Reparação escrita por Luhni


Capítulo 29
A Quarta Grande Guerra Ninja


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Voltei e espero que gostem do capítulo! Perdão pela demora, mas o mestrado não é fácil e quase não tenho mais tempo de escrever, o que não significa que eu não vá fazer um esforço e escreva aos pouquinhos quando tiver tempo, não vou desistir da fic ainda mais agora que estamos na reta final!
Muito obrigada a todos que estão comentando, favoritando, mandando mensagem, saibam que eu leio tudo com muito carinho, só que não estou conseguindo respondê-los por causa do tempo, mas toda vez que chega notificação meu coração se aquece e me faz escrever cada vez mais para vocês! Vocês são demais! Muito obrigada pelo carinho!

Boa Leitura e nos vemos nas notas finais!



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— Tem certeza de que é isso que você quer? – Tsunade questionou ao jovem à sua frente.

— Hai!

— Não acho que esse seja o melhor momento... – e mordeu a ponta do dedão, tentando refletir sobre aquela proposta e se seria sábio deixá-lo fazer o que queria.

— Obaa-chan, eu preciso terminar o meu treinamento – Naruto repetiu sua vontade mais uma vez. Ele estava calmo e parecia tão sério que era difícil acreditar que se tratava do próprio Uzumaki ali – Eu prometi ao Ero-sennin que o deixaria orgulhoso, porém mais que isso a Vila precisa que estejamos preparados para o que vem por ai.

— Naruto, você... – Tsunade parou de falar ao ver o loiro sorrir para si de forma contida.

— Eu tenho que melhorar minhas habilidades, baa-chan, eu quero aprender a controlar isso que eu tenho dentro de mim – e apontou para o próprio corpo onde percebia existência do outro— Eu quero poder ajudar a Vila quando precisarem de mim e honrar a memória do Ero-Sennin que confiou em mim como discípulo.

            Tsunade sorriu perante o pequeno discurso de Naruto e pode ver que mesmo com a falta de Jiraya, o Uzumaki não desistiria de continuar o perseguir o seu sonho, e agora ele parecia tão maduro, tão diferente do menino tolo que vivia a gritar pelos quatro ventos que iria se tornar Hokage um dia.

— Está bem, Naruto. Você tem a minha permissão para voltar a treinar com os Sapos Sábios – disse e o rapaz sorriu para si antes de virar-se para ir embora, entretanto, antes que saísse da sala, Naruto parou e encarou a Senju por sob o ombro.

— Me desculpe, vovó... sei que também sente falta dele – murmurou para a surpresa da Godaime que sentiu os orbes marejarem, mas não permitiu que nenhuma lágrima caísse. Então apenas sorriu tristemente e aquiesceu.

— Fique forte, Naruto, e orgulhe a todos nós – foi a sua resposta e Naruto sorriu decidido, ainda tinha que arrumar as suas coisas e se despedir da sua mãe antes de voltar a treinar.

—*-

            Sasuke se sentia como um adolescente apaixonado e o fato do seu coração não parar de retumbar rapidamente dentro do peito confirmava isso. Já haviam chegado em casa e ele ainda sentia o gosto de Sakura em si. Sorriu com a lembrança e passou os dedos nos lábios. Sabia que havia a pegado de surpresa, nem ele próprio imaginou ser capaz disso, mas ele fora. E, bom, mesmo que ela não tivesse dito algo favorável sobre o beijo, ela também não o rechaçou. Ainda recordava-se das bochechas vermelhas e o olhar brilhante que ela lhe dera e como ela simplesmente lhe virou as costas e recomeçou a andar de forma meio trêmula. É claro que ele não esperava uma atitude daquela, mas era Sakura ali, e ela sempre o surpreenderia.

            Ela havia se trancado no quarto desde que chegaram, sem pronunciar nada, e ele estava deitado ali, na sua cama, com os pensamentos a mil. Ele tinha noção que havia sido audacioso, afinal ela havia o rejeitado, e provavelmente seu coração pertencia a outro homem, mas ele tinha que saber primeiro. Tinha que ouvir ela falar que amava outro, mesmo que aquilo o quebrasse por dentro. Foi por isso que teve que falar que queria uma chance e esperava que ela tivesse entendido ao menos uma parte do que sentia. Sorriu novamente ao recordar como ela ficara, aquilo devia ser um bom sinal, não é? E com o coração mais leve dormiu, esperando um novo dia.

—*-

            Sakura terminava de fazer a comida quando ouviu passos e soube que era Sasuke. Imediatamente ficou tensa e sem saber ao certo como se comportar. Depois daquele beijo ela ficara perdida e preferiu apenas voltar para casa o mais rápido possível e ignorar a presença do marido para poder pensar em paz. E como ela pensou... pensou tanto que sua cabeça doía e ela não chegava em nenhuma conclusão. Passou quase toda a noite em claro e quando, finalmente, conseguiu dormir um pouco, os seus sonhos eram habitados pela mesma cena: os olhos penetrantes dele, pedindo-lhe uma chance, dizendo-lhe que a apoiaria e que a libertaria se assim quisesse.

            Céus, aquilo era demais para ela! Esperou ouvir isso a sua vida toda e agora que ouvia não sabia como reagir! Ao mesmo tempo ela recordava que Idate havia lhe dito as mesmas palavras, que ele também queria tentar, mas mesmo que as palavras fossem as mesmas, a situação, os envolvidos e o que ela sentia eram diferentes. Suspirou, ela tinha que tomar uma decisão sobre o que faria a seguir e tinha que ter certeza de seus sentimentos de uma vez por todas.

— Quer ajuda? – ouviu a voz dele perto de si e deixou cair a panela no chão devido ao susto. Ela virou-se nervosa e viu Sasuke sorrir de lado – Acho que já vi essa cena antes – comentou e ela sentiu o rosto esquentar de vergonha.

— E-Eu vou para o hospital agora – ignorou o que ele falara e em seguida pegou a panela no chão, indo lavá-la na pia – Já deixei a comida pronta, se quiser é só se servir – falou rapidamente sem nem ao menos encará-lo.

            Sasuke ao ver a forma como ela lhe tratava imediatamente perdeu todo o bom humor com que acordara. Ela estava lhe desprezando? Antes que ela saísse da cozinha, a interceptou, segurando o seu braço levemente:

— Sakura, sobre ontem... – tentou conversar com ela, mas foi impedido.

— Não quero falar sobre isso! – negou veementemente – É melhor... – hesitou sem saber se estava tomando a decisão certa, mas assim como Sasuke havia feito quando a beijara durante o treinamento e não quis lhe dar satisfações, agora era ela quem não queria ouvir nada, pelo menos não naquele momento – É melhor esquecermos o que aconteceu! – decretou, fugindo do enlace do rapaz e saiu porta afora como se fosse morrer a qualquer momento por estar no mesmo cômodo que o marido.

            E Sasuke apenas ficou ali, sentindo-se o maior miserável de todos.

—*-

            A reunião já havia começado há meia hora, mas ainda não haviam chegado a uma decisão concreta. Seu pai, Fugaku, já havia exposto o que vinha pela frente a todos os shinobis do clã. A participação dos Uchiha’s seria fundamental para o resultado daquela batalha que se aproximava e por isso todos estariam convocados. As únicas pessoas que permaneceriam em Konoha seriam as mulheres, crianças, os idosos que não pudessem lutar e alguns poucos shinobis para a segurança da Vila e dos civis. E a discussão agora era acerca de quem ficaria responsável pelo clã na ausência do líder e quem ficaria para a proteção das mulheres, algo que se mostrava uma decisão complicada, já que o orgulho do clã sempre falava mais alto e todos se mostravam ávidos para estar na linha de frente.

            Sasuke suspirou com aquilo, sua cabeça estava muito longe daquele local, ainda remoía as palavras da esposa. Ela havia o mandado esquecer o que acontecera, era a sua resposta final? Queria que se distanciasse dela? Ou apenas disse aquilo para que a deixasse em paz por um momento? Ela, com certeza, estava desconfortável consigo e ele tentara se aproximar, queria falar algo que a confortasse, mas talvez devesse ter dado mais espaço a ela. Será que foi ousado demais ao beijá-la? Mas ele tinha que tentar algo, estava desesperado e foi a forma que arranjou para tentar mostrar o que sentia e ela não havia o repelido, então pensara que estava tudo bem... Talvez ela só estivesse confusa com tudo, não podia exigir que ela o beijasse e dissesse que estava tudo bem apenas com aquilo e...

— Sasuke! – ouviu o irmão chamar a sua atenção e percebeu que era repreendido com o olhar por estar distraído – A sua opinião está sendo pedida – comunicou severo e viu que o pai também estava irritado pela sua falta de atenção. Suspirou e se recompôs, tinha que parar de pensar em Sakura naquele momento.

— Ficar na Vila é tão importante quanto ir para campo, precisamos cuidar do futuro dos Uchiha’s, das mulheres e crianças do clã – tentou colocar um pouco de juízo na cabeça dos outros homens.

— Então porque não fica em Konoha se essa missão é tão valiosa, Sasuke? – um jovem da mesma idade que Sasuke o questionou e este franziu o cenho, demonstrando insatisfação com a insubordinação.

— Sasuke é um dos poucos que despertou o nível máximo do Sharingan, precisamos do seu poder na linha de frente – Fugaku contrapôs e mais burburinhos começaram, alguns concordando com o líder e outros querendo contrapor afirmando que também eram capazes de atuar em batalha.

            Fugaku estava quase para perder a paciência que tinha, quando ouviu-se o bater de uma bengala no chão e todos viraram-se para ver Yashiro, que se encontrava em pé ao fundo da sala. O homem de cabelos curtos e que já demonstrava os sinais da idade com os diversos fios prateados espalhados pela cabeça, sorria de forma apaziguadora enquanto se aproximava do líder do clã e proferia as palavras que poderiam trazer a solução dos problemas dos Uchiha’s.

— Eu tenho uma sugestão a fazer, Fugaku – e tanto Fugaku quanto os filhos franziram o cenho com a interrupção de Yashiro, mas eles não podiam o impedir, o que fez com que o Uchiha continuasse – Eu posso ficar em Konoha e liderar o clã na sua ausência – e sorriu ao ver a cara de perplexidade do líder do clã.

— Liderar o clã? – Itachi repetiu, descrente das palavras do mais velho que aquiesceu e Sasuke sorriu de forma debochada, o velho só podia estar louco se achava que o pai iria deixá-lo no poder, mesmo que fosse para ficar com um pequeno grupo de ninjas sob seus cuidados.

— Pensei que você fosse o primeiro a querer estar no campo de batalha – Fugaku comentou cauteloso e escutou a risada de Yashiro.

— Ora, eu sou um velho já – e bateu a bengala no chão – Tenho sequelas de outras guerras, seria mais um estorvo em campo, mas aqui no clã... – e olhou ao redor, focando no rosto de vários Uchiha’s – Aqui eu posso ser mais útil, cuidar das mulheres e crianças, sei que minha força é capaz ao menos disso.

— Yashiro-sama ainda é muito sábio e forte! Com certeza é uma boa escolha! – algum Uchiha complementou.

            Logo outras vozes começaram a concordar com a ideia do Uchiha mais velho que observava a cena com clara satisfação, enquanto Itachi e Sasuke tentavam contrapor a proposta, mas Fugaku nada dizia, apenas encarava Yashiro com o cenho franzido. O líder do clã ouvia a tudo impassível, quando Sasuke argumentava sobre ser necessário outra pessoa a frente naquele momento, os Uchiha’s negavam, dizendo que não existia outra pessoa mais comprometida com os valores do clã do que Yashiro. Quando Itachi tentava sugerir outra pessoa para a função, mais alguém reclamava dizendo que ninguém teria mais experiência ou sabedoria do que Yashiro, que era considerado um dos mais inteligentes entre os Uchiha’s.

