Reparação escrita por Luhni


Capítulo 24
Suzuki Takashi


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Desculpa a demora, mas aqui está o capítulo!
Muito obrigada a todos que vem comentando na fic, e por gostarem tanto dela e sempre puxarem a minha orelha quando eu demoro ;D Esse final de ano sempre é complicado para mim e como eu queria colocar a cena do prólogo nesse eu acabei me estendendo mais em postar. Mas, infelizmente a cena ainda não chegou x.x
O capítulo ficou grande demais, então resolvi postar logo essa parte e deixar a tão esperada cena para o próximo. Espero que entendam, pois esses acontecimentos são muito importantes para o que está por vir.
Bom, nos falamos mais nas notas finais.

Boa leitura!



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Seu coração batia descompassado e seus orbes arregalados denunciavam todo o seu nervosismo, mesmo que ele não pudesse ver, pois estava de costas para si. Ela abriu a boca diversas vezes para questioná-lo, para brigar, ou simplesmente falar a primeira coisa que viesse a mente, mas a única coisa que conseguia era puxar o ar com força para dentro dos pulmões e continuar estática, encarando as costas de Sasuke que continuava a movimentar-se pela casa, totalmente alheio ao seu estado perplexo. Mas de que outro jeito ela podia estar? Ele havia a beijado! Ela! Haruno Sakura! Aquilo devia ser um sonho, não, um sonho não, mas algo estranho e diferente da realidade.

— Vai ficar parada aí até quando? – ouviu a voz dele trazê-la para a realidade e viu que não era mais Takashi ali, mas Sasuke.

— Eu… – pigarreou antes de voltar a falar – ...porque fez aquilo? – e forçou-se a não desviar os olhos dos dele.

— Precisava passar credibilidade – foi a resposta seca dele e ela franziu o cenho.

— O quê? – indagou com raiva, não acreditava que ele havia a usado daquela forma! Ele nem ao menos levou em consideração o que aquilo poderia significar para ela?

— O que foi Sakura? Essa é uma missão de espionagem, seu papel é de esposa, você sabia que isso aconteceria – Sasuke notou a irritação da rosada e não pode deixar de se ater a algo importante. Sorriu debochado ao se aproximar e falou – Não vai me dizer que esse foi o seu primeiro beijo? – alfinetou, mas não estava preparado para ouvir as palavras seguintes:

— Claro que não Sasuke, apenas fiquei surpresa com o beijo – e sorriu de forma superior ao ver a forma como ele arregalou os olhos, ela não iria deixar que ele saísse por cima – Mas não se preocupe, da próxima vez eu mostro como se faz para você – e piscou antes de sair de perto dele e entrou em um dos cômodos da casa, que ela descobriu ser o quarto de casal.

Assim que ficou sozinha sentiu as faces esquentarem e quis se enterrar por ter dito algo daquele tipo. “Da próxima vez eu mostro como se faz para você”.  O que ela estava pensando? Por que ela não conseguiu ficar de boca calada? Claro, não queria que Sasuke ficasse se gabando por ter roubado o seu primeiro beijo, apesar deste ter sido com ele. Não fora ali e Sasuke nem ao menos se recordava disso, pois pensava que ela era Sayumi, mas fora com ele de qualquer jeito. Bufou descontente, antes de colocar as mãos no rosto. Bom, se ele não lembrava, não seria ela a falar, iria manter aquela pequena mentira, afinal, que mal faria? Sorriu ao lembrar-se da cara dele quando afirmara, de forma indireta, que já tinha beijado alguém.

Era bom ele saber que ela não era uma garotinha boba como ele pensava, mas tinha que admitir que ele beijava bem, tão bem quanto Idate… Novamente seu rosto ficou vermelho ao perceber que estava comparando os dois beijos e odiou-se por isso. Não era hora de pensar nisso, até porque o caso de Idate era totalmente diferente do de Sasuke e....

— Ah! – jogou-se na cama, colocando o travesseiro no rosto – Por que não paro de pensar nisso? – disse para si e internamente soube que seria difícil conviver com ele – Conviver?

Levantou-se ao perceber que estaria sozinha com Sasuke e que, provavelmente, teriam que dividir a cama, já que só havia um quarto na casa. Respirou fundo, ela não precisava se preocupar com isso, ele não iria querer dividir a cama com ela, nunca quis. Provavelmente, ele iria dormir na sala, ou talvez ela. O problema maior seria ter que fingir ser um casal apaixonado na frente dos outros. Isso exigiria demonstrações de afeto e ela não se achava preparada para isso, mesmo tendo falado o contrário para ele. Sentiu-se idiota mais uma vez por ter dito aquilo e questionou-se o que faria.

—*-

Já era hora do jantar e nenhum dos dois falava sobre nada. Comiam em um profundo silêncio. Um profundo silêncio opressor completou em pensamento Sakura, mas não ousou falar nada, afinal não queria piorar as coisas, mesmo não entendendo o motivo de ele estar daquela forma, não falara nada de mais, era para ela se sentir humilhada e irritada pela forma como ele falara. Revirou os olhos com o pensamento, o que estava pensando? Era o Sasuke bem ali na sua frente, então não era preciso que tivesse feito algo para que ele lhe tratasse de forma fria.

Cada um foi para um lado após o jantar e todas as preocupações de Sakura foram levadas embora ao ver o Uchiha sair da casa, tarde da noite. Ele lhe informara que iria colher informações e ela deveria ficar no seu canto. Foi frio e direto e ela não pode negar que suspirou aliviada ao ver que não teria que dormir junto com ele, pelo menos naquela noite.

Sasuke mantinha-se nas sombras enquanto analisava as ruas da cidade. Alguns caminhos eram iluminados e era possível ouvir o som de música e dos transeuntes que andavam por entre as barracas de comida e que vendiam diversas bugigangas. Ele não tinha ideia de onde começar a procurar por pistas de Kabuto e como não conhecia nada da cidade, preferiu observar de longe toda a movimentação. Talvez fosse mais fácil se levasse Sakura para lá, enquanto se misturavam entre os demais casais, mas no momento ele estava irritado demais para permanecer ao lado da rosada. E isso apenas o chateava ainda mais por não entender a si mesmo.

Por que ele estava chateado por algo tão bobo que Sakura havia dito? Ele nem ao menos deveria se importar com aquilo. Sakura desde cedo demonstrou ser muito independente e diferente das demais mulheres do clã Uchiha ou Haruno, então o fato dela já ter beijado não deveria significar muita coisa, talvez até fosse o esperado de alguém tão curiosa e ousada quanto ela. Mas se sabia disso, por qual motivo se irritara? Não pode deixar de se perguntar quem fora o primeiro beijo dela. Talvez tivesse sido até Idate, já que o rapaz demonstrava interesse na rosada, como se recordou. Cerrou os punhos com força, com a perspectiva de que, talvez, ela tenha o traído depois de se casarem, somente para debochar de si.

