Reparação escrita por Luhni


Capítulo 31
A Vontade do Fogo


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Olha quem resolveu aparecer? XD
Então, sobre o motivo do desaparecimento de capítulos de Reparação... todo mundo sabe que essa fic é mais complexa do que outras minhas, exige uma parte emocional a mais por conta de todo o drama, das cenas de lutas, o fato de eu colocar o posicionamento e sentimento dos mais diversos personagens, então ela me dá mais trabalho, só isso já faz ela demorar horrores... mas também teve outros dois fatores: um pessoal que me fez não ter tempo de escrever e outro porque eu postava a fic em outra plataforma e tive minha conta apagada, disseram que a fic era abusiva e tal e aquilo meio que fez com que eu criasse um bloqueio com a fic, eu pensei até em desistir de escrevê-la para não ter mais dor de cabeça, mas com o tempo eu percebi que tinha muita gente que gosta da fic e aqui no Nyah eu nunca tive nenhum problema com relação a isso, então eu decidi dar mais uma chance.
Foi penoso, foi difícil pegar o ritmo novamente, organizar as ideias e ver por onde a história seguiria novamente e não iria postar tão cedo, pois o capítulo está pequeno comparado a outros, mas quando vi muita gente dizendo que tinha abandonado a fic, quis postar esse capítulo para mostrar que Reparação continua vivíssima!

Espero que gostem desse segundo presente de Natal (o primeiro foi o novo capítulo de The Mermaid Tale XD)

Explicações dadas, boa leitura!



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            As armas tilintavam em uma velocidade impressionante. Hidan tinha que dar o braço a torcer que aquela mulher era muita habilidosa com uma arma ninja, ou várias como era o caso. Tenten estava com duas adagas quase do tamanho de uma espada e uma kunai na boca. Ela avançava sem parar, investindo contra Hidan que somente conseguia se proteger com sua foice e quando a garota se afastava, a outra kunoichi aparecia utilizando genjutsus. Essa outra também era bastante habilidosa e se não fosse um exímio shinobi, com certeza os genjutsus dela seriam fatais, mas não era o caso.

            Ouviu um chamado pelo comunicador e soube que a sua diversão deveria ser interrompida. Bufou descontente e resolveu acabar com aquilo de uma vez. Viu Tenten se aproximar mais uma vez, agora com um pergaminho em mãos, e ao ver que ela invocava dezenas de armas ninjas pensou em um plano. A chuva de kunais e adagas que caiu em cima de si foi impressionante, era como se um dragão de ferro estivesse o atacando e ele riu ao ver a habilidade da mulher. Realmente impressionante!

            Tentou se defender como podia com a sua foice giratória, mas em um determinado momento o ataque da kunoichi foi mais eficiente e seu corpo foi perfurado milhares de vezes. Do seu corpo escorria sangue de todas as direções e caiu no chão derrotado. Tenten, ao ver que estava tudo acabado, suspirou aliviada e sorriu para Kurenai que ainda se mantinha em alerta.

— Conseguimos! – comemorou a Mitashi e Kurenai concordou, ainda encarando o corpo do inimigo – Ande, temos que ajudar Shizune – mandou e olhou mais uma vez para o inimigo. Haviam levado a luta para mais longe do hospital para não haver perigo aos civis – É melhor levarmos ele para uma autopsia, não? -  começou a se aproximar do cadáver, desviando das armas fincadas no chão.

            Kurenai estava prestes a responder quando notou algo. Uma leve movimentação fez com que ela deixasse Shizune e corresse em direção a Mitashi.

— Tenten! – gritou tentando alertar a outra mas era tarde demais, a foice de Hidan já havia acertado a barriga da Mitashi que urrou de dor.

            Uma risada foi ouvida e Hidan levantou-se do chão, ainda segurando a foice que mantinha-se na carne de Tenten que bradava cada vez mais alto em dor.

— Miserável! – Kurenai disse antes de atacar. Ela não entendia como ele poderia ter sobrevivido ao ataque da amiga, mas ele estava vivo e ela não podia permitir que ele continuasse a torturar Tenten daquela forma.

            Correu em direção ao adversário que ainda ria de forma cruel, mas logo seu sorriso morreu ao ver a mulher desaparecer a sua frente. Olhou para os lados, em busca dela, mas não a encontrou e perguntou-se se ela havia abandonado a companheira. Retirou a foice da kunoichi que revirou os olhos e desmaiou de dor instantaneamente. Ele não iria mais perder tempo, se a outra tivesse fugido, bom, depois ele se certificaria de caçá-la para oferecer como oferenda a Janshin. No entanto, não conseguiu dar nenhum passo e ao olhar para baixo viu as raízes de uma árvore surgirem da terra e crescem de forma rápida, enrolando-se no seu corpo até que estivesse preso a uma grande árvore.

— Mas que merda é essa? – esbravejou tentando se soltar ou pegar a sua arma para cortar as raízes.

— Ilusão Demoníaca: Aprisionamento da Árvore Assassina – Kurenai disse antes de usar uma kunai para cortar a jugular do ninja.

— Boa tentativa, mulher, mas sabe? – Hidan começou a falar, libertando-se do genjutsu de Kurenai que o olhava aturdida – Eu sou imortal, baby, então isso é inútil – e virou a foice para acertá-la, mas a kunoichi conseguiu desviar com apenas um arranhão no braço.

