao pai que despertou de seus pensamentos e passou a lutar taijutsu com a mais nova.

Sakura desferiu um chute no rosto do pai que bloqueou e, em seguida, a golpeou no estômago, mas ela não parou e voltou a contra atacar dando uma rasteira, porém novamente falhou. Seu corpo estava exausto, por isso desviar estava se tornando difícil e acabava recebendo a maioria das investidas. Mas ela não parava de atacar. “Só mais um golpe!” pensava antes de partir para cima do progenitor mais uma vez. “Só mais um soco!” tentava de novo, após receber um chute que fora obstruído por seu braço. “Só mais um chute!” pensava novamente e continuava sem se render.

Estava claro para Kizashi e, provavelmente, para todos ali que Sakura já havia chegado ao seu limite, ela não tinha mais chakra, estava machucada, cansada, completamente esgotada, e isso podia ser visto nos golpes que a mais nova desferia cada vez mais fracos ou imprecisos comparados ao começo da luta. A única coisa que mantinha a filha de pé e suportando os seus contra-ataques era sua força de vontade e determinação em vencer.

Ele conseguia ouvir que os ânimos da plateia haviam mudado, pois se antes eles achavam que a batalha estava insossa e que Sakura não representaria nenhuma ameaça, sua filha modificara a perspectiva que eles tinham. Ela provara que, apesar de nunca ter treinado, não saber quase nada sobre o mundo ninja, ela podia fazer parte daquilo, que ela tinha o necessário para se tornar uma kunoichi. Era possível ouvir algumas pessoas torcendo pela filha que havia determinado que além de não querer perder, simplesmente se recusava de todos os modos a fracassar ou desistir de seu sonho. Nunca pensara que Sakura fosse tão longe por isso.

– Itai! – ouviu a menor murmurar e cair no chão, praticamente sem forças, depois de golpeá-la mais uma vez.

Sakura olhou para o relógio que marcava o tempo de duração da batalha e viu que só tinha um minuto restante. Sua respiração falhava e seus músculos estavam extenuados depois de tanto esforço, mas ela não queria terminar daquela forma, usou o cotovelo para se apoiar e forçou os braços para se levantar. Seus braços tremiam pelo esforço e suas pernas pareciam não seguir seus comandos, impedindo-a de se levantar.

– Sakura... – ouviu seu pai a chamar, mas ela o ignorou e voltou a compelir seus membros para se erguer mais uma vez.

– O tempo acabou! O vencedor é Haruno Kizashi! – Gemna anunciou e Sakura levantou o rosto, surpresa ao ouvir aquilo.

– Não... – murmurou com os braços apoiados no chão jogando o cabelo para frente do rosto a fim de esconder as lágrimas que já se formavam.

– Um shinobi deve ver além das adversidades – ouviu o pai lhe dizer na tentativa de consolá-la para depois o sentir bagunçar seus cabelos.

– Sakura! – Sayumi a chamou ao correr em sua direção e a abraçando com força – Você está bem? – indagou preocupada.

– Sa-Sayumi-nee... – disse antes de se agarrar na mais velha e chorar, escondendo seu rosto.

– Está tudo bem, tudo bem! – afirmou Sayumi, chorando junto.

– Sakura-chan, não fique assim! Você lutou muito bem! Fiquei impressionado! – Naruto também se manifestou para animar a mais nova.

– Sakura-san meus parabéns! Eu adorei a luta! – Hana disse ao lado de Itachi e a menina limpou os vestígios das lágrimas para encarar os amigos.

– Nani? – indagou e pela primeira vez percebeu que todos a cercavam – Vocês acham mesmo que eu lutei bem?

– Claro! Não imaginava que você pudesse fazer todas aquelas coisas! – Sayumi falou passando um pano no rosto da irmã – Você surpreendeu a todos! – e só então foi que Sakura percebeu que havia diversas pessoas ao seu redor, não somente aqueles com quem convivia, mas diversos shinobis que ela não conhecia.

Alguns cumprimentavam o pai pela luta excepcional e outros o elogiavam por ter uma filha como ela. Sentiu suas bochechas esquentarem ao ver que era o centro da atenção, mas isso não durou muito, pois sua vista começou a pesar.

– Acho melhor a levarmos para casa! Ela vai precisar de cuidados médicos – Sayumi se manifestou, segurando a mais nova que ameaçou desmaiar.

– Deixa que eu a levo! – Sasuke se pronunciou, colocando a rosada nas costas que murmurou, sonolenta:

– Sasuke-kun, você também acha que eu lutei bem?

Sasuke a olhou de esguelha e sorriu de canto ao ver o rosto da menina que quase caia na inconsciência de tão cansada que estava.

– Foi melhor do que eu esperava! – respondeu dando de ombros e Sakura sorriu antes de apoiar a cabeça no ombro do Uchiha e adormecer.


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam? Sim, a Sakura perdeu! ç.ç mas não tinha como ser diferente, afinal ela estava lutando com o pai, o Líder do clã! Seria humilhante para o Kizashi perder para a filha! XD E lembrem-se que a Sakura não sabia nada sobre ninjutsu, taijutsu ou genjutsu, mesmo assim quis trazer uma luta emocionante e mostrar a garra da rosada ao dar o melhor de si da melhor maneira que ela poderia ter feito! E cara, tenho que admitir, fazer cena de luta é difícil!! x.x Por isso me digam o que acharam, vou tentar melhorar na próxima! XD Mas não se desesperem, talvez a rosada ainda tenha uma chance de se tornar uma kunoichi! XD Porém, só no próximo capítulo!^^
Beijos e até mais