Reparação escrita por Luhni


Capítulo 3
O Desafio de uma Haruno


Notas iniciais do capítulo

Yooo! Primeiramente obrigada aos reviews!!^^ Eu não pude postar ontem o capítulo, mas aqui está, então espero que gostem!!

P.S: Leitoras de Sonhos de uma outra vida 2, leiam as notas finais!!

Boa leitura!



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Sete anos depois

Muita coisa havia mudado na vida de Sasuke, agora com 16 anos, ele era um ninja de nível chunnin e sempre saia em alguma missão pela vila, por causa disso nem sempre podia ver sua noiva, Sayumi, mas sempre que voltava se dirigia até o clã Haruno na esperança de vê-la e passar um tempo com a Haruno por quem se viu apaixonado no decorrer dos anos. Algo que fazia naquele exato momento até ver dois vultos rosa discutindo ali perto.

– Sakura! Pare com isso, por favor! Oka-san já disse que não! – pediu Sayumi, nervosa.

– Mas o otou-san disse que se eu conseguisse eu podia entrar na academia! – retrucou Sakura.

– Tente entender Sakura, você não sabe praticamente nada sobre os princípios ninjas, não tem como você conseguir, você só irá se machucar! – Sayumi tentou colocar um pouco de juízo na cabeça da irmã. Tinha medo que ela se machucasse por causa daquela invenção.

– Eu sei sim! E eu aprendo rápido! – a menor disse mais uma vez e se virou para ir treinar quando sentiu sua irmã segurar o seu braço.

– Onegai Sakura! Você vai se ferir de novo! – implorou Sayumi e a rosada mais nova puxou seu braço com brusquidão.

– Só porque você não consegue não quer dizer que eu também não seja capaz! – bradou com os olhos marejados para a mais velha que ficou atônita com as palavras proferidas.

Sakura não queria ser rude com a irmã, mas ela nunca lhe apoiava em nada, sempre a incentivava a desistir por medo. Sayumi não entendia que ela desejava aquilo com todas as forças e que não desistiria tão fácil, não importava o que dissessem.

– O que está acontecendo aqui? – Sasuke indagou ao lado de Sayumi e fuzilando a mais nova. As Haruno's se assustaram ao ver a presença do Uchiha e Sakura abaixou os olhos, virando o rosto, enquanto Sayumi o observava sem saber o que dizer, totalmente envergonhada por seu comportamento.

– Nada que te interessa! – Sakura respondeu irritada, quebrando o silêncio ao ver que a irmã não responderia.

– Sakura! - repreendeu Sayumi, mas a irmã já havia saído dali correndo, deixando-a sozinha com Sasuke – Peço desculpas pelo comportamento dela!

– Não se preocupe, já estou acostumado com isso! – tratou de acalmar a noiva que corou e suspirou ao olhar por onde a menina havia passado – Quer que eu a acompanhe até em casa? – indagou querendo distraí-la do comportamento da irmã.

– Hai, Sasuke-sama! – disse e o rapaz franziu o cenho pelo modo como ela o chamou.

– Já disse que não precisa me chamar de forma tão formal! Somos noivos há sete anos! – falou um pouco irritado.

– Gomen...eu... - Sayumi se encolheu diante das palavras do moreno. Ela queria tratá-lo de modo mais casual, mas a criação que teve simplesmente a impedia. Era mais forte do que ela. Sasuke ao ver que havia magoado a rosada tentou consertar o erro:

– Não precisa ficar assim! Eu apenas não quero que você aja como se eu fosse um estranho! – disse um pouco sem jeito, ele ainda não sabia como se portar ao lado da garota.

– Eu nunca poderia te considerar um estranho... – murmurou e notou que o moreno a encarava em busca de respostas, mas ela somente corou e passou a andar com pressa para chegar em casa.

Sasuke sorriu de canto, mesmo depois de anos ele ainda não tinha certeza dos sentimentos da rosada devido à timidez desta, por isso gostava de ver que Sayumi parecia ter algum afeto por ele. Sacudiu a cabeça para desviar daqueles pensamentos e seguiu a garota que o esperava mais a frente, envergonhada.

Caminharam durante todo caminho em silêncio, apenas desfrutando da companhia, por isso não perceberam quando começou a chover, fazendo-os correr para se abrigar na mansão Haruno que se aproximava. Porém, devido a vestimenta pesada que Sayumi usava e que limitava seus movimentos, um kimono tradicional, correr se tornava algo difícil e em um determinado momento quase foi ao chão se não fosse pelo Uchiha a segurar em seus braços e carregá-la até a casa.