            Fugaku contraiu os lábios desgostoso ao ver o outro lhe sorrir confiante. Ele havia planejado muito bem aquilo. Desde quando Fugaku assumira a liderança do clã, Yashiro havia ficado enfurecido por não ter sido ele o eleito, afinal ele detinha inúmeras qualidades que o fariam um bom líder. O que ele não sabia era que nada importava ser o melhor guerreiro, o mais forte, o mais inteligente, se ele não conseguia pensar primeiro no clã, se ele não conseguia ignorar os seus próprios interesses. Yashiro sempre retorquiu dizendo que ele era o melhor para o clã, mas Fugaku sabia que tudo aquilo era apenas orgulho ferido, era a necessidade de mostrar que era mais capaz do que o atual líder. Mas de nada adiantou e conforme os anos passaram, Yashiro ficou nas sombras, apenas aparecendo quando achava ser conveniente para dar os seus conselhos.

            Aos poucos ele conseguiu prestígio pelas estratégias, pelas ideias, pela forma como discursava sobre o orgulho Uchiha, sempre inflamando as discussões, mostrando o lado mais nobre da família. Aquilo o fez ser respeitado. E ele continuou à espreita, apenas esperando o momento certo para usurpar o poder. E o momento era aquele. Com a segurança da vila sendo posta à prova, com o nome de sua família perante o clã estar sendo motivo de desconfiança depois do casamento de Sasuke e por causa das atitudes pacifistas de Fugaku, ali estava... a oportunidade perfeita para assumir a liderança dos Uchiha’s.

            Por causa de tudo o que havia acontecido nesses últimos tempos, sua família preferia ouvir as palavras engendradas de Yashiro e nada poderiam fazer para se opor, ou pelo menos era o que ele pensava. Sorriu de canto e ergueu as mãos em um pedido de silêncio, algo que prontamente foi atendido por todos.

— Yashiro, sua proposta me comove – iniciou calmamente, encarando o adversário, mesmo que não estivessem competindo por força bruta – Um Uchiha da sua estirpe se relegando a ficar escondido dentro de Konoha, temo que isso tenha algum motivo a mais – e viu o olhar do outro vacilar. Sorriu de canto antes de continuar – Por acaso está doente, velho amigo? – debochou, sabendo que isso o enfureceria.

— Minha saúde nunca esteve melhor, Fugaku! – rebateu rapidamente e Fugaku deu de ombros.

— Apenas preocupação – e em seguida olhou para os filhos que pareciam confusos com a forma como o pai agia – Caso eu aceite a sua proposta, quantos homens iria precisar? – indagou.

— Pai! – Itachi o chamou, mas foi ignorado.

— Seis homens são o suficiente – Yashiro olhou para alguns Uchiha’s rapidamente.

— Terá dez e todos de minha completa confiança – retrucou e viu o desagrado no olhar de Yashiro.

— Então aceitará que ele fique na liderança do clã? – Sasuke questionou descrente do que ouvia.

— Já está decidido – bateu ambas as mãos nas pernas e levantou-se, encarando a todos os presentes – Yashiro ficará responsável de forma provisória pelo clã. Tomará conta das mulheres e crianças e da segurança da Vila – disse e viu o shinobi em questão sorrir satisfeito – Mas ele ainda estará subordinado às minhas regras, portanto não poderá decidir nada sem que eu tenha dado o aval, e na minha falta, deverá se reportar a Itachi e depois a Sasuke – e foi a vez dele sorrir ao ver o cenho de Yashiro se franzir ao pensar que deveria se submeter às ordens de dois garotos.

— Mas Fugaku...

— Essa é condição! – interrompeu o outro e percebeu que ele teve que se controlar para não avançar em si.

—*-

            Sasuke ainda se perguntava no que o pai pensava ao colocar Yashiro no comando do clã, aquilo não tinha senso na concepção dele, porém sabia que o mais velho devia ter algum plano para fazer algo dessa magnitude. “Deixe os amigos perto e os inimigos mais perto, Sasuke” seu pai o dissera certa vez, mas não conseguia deixar de pensar que estavam criando uma cobra pronta para dar o bote muito em breve. Suspirou e passou a prestar atenção ao ver que já se encontrava perto do Hospital Geral de Konoha. Ele havia prometido para si que deixaria Sakura sozinha, que a deixaria pensar como ela pediu mais cedo, mas algo dentro dele não conseguia mais recuar. Sabia que em breve teriam que se separar novamente e ele queria acertar as coisas com ela antes que partisse para o campo de batalha. Suspirou, ainda tinha que contar para ela sobre os planos da Hokage e não fazia ideia de como ela iria reagir, ou talvez soubesse e fosse justamente por isso que estivesse adiando o momento.

            E esse era só mais um motivo para ele querer voltar a treinar com ela. Queria decidir o que faria, queria calar aquele pressentimento que vivia o atormentando de uns tempos para cá. E mais que tudo queria passar um tempo com ela novamente. Interrompeu seu pensamento e parou de forma brusca ao ver a esposa nos portões do Hospital conversando com Morino. Sentiu o sangue ferver e cerrou o punho com força. Ele estava próximo à Sakura, falava algo e detinha total atenção dela. Foi a vez, então, de Sakura responder a Idate, inicialmente parecia acanhada, mas sua feição logo mudou para uma determinada. Os olhos verdes dela brilhavam e ela sorriu para ele, que parecia nervoso enquanto a escutava. Sasuke tentava entender o que via na sua frente, queria se aproximar e acabar com aquilo e ao mesmo tempo queria ver o desfecho da cena, mesmo que isso o corroesse por dentro.

            Ao terminar de falar, Sakura se aproximou de Idate e o abraçou de forma carinhosa, falando algo em seu ouvido e sendo correspondida pelo outro que retribuiu o gesto. Sasuke simplesmente não sabia como agir, todo o bom humor, toda a esperança que tinha parecia esvair de si. Era a segunda vez que presenciava uma cena entre os dois, mas agora parecia diferente. Pois Sakura já sabia dos seus sentimentos por ela. Ele realmente sentia-se como um miserável. Pensou em sair dali, pensou em matar Idate, pensou na proposta que fizera a Sakura e que aquela era a sua resposta e pensou em como poderia cumprir com a sua palavra de anular o casamento, quando o que mais queria era ter uma chance de ficar com ela? Forçou as pernas a se movimentarem e fez menção de sair dali sem ser visto, porém foi impedido pela voz dela.

— Sasuke! – chamou pelo Uchiha após se despedir de Idate que nem ao menos encarara o outro, pelo menos ele não tripudiaria de si, pensou Sasuke, tentando organizar seus pensamentos e suas emoções que entravam em conflito – Veio me buscar? Como foi no clã? – Sakura questionou alheia ao modo como o Uchiha estava.

            Muita coisa também havia acontecido com ela, estava nervosa e apreensiva com a conversa que tivera com Idate, mas seu coração também estava mais aliviado. Parecia que tudo entraria nos eixos agora e ver Sasuke ali parecia confirmar aquilo, bastava que ela conseguisse se acalmar e conversar normalmente com ele primeiro.

— Hum... – foi a resposta monossilábica que ele lhe deu e estranhou. Ele ainda era calado e fechado, mas, ultimamente, ele lhe respondia com mais facilidade e por causa disso questionou-se se algo havia acontecido.

            Ele não conseguiu falar nada mais do que aquilo. Céus! Ele nem sabia como conseguia encará-la naquele momento. Sentia-se traído, sentia-se humilhado, sentia-se irritado e apreensivo com o que viria a seguir. Ela lhe diria a sua escolha, ele a libertaria como prometera, mas aquilo acabaria consigo, sabia disso e o fato parecia começar a se entranhar nele, levando-o novamente para o seu mundo repleto de escuridão. Talvez amor não fosse algo que ele merecesse no fim. Talvez fosse melhor apenas ir para o campo de batalha sem ter que ouvi-la e acabar com tudo de uma vez. Se ele não retornasse, ela estaria livre dele, e ele estaria livre daqueles sentimentos que só faziam machucá-lo, talvez aquela fosse a ideia mais fácil de todas. TAalvez fosse a melhor resposta a suas perguntas.

— Sasuke! Sasuke! Sasuke! – ouviu-a chamar, e o cenho franzido indicava que ela estava tentando há algum tempo – Está me ouvindo?

            Ele apenas balançou a cabeça aquiescendo, as palavras presas dentro de si, sufocando-o lentamente. “É melhor assim”, pensou amargo.

— Ainda vamos treinar? – ela questionou tentando arrancar algo dele, talvez se passassem um tempo juntos ele pudesse conversar com ela. Tinha medo do que haviam decidido durante essa reunião do clã.

            Mas novamente sua resposta foi apenas um menear em concordância e ao vê-lo dar meia volta e começar a caminhar, suspirou. Logo agora que ela havia resolvido tudo definitivamente com Idate... Olhou para trás, onde estava com o Morino, e em seguida seguiu Sasuke refletindo sobre como conversaria com ele.

—*-

            Todo o seu plano de conversar com Sasuke dera errado. Bufou cansada ao ouvi-lo bradar consigo mais uma vez para repetir a série. Estavam no campo de treinamento que iam quando mais novos e parecia que haviam voltado para aquela época em que Sakura quase não sabia manusear uma arma ninja e Sasuke era o sensei exigente que a mandava repetir até a exaustão, ou até ela reclamar consigo, ou até que conseguisse fazer tudo perfeitamente. E Sakura já estava irritada com aquilo. Ela tentara conversar com ele diversas vezes, mas ele se mantinha afastado, apenas observando o treino de longe, como se ela fosse uma gennin inexperiente. O problema era que dessa vez ela tinha noção de que não fazia nada errado, mas Sasuke parecia um louco metódico por perfeição e não a deixava descansar.

— De novo! – ele bradou para si e ela não se conteve ao jogar a shuriken na direção dele, sendo prontamente apanhada por ele antes que pudesse sequer triscá-lo – Como eu disse, - debochou ao apontar para a arma ninja e ver que ela não conseguira lhe ferir – de novo!

— Acho que já está de bom tamanho o número de arremessos – reclamou com o Uchiha que franziu o cenho, claramente discordando – Passe algo mais difícil – debochou, disse ao se aproximar.

— Isso não é uma brincadeira, Sakura – advertiu, mas ela apenas sorriu para si. Queria apenas um pretexto para conseguir conversar com ele naquele momento.

— Eu sei, mas...

— De novo! – a interrompeu e Sakura o olhou incrédula.

— Sasuke, chega! Já estamos treinando há mais de três horas! Por que tudo isso? – exigiu uma resposta pelo fato dele estar tão arredio. Estava assim desde o Hospital e não entendia o motivo. Ela havia conversado com Idate e pensava que agora poderia ser um bom momento e... como se finalmente uma resposta aparecesse para si, não pode evitar sentir as bochechas corarem e desviar o olhar... será que Sasuke havia visto a sua conversa com Idate? Será que ele estava com ciúmes de si?

— Isso não importa – foi a resposta dele antes de andar até o meio do campo de treinamento e desenhar alguns círculos – O objetivo desse treino é acertar todos os alvos de uma única vez e... – voltou a explicar e Sakura suspirou, sua paciência chegando ao limite.

— Não farei mais isso! – o cortou e ele a encarou como se a chamasse de louca.

— Pensei que quisesse treinar – comentou ácido e ela revirou os olhos.

— E quero, mas quero que me treine direito! – e bateu o pé no chão como uma menina birrenta, mas pouco se importou – Para quê esse treino de criança? Eu já passei dessa fase, Sasuke!

— Isso não é coisa de criança, Sakura – tentou explicar pacientemente a ela, mas a verdade era que muita coisa estava acontecendo dentro dele ao mesmo tempo, era muito para ele conseguir lidar. Em contrapartida, a sua calma parecia se esgotar a cada segundo – Esse tipo de treinamento é importante. Em uma batalha, uma kunai pode fazer a diferença sobre o número de inimigos.

— Eu sei, mas...

— Você não pode simplesmente fazer essa droga e parar de falar? – novamente a cortou e Sakura arregalou os olhos ao ver que ele gritara consigo. Encolheu-se levemente e jogou a kunai no chão, antes de dar meia volta e seguir em direção a casa deles.