— Imortal? – olhou para Shizune e Tenten caídas e engoliu em seco. Como conseguiriam escapar com vida de alguém como Hidan?

— Com medo da morte? Vou te mostrar algo bem interessante, como prova do meu respeito por suas habilidades – e lambeu a lâmina da arma que continha o sangue de Kurenai – Seu sangue... é delicioso! – exclamou e riu ao ver o pavor no rosto da mulher.

            Ela não conseguia acreditar no que via, a pele dele havia ficado preta com manchas brancas, ele parecia um esqueleto, um símbolo da morte absoluta. Ele, então, desenhou o símbolo Jashin no chão com sangue e se posicionou no centro. Kurenai não entendeu aquele ritual, mas quando deu por si parecia que seu corpo havia ficado petrificado e ela não conseguia se mover. Arregalou os olhos ao ver o sorriso de Hidan, aquilo era uma armadilha! Tentou movimentar-se, mas nada aconteceu e ela soube que não sairia com vida dali.

— Técnica de Maldição: Controle de Morte do Sangue Possuído – o imortal disse antes de fincar a própria arma na coxa esquerda.

            Kurenai urrou de dor, a perna esquerda cedendo à dor. Ela via o sangue jorrar e olhou para o oponente que não parecia minimamente afetado pelo golpe que impusera nele mesmo. Como? Não teve tempo de fazer nada, pois sentiu um corte se abrir no rosto, e viu que Hidan havia se golpeado no mesmo lugar.

— Você tem esse rostinho tão lindo que fico imaginando como você ficaria se eu o cortasse todo! – o olhar do homem era demoníaco e Kurenai arrepiou-se de medo.

            Hidan estava se deliciando muito com a expressão da kunoichi e estava tão concentrado na figura dela que não notou a aproximação até que fosse tarde demais. O som de pássaros foi ouvido quando estava bem perto de si e ele até conseguiu escapar, mas um buraco foi aberto no seu ombro esquerdo, forçando-o a sair do círculo de Janshin e assim quebrar o seu elo de ligação com sua vítima.

— Kurenai, você está bem? – a kunoichi ouviu perguntarem para si e somente nesse momento foi capaz de perceber que Asuma estava ao seu lado.

— Sim, mas Shizune e Tenten... – e apontou para as companheiras desmaiadas.

— Iremos levá-las a um lugar seguro, mas precisamos acabar com ele primeiro – e estava pronto para ajudar Kakashi na luta contra Hidan que havia se iniciado, quando a mulher segurou o seu braço.

— Cuidado! Ele controla o oponente, se ele adquire o sangue, e ele não morre! – explicou rapidamente antes de levantar-se para resgatar as outras mulheres.

            Asuma fixou seu olhar em Kurenai, vendo o esforço dela para andar e suspirou aliviado por saber que havia chegado a tempo de salvar a mulher que ama. Pelo menos ele sabia que ela havia sobrevivido e agora podia lutar com tudo contra aquele que ajudou a destruir a sua Vila. Ele observou com atenção a luta, o adversário era realmente hábil em taijutsu e usava a foice tanto para o ataque quanto para a defesa e por mais que Kakashi o acertasse, ele nada parecia sentir ou se importar com o tanto de sangue que dele saia, confirmando a ideia de que era um imortal como Kurenai o informara. Mas como verceria alguém assim?

            Deixou de pensar e foi ao encontro de Kakashi antes que ele fosse atingido, e usou suas lâminas banhadas em chakra, bloqueando o ataque.

— Vocês, vermes, não param de aparecer de todos os buracos! – Hidan bradou irritado por tantas interrupções.

            Kurenai aproveitou a distração dos rapazes para lidar com Tenten rapidamente, não pode fazer muito pois ela havia usado parte do chakra para curar Shizune e teve que lidar o próprio ferimento, mas achava que seria o bastante até levar ambas para o hospital. Colocou Tenten nas costas e sentiu a perna doer, mas começou a correr em direção ao hospital. Depois voltaria para buscar Shizune.

— Ora, sua maldita, aonde pensa que vai? Não vai fugir de mim! – Hidan bradou com a intenção de frear Kurenai, mas Asuma entrou em seu caminho novamente – Você de novo! – e jogou a foice contra o shinobi que rapidamente fez um selo expelindo um fluxo de pólvora infundido com chakra de sua boca.

            A pólvora circundou a região, funcionando como uma cortina de fumaça e permitindo a fuga de Kurenai. Kakashi rapidamente pegou Shizune e em uma troca de olhares com Asuma, também seguiu o mesmo caminho que a outra kunoichi. Asuma apenas sorriu, ele sabia como Kakashi devia estar se sentindo, não era fácil ver alguém importante ser machucada, ainda mais quando parecia estar em um estado tão grave. Ele faria a mesma coisa se fosse Kurenai no lugar de Shizune. Olhou para a cortina de fumaça, ouvindo o inimigo resmungar e, colocando um isqueiro sobre a boca, queimou a linha de chakra, queimando o inimigo.

— Ora, seu filho da puta! – saiu Hidan da explosão todo queimado – Vou dar um fim nisso e vou começar por aquela vadia! – e em seguida voltou a fazer o símbolo de Janshin no chão.