Ela conseguia sentir as gotas frias da chuva em contraste com o seu rosto que queimava pela vergonha de estar tão perto de um homem, mas ela não fez nada para afastá-lo, pelo contrário, passou os braços em torno do pescoço do moreno e afundou o rosto no seu peito para que não visse como estava enquanto absorvia o cheiro dele misturado com a chuva. Porque no fundo ela gostava da sensação aconchegante e de segurança que ele lhe passava.

Ao chegarem, Sasuke a depositou no chão, mas os braços dela ainda o mantinham perto e ele teve vontade de observar aquele rosto que tanto amava. Ergueu a face dela, delicadamente, em direção a sua e sorriu ao ver as bochechas rosadas. Ela era tão linda! Aqueles olhos em um tom róseo da mesma cor das madeixas, o hipnotizavam. Aproximou-se da face corada lentamente, observando-a fechar os olhos de forma tímida e engoliu a seco, aquela seria a primeira vez que teriam um toque mais pessoal, a primeira vez que se beijariam e ambos desejavam isso ardentemente. Já sentiam as suas respirações se mesclando, os olhos dele nunca deixando o rosto da menina, quando foram interrompidos pela genitora dos Haruno's.

– Sayumi! - chamou de modo severo, repreendendo a filha que se afastou bruscamente do noivo.

Mebuki se voltou para o Uchiha, criticando-o com os olhos pela atitude deste, afinal ele sabia que a tradição não permitia que ambos tivessem uma aproximação muito íntima, Sayumi deveria se guardar até o casamento, e não queria ver sua filha sendo mal falada por toda a vila – Onde está Sakura? – indagou, cruzando os braços na altura do peito.

– Ela foi treinar! Disse que conseguiria vencer o desafio do otou-san! – e suspirou ao se lembrar da teimosia da mais nova enquanto Sasuke apenas arqueou a sobrancelha um pouco curioso.

– Tudo bem! Deixe-a fazer o que quiser, talvez assim ela aprenda e pare com esses sonhos tolos! – respondeu, massageando as têmporas, não entendia porque a mais nova não conseguia agir como uma dama assim como a primogênita.

– Mas oka-san! – tentou, de forma tímida, convencer a matriarca que a ignorou.

– Sasuke-san acho que você também deveria ir e deixar minha filha se trocar, não acha? – inquiriu e Sasuke somente aquiesceu ao pedido, a contragosto.

Despediu-se das duas mulheres com uma reverência, fixando seu olhar na noiva que parecia triste e foi em direção a porta sem poder fazer mais nada, porém antes que saísse da casa, ouviu Sayumi lhe chamar:

– Sasuke-sama... gomen eu não deveria... – murmurou envergonhada, a culpa era sua que a mãe agisse daquele jeito. Ela não devia quebrar as regras.

– Por que está se desculpando? Você não fez nada de mais!

– Mas... – Sayumi foi interrompida ao sentir o moreno acariciar sua face.

– Sou eu quem deveria me afastar, sei da tradição do clã, mas eu simplesmente não consigo! – disse erguendo a face delicada para si.

– Eu também não consigo! – Sayumi respondeu em um sussurro para a felicidade do moreno que teve que se segurar para não beijá-la ali mesmo, praticamente na frente de sua futura sogra.

– É melhor eu ir! Teremos outros momentos juntos – prometeu para a garota que sorriu feliz ao ouvir isso, mas logo o sorriso se desfez ao se lembrar da irmã.

– Sasuke-sama... – chamou a atenção do rapaz e respirou fundo antes de continuar – V-Você poderia me fazer um favor? – pediu com as bochechas quentes e o noivo somente aquiesceu. Faria tudo por ela.

– Otou-san e Sakura discutiram ontem e ele disse a Sakura que se em três dias ela conseguisse desenvolver habilidades ninjas e ganhasse dele em uma luta... bom, ela poderia ir para a academia ninja... mas o otou-san é o ninja mais forte do nosso clã... ela nunca vai conseguir e...

– Sayumi... o que você quer que eu faça? – interrompeu, desconfiado e a Haruno fez uma leve mesura para o noivo, fechando os olhos com força antes de responder:

– Onegai, ajude-a a treinar! Sei que ela não vai me ouvir e desistir de lutar, então, pelo menos, não deixe que ela se machuque muito! Ensine-a um pouco das suas habilidades ninjas!

Sasuke ficou admirado com o pedido da noiva, imaginava que ela fosse dizer para trazer a menina de volta, o que ele faria de bom grado a puxando pelos cabelos se fosse preciso, mas ajudá-la a treinar? Não gostava da ideia de ter que passar muito tempo com a mais nova, sempre discutiam quando se viam, mas ao olhar a noiva preocupada a sua frente suspirou rendido. Já deveria supor que alguém tão gentil e bondosa quanto Sayumi tivesse uma atitude desse tipo, então ele não poderia fazer nada a não ser acolher a sua vontade.