            Sasuke suspirou desolado ao ver o que fizera. Bagunçou os cabelos com força e xingou-se por ser um completo idiota, mas ele não conseguia tirar da cabeça a imagem de Sakura abraçando Idate na frente do Hospital, ele não conseguia parar de pensar que o fato dela tanto tentar conversar consigo era para finalmente terminar tudo consigo e ele só conseguia tentar atrasar isso o máximo possível. Era infantil de sua parte? Sim, mas ele começava a se desesperar, sem saber o que mais poderia fazer para fazê-la lhe dar uma chance, mas pelo visto ele estragara tudo mais uma vez ao gritar com ela.

            Virou-se para segui-la, mas foi interceptado por um corvo e já sabia que se tratava de uma mensagem do irmão e, provavelmente, não eram boas notícias.

—*-

            Se pudesse sair batendo portas para mostrar a sua irritação, Sakura faria isso, mas ao mesmo tempo não daria esse gostinho a Sasuke, então apenas se jogou na sua cama, a fim de se acalmar um pouco. Ela era uma tola. Uma tola apaixonada e finalmente sabia disso. Ela não sabia dizer quando ou como, mas aquele sentimento foi crescendo dentro de si. Inicialmente, ela recusou aquilo que sentia com todas as forças, como ela poderia sentir algo por ele? O ex-noivo da sua irmã? E como se não fosse suficiente ainda havia a forma como ele a tratava no início do casamento. Ele não ligava para ela, ele foi cruel consigo e mesmo assim aquele sentimento conseguiu transpor todas as barreiras e crescer dentro de si.

            Mas ela continuou negando. E quando pensou que havia encontrado a liberdade, no dia da missão na Vila da Cachoeira, Sasuke apareceu para salvar-lhe e algo novamente mudou entre eles. Recordou-se do encontro com a irmã enquanto lutava pela sua vida e das palavras proferidas por ela e, mesmo negando e ignorando tudo a sua volta, Sakura percebeu que o marido não a tratava da mesma forma de antes. Ele foi se aproximando e ela erguendo muros, tentando se proteger o máximo possível, mas não conseguiu. Por vezes, chamava-se de burra e mais vezes culpou a sua personalidade amável demais que se deixava levar por qualquer migalha de preocupação e carinho que estivessem dispostos a lhe dar. Porém, mesmo assim, algo continuou a crescer dentro de si.

            Quando voltaram à Konoha ela esperou, pacientemente, por uma reviravolta, esperou ser ignorada, esperou que tudo desmoronasse de novo, mas ela se enganou. Ele continuou amável, e continuou se importando. Ele a observava com mais frequência, a ouvia, ele mudou as coisas por si e quando ouviu a proposta de fazer aquele casamento dar certo, ela sentiu seu coração retumbar mais forte com a possibilidade. Mas ela ainda tinha medo. Tinha medo de estar se iludindo, dele querer uma esposa que ela nunca poderia ser. Dele querer uma cópia da irmã, e ela nunca poderia dar isso. Nunca mais abdicaria de si mesma em prol dos outros. No fundo, tinha medo de amar e não receber quase nada em troca. Ela não queria mais se sentir assim, ela merecia mais e tudo isso junto com a proposta de Idate a fez pensar em quem poderia ser melhor para ela.

            Sentiu-se tão confusa, como uma resposta que deveria ser óbvia, mostrava-se difícil? Poderia confiar em Sasuke? Poderia confiar em Idate? Amar era algo muito complicado, ficar tão exposta, entregar o seu coração a alguém poderia a despedaçar completamente e ela tinha medo disso também. Foi por isso que foi procurar por conselhos, precisava de ajuda e ela a recebeu de quem menos esperava. Volta e meia as palavras da mãe ainda voltavam a sua mente e cada vez que isso acontecia uma nova chama de esperança parecia crescer em si. Com quem ela se sentia mais livre? Essa pergunta rondou a mente de Sakura por dias até a volta de Sasuke da missão ao lado de Idate.

            Ela tentou organizar os seus sentimentos e uma parte dela ainda queria negar tudo o que sentia, pois “liberdade” e “Sasuke” eram palavras que pareciam não ter sentido algum juntas, até a noite passada. Na noite em que se reuniram para homenagear o nascimento de Megumi. Ela ainda sentia o ar faltar ao lembrar. Nunca imaginava que ele lhe daria a sua liberdade, nunca pensara que Sasuke pudesse abrir mão do casamento, se assim ela quisesse. Ela sabia todas as implicações que isso causaria. Seria um escândalo no clã. Sasuke seria acusado de diversas coisas e sua honra perante sua família seria jogada na lama, afinal não existiam divórcios entre os Uchiha’s. Ele seria motivo de chacota e ela, bom, ela também iria enfrentar o seu próprio inferno, talvez fosse até pior que o dele, mas seria a sua vontade ali e não a dele. Não era uma forma de vingar-se dela, ele apenas permitiria que ela tivesse aquilo que sempre desejou, mesmo que isso causasse a desonra dele. Aquilo que ele mais pregava, seu orgulho, seria quebrado e mesmo assim ele lhe dera a oportunidade.

            E ter a oportunidade de finalmente conseguir sua liberdade fez seu mundo dar uma volta de trezentos e sessenta graus, aquelas palavras a deixaram aflita, feliz, apreensiva e amedrontada, tudo ao mesmo tempo. Tinha medo de interpretá-las de modo diferente, tinha medo que estivesse alucinando e que ele estivesse a dispensando de alguma forma ao dizer que a libertaria e aquilo a fez recuar. E quando pensava que Sasuke não poderia tê-la surpreendido mais, porém, ele a beijou.  

            Tocou os lábios ao recordar que aquela foi a primeira vez que ele a beijou verdadeiramente. Ele não imaginava sua irmã, não era uma missão e, definitivamente, não foi um acidente. Então novamente ficou apreensiva, feliz, nervosa e tantas outras coisas que preferiu fugir até se acalmar de novo. O seu sonho estava sendo oferecido à sua frente. Bastava ela dizer algumas palavras e teria a liberdade que queria, mas ao mesmo tempo teria que abdicar de Sasuke e, de repente, aquilo se tornou um problema que ela não tinha imaginado que pudesse existir algum dia. Aquilo era demais para ela.  Ela precisava de um tempo, precisava se concentrar em outra coisa e por isso, no dia seguinte, decidiu ir, ou fugir, para o hospital. E no momento em que decidira voltar para casa, foi quando encontrou com Idate novamente. Ele veio conversar consigo e ela ainda estava acanhada, sem saber ao certo o que dizer depois do último encontro que tiveram, mas foram as palavras dele que lhe deram o incentivo que faltava.

“Pode ser sincera comigo, Sakura. Acho que todos nós precisamos disso”

            Ele parecia triste e ao mesmo tempo tão decidido que ela entendeu que estava prologando aquele sentimento de angústia não somente nela, mas também em Idate. Então, como se tivesse tirado um peso de cima dos seus ombros, Sakura finalmente expôs o que sentia ao Morino. Idate apenas ouviu a declaração, que não era para ele, com o rosto impassível e ao terminar ele suspirou. Sakura então fez a única coisa que podia fazer no momento, abraçou-o.

“Eu te adoro muito, e quero que você consiga encontrar alguém te mereça, alguém que o ame como você merece, mas esse alguém... não sou eu. E eu não quero que você viva de migalhas, assim como eu também não quero” foram as palavras que disse a ele e mesmo que Idate estivesse hesitante, ele a abraçou de volta, retribuindo o seu gesto.

            Apesar de já saber que havia sido rejeitado, ele precisava ouvir da boca dela, da mesma forma que Sasuke também pedira para ela ser sincera. E agora que ela conseguira tal feito, ela finalmente se via pronta para responder a pergunta de Sasuke. Pois mesmo que fosse improvável, era com ele que se sentia livre. Com ele, ela era apenas Sakura, não uma Uchiha, não uma Haruno, apenas a garota teimosa que tinha um sonho bem difícil de ser alcançado. Com ele, ela sempre pudera ser ela mesma. Desde pequena, ele a ouviu e a ajudou ao seu modo. Ele não era de usar frases incentivadoras ou dizer que conseguiria alcançar o seu objetivo enquanto treinavam, pelo contrário, ele foi um dos únicos a mostrar o quanto seria difícil alcançar o seu sonho, mas que dependia dela ter determinação para continuar.

            Ela refletiu que mesmo que o casamento continuasse a existir, ela não precisaria abrir mão de ser uma kunoichi como sempre quis, pois percebeu que aquele sentimento de liberdade continuaria a existir com ele. Sasuke a apoiaria, mesmo que não pudesse fazer nada por si, e ela continuaria a ser ela mesma com ele. Não iria precisar mudar ao seu lado, ela tinha o reconhecimento dele, ele a achava capaz, ele acreditava nela e já tinha provado isso há algum tempo quando enfrentou o clã pelo sonho dela. Céus, ela nunca esqueceria aquele momento e nem como o seu coração vibrou dentro de si ao vê-lo defendendo-a. Ele falava tão orgulhoso dela que foi impossível não ficar mexida com aquela declaração e ali ela soube que os seus muros haviam sido esmorecidos até que ele a alcançasse completamente. Até que ela percebesse o que sentia verdadeiramente por ele.

            O único problema agora parecia ser o próprio Sasuke que estava determinado a afastá-la de si sem nenhum motivo aparente. Bufou descontente e resolveu dar um basta naquilo. Iria procurar por ele e dizer o que sentia. Ela não conseguia mais guardar aquilo, mesmo que estivesse sendo apressada, mesmo que quebrasse a cara, ela não queria mais guardar aquele sentimento dentro de si. Não conseguia mais recuar. Tanto tempo sentindo medo, tanto tempo se escondendo do que sentia com medo de se machucar, mas não agora. Não mais. Agora ela queria apenas ser ela mesma, ser sincera consigo e com o que sentia, independente de qualquer problema que viesse a aparecer.

— Sasuke-kun! – chamou pelo Uchiha, mas não foi respondida e quis bater-se ao se dar conta de que ele havia ficado no campo de treinamento.

            Sem perder tempo, saiu pela porta e começou a correr em direção aonde estavam treinando, torcendo para que ele ainda estivesse lá. Sorriu ao imaginá-lo irritado por seu comportamento e perguntou-se como ele lhe receberia se ela se jogasse nos braços dele, como se fosse uma criança novamente. Teve vontade de rir com a pequena traquinagem que faria e quando estava perto de adentrar a área reservada para treino uma sirene foi ouvida em Konoha que a fez parar no lugar e olhar em volta.

            Franziu o cenho com estranhamento e percebeu se tratar de algum comunicado que a Godaime faria e aquilo a fez ter um mau pressentimento. Todos passaram a se dirigir para o monte Hokage, onde ficava o prédio em que Tsunade ficava. Aparentemente, ela iria dar algum aviso à população. Olhou para todos os transeuntes a sua volta e tentou encontrar Sasuke no meio deles, talvez ele soubesse o que seria dito, mas nenhum rosto lhe era familiar. Seguiu até o centro da multidão e ficou à espera, até que do alto do prédio, em uma sacada logo abaixo do monte Hokage, saiu a sua mestre usando o manto que indicava o seu cargo perante toda a vila.

            Logo atrás da Senju, foram aparecendo, um a um, os chefes de todos os clãs, e ao ver o pai ali ao lado da Godaime, Sakura sentiu um arrepio lhe percorrer a espinha. Seu pai não estaria ali se não fosse algo sério e quando seus olhos captaram a figura dos Uchiha’s, em especial a de Sasuke que acompanhava o pai, sentiu seu coração falhar uma batida. O que aquilo significava?

— Eu chamei a todos aqui para informá-los da situação da Vila! – Tsunade chamou a atenção dos moradores que voltaram a encarar a Senju em silêncio – Há alguns dias descobrimos que a Vila da Nuvem está planejando um ataque à Konoha – murmurinhos começaram a serem ouvidos, mas Sakura somente arregalou os olhos, sua mente já imaginava o que aconteceria a seguir, mas se recusava a acreditar. – Por causa disso, a fim de proteger a todos, foi tomada uma decisão e pedi o apoio dos líderes dos clãs de Konoha – e apontou para os chefes dos clãs que aquiesceram.