            Asuma, preocupado com a fala de Hidan, decide atacar o oponente e impedir que ele termine o ritual, mas a proximidade fez com que o platinado conseguisse fazer exatamente o que queria, e acerta Asuma do lado direito.

— Quem diria que eu estava certo e que você realmente iria se preocupar com a mulher? O que ela é para você? Namoradinha? – e riu de forma sádica ao ver o sangue na arma – Não se preocupe, se deseja tanto, posso te matar primeiro.

            Asuma recua sentindo o ferimento latejar e pragueja contra si. Ele havia sido descuidado, havia deixado se levar pelas palavras do inimigo e havia sido atingido. Hidan descobriu sobre seu envolvimento com Kurenai e ele, tolo, havia confirmado ao atacar daquela forma sem nem ao menos pensar. Viu-o realizar o mesmo movimento para fazer o ritual e arfou em dor, não conseguiria impedi-lo dessa vez.

—Técnica de Maldição: Controle de Morte do Sangue Possuído – mais uma vez proferiu – Acho melhor pensar nas suas últimas palavras, pois não sobreviverá por muito tempo.

            Sem querer acreditar naquilo e se preocupando apenas em deixar mais tempo para Kakashi e Kurenai fugirem, novamente fez os selos e expeliu a pólvora, fazendo uma nova explosão e como Hidan adorou ver aquilo novamente. Ao sentir as chamar atingirem o seu corpo, foram os gritos de Asuma que escutou e aquilo o fez rir.

— Não adianta, tudo o que fizer com o meu corpo, repercutirá no seu. Essa é a minha maldição – disse ao ver o jutsu ser desfeito e Asuma estendido no chão, o corpo coberto de queimaduras – Pensou nas suas últimas palavras? – indagou e Asuma fechou os olhos, sentindo o corpo doer de forma miserável, aquele realmente seria o seu fim.

            E por mais que quisesse lutar, seu corpo estrebuchava em virtude das queimaduras. Morreria ali, mas pelo menos havia salvado Kurenai. Kurenai... que ela o desculpasse por ser um fraco, por não conseguir terminar aquela luta, mas estava satisfeito dela não ser mais um alvo, não conseguiria viver sem ela, mas sabia que sua mulher era mais forte. Ela seguiria com a vida que planejaram, mesmo sem ele. Fechou os olhos ao ouvir Hidan brincar com a foice e pensou em Shikamaru, seu pupilo e integrante do time de gennin’s que ficou encarregado de treinar.

            Pensou em Ino e Chouji também, em como eles ficariam tristes com a morte dele, eram considerados como filhos por ele e não poderia se despedir, mas talvez fosse melhor assim. Não gostaria de ver o rosto repleto de lágrimas de Ino, ela era uma garota alegre e muito ativa, não queria lembrar-se dela de outra forma que não fosse com um sorriso no rosto. Chouji provavelmente estaria no mesmo estado, talvez até fosse mais escandaloso, mas ele era um bom garoto independente do tamanho, já que Chouji sempre foi chamado de gordinho por outros shinobis, mas o que ele tinha de maior e melhor era o seu coração bondoso e sempre pronto para ajudar os amigos.

            Por fim, veio novamente a imagem de Shikamaru, o seu aluno mais preguiçoso e mais inteligente, capaz de derrotá-lo em uma partida de shouji. Esperava que ele pudesse compreender a última conversa que tiveram sobre o que era necessário proteger, o que era mais importante em uma Vila, esperava que ele tivesse compreendido o que era a Vontade do Fogo. Sorriu, imaginando ele chorando e dizendo o quanto aquilo era problemático e ele tinha que concordar. Aquilo era realmente problemático, gostaria de dizer algumas coisas a cada um deles ainda, vê-los crescer e formarem a sua família. Gostaria de ter uma família com sua doce e destemida Kurenai, mas agora... era a hora do adeus.

— Como eu queria um cigarro... – foi o que ele murmurou, antes de sentir como se tivesse sido golpeado no peito.

—*-

 - Precisamos de médicos aqui! – Kakashi bradou no hospital com Shizune nos braços. Algumas enfermeiras vieram ajudar, mas a situação que já era desesperadora ficou ainda pior ao verem que a responsável pelo hospital era quem necessitava de atendimento.

— Shizune-sama! – exclamou um com lágrimas nos olhos ao ver o ferimento.

— Não é hora de chorar, precisam ajudá-las – e indicou com a cabeça Kurenai que despencava com Tenten no chão, a mais velha devia ter perdido muito sangue por ter carregado a Mitashi.

— M-Mas... não temos médicos suficientes... n-nós... – e apontou para o resto do salão atraindo a atenção do Hatake que só agora percebia a gravidade das coisas. Não sabia o que dizer à mulher a sua frente que começava a entrar em desespero e Kakashi sentiu um frio lhe arrepiar a espinha ao ver tantos feridos no chão do hospital.