– Está bem, mas faço isso por você! – disse e viu quando a garota a sua frente vibrou o abraçando em um impulso para logo em seguida se separar com as faces rosadas. Sorriu de canto, talvez, não tivesse sido uma ideia tão ruim assim treinar Sakura.

–*-

Amaldiçoava-se por ter aceitado o pedido da noiva, não imaginava que Sakura estivesse louca de treinar com aquela tempestade e, pior, nem sabia onde a rosada havia se enfiado. Então, ali estava ele, percorrendo todos os campos de treinamento à procura da Haruno caçula, totalmente encharcado. Pensava em desistir daquilo e esperar a chuva passar em algum lugar quando ouviu o tilintar de uma arma. Seguiu o barulho, tendo a certeza de quem deveria ser o responsável pelo barulho.

Sakura estava concentrada em acertar o alvo a sua frente, parecia não se importar com a chuva ou o vento frio que a fustigava e podia observar o quão tensa ela estava somente pela forma rígida que segurava a kunai. Permaneceu escondido entre as folhagens de uma árvore apenas a analisando, queria saber até onde ela era capaz de ir. Viu a menina franzir o cenho e apertar a arma mais ainda em sua mão antes de jogá-la com uma força desnecessária e errar a mira. Suspirou ao ver que Sayumi tinha razão, a menina não sabia nada sobre o básico de um treinamento ninja.

Ele não fez nenhum movimento de que iria a interromper e enquanto a tempestade caia, continuou a observar o “treino” da garota e como ela sempre falhava. Ficou tentado a não fazer nada e simplesmente ir embora, se continuasse assim, ela mesma iria cair em si e ver que tentar desafiar o chefe do clã daquele jeito era loucura. Em um determinado momento Sakura parou de arremessar as kunais e fitou o céu que ainda desabava em grossas gotas de água por todo o seu rosto, ele tinha a certeza de que ela desistiria, mas não foi isso que aconteceu.

– Baka! Baka! Baka! Baka! Baka! – xingou para o nada, cerrando os punhos com força. Essa era nova para ele, o que ela estava fazendo? Sasuke por um instante pensou ter visto a menina chorar, mas não podia ter certeza devido a chuva que aos poucos ia diminuindo.

Mas uma coisa ele tinha certeza, era estranho vê-la daquela forma, afinal Sakura sempre fora muito teimosa e a todo instante estava alegre não importava o que acontecesse. Deu um passo para sair do seu esconderijo e levá-la de volta quando viu o olhar determinado da rosada, como ele nunca vira antes, e ela erguer mais uma vez a kunai na direção do alvo. Notou a concentração da menina e como ela respirava fundo, ela parecia querer provar alguma coisa com aquilo, a viu fechar os olhos mais uma vez e ao abri-los lançou o objeto na direção do alvo errando por milímetros. Aquele havia sido o arremesso mais próximo que fizera. E ela parecia orgulhosa daquilo já que logo em seguida sorriu feliz.

– Gostou, Sasuke-kun? – gritou na sua direção e Sasuke se surpreendeu ao ver que ela sabia da sua presença.

– Como soube que eu estava aqui? – indagou saindo debaixo da cobertura da árvore.

– Eu senti seu chakra desde o início! – falou risonha e então ele compreendeu que ela estava tentando provar para ele que conseguiria. Sorriu de canto, meneando a cabeça ao ver mais uma vez o quanto a rosada era teimosa.

– Estou vendo que você quase acertou dessa vez! – desdenhou e a menina inflou as bochechas, irritada.

– Da próxima vez eu consigo! – rebateu e Sasuke duvidou – E o que você está fazendo aqui, afinal de contas? – questionou emburrada.

– Devia tratar com mais respeito aquele que vai ser seu sensei! – disse impassível, cruzando os braços.

– Eu não pedi a sua ajuda e... espera, você disse que vai ser o meu sensei? – se interrompeu ao compreender as palavras ditas pelo moreno.

– Sayumi não quer ver a irmãzinha levar uma surra do pai, então pediu que eu colocasse alguma coisa dentro dessa sua cabeça dura! – retrucou e Sakura franziu o cenho e abaixou a cabeça.

– Ela acha que eu vou me sair tão ruim assim? – murmurou, mas o Uchiha foi capaz de ouvir e ficou sem saber o que responder até vê-la lhe encarar e erguer o punho para si – Pois então eu vou provar para todos que eu consigo, nem que eu tenha que treinar com você! Shanaroo!! – gritou determinada e Sasuke suspirou. Ela realmente não tinha jeito.

– Então porque não começa acertando o alvo? – disse, estendendo uma kunai. Sakura prontamente a pegou e se posicionou para fazer o que lhe mandara, mas o Uchiha se pronunciou novamente, dando um peteleco na testa da menor – Está errado!