— Não... – murmurou Sakura olhando para o pai e depois para Sasuke, eles iriam...

— Os ninjas de Konoha irão para o campo de batalha defender nossa Vila! – Tsunade finalmente falou as palavras que Sakura tanto temia e vários cidadãos começaram a ficar amendrontados com o que ouviam – Apenas alguns shinobis ficarão para proteger a Vila e por isso precisamos contar com a ajuda dos cidadãos de Konoha! – ela bradou ao ver o desespero se apoderar de algumas pessoas, provavelmente temiam pela segurança dos civis – Eu preciso que cada homem, mulher e criança que ficarem em Konoha protejam-se uns aos outros! Eu preciso que todos se ajudem mutuamente nesses dias difíceis que estão por vir!

            “Alguns podem temer pela segurança dos seus, mas saibam que o fato de nos ausentarmos é apenas para proteger Konoha! Nosso objetivo não é deixá-los desamparados, estaremos na linha de frente, lutando para evitar perdas a todos! Mas precisamos que nos ajudem! Eu preciso que a vontade da Folha queime em todos e preciso saber que poderei deixar Konoha sem me preocupar com as pessoas que aqui ficarão, pois elas também estarão lutando para proteger o nosso lar!”

            O discurso de Tsunade inflamou os ânimos e Sakura pode perceber as pessoas ao seu lado vibrando e concordando com a Hokage, dizendo que fariam tudo para dar o seu melhor na sua ausência. Quando a comoção passou, a Godaime informou que todos os shinobis deviam se preparar para sair da Vila até a alvorada do dia seguinte. Sakura em nenhum momento se manifestou, somente mantinha os olhos no marido, sentindo as lágrimas querendo se formar. Limpou o rosto com força e ao ver Sasuke se dirigir para fora do prédio, correu para alcançá-lo. Precisava falar com ele. Precisava que ele lhe dissesse que não era verdade! Que ele não iria deixá-la, não depois de tudo!

— Sasuke! – gritou ao ver o Uchiha já um pouco longe da multidão. Ele não a ouviu, mas ela continuou a correr até ele, desviando de todas as pessoas que entravam em seu caminho – Sasuke! – tentou mais uma vez e mais uma vez, até que ele finalmente a ouviu e parou de andar.

            Ele não se virou para vê-la. Esperou que ela chegasse perto de si, enquanto sentia seu peito arder ao ver que o momento havia chegado. Ela finalmente havia descoberto que iriam lutar, que ele havia escondido isso dela. Provavelmente, ela devia estar lhe odiando, questionando o motivo dele não ter a contado. Provavelmente, ela iria gritar consigo, dizendo que poderia ir junto com ele, que ele a achava fraca e dependente e que ele queria apenas livrar-se dela, quando a verdade era totalmente o contrário. Ele que iria livrá-la dele. Ele repararia o seu erro com ela, dando-lhe a liberdade que tanto quis. Já havia decidido isso.

— Sasuke! – ouviu ela lhe chamar, agora a voz estava bem perto de si. Ela ofegava com o esforço, conseguia ouvir, mas ainda não tinha coragem para encará-la diretamente – Precisamos conversar... – ela disse e Sasuke apenas aquiesceu.

— Vamos para casa. Conversamos lá – disse e voltou a andar. Sakura queria gritar com ele por agir de forma indiferente, mas sabia que era melhor se acalmar e não fazer isso na frente de todos, então apenas o seguiu, tentando organizar os pensamentos. Estava atordoada com tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo.

            Foram pegos por uma chuva repentina no meio do caminho, mas enquanto todos pareciam fugir para as suas casas para não se molhar, os dois continuaram andando, como se quisessem adiar aquela conversa, ambos nervosos com o que estava por vir. Chegaram na casa ensopados, molhando todo o piso, mas pouco se importaram. Agora não haveria mais desculpas para fugir. Toda a verdade seria dita. Todos os sentimentos seriam postos à prova.

— Sasuke... – ciciou e viu quando o Uchiha direcionou o seu olhar pela primeira para ela desde que discutiram mais cedo – Você vai para essa missão? – foi a primeira coisa que conseguiu perguntar, tentava controlar os seus sentimentos.

— Vou – foi o que respondeu e a ex-Haruno cerrou os punhos com força.

— Por que não me disse? – indagou novamente. Ela o olhava confusa, mas havia esperança de que ele pudesse lhe explicar tudo. 

            E Sasuke notou isso. Mas se ele fizesse isso, se ele lhe contasse a verdade... não seria capaz de continuar com o plano, então tinha que fazer aquilo. Para que ele a libertasse deveria voltar a ser o Sasuke de antes, que a maltratava, e aquilo era tão contraditório.

— Por que eu devia lhe dizer algo? – arqueou uma sobrancelha enquanto sorria debochado. Sakura estranhou o comportamento dele, mas logo sua irritação se sobrepôs à sua confusão e respondeu:

— Por que? Porque eu sou a sua esposa! Você tem que me contar essas coisas, Shannaro! – bradou ao se aproximar, mas Sasuke nem ao menos parecia abalado.

— Esse casamento não passa de uma fachada! Não temos nada! – decretou ríspido e viu a mulher se encolher levemente, mas logo voltou a postura determinada de antes.

— Pensei que você quisesse que fosse diferente – contrapôs mais calma e Sasuke vacilou por um momento.

— Pensou errado – foi a sua resposta. Virou-se de costa, pronto para sair dali e encerrar a discussão, mas foi parado por Sakura ao sentir os braços dela em volta de si.

— Para... por favor – murmurou de encontro as suas costas. A voz abafada e embargada dela o paralisaram, não esperava que ela fizesse isso – Por favor, para com isso... seja sincero... – ela lhe disse tentando esconder o rosto repleto de lágrimas.

— Sakura... – tentou falar algo, mas foi novamente interrompido por ela.

— Não! Não! Você pediu! – cortou-o rispidamente – Pediu por uma chance! E eu sei o que eu vi e ouvi! Você foi sincero naquele dia, você tem sido sincero todos esses dias... eu é que não fui – murmurou o final, mas Sasuke ainda foi capaz de ouvir.

            Sentiu seu corpo tencionar, mas preparou-se para o que estava por vir.

— Não precisa, eu... – tentou cortar a fala dela, mas Sakura novamente não permitiu.

— Sasuke-kun, cala a boca! – brigou, dessa vez puxando-o para poder olhar nos olhos dele. Não seria mais covarde com os seus sentimentos. E Sasuke apenas ficou atônito ao ouvi-la lhe chamar daquela forma novamente – Eu tenho que falar! Me deixe falar, pois eu não vou conseguir mais esconder isso de mim – começou, sentindo a voz trêmula e algo parecia se formar em sua garganta a impedindo de falar normalmente – Eu sempre fui diferente de Sayumi, e mesmo que todos preferissem ela, eu continuei a ser eu mesma... –

            Sasuke a encarou confuso, sem saber por qual motivo ela falava da irmã, mas ao ver como ela parecia nervosa, com as pequenas mãos agarradas em sua roupa molhada, apenas agiu por instinto e colocou os braços em volta dos ombros dela, trazendo-a para perto de si, querendo transmitir um pouco de confiança, mesmo que isso significasse terminar consigo mais rápido. Sakura corou com o gesto afetuoso e encarou os orbes ônix, acalmando-se, antes de continuar.

— Mas quando tudo aconteceu e eu tentei ser a minha irmã, eu me perdi... Eu me perdi assim como você.

— Você não virou um monstro como eu... – comentou, sem conseguir ficar calado. Sakura apenas sorriu tristemente.

— Você infligia dor nos outros e eu em mim mesma. No final, eu fui a minha pior carrasca – comentou e ao ver que ele voltaria a argumentar consigo, continuou a falar – Eu pensei que esse casamento fosse a pior coisa que tivesse me acontecido, e de fato nem tudo foi fácil, porém aos poucos as coisas foram mudando entre nós. Eu não sei dizer ao certo, mas o que antes começou como uma forma de reparar algo que eu considerava como culpa, foi se transformando, ou melhor, eu fui percebendo que tinha algo mais e aquilo me assustou, muito.

            Sasuke já não conseguia mais disfarçar a sua surpresa. Seu coração batia agitado dentro de si e ele queria negar o que ouvia para não criar falsas esperanças. Mas mesmo assim uma vozinha dentro de si insistia em sussurrar na sua mente que “ela se sentiu exatamente como ele”.

— Você tinha me feito tão mal, você era proibido e eu pensei estar me iludindo. Então eu neguei, neguei e neguei, mas você não me deixou mais negar – e sorriu para ele, as lágrimas caindo por seu rosto, sem nenhum controle – Eu quero lhe dar essa chance, Sasuke-kun. Eu não quero mais negar o que sinto, então, por favor, não esconda o que sente também. – murmurou com a voz embargada.

            Sasuke acariciou o rosto de Sakura, secando cada uma das lágrimas enquanto observava os olhos verdes e brilhantes a sua frente. Seu coração batia descontroladamente e se pudesse teria feito muita coisa diferente apenas para poder ter mais tempo para ficar com ela. Lentamente, aproximou seu rosto do dela que continuava a encará-lo, apreensiva. Encostou sua testa na dela e respirou fundo, sentindo seus narizes se encostarem. A respiração de ambos mesclavam-se e começavam a ficar irregulares, ansiando cada vez mais por aquele momento que parecia ter demorado tanto tempo para acontecer.

— Sakura... – murmurou querendo falar mil coisas ao mesmo tempo, mas sem conseguir falar nada.

— Sasuke-kun... – Sakura respondeu e o fato dela lhe chamar de forma tão íntima e tão carinhosa como fazia quando menor foi o estopim para que Sasuke selasse os lábios nos dela.

            E dessa vez ela o retribuiu.

            Seu corpo automaticamente colou-se ao dela, sentindo cada parte do corpo delicado perto de si. Suas mãos vagaram para a cintura da esposa e lá permaneceram, mantendo-a junto a ele. Enquanto descobria o doce sabor de Sakura, esta timidamente subia os braços até chegar na nuca dele e se enroscarem nos cabelos úmidos do Uchiha. Mas o que começou como um beijo doce e repleto de palavras e sentimentos não ditos, logo foi mudando aos poucos.

            Separaram-se rapidamente, com as bocas vermelhas e a respiração ofegante, somente para que, em seguida, Sasuke a puxasse novamente para si, ávido por mais. Ele não sabia explicar ao certo, mas era como se algo tivesse acendido dentro de si. Queria mais dela, queria sentir o calor do corpo dela, os lábios macios e cheios colados aos seus, sentir a língua dela brincar com a sua, conhecê-la cada vez mais e melhor. Enquanto a chuva caia forte do lado de fora, fustigando a todos com o frio, eles pareciam se esquentar cada vez mais lá dentro. A necessidade daquele sentimento tão reprimido dentro deles parecia ter se libertado com força total e nenhum dos dois conseguia repeli-lo, nem queriam.

            As mãos de Sakura passaram a acariciar os cabelos negros de Sasuke, tão inquietas quanto as dele que agora se movimentavam sobre a yukata que usava, apertando-a e trazendo-a sempre para perto de si, como se tivesse medo de que ela resolvesse fugir dele naquele momento. Algo que seria impossível, pois aquele era o lugar onde Sakura mais queria estar. E quando Sasuke começou a beijar o seu pescoço a respiração dela que já estava acelerada, tornou-se quase rarefeita. Abraçou o Uchiha, deixando escapar um gemido baixo quando ele sugou o pescoço dela com mais força.

— S-Sasuke-kun... – gemeu no ouvido dele o que fez Sasuke apertá-la mais contra si.

            E como se as roupas pesassem e atrapalhassem o calor que se apossava deles, as peças começaram a cair. Sasuke desamarrou o obi de Sakura e pela primeira vez odiou que ela usasse roupas tradicionais, pois elas o impediam de sentir o calor que emanava da esposa. Ambos queriam sentir um ao outro, queriam despir-se de tudo que os impedisse de vivenciar aquele sentimento que estava dentro deles. Em um determinado momento, Sakura não soube dizer exatemente quando, pois estava ocupada demais sentindo a língua de Sasuke passear sobre seu pescoço, ele a carregou no colo e a levou até o quarto mais próximo, o quarto dela. Depositou-a na cama e pôs o seu corpo sobre ela, admirando o rosto corado da esposa.