            Fechou os olhos com força, segurando Shizune e pediu a todos os deuses que não lhe tirassem mais alguém. Ele era um homem que perdera muito, perdeu seu pai, não conheceu a mãe, perdeu seus companheiros, até seu sensei ficara em coma, todos aqueles que lhe eram importantes eram tirados de si. Ele se tornou alguém fechado e recluso e somente voltou a se importar com alguém quando Minato, seu sensei, pediu que tomasse conta de um grupo de gennin’s. Ele recusou, no início, mas ao saber que se tratava do filho de Minato, alguém que ele muito respeitava e admirava, resolveu aceitar. E foi assim que conheceu Naruto e Sasuke. Eles eram um time estranho e incompleto, pois o terceiro integrante não foi capaz de passar no seu teste, mesmo assim era o time que fazia os seus dias melhores, eram eles os responsáveis por fazê-lo seguir em frente, vendo os dois alcançarem os seus objetivos. Até que tudo desandou novamente e foi obrigado a vê-los ruir aos poucos, cada um com seus problemas. E ele não pode fazer nada.

            Mas o tempo e outras pessoas mostraram que nem tudo estava perdido na vida dos seus pupilos. Sakura, Tsunade, Jiraya e Hinata, foram as principais figuras que ele observou de longe e decidiu que também podia fazer algo, que também devia tentar ser feliz e seguir em frente apesar das adversidades, foi quando ele conheceu Shizune, a jovem aprendiz de Tsunade que lhe chamara a atenção pela dedicação e pelo sonho de alcançar, um dia, a mestra. Ele pensara que podia, quem sabe, conhecê-la melhor, dar uma chance a algo que há muito tempo estava aprisionado dentro de si. Porém estava enganado, novamente. Iria perder mais alguém e não poderia fazer nada.

— Ka-Kashi... – ouviu a voz de Shizune e olhou para o rosto dela, sem conseguir acreditar no que via. Separou-se um pouco e percebeu que havia uma lesma sobre a médica-nin que curava os seus ferimentos – Tsunade-sama... – e olhou para as lesmas, tentando explicar porém mais nada foi dito, pois ela ficou se perguntando se estava tão mal assim a ponto de alucinar coisas. Ela realmente havia visto Hatake Kakashi lagrimar? No entanto, antes que pudesse dizer algo mais, sentiu o seu mundo apagar ao seu redor e apenas a imagem do ninja copiador ficou registrada na sua mente.

—*-

            As lesmas espalhavam-se por toda Konoha, infiltrando-se entre escombros em busca de sobreviventes. Elas precisavam encontrar apenas uma centelha de chakra para ajudar a pessoa, mas muitos já haviam perdido tudo. Mas não importava quantas vidas haviam perdido, Katsuyu continuava em frente, dividindo-se e curando quem podia, mesmo que se preocupasse com o fato de que Tsunade ficava cada vez mais fraca, conforme o jutsu continuava a funcionar e ela curava mais e mais pessoas.

            Em um determinado instante ela encontrou uma pequena concentração de pessoas, a maioria mulheres e crianças e se aproximou, encontrando a discípula de Tsunade, Sakura, chorando e gritando com uma mulher nos braços. Arrastando-se, conferiu se a mulher tinha a centelha que procurava e colocou-se no local do ferimento, dividindo-se e indo até Sakura para ajudá-la.

            Sakura surpreendeu-se ao sentir seu chakra sendo restabelecido e viu a invocação de Tsunade presa a si, curando-lhe as feridas. Olhou em seguida para a mãe e teve vontade de chorar novamente ao ver Katsuyu fechando a ferida que ela não havia conseguido.

— Obrigada... obrigada... – murmurava sem parar, as lágrimas ainda caindo no rosto da mãe que permanecia desacordada, mas sabia que em breve estaria fora de perigo.

— Não precisa agradecer, Sakura-san – Katsuyu disse ao seu lado – Preciso que você me ajude e pare de chorar – comandou e logo a menina estava limpando as lágrimas que caiam por seu rosto, aquiescendo. Não podia ficar assim naquele momento.

— Certo! Katsuyu-sama, quem a invocou? – indagou enquanto ajeitava a mãe melhor no chão para finalizar o processo de cura.

— Tsunade-sama, mas temo que o chakra dela não aguente tanto...

            Aquilo chamou a atenção de Sakura que temeu pela mestra, ainda mais se ela estivesse sozinha e aquilo lhe trouxe outra dúvida.

— Os shinobis de Konoha, eles estão bem? O que aconteceu no campo de batalha?

— Era uma armadilha para tirar os ninjas de Konoha e assim atacassem a vila com mais facilidade – repassou a informação que chocou Sakura.

            Querer atacar uma vila ninja quando não havia contingente suficiente de shinobis para defendê-la, atacar de forma proposital mulheres, crianças, idosos e outros civis era um ato realmente desumano. Eles nunca tiveram uma chance.

— Sakura-san, preciso que vá ao hospital, meu chakra não durará para sempre e precisam de alguém que saiba ninjutsu médico por lá. Shizune-san está muito ferida e só estou conseguindo mantê-la viva no momento, meu chakra está acabando e estou orientando a todos que ainda tem uma chance de irem para o hospital, então você terá que ajudar a tomar conta de tudo lá.

            Sakura engoliu em seco, cuidar do hospital? Ela? E sozinha? Balançou a cabeça para afugentar o medo e concordou. Levantou-se, colocando a mãe nas costas e virou-se para as mulheres e crianças que ainda estavam ali sendo assistidas por Katsuyu. Elas estavam bem, mas o que faria com elas? Não tinham para onde ir e ainda havia inimigos em Konoha, sabia disso pois havia sido atacada por uma centopeia que era oriunda de um jutsu de invocação.