– Nani? – indagou massageando o lugar no qual ele batera.

– Está fazendo errado! – disse mais uma vez.

– Errado como? – questionou irritada ao vê-lo enrolar para responder e Sasuke suspirou.

– Muito forte! Não precisa segurar com tanta força! – olhou para a kunai e meneou a cabeça em concordância e, seguindo a recomendação do mais velho, afrouxou o aperto na arma, preparando-se para lançar até que...

– Está segurando muito leve agora! – quis bater no Uchiha ao vê-lo lhe interromper mais uma vez.

– Porque não mostra como é então, sabe-tudo? – retrucou de forma ríspida e Sasuke se aproximou, ficando atrás da menina e segurando a arma junto com ela, mostrando a força certa a ser aplicada.

– Você tem que colocar a pressão certa para não afetar o lançamento ou a trajetória da arma. Esta tem que fazer parte do seu corpo, assim! – indicou, levantando um pouco o braço da menina que o olhava curiosa – Está prestando atenção? – indagou ao franzir o cenho.

– H-Hai! – disse encabulada pois não imaginava que ele fosse realmente lhe ajudar.

– Agora na hora de mirar, lembre-se de abrir os dois olhos! – aconselhou mais uma vez e Sakura aquiesceu, para em seguida lançar a arma, acertando perfeitamente o alvo.

– Eu consegui! – vibrou alegre.

– É claro que sim! Eu estou lhe ensinando! – Sasuke disse presunçoso e a rosada revirou os olhos enquanto pegava outra arma ninja para continuar a treinar.

Para a sorte dos dois a chuva havia dado uma trégua e permitiu que Sasuke e ela continuassem a treinar por horas. Ele a ensinou a respeito das armas ninjas, sobre os princípios básicos do que é ser um shinobi, bem como os jutsus de batalha: taijutsu, genjutsu e ninjutsu. Ele notava que a menina realmente se esforçava em tudo o que fazia e tinha uma aptidão nata para quebrar genjutsu’s, provavelmente por causa do seu controle de chakra ser quase perfeito.

Lutou com ela, mostrando alguns golpes de taijutsu’s e ensinou alguns ninjutsu’s simples, bem como os seus selos para que ela pudesse decorar, algo que não levou muito tempo. Ela era realmente esperta, o problema era que seu chakra era pouco e, como era iniciante, ainda não conseguia controlar os ninjutsu’s de modo adequado. Mas com treino, ele tinha certeza que ela seria capaz de executá-los, só não sabia se o prazo de três dias seria o suficiente.

–*-

Colocou a menina nas costas enquanto a levava para casa. Sakura havia treinado até a exaustão física e se dependesse dela continuaria a treinar. Olhou de relance para o rosto adormecido da garota, ela realmente era uma teimosa! Se ele não estivesse lá, provavelmente iria ficar desmaiada no campo de treinamento, totalmente desprotegida. Será que ela não pensava nas consequências?

– TEMEEE! – ouviu gritarem e ele nem precisou se virar para reconhecer aquela voz estridente. Só havia uma pessoa que o chamava assim: Uzumaki Naruto!

– Não grite dobe! – falou entredentes ao ver a figura loira de olhos azuis se aproximar.

– AHH ENTÃO ESSA É A SUA NOIVA? - indagou mais uma vez com a voz alta demais, ignorando o moreno que socou a cabeça do amigo pela idiotice que falara.

– Não diga asneiras, dobe! Não vê que ela é uma criança? Só tem 12 anos e Sayumi tem 15! – explicou para o Uzumaki que massageava o machucado.

– Ah é mesmo! É que você disse que ela tinha cabelos rosa e pensei que fosse ela! – Naruto se justificou e Sasuke suspirou irritado.

– Sayumi tem os cabelos em uma tonalidade mais escura! Essa é a irmã mais nova dela, Sakura!

– Ah eu não sabia que ela tinha uma irmã! Que kawaii! - disse Naruto, observando a figura feminina adormecida nas costas do Uchiha e por um momento jurou ter visto as faces da garota adquirirem uma tonalidade rosada.

– Fala isso porque não a viu acordada! É uma peste! – retrucou e sentiu seu cabelo ser puxado para trás com agressividade. Bufou irritado, devia saber que não tinha como a menina continuar dormindo depois dos berros do Uzumaki.

– Não sou não, Sasuke-kun! – retrucou Sakura, se mostrando bem desperta ao dar a língua para o moreno que revirou os olhos.

– Kawaii! – Naruto se manifestou, atraindo a atenção da menina que corou ao ver que ele lhe elogiara. Nunca ninguém havia feito isso, todos os elogios sempre iam para sua irmã.