            Sakura ainda tentou falar algo, mas antes que as palavras saíssem pela sua boca, os suspiros chegaram primeiro ao sentir os lábios de Sasuke em si, ao mesmo tempo em que o sentia retirando as suas vestes. Ele estava sendo tão delicado... passeava com as mãos por todo o seu braço, até chegarem nos ombros. Lentamente, em uma doce tortura, passava as mãos pela clavícula, beijando o seu pescoço com devoção. Céus ela nunca imaginou que ele pudesse lhe tratar daquela forma!

            Ele estava tão diferente da noite que era pra ter sido a noite de núpcias deles. E o pensamento do passado a fez retesar por um momento nos braços dele. E se ele ainda estivesse vendo a irmã nela? E se ele estivesse imaginando Sayumi ali? Sasuke ao sentir a tensão no corpo de Sakura, beijou-lhe os lábios com paixão mais uma vez antes de se separar e encarar os orbes verdes.

            Ela agora estava completamente nua abaixo de si, olhou o corpo dela e notou a timidez dela que tentou cobrir-se com as mãos, mas ele a impediu. Suavemente colocou a mão no seio direito dela, massageando-o levemente, dedilhando o mamilo intumescido, fazendo-a gemer alto. Ela era tão delicada e sensível, e ele não conseguia tirar as mãos dela. Quando Sakura havia crescido e virado essa mulher de beleza tão esplendorosa? Sorriu ao se dar conta que, provavelmente, ele é quem havia crescido e pudera enxergar a beleza dela. E como agradecia por isso naquele momento.

            Acariciou o rosto dela com devoção, analisando cada traço, querendo gravá-lo em sua mente. O nariz pequeno e fino, as bochechas saliente e alvas com algumas poucas sardas do sol, as quase imperceptíveis marcas de alguns treinamentos que tivera e que mostrava o quanto ela se esforçava para realizar o seu sonho. E como ele amava isso nela. Amava tudo nela, cada pequeno pedaço. Por dentro e por fora. Seus olhos, seus pensamentos... tudo se resumia a ela agora. Ela era o seu mundo.

— Sakura... Sakura – murmurava enquanto beijava o rosto da mulher com devoção – Minha doce e linda Sakura... – disse e o fato dele chamar o seu o nome foi como um bálsamo, foi o alívio que precisava para que todas as incertezas dela evaporassem. Ele a enxergava agora. Era ela que ele via, era ela que ele queria, era por ela que ele queimava.

            E depois disso ambos arderam juntos. Ambos se consumiram em paixão, muito mais do que simplesmente sexo, era a mais crua necessidade, naquele momento ambos se entregaram ao que sentiam e ao que mais queriam: amor. Ele, que perdera alguém importante e jurou nunca mais sentir aquilo novamente, viu que cometera um erro, pois o que ele tinha por Sayumi não podia se comparar àquele momento com Sakura. Não que seu sentimento fosse menor pela ex-noiva, mas de alguma forma, tudo havia mudado e ele só conseguia se focar em Sakura que o acariciava de forma tão terna que ele pensou que não fosse aguentar sem tê-la ao seu lado todos os dias. E ela, que nunca experimentara o sentimento e tivera medo do que poderia sentir, só sabia estar rendida aos toques dele, à pele dele e sabia que somente a ele seu coração pertenceria de agora em diante.

            Sentiu-o tocar sua intimidade com os dedos e gemeu, encarando os orbes ônix com paixão. Sasuke arfou e refez o movimento com os dedos lentamente, sondando as reações de Sakura, conhecendo-a. E quando pareceu que somente aquele contato se fez insuficiente, quando a pele necessitava tanto quanto a alma, Sasuke a preencheu, e se tornaram um. Dois jovens que já haviam passado por diversos tormentos finalmente haviam encontrado a paz e o amor nos braços um do outro.

            Sasuke notou que Sakura parecia um pouco desconfortável e controlou-se até que ela lhe indicasse que poderia se mexer. E quando ela o beijou novamente, os lábios macios e carnudos, soube que podia ir em frente. Movimentou-se dentro dela, de forma lenta até que ela pudesse se acostumar, ele tocou os seios dela, sugando-os com a boca e percorrendo o corpo dela com as mãos para que ela relaxasse. Não se importou se o corpo dele clamava que fosse mais rápido, querendo sentir a carne dela apertar-lhe cada vez mais, naquele momento ele queria aproveitar o máximo possível. Queria que ela saboreasse aquele momento junto com ele da mesma forma como o amor entre eles foi crescendo, lentamente.

            Queria que ela sentisse todo o amor que ele tinha por ela, queria que, quando os quadris se chocassem, quando ela o sentisse, soubesse que a amava tanto que chegava a doer. O amor deles era como uma onda, começou pequena, mas foi ganhando forma e tamanho até não conseguir aguentar mais e arrebentar na praia e como uma onda ele queria perpetuar o máximo possível aquele momento até que ambos atingissem o ápice.

— Sasuke-kun – ela gemeu para ele, entregue às carícias e ele a beijou languidamente, indo mais rápido dentro dela – Eu amo você – ela murmurou ao findarem o beijo.

            Ambos estavam ofegantes, ambos estavam conectados tanto física quanto sentimentalmente e aquilo foi o suficiente para que arrebentassem. Sakura nunca imaginou que seria assim, nunca imaginou sentir algo como aquilo, sua mente se anuviou e uma explosão ocorreu, gemeu alto e o abraçou, enquanto Sasuke a pressionava fortemente contra si, como se não conseguisse separar-se dela até que as forças faltaram e ele caiu sobre ela, tentando não machucá-la no processo.

            E ficaram ali, juntos, a respiração ofegante, o suor do cansaço, os corpos aquecidos pelo outro e a alma livre. Talvez, ambos pensaram, finalmente tivessem encontrado uma forma de reparar o erro deles e agora pudessem desfrutar daquilo que sempre quiseram: o amor.

            E naquele momento, naquele pequeno momento, somente desejaram estar nos braços um do outro e esqueceram-se do que acontecia do lado de fora, esqueceram da batalha iminente, que ainda deviam conversar sobre a decisão de Tsunade e decidiram que naquele instante estava tudo bem esquecer. Estava tudo bem deixar tudo de lado para se perderem mais um pouco um no outro. E deixaram o resto sendo somente o resto.

—*-

            Quando o dia raiou naquela casa, apesar do clima frio pela chuva forte que durou a noite toda, o clima era ameno e confortável. As duas pessoas mantinham-se aninhadas uma no braço da outra, compartilhando o calor e o conforto. Porém aquele terno momento logo acabaria e Sasuke sabia disso. Não importava o quanto se esforçasse para continuar fingindo que dormia. Em breve ele deveria partir e teria que se despedir de Sakura. Suspirou e a apertou entre seus braços, ouviu um resmungo dela que apenas se virou para ele, procurando ficar mais perto dele. Sorriu ao ver como ela era manhosa dormindo, nunca havia imaginado isso. Colocou uma mecha rosa do cabelo dela para trás e ficou a observar a face serena dela.

— Vai continuar me observando? – murmurou com a voz rouca, franzindo o cenho, mas sem abrir os olhos.

— Vou – ele disse e sorriu ao ver as bochechas dela tingirem-se de vermelho e ela finalmente o encarar.

— Sasuke-kun! – repreendeu mas logo sorriu. Quanto tempo fazia desde que ela sentiu-se assim? A palavra “nunca” passou rapidamente por si e teve medo de que aquele sentimento, aquela felicidade não durasse muito, até porque ainda tinham assuntos a tratarem.

            Como se soubesse o que a mulher pensava, Sasuke suspirou e acariciou o rosto dela que fechou os olhos com o carinho inesperado.

— Sinto não ter contado antes sobre a missão... – disse e Sakura abriu os olhos, mirando-o com atenção, mas não conseguiu completar a frase pois a esposa selou os seus lábios nos dele.

— Tudo bem... – disse com um sorriso, mesmo que estivesse apreensiva com o que vinha pela frente – Foi por isso que você quis treinar comigo?

— Também – confessou – Queria me aproximar e ao mesmo tempo estava preocupado com essa missão, com você – e Sakura arregalou os olhos antes de sentir o rosto corar. O peito inflando ao saber que ele se preocupava com ela.

— Quando você irá? – perguntou tentando organizar os pensamentos e focar-se na conversa e não no seu coração que batia rapidamente.

— Hoje – Sasuke hesitou e Sakura afastou-se dele ao ouvir a resposta. Ela realmente não esperava por isso.

— H-Hoje?

— Ontem recebemos a notícia de que os ninjas da Nuvem estavam se posicionando para algo, Tsunade, então, resolveu adiantar a nossa partida para evitar um ataque surpresa – explicou sério, encarando a rosada que cerrava os punhos.

— E você ia embora sem nem ao menos me falar? – toda a sua alegria dava lugar a uma mistura de raiva e tristeza. Não acreditava no que estava ouvindo, achava que pelo menos teria mais tempo com ele antes da missão.

— Isso não é mais importante – tentou desconversar, mas Sakura se afastou novamente, segurando o lençol na frente do corpo.

— Claro que é! Era por causa disso que você estava todo estranho esses dias, não é? – refletiu ao se levantar e começar a andar de um lado para o outro – Era por isso que você começou a dizer que não sentia mais nada por mim! Você não queria que eu soubesse da missão, não é? Estava com medo de que eu estragasse tudo, não é?

            Sasuke rapidamente levantou-se ao ouvir aquelas palavras, segurando-lhe o braço e virando-a para si.

— Não é nada disso! – retrucou sério – Eu não sabia como dar essa notícia depois de tudo... e eu pensei que... – hesitou sem saber ao certo como falar sobre o que sentia.

— Pensou o quê? Droga Sasuke! Eu não sou mais aquela garotinha tola que age sem pensar! Eu não iria me opor a isso, pois sei que dificilmente conseguiria ir. Eu só queria que você fosse honesto comigo e... – desatou a falar, jogando todos os sentimentos em cima do marido que sem aguentar mais a interrompeu:

— Eu não pretendia voltar dessa missão! – bradou, fazendo a esposa arregalar os olhos com o que fora dito – Eu pensei que você quisesse a sua liberdade, que quisesse outro!

— O quê? – murmurou atônita.

— Pensei que seria mais fácil deixar o caminho livre para você, então... então... – passou a mão no rosto, desesperado e percebendo o quanto estava sendo irracional ao cogitar aquela ideia. Abriu a boca para continuar a falar, mas foi impedido pelo corpo quente de Sakura que se grudou ao seu.

            Ela chorava com o rosto enfiado no peito dele, abraçava-o como se ele fosse fugir e, provavelmente, ela temia que isso acontecesse de verdade. E ali, com ela em seus braços, recordou-se que ela sempre agia assim quando ele voltava de uma missão difícil. Sorriu, apoiando a cabeça nos fios rosados e suspirou, como sentiu falta de sentir aquele carinho dela consigo.

— Baka! Baka! Baka! – ela disse em meio as lágrimas, apertando-o cada vez mais – Não ouse fazer isso comigo! Não ouse pensar assim, eu... – começou a falar com a voz embargada e Sasuke sorriu, levantando o rosto dela para que pudesse ver os orbes cor de esmeralda.

— Me desculpe... – foi sincero – Eu realmente fui estúpido.

— Claro que foi! Eu nunca me perdoaria se isso acontecesse com você!

— Eu sei, eu sei – tentou confortá-la e mantê-la perto de si – Eu pensei que havia te perdido e não conseguia mais pensar em como seguir em frente... não de novo – sussurrou, mas ela foi capaz de ouvir.

— Mas você tem que pensar! Quantas vezes for preciso! – retrucou com o cenho franzido – Se algo acontecer comigo...