— Não se preocupe, Sakura-san. Estou mandando os sobreviventes para um esconderijo na vila, fui orientada por Tsunade para levá-los para lá... – a lesma pareceu se encolher no ombro de Sakura.

— Katsuyu-sama! Está tudo bem?

— Está, só... estou ficando sem tempo. – e Sakura temeu o significado daquelas palavras. Cerrou o punho com força, se ela tivesse mais chakra seria muito mais fácil dividir esse fardo com a Godaime. Mas ainda não conseguira atingir o máximo – Você está pronta, Sakura-san?

            Ela podia não estar na sua melhor forma, mas ela faria o seu máximo com a quantidade de chakra que tinha.

— Sim!

—*-

            Um milagre. Aquilo só podia ser um milagre. E ele só pode cair de joelhos enquanto chorava como uma criança e agradecia por aquilo. Agradecia à Hokage e por aquela intervenção divina. Ele viu com seus próprios olhos a vida de Hana se apagar aos poucos e ele soube que a perderia para sempre. Sua esposa sacrificara a sua vida para salvar a de Megumi e ele não pôde fazer nada enquanto via isso acontecer. Mas em meio ao seu desespero algo aconteceu, algo que nunca imaginava ocorrer, mas que agradecia com todas as suas forças agora. O jutsu de invocação de Tsunade aparecera e irradiou ninjutsu medicinal à sua mulher, evitando a morte de Hana.

            Ele não conseguiu acreditar no que via, a lesma falava ao seu lado, dizendo que tudo ficaria bem, mas ele simplesmente não respondia, atônito demais para responder algo ou compreender o que acontecia na sua frente. Porém, pouco a pouco, o ferimento aberto que roubava a vida de Hana era fechado. E nesse meio tempo viu seu irmão surgir junto de outros Uchiha’s e ajudarem-no a tirar sua mulher e filha debaixo dos escombros. Na verdade eles fizeram todo o trabalho, pois Itachi se recusava a sair do lado das duas mulheres de sua vida, era como se estivesse grudado nelas e tivesse medo que, se desviasse o olhar, tudo fosse obra de sua mente totalmente desequilibrada.

— Está tudo bem agora, Itachi – Hana falou baixinho, chorando, enquanto levantava a mão para limpar as lágrimas que ele ainda derramava.

            Fechou os olhos para sentir o carinho da esposa e em seguida olhou para a bebê que ainda estava nos braços da mãe, ela também era tratada.

— Não vou poder ficar muito tempo, e vocês ainda vão precisar de cuidados médicos – a voz de Katsuyu finalmente chegou aos ouvidos de Itachi – Leve-as para o hospital, agora vocês tem condições de aguentar até lá.

— Obrigado – Itachi murmurou humildemente agradecido.

— Vão na frente, vou buscar alguns dos nossos que também precisam de ajuda e encontro com vocês em seguida lá – Sasuke também se manifestou ao ver que toda a situação estava mais tranquila.

            Era como se um peso saísse de suas costas e ele conseguisse respirar mais aliviado ao ver a cunhada e a sobrinha bem. Era até estranho pensar nisso, mas não se dera conta de quando passou a criar laços com Hana, muito menos ter um apreço pela bebê, pois depois que perdeu Sayumi nada mais importava em sua vida e havia se distanciado de sua família de tal forma que os tratava quase como estranhos, permitindo apenas pequenas demonstrações de carinho e aproximações da mãe e de Itachi. Pelo menos até Sakura entrar em sua vida novamente... Suspirou ao pensar na esposa, mas logo espantou os pensamentos, precisava focar-se no trabalho que, no momento, consistia em procurar e ajudar a todos os que puderam sobreviver àquele ataque.

            Seu pai havia se isolado com o corpo da mãe, incapaz de fazer qualquer coisa, e Itachi parecia estar na mesma situação no momento. Cabia, então, a ele tomar as rédeas da situação. Ordenou que alguns Uchiha’s continuassem as buscas pelo clã, mesmo que fosse visível que dificilmente encontrariam sobreviventes. Alguns dos homens mais fortes tremiam de medo e pareciam estar prestes a ficarem loucos e sabia que as baixas do clã aumentariam em breve. Uma vez havia ouvido que a maior fraqueza dos Uchiha’s estava no fato deles amarem demais. E aquele amor que tanto servia para trazer vida, também era capaz de matá-los.

— Oe! Sei que nesse momento todos estão preocupados com seus entes queridos, mas peço que não se deixem levar pelo medo! – começou a discursar, tentando trazer lucidez aos companheiros – Precisamos ser fortes por nós e por quem está lutando, em busca de auxílio. Nós somos esse auxílio e faremos o nosso melhor para resgatar a todos, não é? – bradou e ficou feliz ao ver os Uchiha’s levantando-se dos escombros e bradando com ele, em concordância. – Façam dois grupos, procurem por qualquer sobrevivente! Vejam os esconderijos do clã, talvez alguém esteja vivo! – ordenou, e internamente os companheiros agradeceram o fato de ter alguém para guiá-los em um momento como esse – Nos encontraremos em meia hora no hospital, levem quantos conseguirem!