Balançou a cabeça para afastar tais pensamentos, estava sendo irracional e precipitado, assim como aconteceu quando Kabuto o instigou contra a rosada. Sakura não teria coragem de fazer algo desse tipo consigo. Não porque ela não quisesse, mas porque a índole dela não permitiria. Além disso, lembrou-se da conversa que ela teve com ele no hospital antes de saírem de Konoha, ela não parecia gostar dele de forma romântica. E ela era muito fiel aos seus sentimentos, não ficaria com alguém se não fosse de seu desejo, mas, e se estivesse errado e ela estivesse começando a gostar do tal do Idate? Acertou uma árvore perto de si com força e rangeu os dentes por continuar com aqueles pensamentos. Aquilo não era importante.

— Tenho que esquecer isso – murmurou para si, determinado a focar-se apenas na missão.

—*-

Estranho. Essa era a palavra que mais reverberava pela mente de Sakura durante aqueles dias. Esse comportamento de Sasuke era estranho, não tinha como negar. Aquela estadia na Vila da Cachoeira também era estranha, mas, principalmente, o fato de olhar para ele daquela forma era estranho.

Já havia se passado uma semana desde que chegaram aos portões da vila, sete longos dias e totalmente estranhos. Se no primeiro dia ficara irritada pelo fato de Sasuke tê-la beijado apenas para passar credibilidade, conforme ele dissera. No segundo dia Sasuke a ignorara completamente durante boa parte da manhã. Ele não falava consigo, nem ao menos lhe encarava, perdido em pensamentos. Ela não saíra de casa e não fez nada a não ser cozinhar e arrumar algumas pequenas coisas, até que Sasuke resolveu sair sob a identidade de Takashi. Quando ele voltara, ainda usando o henge, ele a convidou para comerem algo fora de casa. E é claro que ela desconfiou, mas como era Takashi na sua frente não teve como negar, afinal isso tudo deveria ser uma forma de dar início a missão.

No entanto, mais estranho ainda foi interagir com Takashi nos dias seguintes. Sim, Takashi, pois ela não conseguia ver Sasuke naquela forma, pelo menos não completamente. Era como se fossem duas pessoas distintas. O Uchiha era frio, sério e distante, enquanto que o outro era mais leve, sorria com mais frequência, e mesmo que não fossem os sorrisos luminosos de Naruto, ainda sim eram calorosos, além disso Takashi sempre a tocava, andavam de mãos dadas, ou a puxava pela cintura.

E ela, por mais que gostasse da presença do Suzuki, é claro, que sempre ficava tensa nessas horas. Não estava acostumada a ser tão próxima de um homem, mesmo que esse homem fosse o seu marido. Ou, talvez, justamente por, no fundo, saber que era Sasuke ali que ela não conseguisse relaxar. Era estranho ver o moreno agir de forma tão cálida e era difícil para ela não se lembrar do Tsukoyomi e da sua experiência com o jutsu.

A mente de Sakura era uma confusão nesses momentos. Ela via Sasuke como duas pessoas diferentes. Quando estava com Takashi, era reconfortante, como se tivesse a certeza que estava segura ao seu lado. Porém, ele ainda era desconhecido e as aproximações a faziam recuar e lembrar-se que quem estava ao seu lado era Sasuke. E estar com Sasuke a deixava sempre em alerta, a sensação de que estava pisando em ovos era constante e ela preferia esquivar-se de qualquer contato mais profundo com ele.   

Sasuke notava o nervosismo da rosada toda vez que se aproximava, por causa disso ele sempre sussurrava em seu ouvido para que ela se acalmasse, ou então iria estragar o disfarce. Mas era praticamente impossível e a garota parecia cada vez mais nervosa. Por um momento sentiu-se mal com aquilo. Ele era tão desprezível e amedrontador que ela não conseguia relaxar ao seu lado? Sasuke, então, se viu forçado a mudar de tática. Pois se ele não se aproximasse de Sakura, ela nunca conseguiria realizar aquela missão de fingirem ser um casal, quando estava claro que ela o temia, e arruinaria todos os seus planos.

E foi assim que o Uchiha passou a agir de forma mais estranha na concepção de Sakura. Quando não estava disfarçado de Takashi, ele ficava dentro de casa, ao seu lado, geralmente ambos ficavam em silêncio, por não saberem ao certo o que falar, mas aquilo não soava forçado, como no primeiro dia naquele lugar. Ao contrário, era como se eles estivessem se acostumando com a companhia um do outro e aquilo, de certa forma, era até reconfortante. Recordava-se que dias antes de saírem de Konoha ele agia do mesmo modo e tranquilizou-se, até ouvir o pedido inusitado do moreno.

— O que disse? – indagou piscando os olhos para absorver melhor as palavras de Sasuke, que bufou já um pouco irritado por ter que se repetir.

— Quer treinar comigo?

“Certo... isso, sem dúvidas, é estranho” pensou Sakura encarando o semblante sério dele. Esperava que fosse alguma pegadinha e até olhou sobre o ombro do Uchiha para ver se não tinha outra pessoa atrás dele, porém não havia mais ninguém. Voltou a encarar o rapaz que parecia se controlar para não brigar consigo, ele realmente estava mais calmo nestes últimos dias também. Mesmo assim, não conseguia acreditar no que ele falava. Há pouco tempo ele havia deixado claro que ela não era uma kunoichi e agora ele a chamava para treinar? Era no mínimo suspeita essa situação.

— Por que você quer treinar comigo? – indagou desconfiada e ele revirou os olhos, impaciente.

— Não tenho muitas alternativas aqui – disse o óbvio e ela franziu o cenho – Escuta Sakura, não sei o que esperar dessa missão, então não posso me dar ao luxo de ficar sem treinar e você tem algum conhecimento em combate – tentou se explicar melhor e Sakura sorriu de forma forçada.

No fundo, sentia-se decepcionada por esse ser o único motivo dele lhe chamar para treinar. Simplesmente ele não tinha mais ninguém para desempenhar esse papel, e ela estava ali de forma muito conveniente. Teve vontade de negar. Quis negar porque não acreditava em Sasuke e naquele ato repentino, e porque uma parte sua queria irritá-lo, tanto quanto ele estava a irritando ao agir de forma tão desdenhosa para com seus sentimentos durante aquela missão. Entretanto, o que saiu da sua boca foi uma resposta totalmente diferente:

— Tudo bem, eu só vou trocar de roupa – murmurou, virando-se em direção ao quarto e deixando o rapaz sozinho na sala da casa.

Passou a mão no rosto sem acreditar que concordara realmente aquilo. Mas o que mais poderia fazer, senão aceitar? Preferia evitar um desentendimento com Sasuke, isso só prejudicaria ainda mais o andamento daquela missão, já que eles, como casal, iam de mal a pior. E pensar nisso os olhares desconfiados dos moradores, que nem ao menos conversavam consigo ou com Sasuke, vieram a sua mente. No entanto, o que mais pesou em sua decisão foi o fato de que ela também queria treinar. Fazia muito tempo desde a última vez que conseguira fazer isso e sentia falta dos treinamentos. No final, achou melhor acatar o pedido e ver o que aconteceria em seguida, sem preocupar-se com mais nada.

—*-

Ofegava pelo esforço, Sasuke realmente levava a sério o treinamento e não a poupava de jeito nenhum, os golpes eram fortes e certeiros, porém ela conseguia esquivar-se da maioria deles e, quando não conseguia esquivar-se, defendia com habilidade. Um lado seu achava que ele estava descontando a raiva nela, sorriu ao pensar que ela poderia fazer a mesma coisa com ele e correu em direção ao Uchiha, pronta para desferir um soco potente no rosto dele.