            Ela não sabia ao certo o que fazer, ouvir da boca do Uchiha que ele pensara em não voltar da missão pois a perderia, foi forte demais. Ela não queria que Sasuke fosse com esse pensamento para batalha, ele não podia temer o que aconteceria ou isso seria a sua derrota. Havia um motivo pelo qual um dos princípios ninjas era esconder os seus sentimentos, e esse motivo era porque quando você se deixa controlar por sentimentos em um campo de batalha, você está fadado ao fracasso. A pessoa se torna cega pela raiva, pela dor e o deixa aberto a falhas. Sasuke não poderia pensar em desistir, nunca! Ela não sabia o que aconteceria daqui para a frente, mas ele tinha que entender que não adiantava se render.

— Nada vai acontecer com você! – Sasuke disse rapidamente, afagando o rosto dela – Você vai ficar segura e...

— Mas e se algo acontecer? E se Konoha for atacada enquanto você estiver fora? – ela o cortou – Se algo acontecer, você tem que continuar em frente! – mandou e Sasuke a olhou confuso.

— Por que está falando isso? – sorriu nervoso – Você estará segura aqui e...

— Sasuke! – novamente o interrompeu – Essa não é a questão! Independentemente de onde eu estiver ou do que acontecer... você não pode desistir de viver! Tem que continuar lutando!

— Pare com isso... – negou, afastando-se dela – É melhor eu me arrumar agora, não tenho muito tempo – deu as costas à esposa que continuou a falar:

— E se eu dissesse que quero ir para o campo de batalha com você? Me impediria? E se eu fugisse? E se algo acontecesse enquanto você está fora? – começou a falar todas as possíveis hipóteses – Se Konoha for atacada, e eu estiver aqui, irei defender a todos – comentou, esperando uma reposta dele, mas ele não pareceu escutar e continuou a vestir as roupas – Eu salvarei quem eu puder, da forma como eu puder, mesmo que isso signifique morrer em campo de batalha.

— Por que você fala assim? – ele bradou sem se conter – Merda! Sabe o que eu sinto ao ouvir você falar isso? – virou-se para ela com o rosto tomado pelo desespero – Eu pensei por dias que você iria querer ir para o campo de batalha e fiquei receoso com a sua reação ao descobrir que teria que ficar, a única coisa que me acalmava era saber que estaria segura aqui, e agora... – aproximou-se dela, segurando o rosto da mulher entre as mãos – Agora temo deixá-la e não encontrá-la ao voltar. É isso que quer, Sakura? Me torturar?

— Eu só quero que me prometa que não irá pensar em desistir, não importa o que aconteça. Eu vou estar aqui Sasuke, sempre estarei – pôs a mão sobre a dele, observando o medo dentro das ônix – Mas você tem que estar preparado para tudo, não pode ir temendo algo ou isso pode custar a sua vida. Você tem que ser forte e continuar seguindo em frente, por isso quero que me prometa que não vai deixar seus sentimentos o cegarem e eu ficarei bem – pediu controlando-se para não voltar a chorar.

            Sasuke apenas ouvia o seu coração retumbando dentro de si, como se tivesse corrido por quilômetros e quilômetros sem parar. A possibilidade de perdê-la o assustava, mas compreendia a fala dela. Se ele não conseguisse se focar na luta, estaria morto antes do final do dia. Ela só estava preocupada consigo, com o fato dele se descontrolar enquanto estivesse fora e longe dela. Não poderia prometer seguir em frente, não queria prometer isso, pois da última vez que fizera isso, perdera Sayumi e ele não havia conseguido cumprir a promessa por um longo tempo. Mas agora ele tinha outra chance e não iria deixar que o seu amor escapasse de si tão facilmente. Suspirou, encostando a testa na dela:

— Eu prometo que irei voltar para você. Prometo que quando tudo acabar, iremos ter a nossa lua de mel, teremos uma vida juntos, irei te apoiar em tudo, pois você estará comigo, é o que posso prometer – murmurou, mas foi o suficiente para Sakura ofegar com a declaração. Aqueles eram os votos de Sasuke para si... que deviam ter sido ditos na noite que se casaram. Mas somente agora eram proferidos e ganhavam um sentimento e carregavam algo muito maior do que poderiam imaginar.

— Eu prometo... – fungou ao pensar que devia ter sido mais corajosa desde o início, assim poderia ter tido mais tempo com ele – Eu prometo que vou cuidar de tudo e de todos enquanto estiver aqui e quando você voltar eu vou continuar ao seu lado. – disse e viu Sasuke sorriu para si, aprovando o que fora dito – Provavelmente eu ainda não vou saber cozinhar tão bem, e ainda vou querer ser uma kunoichi, mas sempre darei o meu amor e carinho a você e... e... – pensou no que mais poderia falar, mas Sasuke a ajudou ao complementar:

— Irá fazer o meu obento quando for para missões – beijou um lado do rosto dela – Sairá para treinar comigo sempre – beijou o outro lado – Irá brigar comigo quando eu for um idiota – beijou a testa dela – E irá me perdoar também, pois sabe que eu a amo – e ao ver ela aquiescer, tomou-lhe os lábios com sofreguidão.

            Ele puxou o lençol que cobria o corpo dela e lentamente a deitou na cama, ficando por cima dela. Eles haviam feito os votos, em uma cerimônia que para muitos não valeria de nada, mas para eles, aquele havia sido o momento mais importante de todos. Finalmente iniciavam uma vida juntos, finalmente sentiam-se casados de verdade, finalmente eram um só em coração, mente e corpo. E antes dele ir para a missão iria amá-la mais uma vez com a promessa de tê-la nos seus braços mais uma vez depois que voltasse.

—*-

            O sol já estava alto quando ele a deixou. Ela dormia serenamente e ele quis permanecer ao seu lado. Bagunçou o cabelo e bufou ao terminar de guardar a espada. Estava na hora de ir. Olhou-a mais uma vez e sorriu. Se ela acordasse agora, não conseguiria deixá-la, então lentamente saiu do quarto, deixando apenas um bilhete que ela saberia compreender. No fundo, ela sempre soube entendê-lo melhor do que ninguém, por isso ela havia o alcançado quando seu mundo parecia ser apenas sombras e iluminá-lo.

            Ao chegar no local estabelecido por Tsunade, viu alguns shinobis se despedindo das mulheres e crianças. Algumas mulheres choravam, outras abraçavam e beijavam os maridos e irmãos, desejando-lhes sorte, outras entregavam comida e sorriam, demonstrando força junto às crianças que abraçavam os shinobis. Todos estavam confiantes que aquela missão seria um sucesso e ele também torcia para isso. Passou por entre as pessoas, procurando sua família até que viu a mãe e a cunhada de costas, aproximou-se delas e pode ver Itachi segurando Megumi no colo. As duas mulheres estranharam não ver Sakura ali, mas nada falaram e apenas despediram-se de Sasuke. Ao longe, Kizashi, que apenas observava a família Uchiha, suspirou ao ver que a filha não havia aparecido. Nem poderia se despedir dela.

— Não comece, Kizashi – Mebuki comentou ao seu lado – Você vai voltar para poder vê-la de novo e vai voltar a ser aquele pai babão de sempre – disse com o semblante calmo e Kizashi sorriu para a esposa ao ver a positividade de Mebuki. Ela podia parecer durona, mas sempre sabia o que dizer para lhe acalmar.

— Claro e enquanto eu estiver fora, conto com você para manter tudo em ordem por aqui – sorriu para a esposa que aquiesceu, mas logo o semblante do Haruno mudou e aproximou-se da esposa, acariciando a pele alva e observando os olhos verdes que tanto amava – Se algo acontecer comigo, eu... – tentou falar, mas Mebuki colocou sua mão sobre a dele e o interrompeu.

— Eu te amo e sempre vou te amar – disse delicadamente e Kizashi sentiu seu coração se aquecer com a declaração da esposa. Não importava quanto tempo estivessem juntos, ele sempre seria apaixonado por ela, por seus defeitos e qualidades. Era por amá-la tanto que cometera tantos erros, mas também acertara outras vezes. Era por ela que continuava lutando.

— Eu também te amo – disse encostando a testa na dela – Quando eu voltar vou querer que faça um banquete e Sakura irá comer conosco – pediu e viu Mebuki sorrir, sabia que o ela mais queria era tentar se aproximar novamente da filha.

— Todos os shinobis, posicionem-se! – ouviram Morino Ibiki bradar, chamando a atenção de todos ao passar – Iremos dar início a missão! – gritou e logo o batalhão de Konoha deixou os entes queridos para trás e saiu por entre os portões, correndo em direção à batalha.

—*-

            Acordou ao sentir a sol bater no seu rosto e tentou fugir da claridade, perguntando-se o motivo de Sasuke não ter fechado a janela. Ao lembrar do nome do Uchiha, recordou-se da última noite que tiveram e que ele partiria naquele mesmo dia. Levantou-se de supetão apenas para constatar que estava sozinha no quarto. Olhou ao redor e viu que não havia vestígios das roupas do marido, o que significava que ele já havia a deixado. Suspirou ao ver que estava sozinha e logo seus olhos pousaram no pequeno bilhete deixado no travesseiro do outro lado da cama. Pegou o bilhete e sorriu ao ver a letra de Sasuke ali. Não era uma carta de amor, definitivamente, mas aquelas pequenas palavras escritas de forma rápida foram o suficiente para ela sentir que tudo ficaria bem dali para a frente.

            Espere por mim.

            Sorriu e se pôs a tomar um banho para, em seguida, colocar alguma roupa. Estava decidida a ir para o hospital verificar se precisavam de alguma ajuda. Seria bom para ela se distrair um pouco nesse meio tempo. Sorriu mais uma vez ao lembrar das promessas de Sasuke, dos toques dele, do corpo junto ao seu. Sentiu o rosto esquentar e teve vontade de soltar um gritinho de alegria. Ela era ridícula por se sentir assim? Talvez devesse estar preocupada e chorar pela ida do marido, mas de alguma forma ela estava calma com tudo o que acontecia, estava alegre por terem se acertado, era como se um ciclo tivesse acabado e outro se iniciasse. Ela acreditava que tudo daria certo, acreditava que ele voltaria para si e ela faria a sua parte, ajudando como pudesse ali em Konoha.

            Ao ouvir a declaração de Tsunade, ela já sabia que teria que ficar em Konoha. Os Uchiha’s não permitiriam que ela fosse para o campo de batalha e, mesmo que Sasuke a ajudasse, mesmo que ela desejasse estar na linha de frente, sabia que ir contra o clã nesse momento iria trazer graves consequências a Fugaku. E também havia o fato de que ela temia que Konoha pudesse sofrer mais algum ataque e ela não estar lá para proteger aqueles que não poderiam se defender. Ela não havia abdicado do seu sonho, mas entendia que ali era poderia ajudar mais pessoas, pelo menos naquele momento.

            Saiu de casa com um bolinho de arroz na mão e observou as ruas do clã mais vazias, visto que quase todas as mulheres deviam estar fazendo os afazeres domésticos dentro de casa. Konoha era diferente sem a multidão de pessoas que estava acostumada a ver, apenas civis estavam ali e um ou outro shinobi ainda era visto, mas todos pareciam fazer as mesmas atividades de sempre, como se nada tivesse mudado. Cumprimentou algumas pessoas que passavam por si e sorriu ao ver que o dia parecia estar especialmente bonito naquele dia. Teve vontade de conversar com Ino, mas não sabia se a Yamanaka havia sido recrutada pelo clã, com tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo não havia tido tempo de conversar com a amiga. Pensou em passar rapidamente na floricultura, depois de ir ao hospital, quando um vulto ruivo passou na sua frente.

— Kushina-san! – chamou a Uzumaki que virou-se para ela.

— Sakura! Como está? – perguntou a ruiva ao ver a mais nova se aproximar.

— Tudo bem – sorriu, o que despertou a curiosidade da outra – Como Naruto está? Ele também foi para a missão? – perguntou pelo amigo.

— Não, ele pediu para voltar a treinar com os Sapos Sábios – disse em um suspiro, preocupada com o filho.

— Tenho certeza que ele ficará bem, Naruto sempre se supera e não desiste tão facilmente – consolou a mulher que sorriu para si em agradecimento – E a senhora, está indo para onde?