— Hai! – disseram antes de correr por entre a área destruída.

            Não importava quantos mortos encontrassem, eles não iriam descansar enquanto houvesse a esperança de haver algum sobrevivente, pois eles acreditavam na Vontade do Fogo, e era isso que dava forças a todos eles a continuarem. Não importava as adversidades, eles sabiam que todos os cidadãos de Konoha, sejam shinobis ou civis, crianças, adultos, homens, mulheres ou idosos, todos eles iriam fazer de tudo para sobreviver, eles iriam lutar para viver e Sasuke e todos os shinobis continuariam procurando por eles, iriam ajudar quem quer que fosse naquele momento.

—*- 

            Naruto nunca imaginou que Pain pudesse ser um adversário tão forte. Mesmo usando todas as suas forças, o inimigo parecia ser invencível. Abaixou-se de um chute e preparou um rasengan para atingi-lo, porém este desviou, pulando para trás. Para piorar o maldito era rápido!

— Pare de ficar brincando, até quando vai agir assim? – gritou ficando irritado com a forma como o oponente parecia nem ao menos estar levando a sério essa luta.

— Eu apenas estava me certificando do poder da Kyuubi, mas parece que você ainda não consegue controlá-la – Pain respondeu calmamente, irritando ainda mais Naruto – Acho que agora podemos finalizar isso de uma vez.

            E ao dizer isso mais uma vez foi acertado por Pain, mas diferente das outras vezes ele não estava sozinho, havia mais três shinobis ali, todos com piercings pelo rosto e cabelos laranjas de diferentes formatos e tamanhos. Pelo visto teria muito mais trabalho pela frente e mesmo não tendo concluído o treinamento, não tinha mais alternativa, teria que usar a técnica que acabara de aprender. Começou a reunir a energia da natureza a sua volta, misturando-a ao seu próprio chakra, como lhe foi ensinado, sua aparência, então, mudou, e ao redor dos olhos estava uma marca alaranjada e em cada lado, pendurados em um grande rolo de selamentos, havia a presença dos dois sapos anciões que já conheciam os inimigos de outra batalha.

— Se você vai jogar com mais gente, então eu também vou te mostrar os meus reforços – Naruto sorriu sentindo o poder fluir dentro de si. Ele ainda não estava totalmente confiante de ter conseguido controlar aquela técnica, sabia que atingira o ponto da perfeição pelo fato de seu corpo não sofrer com modificações animalescas, mas mesmo assim não sabia quanto tempo poderia durar aquele senjutsu... de qualquer forma faria o possível para ajudar a todos.

            Pain aguardou a transformação de Naruto terminar e sorriu antes de mandar os outros dois Pain’s na direção do Uzumaki. E logo percebeu-se a diferença, agora Naruto era capaz de desviar e atacá-los com muito mais força e precisão. Os ataques eram contínuos e pareciam ficar cada vez mais rápidos, mesmo que não tocasse o adversário, somente a pressão do poder já era o bastante para causa impacto no inimigo. E Naruto comemorou com isso.

— Então esse é poder de um sábio – e fechou o punho, satisfeito.

            Um dos adversários, notando a distração de Naruto, fez os selos de invocação e trouxe para a batalha duas feras imensas, parecidas com um rinoceronte, mas Naruto não pareceu nem um pouco impressionado. Ele apenas aguardou e quando as feras vieram atacá-lo, usou a força dos braços para interceptá-los, jogando-os para longe.

— Agora é a nossa vez! – disse o grande sapo sábio, Fukasaku junto de sua companheira Shima – Senpo: Kawazu Naki!

            E da boca dos sapos diversas ondas sonoras saíram, paralisando as invocações, permitindo Naruto de seguir em frente para atacar os outros inimigos. Ele iria conseguir!

—*-

            Hinata, que observava aquela cena mais ao longe, se não tivesse o byakugan, nem conseguiria acompanhá-los. Ela estava impressionada com as habilidades adquiridas de Naruto. Depois que ele a salvou, nem teve tempo de conversar com ele, pois logo Pain começara o ataque e Kakuzu também aproveitou para retomar a sua luta com ela, então foi obrigada a se afastar de Naruto para o seu próprio bem pois a luta dele parecia aumentar de proporções a cada soco trocado. E agora ela tinha que lidar com Kakuzu sozinha, o problema era que ela não sabia como derrotá-lo, esquivava dos golpes, enquanto tentava encontrar uma forma de lidar com aquela aberração.

— Acho que se você só consegue isso, não será o suficiente para recuperar a pirralha Hyuuga – debochou e Hinata, ofegante, cerrou os punhos por estar sendo ridícula e não ser capaz nem de salvar a irmã.

—  Hakke Kūshō – uma voz disse e em seguida uma rajada de vácuo compactado foi sentida por Kakuzu que foi lançado para longe.

            Hinata reconhecia aquela técnica oriunda do seu clã e que usava o Punho Gentil para atacar os órgãos vitais do oponente de uma certa distância, antes mesmo de perceber que eles foram atingidos, por isso não ficou surpresa de saber que havia um Hyuuga ali com ela, mas surpreendeu-se ao ver a figura daquele Hyuuga ali.