– A-Arigatou! – respondeu envergonhada e Sasuke a olhou de relance, franzindo o cenho pelo comportamento estranhamente doce da menina – Eu sou Haruno Sakura! – se apresentou.

– É um prazer Sakura-chan! Eu sou Uzumaki Naruto e sou do time desse teme aqui! – o loiro disse apontando para Sasuke que o ignorou, mas despertou a curiosidade da rosada.

– Você é um shinobi também? Qual a sua patente ninja? Você sabe ninjutsu? Quer me mostrar? Me ensinar? – disparou a fazer perguntas com os olhinhos brilhando.

– Pronto! Agora ela não vai mais calar a boca dobe! Parabéns! – ironizou Sasuke, mas Naruto desconsiderou e passou o caminho todo conversando com a menina, enquanto ela lhe contava seu sonho de se tornar uma kunoichi e como ela estava aprendendo com Sasuke e o desafio que faria ao seu pai.

Naruto estava fascinado pelo jeito determinado e alegre da menina, ficou tão entusiasmado que chegou até a mostrar como era uma das suas técnicas, o Kage bushin no jutsu, e se alegrou ao ver o quanto ela havia se surpreendido por ver um clone. Porém a animação da rosada não durou muito, pois mesmo que quisesse conversar, logo se viu encostando a cabeça nas costas do moreno e voltando a dormir.

– Ela realmente está exausta! – Naruto disse sorridente para o amigo que suspirou – Vai ser uma grande ninja um dia!

– Lie! O clã Haruno assim como o Uchiha não permite que mulheres se tornem shinobis! – disse amargamente.

– Mas e todo esse treinamento que ela está fazendo teme? – retrucou confuso.

– Naruto, você acha mesmo que em três dias, ela conseguirá ganhar do chefe do clã? – Sasuke disse rispidamente e o loiro crispou a boca.

– Acho que ela tem o mais importante que é a determinação do fogo! O resto ela consegue com o tempo!

– Hum... – murmurou, preferindo não rebater mais uma vez o amigo, ele não tinha tanta certeza de que as coisas seriam assim e como fora criado em um clã tradicional, mesmo convivendo bastante com a Haruno mais nova, não tinha certeza se aquilo seria a melhor escolha.

–*-

Sakura acordou no outro dia na sua cama, sentindo seu corpo todo protestar de dor, mas sabia que não podia perder tempo. Por causa disso, não demorou muito e ela já saía em disparada para fora de casa enquanto sua mãe e sua irmã a chamavam e seu pai somente ria das atitudes da mais nova. Ela não sabia se Sasuke a treinaria de novo hoje, na verdade tinha quase certeza que não, por isso ela tinha que melhorar as habilidades que ele lhe ensinara e, talvez, tentar aprender algum jutsu, por isso resolveu, primeiramente, ir a biblioteca pública da cidade e pegar alguns livros sobre jutsu’s para estudar.

Corria pelas ruas da cidade falando com alguns moradores que já a conheciam, afinal ela sempre passava por ali, seja para visitar o seu pai que trabalhava no prédio onde ficava o Hokage ou para comprar alguma coisa ali perto ou ainda quando ia para a biblioteca como fazia agora. Ao chegar às portas do local, colocou as mãos no joelho a fim de recuperar o fôlego e entrou sorridente no recinto, sempre gostara de ler, afinal foi por meio das histórias do seu pai que passou a ter interesse por tudo ligado ao mundo shinobi e em viver diversas aventuras.

Começou a ler os diversos títulos de livros contidos entre as prateleiras, em busca de algo que a agradasse, estava tão distraída observando as palavras contidas naqueles objetos que não reparou quando deu de encontro com uma senhora que carregava mais livros do que alguém normal poderia transportar.

– Gomen! – Sakura pediu ao ver a pilha de livro que a mulher segurava ir ao chão. Imediatamente se abaixou para recolher quando o título de um dos livros lhe chamou a atenção – “A arte do Iryou-nin: O ninjutsu médico” – leu em voz alta.

– Já terminou de examinar? – a voz irritadiça da mulher a despertou e Sakura imediatamente se levantou com o título em mãos, entregando-o e, finalmente notando a senhora a sua frente.

Ela tinha olhos cor mel, que a olhavam ferozes, uma postura altiva, cabelos loiros, presos em dois lados abaixo dos ombros e seios enormes. Sakura nunca havia visto uma mulher com um busto daquele tamanho.

– Gomen! – disse mais uma vez e sem segurar a curiosidade indagou mais uma vez – O que é um iryou-nin? – a mulher apenas arqueou uma sobrancelha e respondeu com um tom ainda irritado:

– Pensei que os gennins aprendessem isso na academia! – respondeu mais uma vez, juntando seus outros livros e indo em direção a uma mesa de leitura, mas Sakura a seguiu.