Sasuke abaixou-se rapidamente, sentindo o ar ficar mais denso perto de si devido a força que Sakura usava naquele golpe. Franziu o cenho, e levantou a perna, chutando-a para longe de si. Olhou para trás e pode ver o estrago que o soco da esposa fez na árvore, se fosse ele ali tinha certeza que teria alguns ossos do rosto quebrado.

— Está tentando me matar? – indagou sério à rosada que apenas sorria, dando de ombros.

— Não acho que seria tão fácil assim – respondeu e ele não soube dizer se ela estava sendo irônica ou o elogiando – Não se distraía, Sasuke-kun! – ela disse antes de voltar a correr até si.

            Ele arregalou minimamente os olhos pela velocidade dela, mas o que o mais o surpreendeu foi o sufixo usado em seu nome. Há quanto tempo ela não o chamava dessa forma? Bloqueou o ataque e revidou, mas a rosada sumiu em uma nuvem de fumaça.

— Kawamiri no jutsu? – olhou ao redor da densa floresta onde estavam e ativou o sharingan – Isso não é um teste com o seu pai, Sakura! – informou, tentando detectar a rosada – Não vai funcionar! – e em seguida lançou uma kunai na direção que havia visto um vulto.

Não ouviu mais nenhum movimento, então pensou ter acertado a rosada. Desativou o sharingan e andou até onde ela estava, encontrando-a escorada em uma árvore com a kunai fincada no braço.

— Vamos, não é algo tão sério assim – disse esticando a mão para a garota que foi substituída por um tronco com um papel bomba – O quê? – disse antes de saltar para longe e escapar da explosão.

Foi atingido de raspão por alguns fragmentos da explosão, mas nada realmente sério, apenas arranhões. O que doía realmente era o seu orgulho por ter caído naquele truque velho, truque que ele mesmo havia ensinado a ela anos atrás.

— Peguei você, Sasuke-kun! – ouviu a risada de Sakura bem acima da sua cabeça e sua raiva multiplicou-se ao ver que ela debochava dele. Bufou descontente e viu quando ela desceu da árvore, parando na sua frente, ainda mostrando um sorriso presunçoso – Eu acho que gan…

            Foi interrompida ao ouvir o som de algo se partindo e em seguida várias linhas de chakra vieram de todas as direções, prendendo-a fortemente. Sem conseguir controlar seus movimentos, caiu na frente de Sasuke que tinha uma kunai em mãos.

— O que dizia? – indagou com um sorriso de canto e foi a vez de Sakura bufar irritada.

— Mas como? – perguntou enquanto se remexia para tentar se livrar da amarra, mas percebeu ser inútil ao ver o chakra de Sasuke emanar pela linha.

— Sempre tenha um plano B, Sakura – foi a única coisa que disse ante de se levantar e cortar as linhas que prendiam a rosada. – Você não é única que sabe fazer armadilhas – sussurrou para a rosada que sentiu o rosto corar com a proximidade do Uchiha.

Afastou-se rapidamente e viu o sorriso vitorioso dele, revirou os olhos e tratou de usar o chakra para fechar a ferida que ele fizera com a kunai. Sasuke não parecia se importar de ela usar o ninjutsu médico e assim que terminou foi para o lado dele.

— Acho que podemos voltar agora – ele disse, mas Sakura nada falou, apenas aproximou-se mais e foi a vez dele sentir-se um pouco nervoso por tê-la tão perto, mesmo sem compreender o motivo.

— Deixa eu cuidar disso primeiro – disse olhando para alguns machucados. Sasuke nada falou, então ela entendeu como uma permissão e começou a emitir o chakra verde.

Sasuke fechou os por um momento ao sentir o chakra de Sakura fluir pelo seu corpo e questionou-se se ele sempre foi tão quente e acolhedor. Sabia que, de certa forma, o chakra emitia a mesma energia do dono e o de Sakura era tão aconchegante que ele quis manter aquele contato por mais tempo. Abriu os olhos com o pensamento e observou a garota concentrada no trabalho de curá-lo.  Quando ela terminou, afastou-se dele, e ao notar que ele a olhava ficou desconfortável novamente.

— Terminei – disse o óbvio apenas para falar algo. Sasuke aquiesceu e virou-se para voltar para casa, sendo seguido por Sakura.

            Ao chegarem na pequena residência, Sakura suspirou feliz, estava cansada do treinamento e queria tomar um bom banho e comer algo gostoso. Sem falar nada para o moreno foi primeiro para o banheiro e ao sair deparou-se com Sasuke somente de calças no corredor. Sentiu o rosto esquentar ao vê-lo analisar a roupa que usava, sem entender o motivo daquilo, afinal usava uma roupa leve, um short e uma blusa de moletom.

— Algum problema, Sasuke? – indagou e viu ele franzir o cenho levemente. Ela voltara a lhe chamar sem o sufixo e aquilo de certa forma o incomodou.

— Vista alguma coisa melhor. Iremos sair – foram as únicas palavras dele antes de se trancar no banheiro e deixar Sakura sozinha, e confusa, no corredor.

—*-

            Andava de mãos dadas com Takashi, as pessoas olhavam para eles e ela não podia evitar ficar um pouco tímida no meio de tanta gente. Já havia percebido que as pessoas da Vila da Cachoeira eram desconfiadas e sempre os observavam demais quando saiam, provavelmente analisando o novo casal que ali se instalara. E aquilo enervava Sakura, pois ela sabia que eles não deviam passar muita confiança como casal. Olhou de esguelha para Takashi que não parecia nem um pouco incomodado com os outros moradores e perguntou-se como Sasuke conseguia fingir tão bem.

            Ao sentir o olhar da esposa sobre si, abriu um sorriso para ela que corou e virou o rosto para o outro lado. Por que ele fazia essas coisas? Por que ele não parecia o Sasuke que conhecia quando estava naquela forma?

— O que acha de comermos aqui? – Takashi perguntou à Sakura que apenas aquiesceu ainda rubra. Ela tinha que parar de agir como se não o conhecesse, ele era o Sasuke! Takashi não existia! Mas era cada vez mais difícil para ela afirmar isso para si e ela não entendia o porquê.

            Entraram no restaurante juntos e Takashi pediu uma mesa para dois, ele segurou a cadeira para que ela sentasse primeiro e depois se acomodou no assento a sua frente. Ele lhe encarava de forma fixa e ela continuava envergonhada. Comeram em silêncio, às vezes falava algo sobre a comida e Takashi era gentil o suficiente para lhe responder, diferente de Sasuke que, provavelmente, a deixaria falando sozinha. Novamente estava comparando os dois. E o pior era que um nem existia para poder fazer esse tipo de comparação, revirou os olhos com o pensamento, chamando a atenção do companheiro.

— Algum problema? – e encarou a rosada que negou com a cabeça e em seguida sorriu – Pensei que iria estar mais relaxada agora – ele murmurou, mas ela foi capaz de ouvir.

— Estou apenas cansada – desculpou-se e ela continuava sem entender as suas próprias atitudes. Ela não precisava se justificar para ele – O dia foi muito agitado – e sorriu, algo que foi prontamente correspondido.