— Neji-nii-san! – Hinata chamou o primo. Se ele estava ali na Vila, significava que todos os shinobis que foram para a batalha já deviam ter retornado.

— Hinata-sama, você está bem? – Hinata teve vontade de chorar e abraçar o primo como fizera tantas vezes antes, quando era menor e ia pedir abrigo ao primo, mas controlou-se.

— Hai, mas Hanabi... – a voz embargada deve tê-la denunciado, pois Neji olhou para a herdeira dos Hyuugas com um olhar gentil, como se dissesse que tudo ficaria bem e abriu o caminho para a prima passar.

            Hinata, então, foi ao encontro da irmã que ainda estava no chão desacordada, porém, antes que conseguisse alcançá-la, diversos fios envolveram o corpo da menor e a puxaram para o outro lado.

— Miseráveis! – o urro de Kakuzu foi ouvido e logo perceberam que os fios que prendiam Hanabi vinham dele – Agora eu irei arrancar o coração de vocês!

— Droga! – Neji murmurou baixinho ao ver que a luta não terminara e olhou rapidamente para a prima que parecia ferida tanto física quanto mentalmente. O cansaço também era visível nela. Não queria nem pensar o que ela passou antes dele chegar ou como estava o clã, pois isso o fazia pensar em Tenten e em como ela estaria, mas sabia que ele devia finalizar essa luta primeiro, nem que fosse sozinho – Hinata-sama, eu irei lutar, por favor, descanse – disse virando-se de frente para Kakuzu.

            Hinata sentiu os olhos se encherem de lágrimas e odiou-se por ouvir o primo dizer aquilo. Olhou para onde Naruto estava lutando com mais três inimigos. Ele não descansava um minuto, sempre atacando, dando o melhor de si, não importava se ele estava ferido ou cansado, ele nunca parava. E dar o melhor de si foi algo que ele sempre incentivou nela. Franziu o cenho, sentindo-se estúpida, ela mesma havia incentivado ele a não desistir depois da morte de Jiraya e lá estava ela, permitindo que Neji enfrentasse aquele oponente sozinho, somente porque ela era alguém importante e que devia ser protegida por todos do seu clã. Mas ela treinara duro, dia após dia, para melhorar seu taijutsu, ela treinara para ser reconhecida pelo seu clã, pelo seu pai e, principalmente, para ser reconhecida por Naruto e na primeira adversidade ela parecia desistir e abandonar sua irmã e seu primo.

            Não! Não mais! Ela iria mostrar o porquê de ser a herdeira dos Hyuuga’s, ela iria salvar a irmã. Observou Naruto mais uma vez e sorriu rapidamente, ele iria conseguir vencer, tinha certeza. Confiava nele e ela sabia que ele também confiava em si para seguir com a sua própria luta.

— Neji-nii-san! – chamou o primo que se virou para ela e se surpreendeu com a determinação que viu nos olhos sempre tão gentis da prima – Eu irei lutar junto com você! – e colocou-se em posição de batalha.

            Ele até pensou em rebater, mas algo lhe dizia que Hinata não cederia dessa vez. Sorriu, imitando o gesto dela, antes de ambos correrem em direção a Kakuzu. Eles iriam conseguir, juntos!

—*-

            Quando Sakura chegou ao hospital, Katsuyu já havia evaporado do seu ombro e ela temeu o que aquilo poderia significar. Ainda com a mãe nas costas se forçou a afugentar da cabeça qualquer pensamento negativo, ela precisava cumprir a sua parte, como prometera à Katsuyu. Franziu o cenho ao ver que uma parte do hospital parecia destruída e tremeu ao adentrar por aquelas portas tão conhecidas por si e se deparar com aquela visão. Sentiu Mebuki apertar levemente os braços em torno de si e soube que ela também estava preocupada com o que via. Por todos os lados haviam pessoas jogadas no chão, gemendo de dor, enquanto as enfermeiras corriam de um lado para o outro sem saber ao certo quem atender primeiro, era claro o caos que se apossara do local que estava cheio de moradores feridos.

— Sakura-sama! – uma das enfermeiras veio até si com lágrimas nos olhos.

— Haruka- chan! Que bom que está bem – e sorriu brevemente antes de voltar a observar os outros a sua volta, um pouco perdida.

— Eu também estou feliz que está bem, Sakura-sama! – disse Haruka – Precisamos que nos ajude aqui! Não temos pessoal suficiente!

— Estou vendo... – comentou e em seguida tirou a mãe das costas que se manteve calada para não atrapalhar a filha – Minha mãe precisa de atendimento médico também. Onde está Shizune? – indagou pela mais velha, sabia que ela estava sendo tratada, mas não sabia como estava sua condição depois do procedimento de Katsuyu.

— Shizune-sama estava muito ferida, mas graças a Katsuyu-sama conseguiu sobreviver. – e ajudou Mebuki ao colocar uma manta embaixo da perna para não piorar o seu ferimento e Sakura suspirou ao saber que Shizune já estava bem, ou pelo menos imaginou isso pelas palavras da enfermeira – Na verdade, graças a Katsuyu-sama diversas pessoas sobreviveram, mas de repente ela sumiu e os casos continuaram surgindo.