– Eu ainda não estudo na Academia Ninja! Mas em breve estarei lá! – respondeu sorrindo, tentando ser amável com a mulher.

– Quantos anos tem menina? – perguntou, estranhando as palavras proferidas da garota.

– Doze anos! Sei que estou atrasada, mas meu clã é meio tradicional e...

– Você é uma Haruno, não é?

– Hai! A senhora conhece o meu clã? – indagou de forma inocente e não entendeu porque motivo a mulher pareceu se ofender.

– Primeiro ainda sou jovem demais para ser senhora! E segundo, que eu saiba não há registros de nenhuma kunoichi do clã Haruno!

– Eu sei! – suspirou, abaixando um pouco a cabeça antes de dizer determinada – Mas eu serei a primeira! – e sorriu para a mulher que continuou a observá-la – O que foi? Tem algo no meu rosto? – indagou, passando a mão na bochecha.

– Lie! – disse antes de se virar para os livros a sua frente e ignorar as palavras da rosada que se sentou em frente à mulher e voltou a questionar:

– Então... o que é um iryou-nin? – a loira fuzilou a garota a sua frente que parecia não perceber que a atrapalhava e que não estava disposta a responder aquelas perguntas. – Ah você ainda não me disse o seu nome também! – falou mais uma vez, sorrindo para a cara fechada da mulher.

– Você é bem teimosa, sabia disso? – disse a loira com um sorriso de canto e Sakura riu.

– Já me disseram isso algumas vezes! – respondeu alegre ao ver que pelo menos um sorriso havia conseguido – Então, porque não me responde? Assim eu paro de perturbá-la!

– Eu sou Senju Tsunade! – suspirou ao decidir acatar o pedido da garota que arregalou os olhos ao ouvir o nome pronunciado.

– T-T-T-TSUNADE? A LENDÁRIA SANNIN? – gritou surpresa, sendo logo repreendida pela loira a sua frente.

– Não grite garota! Estamos em uma biblioteca!

– Gomen! – disse antes de colocar as mãos na boca e observar a kunoichi a sua frente. Sakura sempre ouviu as histórias dos três lendários sannin’s, mas sabia que nenhum deles estava residindo em Konoha, por isso não imaginava que se tratava de Senju Tsunade a sua frente – O que a senhora faz aqui em Konoha? – indagou novamente sem conter sua curiosidade.

– As perguntas não vão acabar? Ou estou em um interrogatório? – Tsunade retrucou, mas Sakura continuou a encarando com aqueles olhos verdes brilhando em expectativa e a mais velha suspirou, cedendo mais uma vez – Vim a pedido do Hokage, ele quer que eu ajude em algumas coisas no hospital, mas é algo temporário.

– Incrível! Nem acredito que conheci a sannin das lesmas! – murmurou Sakura empolgada e a mulher revirou os olhos.

– Não é nada tão especial, mas como sabe quem eu sou e não sabe o que é um iryou-nin?

– É que o otou-san sempre me conta a mesma história sobre a luta com Hanzo-sama, mas é só isso que eu sei! – disse um pouco envergonhada, não queria que Tsunade achasse que ela era uma ignorante.

– Entendi! – disse observando a mais nova que pareceu se encolher pela primeira vez, visivelmente desconfortável a sua frente – Quanto a sua pergunta... Os iryou-nin’s são ninjas que se especializam no tratamento médico e uso de técnicas médicas para curar. – respondeu calmamente, chamando a atenção da menina.

– Incrível! Quer dizer, então, que a senhora nunca deve perder uma batalha não é? – Tsunade franziu o cenho ao ouvi-la lhe chamar de senhora, mas se absteve de comentar acerca disso e apenas falou:

– O princípio do ninja médico não é nunca perder uma batalha, mas garantir a vida dos seus companheiros em batalha. – Sakura a olhou um pouco confusa e vendo isso, Tsunade resolveu continuar – Quero dizer que a princípio um ninja médico não deve estar na linha de frente da batalha.

Sakura imediatamente ficou desapontada em ouvir isso, afinal como poderia ser uma grande kunoichi se não tivesse poder o suficiente para lutar? Se tivesse sempre que ficar atrás dos seus companheiros? Queria questionar essas coisas para a mais velha, quando uma mulher jovem de cabelos negros curtos, segurando um porco de colar, parou ao lado da sannin.

– Tsunade-sama, precisamos da senhora no hospital agora! – a mulher disse um pouco alarmada e a loira se levantou rapidamente para segui-la e Sakura, sem saber exatamente o que fazer, foi atrás das duas.