— Eu tinha pensado em darmos uma volta na cidade antes de voltarmos para casa, mas…

— Não! Podemos ir! – interrompeu rapidamente e logo se arrependeu ao se dar conta que falava com Sasuke ali. Estava confundindo tudo, de novo!

— Certo - Takashi sorriu e em seguida ele aproximou-se dela. “Perto demais!” um alerta soou na cabeça de Sakura ao vê-lo a milímetros na sua frente e teve que se controlar para não recuar – Preste atenção no caminho, estaremos sendo seguidos por dois ninjas – ele sussurrou em seu ouvido e Sakura arregalou os olhos com o que fora revelado, mas antes que pudesse ter alguma reação teve seus lábios arrebatados pelos de Takashi.

O beijo foi breve, mas foi o suficiente para que Sakura corasse. Era a segunda vez que ele fazia isso sem a avisar e nem podia reclamar dessa vez, pois sabia que isso viria a acontecer mais cedo, ou mais tarde. Sorriu sem graça, sem precisar fingir, e levantou-se, sendo seguida por Takashi que a puxou para perto de si ao colocar o braço em sua cintura.

            Saíram do restaurante como um casal apaixonado, seguiam pelas ruas até chegarem em um pequeno festival que acontecia na cidade. Havia muita gente por ali, barracas de comida e de jogos estavam espalhadas pelo local e a música alta animava ainda mais todos que por ali passavam. Sakura tentava se concentrar na missão, mas ela nem ao menos tinha percebido alguém no seu encalce, então estava à mercê de Sasuke e do que ele estava planejando, pois era óbvio que não poderiam começar uma luta onde estavam.

— Takashi-kun… – chamou a atenção do moreno que a encarou de esguelha. Ele estava sério, sem nenhum traço da expressão calma e gentil que ela se habituara a ver – ...quem está nos seguindo?

            Ele ficou em silêncio por um momento e continuou a andar com ela. Já pensava que ele não fosse mais lhe responder, quando ouviu as palavras murmuradas dele:

— A Vila da Cachoeira não é uma potência no mundo shinobi, mas isso não significa que não tenham ninjas.

— E por que estão atrás de nós?

— Investigação. Acho que precisamos ser mais convincentes se quisermos continuar com essa missão – e sorriu ternamente, como se estivesse falando de algo banal e não sobre o fato de que estavam a um passo de serem descobertos.

— O que faremos? – Sakura sussurrou enquanto fingia observar uma barraca com alguns colares.

— Teremos um encontro – Takashi disse no ouvido da rosada e foi inevitável não ficar tensa com aquilo. O que isso significava? – Quer algum, Sakura-chan? – mudou de assunto e Sakura corou, anuindo. Ele estava fazendo a parte dele, então ela tinha que entrar no personagem, caso contrário estariam com problemas.

Começou a ver os colares de forma desinteressada, na verdade sua mente estava longe, estava preocupada com tudo o que estava acontecendo. Se em uma semana haviam chamado a atenção de shinobis era porque estavam suspeitando deles e ela nem sabia se Sasuke já tinha conseguido alguma pista sobre Kabuto. Cerrou os punhos, estava sendo uma inútil ali, Sasuke estava fazendo todo o trabalho da missão e ela não conseguia nem ao menos fingir direito.

Takashi colocou um colar na sua frente, o que chamou a sua atenção e o encarou confusa.

— Esse combina com você – foi o que o Suzuki disse para a surpresa de Sakura que pegou o colar, analisando-o.

Era um lindo colar que tinha a forma de uma flor de sakura, no tom rosado dos seus cabelos e no centro da flor havia uma pequena pedra verde. Estreitou os olhos, aquilo não poderia ser de verdade, não é?

— Gostou? – ouviu a pergunta de Takashi e voltou a encará-lo. Ele parecia tranquilo e achou que devia estar exagerando. Sasuke não daria a ela uma joia, era apenas uma bijuteria, não chegava aos pés do colar que Sayumi ganhou na noite de noivado, mas, mesmo assim, a peça parecia combinar perfeitamente consigo… voltou a encarar o delicado e simples colar e sorriu de forma sincera:

— Eu adorei.

Ele pagou o colar e fez questão de colocar no pescoço de Sakura que ficou envergonhada ao ver o olhar da vendedora neles e como ela elogiava Takashi e dizia o quanto ela era sortuda por ser sua esposa. Saíram da loja e continuaram andando pelo festival, sempre juntos, e ela não soube dizer se era pelo fato de que Sasuke parecia mais agradável nos últimos dias, convidando-a até para treinar, ou se era pelo fato de que vinha aceitando a presença de Takashi cada vez mais, ou ainda porque queria contribuir para o andamento da missão, mas ela conseguiu se sentir mais relaxada e agir de forma mais leve.

Sasuke notou de imediato a mudança de comportamento de Sakura e sorriu ao ver que havia dado certo. Finalmente ela parecia aceitar a sua presença, parecia que havia entendido que ele não tentaria machucá-la. Sentiu-se confuso com o último pensamento e por ter gostado de ver Sakura mais leve, porém aquela não era a hora de pensar nisso. Apesar de aparentar calma, estava atento a tudo ao seu redor. Sabia que desde que chegaram à vila estavam sendo observados, mas já fazia uma semana que estavam lá.

Os shinobis da Vila da Cachoeira não eram os melhores ninjas, tanto que foi fácil despistá-los com um genjutsu quando saíram para treinar, mas sabia que era melhor acabar com qualquer suspeita o mais rápido possível, assim poderia voltar a investigar nas redondezas sobre Kabuto. Já estava cansado dessa investigação estar caminhando a passos de tartaruga devido os moradores nem ao menos terem vontade de conversar consigo. Foi então que ele teve a ideia de treinar com Sakura. Sabia que ela não negaria e sabia que durante o treinamento seria a melhor forma de se aproximar dela sem que, ambos os lados, hesitassem.

Ele só não esperava que estragasse tudo no final, mas nem ele próprio entendeu o motivo de ter ficado encarando-a por tanto tempo. Pensamentos tortuosos soltavam de sua mente e apenas lhe pareceu certo olhá-la enquanto o curava, ele estava apreciando a companhia dela, algo totalmente novo para si que estava acostumado a rejeitá-la em todos os momentos.

Levou Sakura até uma barraca de jogo e logo ela pediu para tentar. O jogo era bobo e simples, bastava mirar e acertar todos os alvos para ganhar o prêmio. Ela pegou algumas bolas e jogou quase todas para fora do alvo. Ele sabia que fazia de propósito, se usasse suas habilidades ninjas seriam desmascarados. Sorriu de canto ao ver a cara de decepção dela e pagou por mais uma rodada.

— Takashi-kun? – ela indagou ao vê-lo sério, observando os alvos.

— Escolha logo o seu prêmio, Sakura – falou e sorriu de forma superior, como ele próprio faria se não estivesse disfarçado, antes de começar a atirar as bolas.