— Estou indo visitar Minato – explicou, voltando a andar junto da menina – Não posso deixá-lo sozinho.

— Minato-san tem muita sorte de ter alguém como a senhora – comentou.

— Sei que se estivesse na mesma situação, Minato faria a mesma coisa. Não consigo abandoná-lo – murmurou para si, mas Sakura foi capaz de ouvir. Sorriu, achando bonito o amor entre os dois – Mas e você, menina? Vai para onde?

            E assim Sakura começou a comentar com a Uzumaki os planos que tinha para aquele dia, tentando abstrair qualquer preocupação com um certo Uchiha.

—*-

            Correram durante metade do dia sem descansar. Já haviam passado da fronteira de Konoha e agora estavam se aproximando do local da missão. Corria ao lado do irmão, todos pareciam compenetrados no que estava por vir, o clima parecia ficar cada vez mais tenso a cada passo dado para mais perto do inimigo.

— Tem algo estranho acontecendo – Itachi murmurou, os olhos sempre atentos em tudo a sua volta.

— O que quer dizer? – Sasuke indagou ao irmão.

— Não percebe? – olhou de esguelha o mais novo que continuava a lhe encarar confuso – Estamos em um grande contingente e nos aproximamos do nosso alvo, que também deve ter um exército a nossa espera, e mesmo assim não encontramos nenhuma armadilha, ou nada que indicasse que há de fato alguém por perto.

— Pode ser que estejam confiantes demais, achando que não perceberíamos nada. – comentou, mas sabia que seu irmão estava certo. Algo estava estranho.

— Era para ter mais gente por aqui. Já era para estarmos em combate, os animais parecem ter sumidos dos arredores, eles sabem que tem algo acontecendo – Itachi comentou mais uma vez de forma circunspecta.

            Sasuke olhou ao redor e viu a que o irmão se referia. Mais a frente estava Tsunade, junto dos líderes dos clãs que faziam a sua proteção junto de alguns ANBUs. Correram por mais um tempo até que chegaram em uma clareira nas fronteiras de Konoha e Suna, um território de ninguém.

            Tsunade seguiu em frente ao ver que não havia vestígio algum que um grande agrupamento de pessoas estivera ali e se perguntou o que estava acontecendo. Já ia bradar para que lhe dessem uma resposta, quando uma figura surgiu do outro lado do horizonte. A sombra tremulava contra o sol até que conseguiu formar a imagem de Orochimaru, junto de Kabuto e do Raikage. Caminhavam despreocupadamente até o exército de Konoha, como se não houvesse nada a frente deles. A Senju franziu o cenho para a figura do ex-companheiro de time e cerrou o punho. Ela podia terminar com aquilo ali e agora com apenas um soco, mas sabia que não devia subestimar o poder daquela cobra.

— Orochimaru! – bradou para o Sannin que sorriu mordaz ao ver a mulher.

— Tsunade-hime, quanto tempo! Como vai o nosso velho amigo? – perguntou de forma irônica para irritar a loira.

— Não seja hipócrita! Sabe muito bem que Jiraya está morto! Você o matou, desgraçado! – gritou furiosa ao se aproximar da cobra, sendo seguida pelos líderes dos clãs enquanto o resto do pelotão aguardava mais atrás.

— Matei? Ah, é mesmo! – falou calmamente – Quase me esqueço disso, mas tudo bem, em breve você voltará a vê-lo – sorriu.

— Isso é uma ameaça à Godaime? – Fugaku se pronunciou pela primeira vez, atraindo o olhar do Sannin para ele.

— Vejo que trouxe amigos, um exército para ser mais exato – e escrutinou a todos que estavam ali, como se só agora notasse a presença maciça dos outros ninjas – Posso perceber que quase todos os shinobis de Konoha estão aqui – comentou, passando a língua pelos lábios.

— Ororchimaru, descobrimos o que você planeja, onde está o seu exército? Escondendo-se assim como os shinobis da Nuvem? – Tsunade provocou o Yondaime Raikage, A.

— Nós nos nos escondemos, Tsunade! Em breve você verá o poder de Kumogakure! – A bradou fortemente – Vocês irão pagar por todos males que têm trazido a nossa vila!

— Essa batalha só está acontecendo pois você não soube respeitar o tratado, A. – rebateu a Godaime.

— Esse tratado nunca existiu, pois vocês foram os primeiros a desrespeitá-los e agora iremos finalizar tudo aqui e agora!

— Concordo. Vamos terminar todas as nossas desavenças. Assim vocês dois irão pagar por todas as vidas que tiraram! – Tsunade bradou, sem paciência para continuar com aquela conversa.

— Está sendo precipitada, Tsuna – riu o Sannin e em seguida estalou os dedos e Kabuto apertou um controle, que fez a terra tremer.

            Tsunade recuou, assim como os outros shinobis de Konoha, e do centro da terra apareceu três grandes painéis, o que fez todos ficarem confusos com o que acontecia na sua frente. Eles esperavam que surgissem inimigos e não telões como aquele.

— Sejam bem-vindos! – Orochimaru disse como se fosse um apresentador de televisão – Tsuna, shinobis de Konoha, vocês irão presenciar em primeira mão todo o meu poder.

— Está louco? Pretende lutar sozinho contra um exército? Nem você seria capaz disso! – Tsunade bradou e olhou ao redor – Onde estão os shinobis da Nuvem? – olhou para o Raikage que cruzou os braços que sorria com um ar de superioridade.

— Sabe, há muito tempo me disseram que eu não servia para ser Hokage, menosprezaram as minhas ideias, riram de mim – iniciou um monólogo, ignorando as perguntas de Tsunade que mandou que todos ficassem atentos. Aquela cobra pretendia dar o bote em breve – E quando Hiruzen escolheu Minato para o suceder, eu decidi provar o meu poder, mas ao invés de proteger Konoha, eu prometi que iria destruí-la. – começou a andar de um lado para o outro, observando a face de cada shinobi ali presente e se deliciando com o modo cauteloso com o que o olhavam.

            Orochimaru adorava ser o centro das atenções, saber que era temido, e ali ele detinha todas as expressões que desejavam: apreensão, nervosismo, medo. Olhou rapidamente para Kabuto que meneou a cabeça, indicando o sinal de que tudo estava preparado.

— Esse plano foi pensado dia após dia depois que fui expulso de Konoha, eu passei anos apenas almejando a minha tão sonhada vingança – disse e olhou diretamente para Sasuke, como se quisesse passar uma mensagem ao Uchiha, que sentiu o estômago embrulhar – E agora, depois de anos, depois de juntar aliados, escolher exatamente quem estaria ao meu lado e ter tudo o que precisava para montar o maior e melhor exército de todos, finalmente Konoha irá perecer junto com as outras Vilas Ninjas.

— As Vilas Ninjas? – Itachi murmurou perto do irmão que ainda tentava compreender a ideia do Sannin. Orochimaru mais parecia um louco falando daquele jeito. Não tinha como ele atacar Konoha e as outras Vilas.

            Se ele mobilizasse um grande contingente de shinobis, todas as vilas saberiam e teriam como se preparar. Um ataque daquele tamanho era praticamente impossível, ou menos foi o que os irmãos Uchiha’s pensavam ao ouvir o discurso da serpente.

— E como pretende fazer tal feito? Acha que deixei Konoha desprotegida? Não cometeria tal estupidez e... – Tsunade comentou achando absurda aquela ideia.

— Nada que um pouco de convencimento não seja capaz de mudar – comentou o ninja renegado e em seguida olhou para trás onde outra figura começava a aparecer no horizonte.

— Acho que ela se refere aos Uchiha’s e aos outros shinobis que ficaram em Konoha, certo Hokage? – a voz imponente de Yashiro surgiu e Fugaku arregalou os olhos ao vê-lo.

            Não! Não podia ser verdade! Ele havia escolhido ninjas excepcionais para vigiar Yashiro, não tinha como ele ter corrompido os seus companheiros e como se adivinhasse a pergunta que surgia na mente de Fugaku, Yashiro jogou na frente de todos alguns tecidos com o símbolo de diversos clãs de Konoha manchados de sangue. Fugaku não acreditava no que seus olhos lhe mostravam, olhou rapidamente para os outros clãs e viu a incredulidade em todos eles. De repente a confusão deu lugar a fúria e aproximou-se do Uchiha traidor, deixando os companheiros para trás, mas antes que o alcançasse, foi contido ao ver armas apontadas na sua direção. Ao lado de Yashiro havia surgido alguns ninjas do clã Uchiha, aqueles que Yashiro mais confiava.

— O quê? O que fez seu maldito? – bradou para Yashiro que permanecia inabalável.

— Eu apenas fiz o que precisava ser feito. O clã precisava se restaurar. E para nascer sem vícios é necessário eliminar todos os erros.

— O que isso quer dizer? O que pretendem, malditos? – Fugaku sentiu Itachi lhe puxar para trás, era perigoso ele estar na linha de frente daquela forma. Qualquer movimento e ele seria um alvo fácil.

— Contemplem – Orochimaru retomou a fala e apontou para as telas onde uma imagem se projetou. Ali era possível ver três ninjas muito parecidos de cabelos laranjas e com piercings no rosto, cada um no meio de uma vila diferente: Suna, a Vila Oculta da Areia, Iwagakure, a Vila Oculta da Pedra e por último havia Konoha, a Vila Oculta da Folha.

            Tsunade ao ver o rosto do shinobi que estava em Konoha, logo reconheceu como Pain, o shinobi que conseguiu matar Jiraya. Ela já havia entendido uma parte do plano de Orochimaru, se muitos shinobis poderiam chamar a atenção, infiltrar somente alguns shinobis parecia ser mais fácil e prático, principalmente se houvesse um traidor como Yashiro em todas as vilas. Mas mesmo que Pain fosse tão poderoso, não era possível que apenas um homem conseguisse acabar com Konoha ou outra grande vila ninja. Ou ao menos foi o que pensou antes de vê-lo desaparecer e reaparecer no ar. Ele conjurava um jutsu. E ela arregalou os olhos ao ver a posição de mãos que ele utilizava e o nome que era dito. Nunca imaginou que alguém seria capaz de realizar tal jutsu: Shinra tensei.

— Não pode ser... – Tsunade murmurou atônita enquanto via, impotente, o que acontecia à sua frente.

—*-

            Terminava de estender a roupa no varal. Olhou para o céu límpido e pensou no marido e nos filhos. Esperava que eles ficassem a salvo. Ouviu a nora chamar o seu nome e virou-se vendo Hana com Megumi nos braços. Sorriu ao ver a neta e aproximou-se das duas.

— Vieram me visitar? – Mikoto indagou pegando a bebê no colo que começou a rir.

— Na verdade, viemos convidá-la para dar uma volta pela cidade – Hana disse calmamente – O dia está lindo e não queria ficar presa em casa pensando em Itachi.

            Mikoto suspirou ao ouvir a ideia da mais nova. Hana tinha se casado com o seu primogênito e conseguiu se adaptar às tradições do clã, mas, às vezes, ela ainda mostrava os mesmos ares de rebeldia quando a conheceu. Sorriu com a recordação. Hana na época era uma Inuzuka e tinha um olhar feroz e determinado. E mesmo que por dentro fosse uma garota carinhosa e gentil, que se apaixonou perdidamente por seu filho, por fora ela conservava a seriedade, a força e independência do seu antigo clã. E, às vezes, isso era um problema.

— Sabe que as ordens foram que permanecêssemos no clã – comentou, recordando-se das palavras de Yashiro. Ele havia ficado responsável pela proteção de todos, e mesmo que não tivesse gostado da ideia do marido, iria respeitar a decisão dele.

— Ora, Yashiro! – bufou Hana, descontente – Aquele velho só pode estar louco, como assim pedir para não sairmos de casa? Se eles demorarem a voltar, quando nos encontrarem faremos parte da mobília da casa – disse e Mikoto riu com a comparação da nora.

— Concordo com você, mas ainda assim são as ordens. Ele disse que é mais fácil proteger a todos se souber onde todos os Uchiha’s estão – tentou convencer Hana.

— Eu realmente não confio nesse cara, Itachi concordaria comigo – comentou saudosa e Mikoto suspirou.