Ao chegarem ao hospital alguns médicos corriam de um lado para o outro, alvoroçados devido a quantidade de feridos que havia chegado da última missão ANBU. O hospital estava um caos e diversas macas estavam espalhadas pelo corredor, Sakura se sentia perdida e impotente por ver tantos feridos e não poder fazer nada. Em um determinado canto do lugar estava uma garotinha de aproximadamente oito anos, chorando desconsolada enquanto chamava pelo pai que devia estar em uma maca ao lado. Seus olhos se prenderam naquela figura minúscula enquanto lembranças de quando tinha a mesma idade lhe assolavam.

Recordava com clareza que quando tinha oito anos, alguns shinobis vieram até a sua casa para avisar que seu pai havia sido ferido em combate e estava no hospital entre a vida e a morte. Lembrou-se como sua mãe, sempre tão forte e inabalável, pareceu quebrar a sua frente ao ver o corpo do pai preso a diversos aparelhos, sua irmã também chorava copiosamente ao lado de Sasuke que a amparava. Ela fora a única que se recusara a chorar, pelo simples fato que não aceitava que seu pai morresse daquela forma. Todos pensavam que estava em estado de negação por dizer para a irmã e a mãe que seu pai era forte e que sairia dali.

Porém, a verdade era que só queria tentar passar um pouco de força para as mais velhas, enquanto chorava sozinha durante a noite e rezava para que Kami salvasse seu pai. Ela havia perdido as contas de quantas noites passou em claro, aos prantos, e no outro dia forçava um sorriso ao vê-lo naquela cama de hospital, sem se mexer, sem falar com ela e dizer para não correr pela casa. Até que um dia o médico que cuidava de seu pai veio conversar com ela. Não com sua mãe e irmã, mas com ela que somente permanecia em um canto do quarto, exatamente como aquela garota que observava.

E ela lembrava-se nitidamente do que ele lhe disse: “Você é uma garotinha muito forte, mas não precisa se esforçar tanto! Além do mais seu pai vai ficar bem!” e aquilo foi o bastante para ela se jogar nos braços do médico e se desfazer em lágrimas mais uma vez, dessa vez feliz por ouvir aquela notícia. Alguns dias depois seu pai havia acordado como o médico dissera.

Sorriu com a lembrança aquilo. Sentira-se tão impotente naquela época quanto se sentia agora. Estava tão concentrada nos seus pensamentos e na garotinha que se assustou ao ver Tsunade começar a gritar ordens de como as coisas deveriam ser procedidas para em seguida ir em direção a uma das macas para verificar os ferimentos dos shinobis. Sakura passou a observar de longe o modo como a mais velha agia, encantada.

Tsunade era tão decidida e forte e, ao vê-la fazer alguns selos com a mão para em seguida um chakra verde ser moldado, ficou ainda mais fascinada. Era incrível como o simples ajuste do chakra era capaz de fechar um machucado, renovar as energias do shinobi ou ainda ser utilizado para realizar uma mini cirurgia como a que acontecia a sua frente.

Nunca havia visto um jutsu tão bonito quanto aquele e, ali, ela soube que era aquele jutsu que queria aprender. Queria poder mostrar a todos que ela poderia usar suas habilidades para ajudar, para proteger quem amava. Não queria mais apenas se divertir em grandes aventuras, ela queria mais! Finalmente havia entendido que ela poderia ser uma grande kunoichi e ajudar aos outros ao mesmo tempo, como a sannin fazia naquele momento e poderia trazer um pouco de alegria a outras meninas como ela própria e a que via chorar por salvar a vida de um ente querido.

Durante todo o processo de cura que Tsunade realizava nos outros, havia ficado com o olhar fixo nos seus movimentos, tentando absorver qualquer coisa que pudesse e, de alguma forma, ser útil, mas no fim o máximo que conseguiu foi trazer alguns instrumentos que seriam necessários para as enfermeiras como ataduras e esparadrapos e cuidar da menina para que esta se acalmasse.

Já estava perto da hora do almoço quando a Senju conseguiu estabilizar todos os shinobis e notou a presença da garota de cabelos rosas, Sakura, correndo de um lado para o outro com alguns rolos de ataduras em mãos. “Ela ficou todo esse tempo aqui?” pensou e foi em direção à menina que parecia cansada.

– O que está fazendo aqui ainda? – indagou e a menina sorriu para si.

– Tsunade-sama, eu tenho um pedido a fazer à senhora! – disse e depois se curvou em uma pequena reverência – Onegai, me treine para ser uma ninja médica!