            Mirava de forma imprecisa e errou algumas vezes para despistar, mas no final foi o suficiente para que ganhasse um prêmio. Sakura estava de boca aberta, totalmente surpresa, apesar de não compreender o porquê daquele espanto, era óbvio que ganharia aquilo. Mas foi somente o vendedor dizer para escolher o que quisesse que ela voltou a se animar e escolheu uma pelúcia que lhe lembrava muito Pakkun, o cão rastreador do seu ex-sensei, Kakashi.

— Obrigada – ela murmurou ao seu lado enquanto abraçava a pelúcia. Parecia uma criança que acabava de ganhar um presente.

— É só uma pelúcia – comentou, sem entender.

— Faz muito tempo desde que ganhei algo e só hoje eu ganhei três coisas – falou baixinho, sem se dar conta das palavras que comentara.

— Três? – indagou e foi o suficiente para Sakura arregalar os olhos ao perceber que falara demais. Mas ele manteve o olhar na garota, que não viu alternativa a não ser se explicar:

— O colar, a pelúcia e… o treino – e sorriu agradecida para a surpresa de Sasuke.

— Você é realmente uma criança – foi a sua resposta e Sakura inflou as bochechas para discordar dele, que apenas riu baixinho ao ver a careta da rosada – Vamos, temos que cansar alguns shinobis – e a puxou para olhar o restante do festival.

—*-

            Já era tarde quando voltaram para casa. O clima estava ameno e os dois pareciam tranquilos e felizes. Riam baixinho de algo que Sakura falara, enquanto andavam de mãos de dadas, o resto do passeio havia sido uma agradável surpresa ao ver que ambos estavam se divertindo na companhia do outro, e se divertiram tanto que em algum momento aquilo parecia ter se tornado verdade. Mas logo tudo pareceu mudar ao chegarem ao portão de casa.

Era como se a realidade tivesse os atingido. Aquilo era tudo fingimento, somente fingimento. No final do dia eram apenas Sakura e Sasuke ali. E eles não se davam bem. Não se suportavam e carregavam cicatrizes diferentes e objetivos diferentes. Ela queria liberdade e ele queria vingança.

            Sakura sorriu ternamente ao se dar conta disso. Afastou-se de Sasuke e com um breve aceno se recolheu ao ver o Uchiha voltar a sua aparência normal. Ela não podia se deixar levar pelo o que sentia, algo que ela nem sabia ao certo definir, quando estava com Takashi, afinal ele não era real.

            Sasuke apenas a observou sair das suas vistas e em seguida deu meia volta. Ele não percebera mais nada enquanto estava com Sakura e isso o levava a crer que, talvez, não fossem mais tão suspeitos e ele devia aproveitar essa chance para conseguir pistas sobre o paradeiro de Kabuto. Essa era a missão que não podia ser esquecida. Todo o resto devia ser deixado de lado. E foi com esse pensamento que saiu da casa novamente como Takashi.

—*-

Conversava com alguns vizinhos de forma animada. Perguntava sobre coisas banais, mas que seriam importantes para recém-chegados saberem, como onde poderia encontrar comida mais em conta ou onde teria alguma loja com determinados produtos para casa. Era uma forma de se enturmar e estava funcionando, as duas mulheres com quem conversava pareciam mais abertas a falar sobre o vilarejo e como tudo funcionava por ali, diferente de uns dias atrás.

— Você tem que ir até o centro, a loja do Koichiro-san tem tudo que você possa imaginar – a mais nova das senhoras comentava.

— Não seja boba, se ela for até o Koichiro-san ela vai enfrentar uma fila enorme! – a mais velha entre as três retrucou, irritada – Ela tem que ir até a mercearia do Soejiro! Não é muito frequentada, tem muitos produtos e os preços são acessíveis – determinou e a primeira mulher revirou os olhos com o que fora dito. Sakura prendeu o riso, aquelas duas eram engraçadas juntas.

— E você quer que ela vire alvo de fofoca? Você sabe que o Soejiro é o maior fofoqueiro daqui. A moça acabou de chegar e já vai virar notícia! – reclamou.

— Como se ela já não fosse! – a idosa bradou e Sakura arregalou os olhos.

— Como assim? – estava um pouco surpresa com o que fora dito.

— Desculpe querida, mas como temos poucos estrangeiros por aqui, qualquer um vira novidade e isso se espalha rapidamente – explicou a idosa.

— Eu realmente percebi todos me olhando por aqui, pensei que tivesse feito algo errado – comentou timidamente e as duas trataram de justificar-se.

— Muita coisa tem acontecido na Vila. Alguns shinobis, agora, sempre passam por aqui e como não temos muitos ninjas, ficamos apreensivos com o que isso possa significar. – disse a mais nova, ajeitando as madeixas negras, nervosa, mesmo que não houvesse nada para ajeitar no penteado.

— Muitos ninjas? – Sakura tornou a perguntar.

— Sim, eles ficam na Vila por alguns dias e depois se vão. Não sabemos se estão em missão ou não, mas achamos estranho. – a idosa respondeu, franzindo o cenho.

— Eles são de vilas conhecidas? Vocês poderiam perguntar para os Kages deles.

— Isso seria perigoso e até agora não nos fizeram nada de mais. – a outra mulher rapidamente respondeu. Ela parecia a mais sensata das duas, talvez por ser mais nova e temer as consequências, diferente da idosa que parecia disposta a entrar em uma luta a qualquer momento. – Preferimos apenas nos certificar que não farão nenhum mal a nenhum morador daqui.

— Entendi. E isso tem acontecido muito ultimamente?

— Sim, faz algumas semanas. – a idosa disse descontente e Sakura sorriu para elas, para tranquilizá-las. Porém, não pode deixar de pensar que aquilo definitivamente era interessante, devia falar para Sasuke e, por falar nele, viu Takashi andar, com as mãos no bolso, tranquilamente, em direção a casa.

— Parece que seu marido já voltou. – a mais nova comentou em um tom malicioso, mas Sakura resolveu ignorar.

— Sim…

— Ele parece ser um bom marido. Calado, mas um bom marido. – a idosa disse com ar sábio.

— Sim… - foi a única palavra que conseguiu formular.

— Dá para ver como ele a ama somente pelo olhar dele – continuou a dizer.

— Si… o quê? – não era para ela ter se assustado, mas estava surpresa por ouvir aquilo.

— Bom, confesso que no início tive minhas dúvidas, mas conforme fui observando os dois nessas duas semanas notei que tinha algo mais. Aquele olhar preocupado dele não é invenção da minha mente gagá. – corou com o que fora dito. Ela sabia que o relacionamento entre ela e Sasuke estava melhor, principalmente desde que começaram a treinar juntos, mas não conseguia concordar plenamente com a opinião da idosa.

Takashi se aproximou com um sorriso e acenou para as duas senhoras antes de segurar a mão de Sakura e puxá-la para si. Arregalou os olhos e sentiu quando ele lhe beijou a testa, deixando-a ainda mais corada com o gesto carinhoso.

— Tudo bem? – ele a encarou brevemente e ela aquiesceu.

— Consegui algumas informações sobre as lojas que precisávamos ir – disse e sabia que ele a entenderia.

Arqueou a sobrancelha e em seguida meneou a cabeça em concordância. Sakura despediu-se das duas senhoras, assim como Takashi, e foi em direção à casa.

— O que descobriu? – indagou ao desfazer o henge.