— Eu prefiro continuar aqui em casa, ainda tenho serviço para fazer – Mikoto falava enquanto entregava a neta para os braços da outra – Mas você pode ver Sakura, estranhei não a ter visto ao lado de Sasuke hoje.

— Eu também – comentou aninhando a filha no colo – Será que eles brigaram?

— Sasuke estava bem tranquilo, acho que não foi isso – refletiu antes de suspirar – Você poderia passar lá para ver como ela está e ainda conseguiria dar uma volta.

— Sim, tenho certeza que Sakura irá querer sair dos arredores do clã também – Hana disse gostando da ideia.

— Não pense que sou antiquada, Hana – Mikoto falou ao ver a nora se despedir de si. Ela pegou um lençol dentro da cesta e começou a estendê-lo no varal – Eu apenas fui criada de forma diferente. Regras para mim são tudo.

— Eu sei, Mikoto-sama – foi a vez de Hana suspirar. Não queria que a sogra ficasse chateada consigo. – É só que...

— Eu sei. – Mikoto a tranquilizou com um sorriso – Eu amo a minha família e estou contente que meus filhos conseguiram boas mulheres, que são diferentes de mim, que tem outra perspectiva de vida. Acho que isso pode trazer novas concepções e mudanças boas para o nosso clã.

            Hana somente sorriu com a declaração da mais velha e com um abraço caloroso, despediram-se. Agora restava a Hana encontrar Sakura.

—*-

            O dia havia sido mais tranquilo do que imaginava. Havia poucas pessoas no hospital e ao sair de lá aproveitou para ir até a floricultura dos Yamanaka, mas como pensara, sua amiga fora escalada para a missão. Suspirou e ao se despedir da mãe da amiga, resolveu visitar o monte dos Kages. Aquela era a melhor vista de toda a Konoha, era possível ver toda a Vila e ela queria gravar na sua mente aquela imagem. Respirou fundo, pensando em Sasuke. Volta e meia se via com ele rondando a sua mente, estava preocupada, mas ao mesmo tempo sentia-se leve, tinha certeza que ele retornaria.

            Fechou os olhos para aproveitar o calor e a sensação de paz que lhe tomava naquele momento. Olhou para o céu e franziu o cenho ao ver algo estranho, uma sombra destoava do azul. Forçou a vista ao ver algo brilhar no céu. O que era aquilo?

—*-

            Kushina havia acabado de conversar com os médicos de novo. Estava cansada das mesmas respostas sobre o seu marido. Ele está estável, pode acordar a qualquer momento, temos que aguardar. Se havia algo que ela fez durante esses dois anos, foi aguardar o retorno de Minato. Mas a cada dia que passava, aquelas respostas não pareciam mais suficientes para si. Quanto mais ela teria que suportar até que Minato acordasse? Depois diziam que ela não era paciente. Bufou descontente e observou o rosto sereno do marido.

            Haviam passado por muitas coisas desde que decidiram ficar juntos. Ele havia abandonado o seu clã para ficar com ela, uma mera estrangeira cujo clã havia sido dizimado. E mesmo com todos torcendo contra o relacionamento deles, mesmo que o ameaçassem por ficar com ela, Minato continuou firme na sua decisão. Ele lutou por ela e não desistiu do amor dos dois, mesmo quando ela não acreditava mais. Por um tempo ela pensou que seria mais fácil para os dois se seguissem vidas separados, mas se amavam tanto e Minato era tão insistente que ela não conseguiu ficar longe dele. E depois de tudo isso, quando tiveram Naruto, pensaram que iriam poder finalmente viver em paz. Mas a felicidade deles foi interrompida com o primeiro ataque a Konoha há dois anos. E agora ele estava em coma e era a vez dela insistir e ficar ao lado de Minato, sem se importar com as consequências, como ele fizera consigo uma vez.

— Naruto está lá fora, treinando para ficar forte – comentou ao se sentar na poltrona do lado do marido. Tinha o hábito de conversar com ele. Gostava de pensar que ele podia lhe ouvir – Ele está lutando Minato e é bom que você lute também! Ou que espécie de pai você seria? Tem que orgulhar o seu filho! – quando deu por si começou a brigar com o marido. Ela sentia muitas saudades dele. – Baka! Quando você acordar vai ter que se esforçar em dobro para compensar esses dois anos longe de mim!

            E em seguida virou o rosto para o lado para que não fosse possível ver as lágrimas que voltava a derramar. Odiava chorar e, mesmo que Minato não pudesse ver, sabia que ele não gostaria de vê-la chorando. Estava tão distraída e perdida em pensamentos que não notou o leve movimento feito pela mão de Minato, nem tão pouco quando ele abriu os olhos pela primeira vez em dois anos.

            Ele observou o local confuso e totalmente atordoado. Não sabia onde estava, mas sabia quem era a ruiva sentada ao seu lado, olhando pela janela com o olhar perdido. Instintivamente sorriu ao vê-la, não importava o que havia acontecido, pois ele finalmente voltara para casa, finalmente voltara para ela.

— K-Kushina... – a voz fraca murmurou com dificuldade, queria vê-la, olhar o rosto que tanto amava.

            Por um momento Kushina ficou tensa e pensou estar ficando louca, até que ouviu novamente alguém chamar o seu nome e ao virar-se colocou a mão no rosto para sufocar o grito ao vê-lo de olhos abertos, observando-a atentamente.

— Minato... – falou emocionada ao se aproximar. Porém, antes que algo mais pudesse ser dito, um enorme clarão tomou conta do lado de fora enquanto sentia tudo a sua volta tremer.

—*-

            Era como se assistissem a um filme de terror perante aqueles telões. Algo que não podia ser mensurado ou considerado real e talvez por causa disso todos estivessem com dificuldade de assimilar o que viam. Ninguém ousava se mexer e um silêncio sepulcral se fazia no local, até que uma risada ressoou.

— O que acharam da minha pequena demonstração de poder? – Orochimaru apontou para as imagens de Konoha, Suna e Iwagakure destruídas e riu ao ver o desespero se espalhar no rosto dos shinobis – Essas Vilas ninjas foram maculadas por mim e vocês foram as minhas testemunhas de tal feito. Em breve todo o mundo shinobi se curvará perante ao meu poder!

            O Raikage, que apenas ouvia a todo o discurso calado, franziu o cenho, não gostando da palavras proferidas.

— Orochimaru, não seja prepotente, não se esqueça que a Nuvem também estará ao seu lado. Sem o meu exército, você não seria nada! – falou de forma ríspida. Eles tinham um acordo e faria questão de relembrá-lo ao Sannin.

            O invocador das cobras arqueou uma sobrancelha, irritando-se levemente com a impertinência e interrupção do Raikage, mas logo sorriu diabolicamente. Talvez fosse melhor adiantar as coisas.

— Claro que não me esqueci de você, Raikage – e passou a língua pelos lábios – Você receberá o que merece.

            E ao finalizar as palavras, antes que o Líder da Nuvem pudesse se pronunciar novamente, sentiu uma espada atravessar o seu peito. Cuspiu sangue e olhou para trás apenas para ver que o seu algoz fora Uchiha Yashiro. A raiva subiu à sua cabeça e tentou acertar o patife, porém seus movimentos já estavam debilitados. Provavelmente a lâmina continha veneno paralisante.

— Orochimaru manda lembranças e agradece pelo exército – Yashiro sussurrou para o moribundo que arregala os olhos.

— Maldito... – o Raikage sente as pernas fraquejarem – Não pensem que... conseguirão destruir Kumogakure...

— Destruir? Quem falou em destruir? Eu apenas agilizei a minha posse como governante – Orochimaru sorri ladino – Com a sua morte perante um shinobi da Folha, será fácil conseguir convencer o conselho da traição e ajudar na indicação de um novo governante. Sempre foi muito fácil manipular você e culpar os shinobis de Konoha.

            O Raikage arregalou os olhos com o que fora dito e como se tudo fizesse sentido, amaldiçoou o Sannin e a sua cegueira por poder que o impediu de ver tudo com clareza. Olhou para Tsunade que ainda observava os telões que mostrava a destruição da sua vila e pediu por mais uma chance de fazer o que era certo. Tentou tirar a espada de dentro de si, mas Yashiro apenas a fincou ainda mais na carne, aumentando o ferimento e soube que estava acabado. Sorriu e com suas últimas forças exclamou um nome, “B”.

            Ninguém conseguia assimilar o que acontecia na sua frente, as imagens da vila eram repetidas e todos se mostravam atônitos para lidar com a morte do Raikage a sua frente. E Orochimaru sabia que isso aconteceria. Conhecia bem os laços que todos de Konoha possuíam, sabia que eles se provariam um alvo fácil se soubesse onde atacar. E ele não era chamado de Sannin das Cobras à toa, ele sempre sabia como dar o bote.

— Bom, depois desse triste ato de traição, acho que Kumogakure terá mais motivos para odiá-los – sorriu ao ver o desespero tomando conta de todos os ninjas presentes. – Mas para mostrar a minha benevolência irei deixar que cuidem dos mortos, só não sei se os meus companheiros terão a mesma benevolência – disse enquanto dava as costas para os ninjas que nem ao menos conseguiam se mover, ainda em choque.

            Yashiro acompanhou o Sannin, assim como Kabuto, mas antes de sairem do campo de batalha, Orochimaru voltou-se para Tsunade e com um sorriso doentio disse:

— Mas saibam, e avisem a todos, que está declarada a Quarta Grande Guerra Ninja!


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Notas finais do capítulo

Se você chegou até aqui, parabéns! Você sobreviveu ao ataque do Pain! rsrs O que não significa que todos em Konoha tiveram a mesma sorte XD No próximo vocês verão quem sobreviveu, quem não e quem sabe verão outros personagens morrer hehe Não sou nenhum George Martin, mas mortes virão e de alguns personagens importantes, acreditem quando digo que o meu coração está doendo aqui desde já XD
Mas além disso, muita coisa aconteceu nesse capítulo, não é mesmo?
Vamos começar com o nosso casal favorito. E a pergunta que não quer calar... como foi o hentai? Sei que algumas pessoas queriam um hentai logo depois da declaração do Sasuke, mas pensa no choque da Sakura de saber que poderia ser livre, algo que ela sempre quis, de uma hora para outra? Não tinha como! E isso nos levou à cena da despedida do Idate e da Sakura, onde ela finalmente foi sincera! E também teve a confusão/aceitação do Sasuke com o que viu até a explosão dos sentimentos dos dois que os levaram até a cena esperada XD
E eu tenho que deixar bem claro... Gente, foi a primeira vez que escrevi um hentai e sei que não foi aquele de tirar o fôlego, mas eu pensei e pensei e achei que depois de tudo o que Sakura passou, ela merecia algo mais romântico e calmo (sei que a primeira vez muitas vezes não é boa, mas um pouco de ficção às vezes ajuda mas eu também não fiz a cena totalmente fantasiosa com a menina fazendo mil posições na primeira vez e tendo mil orgasmos pois seria totalmente fora de contexto), até porque o Sasuke também era virgem e preferi optar por algo que falasse mais dos sentimentos dos dois e tentei passar isso nessa cena por meio de metáforas e bom, eu achei bem bonita, confesso... mas quero ouvir de vocês... o que acharam?
Por fim, tivemos o campo de batalha. Orochimaru surpreendeu a todos e levou os shinobis para uma armadilha. O objetivo do Sannin não é apenas fazer acontecer uma guerra ninja, ele quer aparecer, mostrar o seu poder como um verdadeiro megalomaníaco e por isso ele precisava de testemunhas e de um espetáculo, algo que ninguém imaginava.
E falando em ninguém imaginar... sei que muitos não gostavam do Yashiro, mas imaginavam que ele poderia cometer tamanha traição com o clã? ^^ Coloquei nele várias referências de Madara e espero que tenham captado.
Por último eu devo citar... Minato que resolveu acordar na pior, ou seria melhor, hora! hahaha Mas o que vocês acham que vai acontecer? Quem vai morrer? Quem vai viver?
Essas perguntas serão respondidas no próximo episódio! XD

beijos e até a próxima!