A loira realmente estava surpresa com o pedido, afinal não fora ela que parecera tão desapontada ao ouvir que um iryou-nin não entrava em combate? O que será que a fez mudar tão rapidamente de ideia? Questionou-se e estava prestes a dar uma resposta para a menina, até ouvir outra voz se pronunciar:

– Nani? Você não pode fazer isso! EU ia pedir para a Tsunade-sama me treinar! – uma garota loira exclamou irritada por não ter sido a primeira a falar com a Senju. Sakura apenas encarou a menina confusa, sem entender o motivo de tanto nervosismo e aquilo só serviu para enfurecer ainda mais a loira. – Agora todos vão pensar que eu imitei você, testa de marquise! – disse apontando para o rosto da rosada.

– O que você disse? – Sakura perguntou entredentes, sentindo uma veia pulsar de raiva ao ouvir a loira lhe xingando.

– O que você ouviu testuda! Mas não sei nem porque me preocupo com isso! Está claro que você não sabe nada sobre o que é ser um shinobi! – disse prepotente e Sakura se preparou para bater na loira que rapidamente desviou – Eu não disse? – e sorriu orgulhosa.

Sakura não iria deixar aquilo barato e mais uma vez se colocou em posição de combate assim com a loira, ambas prontas para se enfrentar, quando Tsunade as interrompeu, furiosa:

– OE, O que pensam que estão fazendo? Estamos em um hospital se não se lembram! Ninguém vai brigar aqui, me entenderam? – e as duas garotas se encolheram perante o olhar colérico da mais velha que respirou fundo para se acalmar.

– Você, garota, é do clã Yamanaka, não é? – indagou apontando para a loira.

– Hai, meu nome é Yamanaka Ino! – se apresentou formalmente.

– Seu clã possui muitas habilidades singulares, porque quer aprender o ninjutsu médico? – a Senju questionou ao cruzar os braços.

– Em breve vou começar a treinar para o exame chunnin e quero estar preparada para o que possa acontecer e ajudar os meus companheiros! – respondeu Ino determinada e Sakura por um momento a admirou. “Ela já é uma gennin formada!” pensou com os olhos brilhando em emoção.

– Entendo! – e suspirou – Se você quer aprender ninjutsu médico, você pode participar de um curso um pouco avançado que será ministrado por Shizune, minha discípula, mas acho que devido as suas habilidades você conseguirá se sair bem!

– Mas... – Ino tentou falar quando foi cortada pela outra loira mais uma vez:

– Eu não irei treiná-la! Não tenho tempo para isso! – disse resoluta e se voltou para Sakura antes que esta pudesse abrir a boca – E quanto a você Haruno, nem tente se inscrever nesse curso, você não conseguiria passar nem do primeiro dia!

Sakura se decepcionou ao ouvir aquilo, mais uma vez estavam a menosprezando e dizendo que não conseguiria fazer algo, o pior era que nem tinham lhe dado a oportunidade de provar do que era capaz. Abaixou a cabeça e cerrou os punhos com força. Ino sorriu confiante ao ver que a menina parecia ter entendido a diferença entre as duas e se encaminhou para a saída do hospital ao lado de Tsunade que, apesar de ter se sentido mal pela rosada tinha que ser honesta e não iludi-la. Afinal, se tornar um iryou-nin era uma grande responsabilidade e estava falando com uma garota que nem tinha permissão para ser uma kunoichi.

– Tsunade-sama! – chamou Sakura, correndo para alcançar as duas mulheres a sua frente e olhou-a decidida – Daqui a dois dias eu, Haruno Sakura, vou desafiar o chefe do clã para uma luta! Eu gostaria que a senhora fosse assistir, eu vou provar que posso me tornar uma kunoichi! – disse firme, fazendo a Senju a observar interessada e em seguida a rosada se virou para a garota loira:

– Mesmo que não saiba de tudo agora, eu vou aprender e depois vou fazer você engolir o que disse, Ino-porca! – retrucou e foi a vez da rosada sorrir triunfante ao ver a Yamanaka espumar de raiva.


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Notas finais do capítulo

Então, gostaram? Parece que a Sakura vai ter um grande trabalho pela frente para ganhar do pai! Mas foi por causa disso que ela também já decidiu que quer ser uma médica-nin assim como a Tsunade! XD Também quis colocar nesse capítulo a presença da nossa querida Ino, pelo visto elas já começaram como rivais! XD Para quem estava em dúvida sobre o relacionamento entre as duas irmãs, acho que ficou claro que as duas tem um relacionamento muito bom, elas são apenas diferentes, mas ambas se gostam muito! ^^ E para quem sobra fazer as coisas? Para o Sasuke, é claro, ao ter que tomar conta da Sakura! kkkk
Me digam o que acharam!^^

Ahh e as leitoras de Sonhos de Uma Outra Vida 2, eu vou postar o próximo capítulo somente durante essa semana, mas não se preocupem que não vai demorar!^^

beijos e até a próxima!



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