— Alguns shinobis estão rondando por aqui ultimamente – foi direta enquanto o observava sentar no sofá e cruzar os braços, parecia levemente cansado.

— Isso explica a segurança com estrangeiros. – foi a sua resposta sucinta.

— Só isso? Eu achei que você fosse ficar mais surpreso, ou pelo menos comentar algo mais – falou um pouco aborrecida e Sasuke revirou os olhos.

— Não é para tanto.

— Pensei que iria ajudar em algo – murmurou irritada, fazendo um bico e ele sorriu de canto.

— Apenas continue fazendo a mesma coisa e deixe que eu cuido de tudo – disse e foi a vez dela revirar os olhos. Estava pronta para retrucar quando viu que ele estava com os olhos fechados e parecia cochilar em pé.

— Sasuke – chamou o moreno que abriu rapidamente os olhos e a encarou – Não é melhor descansar um pouco? – questionou e ele negou, levantando-se.

— Falei com alguns comerciantes daqui, prometi ajudar alguns moradores que estão com problemas na casa – respondeu.

— Por que está os ajudando?

— Porque preciso conseguir a confiança deles – revirou os olhos com a pergunta boba dela e Sakura franziu o cenho.

— Você passa boa parte do tempo fora de casa, sempre treinamos durante a tarde, saímos toda noite para nos misturar com os outros habitantes e quando me deixa em casa sai novamente para investigar – ela pontuou, repreendendo-o – Tem que descansar um pouco e…

— Você está entrando muito no papel de esposa preocupada – interrompeu a fala dela com um sorriso zombeteiro, mas logo ficou sério e continuou – Não quero perder tempo aqui, enquanto temos problemas maiores em Konoha – foi direto e ela se calou.

— Se me deixasse ajudar mais, não precisaria ficar tão sobrecarregado – retrucou e ele a ignorou – Desmaiar de tanto trabalhar também não vai fazer essa missão se finalizar mais rápido e… – ele lhe deu as costas e começou a andar para outro lugar da casa – Onde vai? – Sakura começava a se irritar com a falta de resposta do moreno, mesmo assim resolveu segui-lo.

— Não quer que eu durma um pouco? – falou entredentes enquanto continuava andando para o quarto – Então, é o que vou fazer, pelo menos assim tenho um pouco de paz e você para de falar no meu ouvido.

            Sakura estancou no lugar ao ouvir aquilo. Não pela forma como ele a tratara, já estava acostumada, mas por ele lhe obedecer. Riu baixinho com o jeito turrão dele e o acompanhou até ter certeza que ele estava deitado. Aquela era a primeira vez que ele estava indo dormir na cama de casal que deveria ser deles. Sasuke nunca dormira ali desde que se instalaram na casa, sempre saía à noite em busca de pistas de Kabuto e quando voltava se jogava no sofá da sala, então para ele estar indo até o quarto ele realmente deveria estar cansado, só era teimoso demais para admitir para si.

— Vai ficar aí me olhando por quanto tempo? – perguntou e ela percebeu que não parava de observá-lo até o momento.

— Apenas me certificando que não vai fugir pela janela – tentou brincar e viu que Sasuke sorriu de canto para si, antes de fechar os olhos. Ultimamente ele sorria com mais frequência também.

— Se quisesse fugir não seria você a me impedir – contestou e ela abriu novamente a boca, pronta para iniciar uma discussão boba, algo que também vinha acontecendo com frequência entre eles, mas pensou melhor e ao ver o semblante tranquilo dele, apenas deu meia volta e saiu do quarto, deixando-o descansar.

            Quando acordou mais tarde naquele dia, sentiu-se revigorado, por mais que odiasse admitir, Sakura estava certa, precisava descansar um pouco. Levantou-se e andou em direção a cozinha, onde ouvia alguns barulhos estranhos. Depois de passar tanto tempo sob o mesmo teto que Sakura já sabia que ela tentava cozinhar. Sorriu ao vê-la um pouco atrapalhada com as panelas e perguntou-se se ela nunca desistiria daquilo. Ela não cozinhava mal, mas parecia que “cozinha” e “Sakura” não eram palavras que combinavam perfeitamente. Deu-se conta que não era a primeira vez que elogiava a comida dela e balançou a cabeça a fim de negar aquilo.

— Espero que não esteja tentando incendiar a casa – disse e Sakura deu um pequeno pulo assustada, antes de se virar para ele, fazendo uma careta. – O que tem para o almoço? – indagou e sem se importar sentou-se à frente da garota.

— Pois saiba que ficou muito bom... dessa vez – murmurou o final, mas Sasuke conseguiu ouvir e sorriu de canto enquanto olhava para uma parte da cozinha onde era possível ver várias panelas com restos de comida queimada. Voltou sua atenção ao vê-la colocar na mesa dois pratos com sukiyaki. Sasuke não pode evitar erguer uma sobrancelha ao ver aquilo – O que foi? – Sakura questionou ao ver a cara dele para a comida.

— Parece comestível – debochou e Sakura revirou os olhos.

— É porque é! – falou antes de começar a comer, sob o olhar atento do Uchiha – Não está envenenado, Sasuke! – reclamou ao ver que ele ainda não havia tocado na comida. E ele apenas balançou a cabeça para, em seguida, começar a comer em silêncio.

            Seria mentira dizer que Sakura não estava um pouco apreensiva, queria ouvir a opinião de Sasuke, afinal fazer aquele prato dera trabalho. Recriminou-se por isso, desde quando ela se importava com a opinião dele? Além do mais, ela já sabia o que ele lhe diria, caso perguntasse, diria que nunca chegaria aos pés da comida de Sayumi. Sorriu tristemente com o pensamento. Sempre estaria na sombra de Sayumi.

Sasuke observava Sakura em silêncio e todas as caras e bocas que fazia. Perguntou-se o que ela estava pensando e notou que ela não comia mais. Terminou o prato e levou em direção a ela, chamando a sua atenção.

— Coloque mais – pediu calmamente para a surpresa da rosada que aquiesceu e lhe sorriu timidamente – O que foi?

— Acho que é a primeira vez que você repete algo que eu faço – disse baixinho, envergonhada e ele refletiu sobre isso, pensou em contestar, mas algo na expressão dela o impediu de fazer isso e deu-se conta de que não queria magoá-la. – Algo errado? – indagou ao ver o semblante dele mudar. Ele apenas negou com a cabeça e voltou a comer em silêncio.

            Sakura iria voltar a falar algo quando ouviu baterem na porta. Levantou-se para abrir, deveria ser uma das vizinhas. Sasuke não se moveu da cadeira, ainda perdido nos próprios pensamentos para isso. Mas a voz de Sakura o despertou e fez com que ficasse em alerta.

— Me solta! – foi a única coisa que ela conseguiu dizer ao se ver presa entre os braços do outro homem que praticamente a impedia de respirar. Fora pega de surpresa por ele e por isso não conseguira se esquivar ou se defender daquilo que parecia um abraço da morte. Começava a reunir chakra para acertá-lo, quando ouviu algo que fez com que ficasse mais calma:

— Sakura-chan! Que saudade! – dissera o desconhecido e Sakura deu-se conta de que ele não era tão desconhecido assim, mas antes que pudesse falar algo, foi puxada bruscamente para trás e Sasuke colocou-se na sua frente, o sharingan ativo e a espada contra o pescoço do outro.