— O chakra de Tsunade-sama... – hesitou – Ela deve estar esgotada – preferiu dizer – Mas e agora? Quais as ordens de Shizune? Me diga onde devo ir? Como ajudar! – pediu ao ver mais três pessoas adentrarem o hospital agonizando de dor.

— Sakura-sama... não sabemos... – Haruka parecia prestes a chorar – São tantos... Shizune-sama sobreviveu, mas ainda não acordou, tivemos que induzir o coma e agora... – abriu os braços para mostrar o local – Estamos sem saber o que fazer – e Sakura arregalou os olhos, tentando pensar em uma solução. Aquilo estava pior do que pensava. Um hospital inteiro sem ninguém no comando em meio ao caos.

— Sakura... – ouviu a mãe chamar e olhou para ela – Faça – disse com um sorriso – Você consegue – e aquilo a surpreendeu novamente. O que ela estava sugerindo?

— Sim, Sakura-sama! – Haruka pediu – Você é a médica-nin mais indicada para ficar no lugar de Shizune-sama e coordenar o hospital.

— O quê? Eu? – Sakura realmente não imaginava que algo assim pudesse acontecer. Ela queria ajudar, Katsuyu disse que teria que tomar conta do hospital, mas pensou que se tratava em usar o chakra medicinal e fazer cirurgias, não que iria coordenar o hospital!

— O que devemos fazer? Temos um ninja com hemorragia interna, outro está com costelas quebradas, além das kunoichis que entraram e estão em situação de risco – outra enfermeira apareceu, desesperada – Também não temos leitos para todos e...

— Calma! – Sakura interrompeu a moça que lhe olhou apavorada. Estava claro que ninguém ali estava preparado para uma situação como aquela.

            Fechou os olhos para organizar seus próprios pensamentos e respirou fundo antes de encarar as enfermeiras de forma firme e determinada.

— Tudo bem. Haruka-chan, preciso que você separe as pessoas de acordo com a gravidade dos ferimentos.

— Mas e quem chegou antes? – a outra enfermeira questionou duvidosa e Sakura a fuzilou com os olhos.

— Temos que dar prioridade para os casos mais graves, quem puder esperar, irá esperar! – determinou e ninguém ousou contradizê-la dessa vez – Preciso que pelo menos uma sala de cirurgia esteja preparada e que os casos mais graves sejam levados para lá, iremos fazer como um mutirão de cirurgia. Uma cirurgia atrás da outra – respirou fundo, verificando as pessoas que estavam no saguão do hospital e virou-se para a outra enfermeira – Reúna todas as enfermeiras e médicos civis possível. Separe em grupos para atendimento, mas quero um grupo comigo para as cirurgias. Entenderam?

— Hai! – ambas disseram antes de saírem para fazerem suas respectivas funções e avisar aos outros.

            Ela respirou fundo e virou-se para a mãe, sentindo as bochechas esquentarem ao ver o sorriso dela para si. Não estava acostumada de vê-la lhe olhar daquela forma, como se estivesse orgulhosa de si, mas era isso que Mebuki sentia. Sua filha havia realmente crescido e se tornado uma bela, forte e decidida mulher.

— Acho que tem trabalho a fazer, não é? – falou e ao ver a mais nova aquiescer, continuou – Deixe que cuido das coisas por aqui.

— Não vá se esforçar também! – Sakura repreendeu e Mebuki revirou os olhos, mas concordou. E em seguida, Sakura já estava correndo para dentro do hospital, não podia perder tempo. Ela iria conseguir!


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam?
Como disse a ideia era desenvolver mais uma parte, mas eu iria demorar mais e quando vi achei que esse capítulo estava completo e havia ficado muito bonito desse jeito. Enquanto no outro houve muita desgraça, nesse eu quis mostrar o que aconteceu com os personagens que estavam perdendo alguém e sim... Mikoto morreu! Sorry, mas foi necessário para a história XD
Em compensação, outros sobreviveram e outros... bom, algumas coisas ainda irão acontecer. Desse modo, o objetivo do capítulo foi mostrar como os shinobis de Konoha sempre acreditam e continuam seguindo em frente, tendo esperança por meio do ideal da Vontade do Fogo, como isso faz com que eles continuem lutando e ultrapassando obstáculos, mesmo que isso não seja dito várias vezes, é esse ideal que o Sasuke explica que faz com que, cada um de uma forma diferente, ajude aos outros nesse momento de desespero.
Então, esse capítulo foi uma transição para o próximo em que espero que aconteça o reencontro de Sasuke e Sakura (é, eu tive que adiar, mas os motivos já foram explicados nas notas iniciais ;))
Eu não sei quando postarei de novo, mas estou de volta à ativa... também não prometo mais capítulos enormes com 10k (não que não possa ocorrer, mas se eu puder evitar, evitarei XD), talvez eu volte a postar os capítulos com mais ou menos esse tamanho, o que é um bom tamanho e, por isso, as postagens podem ficar mais frequentes e eu não demore tanto também.
Espero que entendam e saibam que a fic só será postada aqui no Nyah! de agora em diante.

Obrigada por tudo! Por todos comentários de incentivo para continuar, por não esquecerem da fic, por irem no Face procurando informações, por me apoiarem e entenderem que eu precisava de um tempo para voltar! Vocês são demais! Obrigada!

Beijos e até a próxima!



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