— Sasuke, não! – gritou Sakura, segurando o braço do moreno, que a ignorou e forçou mais a lâmina no pescoço do intruso – É o Naruto! – exclamou antes que alguém se machucasse e aquilo despertou o Uchiha que abaixou a espada.

— Naruto? – olhou para o rapaz a sua frente que parecia assustado.

— Oe Teme! É assim que recebe um amigo? ‘ttebayo – reclamou, passando a mão na garganta que continha um pequeno filete de sangue.

— A culpa é sua Naruto! Quem mandou chegar dessa forma? Não tinha como nós reconhecermos você! – Sakura brigou enquanto verificava se algum vizinho havia visto o pequeno escândalo entre os três e em seguida fechou a porta, encarando o amigo.

— Sakura-chan! – Naruto chiou , fazendo bico e Sakura suspirou ao se dar conta que era realmente o amigo ali.

Ele estava do mesmo tamanho, mesmo porte físico, a mesma voz, porém os seus cabelos, outrora loiros, estavam negros e as marcas exibidas desde nascença no rosto também estavam escondidas. Era um henge simples, mas ela não foi capaz de reconhecê-lo, até porque ele nem lhe deu tempo antes de abraçá-la fortemente.

— Vem aqui, deixa eu cuidar disso para você – pediu, indicando o sofá ao amigo que prontamente se sentou e se deixou ser cuidado pela rosada.

— Da próxima vez não chegue fazendo tanto barulho, dobe – Sasuke se pronunciou pela primeira vez, enquanto via Sakura examinar o Uzumaki – Pode não ter tanta sorte – murmurou a última frase.

— Eu só estava abraçando a Sakura-chan! – exclamou Naruto, mas logo deu um sorriso zombeteiro para o moreno – Como eu ia imaginar que você ficaria tão irritado por um simples abraço? Não seja tão ciumento, Teme!

— Naruto! – repreendeu Sakura, mas não ousou levantar os olhos para observar a rosto do marido.

            Mas Naruto viu quando o amigo revirou os olhos e cruzou os braços em frente ao peito, desviando o olhar sem dizer nada. Arqueou uma sobrancelha, ele não esperava esse tipo de comportamento de Sasuke. Pensara que ele fosse brigar consigo, dizer para não falar besteiras e até destratar Sakura com alguma grosseria, ao invés disso ele apenas o ignorou. Sorriu e teve uma ideia para confirmar o que pensava.

— Prontinho, está novo em folha, Naruto – disse Sakura com um sorriso e o loiro agradeceu.

— Você é a melhor, Sakura-chan! Estava morrendo de saudades de você, só de você, é claro! – e voltou a abraçá-la com força, arrancando uma risada da menina. Ela realmente estava com saudades de Naruto e daquelas besteiras que ele dizia.

— O que acha de parar de agarrar os outros e dizer o motivo de estar aqui logo de uma vez, Naruto? – Sasuke falou entredentes pela implicância do loiro, agora moreno, mas a reação dele não passou despercebida pelo Uzumaki.

— Eu vim aqui a pedido da Oba-chan – Naruto respondeu, soltando Sakura e falando sério – Ela quer saber como anda a missão. – informou.

— E por que você? Por que ela não mandou uma ave? Seria menos barulhenta – resmungou e o Uzumaki sorriu.

— Pelo jeito você continua o mesmo mal humorado de sempre, como você aguenta, Sakura-chan? – e olhou para a rosada que deu de ombros, ela é que não iria se meter na briga dos dois e também porque já estava acostumada com o gênio do Uchiha.

— Por que você está usando disfarce, Naruto? – resolveu mudar o tópico da conversa, antes que Sasuke voltasse a atacar o amigo.

— Ah! Foi minha ideia, assim ninguém iria desconfiar de um amigo visitando outros amigos, não é genial? – e passou a mão nos cabelos agora escuros – E enquanto estiver disfarçado meu nome será Menma.

— Que nome ridículo, aliás o plano todo é – debochou Sasuke, irritando o outro.

— Ora, por quê? – Naruto resmungou.

— Naruto, a Vila da Cachoeira está enfrentando problemas com estrangeiros. – informou Sakura ao captar o que o marido pensava.

— E daí Sakura-chan? – falou sem entender ainda o que eles queriam dizer e aquilo foi o suficiente para Sasuke bufar irritado e exclamar:

— Nós passamos todo esse tempo para ganhar o mínimo de confiança dos moradores e você ter vindo, do nada, até aqui pode fazer com tudo vá por água abaixo!

— Ahh… – murmurou envergonhado por, talvez, ter piorado a situação dos dois – Eu… bem… – falou um pouco nervoso.

— Tudo bem Naruto, Sasuke está exagerando um pouco – disse Sakura tentando reconfortar o amigo.

— Exagerando? – Sasuke bradou sem acreditar no que ouvia – Até poucos dias os vizinhos quase nem olhavam na nossa cara! – Sakura apenas o encarou com raiva, ele não precisava fazer todo aquele drama.

— Daremos um jeito – retrucou, seca, e em seguida virou-se para Naruto – E eu estou muito feliz de tê-lo aqui, Naruto – foi mais amigável e o Uzumaki, emocionado, voltou a abraçar a rosada.

— Sakura-chan, você é a melhor! – ela riu novamente e ele viu quando Sasuke revirou os olhos, saindo da sala e deixando-os a sós.

—*-

            Assim como Sakura dissera, eles conseguiram dar um jeito de explicar o aparecimento repentino de Menma na casa deles. Informaram que era um primo de Sakura que não conseguira ir até o casamento e, por isso, tivera a ideia de ir ali ver como a prima estava e dar as suas felicitações. Era uma história boba e Sasuke duvidou que isso fosse funcionar, mas Sakura parecia estar se dando realmente bem com as vizinhas e Naruto, sendo o idiota que era, logo passou a imagem de ser inofensivo. Suspirou, talvez nem tudo estivesse perdido, afinal.

— Então, Teme, como anda a missão? – Naruto voltara a questionar o moreno quando ficaram sozinhos. Sasuke suspirou e observou pela janela Sakura mexer em algo no jardim. Desde ontem, quando o loiro chegara, não haviam mais tocado no assunto.

— Lentas – disse e em seguida encarou o Uzumaki que esperava uma explicação melhor – Até alguns dias estávamos sendo constantemente vigiados e ficava difícil conseguir descobrir algo. Os moradores são muito fechados com pessoas de fora.

— Mas… – interrompeu o amigo já imaginando que haveria algo mais a comentar.

— Mas como as coisas têm melhorado pude descobrir que existem alguns shinobis que frequentam a Vila de forma constante. Eles não têm um ponto fixo, mas os moradores sabem que são os mesmos devido a algumas características deles.

— Acha que algum deles pode ser o Kabuto? – Naruto perguntou sério e Sasuke apenas aquiesceu.

— Acho que Kabuto está usando a Vila para fazer contatos com outros shinobis, afinal a Cachoeira é um país pacífico e está fora de qualquer tratado entre as Grandes Vilas. Seria um lugar neutro e o ideal para fazer reuniões devido a facilidade de entrada. – comentou sua ideia e foi a vez do amigo concordar, pensativo.

— O que será que eles querem se reunindo aqui? E com quem Kabuto está falando? – Naruto indagou a si mesmo, mas Sasuke resolveu comentar o que pensava com o Uzumaki.

— Meu palpite é a Akatsuki ou alguém da Nuvem. – começou a expor suas ideias – Eles tramavam começar um desentendimento entre Konoha e Suna, mas eles já devem saber que não deve ter dado certo, e com Kabuto foragido eles devem estar tentando se reorganizar novamente, por isso precisam decidir o próximo passo.

— Certo – concordou Naruto antes que outra ideia passasse pela cabeça - E você já analisou os locais onde eles foram vistos? Existe algum ponto em comum?

            Sasuke levantou-se do sofá e foi em direção ao quarto, sem falar nada ao Uzumaki que estranhou o comportamento. Estava prestes a gritar pelo moreno quando ele voltou com um papel enrolado nas mãos.

— Estava vendo esse mapa recentemente. Alguns pontos convergem em alguns lugares, mas não acho que seja algo certo – disse apontando para alguns lugares marcados.

— Mas já é um começo Teme! Nossa, deve ter dado muito trabalho reunir isso! – exclamou Naruto ao ver as áreas por onde Sasuke teve que andar para conseguir alguma informação, alguns lugares eram muito distantes um do outro.

— É o que tenho feito todos os dias desde que vim pra cá, por isso a demora para ter alguma resposta sobre o paradeiro de Kabuto – explicou ainda analisando o mapa, mas Naruto já concentrava a sua atenção no amigo.

— E a Sakura-chan? – indagou e Sasuke voltou o olhar para o loiro.

— O que tem a Sakura?

— Como andam as coisas entre vocês dois? – finalmente fez a pergunta que queria desde que chegara ali e Sasuke arqueou uma sobrancelha.

— O mesmo de sempre – mas aquilo não foi o suficiente para aplacar o Uzumaki e sua curiosidade.

— Duvido muito! Você não me engana Teme! – praticamente gritou e Sasuke franziu o cenho com aquela afirmação.

— Não acho que a minha vida pessoal seja da sua conta – sorriu de forma forçada.

— Tudo que tem relação com a Sakura-chan é da minha conta – rebateu com outro sorriso também forçado.

— Ainda querendo se intrometer na vida dos outros? – começava a se irritar com  Naruto.

— Alguém tem que impedir que ela saia machucada porque você é um idiota que não consegue ver o que tem debaixo do nariz. – retrucou ao se levantar.

— Olha só quem fala! Ao invés de ficar pensando tanto na Sakura porque não para e olha para Hinata? – levantou-se também, encarando o amigo. Agora nenhum dos dois sorria mais.

— O que tem a Hinata? – Naruto piscou duas vezes, tentando assimilar as palavras do amigo. E Sasuke revirou os olhos, por um momento esqueceu que falava com Naruto.

— Apenas deixe a mim e a Sakura em paz – foi ríspido, mas Naruto não conseguiu permanecer calado.

— Você é o meu melhor amigo, Teme, e eu quero o seu bem – disse fitando o amigo intensamente – Mas eu também gosto muito da Sakura-chan e ela também merece ser feliz…

— Aonde você quer chegar Naruto? – reclamou, odiava quando ele dava voltas. Naruto suspirou, era muito difícil lidar com Sasuke.

— Eu só quero que saiba que, se você quiser conversar sobre a Sakura-chan…

— Eu não quero conversar sobre ela! – cortou a fala do Uzumaki que bufou.

— Eu só estou dizendo caso você queira! – falou entredentes. Por que Sasuke tinha que ser tão teimoso?

— Tsc! – sibilou, virando de costas para o loiro, pronto para deixar o cômodo.

— Eu sempre vou estar aqui por você, Sasuke...  – foi a última coisa que Sasuke ouviu antes de bater a porta do quarto e deixar o Uzumaki sozinho.

—*-

            Sakura retirava algumas roupas do varal enquanto suspirava, Naruto havia saído com Sasuke para que pudessem verificar algumas pistas que haviam conseguido sobre o paradeiro de Kabuto e ali estava ela… não fazendo nada. E essa era a sua rotina há dias desde que o Uzumaki aparecera. Bufou descontente. Realmente não fazia o papel de dona de casa. Recolheu tudo do quintal e entrou em casa irritada, ela podia ajudar mais, bastava que Sasuke lhe desse uma chance.

— Uchiha idiota!

— Espero que esteja falando de outro Uchiha – ouviu a voz de Sasuke assustá-la.

— Sasuke, que susto! – disse com a mão na frente do peito, tentando desviar do assunto.

— Na verdade, eu também não ficaria feliz de saber que está falando de algum parente meu também – continuou a falar enquanto se aproximava lentamente da rosada que deu de ombros.

— Não posso fazer nada quanto a isso. – sorriu de forma inocente e Sasuke balançou a cabeça, correspondendo o gesto – Onde está Naruto? – olhou ao redor em busca do amigo, mas não havia mais ninguém ali.

— Ele foi até o centro da cidade, ele irá embora em breve e quer comprar algumas lembranças – e revirou os olhos ao recordar das palavras do loiro. Sakura apenas riu, aquilo era a cara do Naruto mesmo.

— Entendi, bom, então vou caprichar no almoço para ele hoje – disse mais animada e começou a andar em direção a cozinha, quando foi parada por Sasuke.

— Não, você vai treinar comigo hoje – e a rosada não pode deixar de ficar surpresa, afinal, desde que Naruto chegara, era com ele que Sasuke treinava. – Devo entender isso como um “não”? – perguntou ao ver a cara da garota que negou prontamente.

— Só vou trocar de roupa! – disse jogando as roupas em um canto qualquer da sala enquanto corria para o quarto. E Sasuke apenas sorriu de canto ao ver a animação da mais nova e como ela era uma péssima dona de casa.

—*-

            As kunais tilintavam a todo instante, nenhum dos dois queria uma derrota. Sasuke porque estava invicto e Sakura porque queria, ao menos uma vez, ganhar o Uchiha. Deu um pulo para trás a fim de se distanciar dele e descansar um pouco. A respiração já estava ofegante, mas sorriu ao ver que Sasuke também estava um pouco cansado, pelo menos ele também estava tendo dificuldades com ela, pensou contente.

— Preste atenção! – ouviu ele a repreender e desviou da shuriken que vinha na sua direção e, antes que pudesse fazer algo, ele sumiu.

— Droga! – começou a tentar localizá-lo, mas quando conseguiu já era tarde demais e ele já estava na sua frente.

Tentou desviar do punho do Uchiha, mas desequilibrou-se e de forma instintiva agarrou-se na roupa de Sasuke, levando ambos ao chão com o movimento inusitado. Sakura sentiu as costas baterem com força no chão, fechou os olhos e o ar fugiu momentaneamente dos pulmões ao sentir o peso de Sasuke sobre si. Porém, mais do que isso ela sentiu outra coisa tocá-la de forma abrupta: os lábios de Sasuke.

Ele estava a beijando!

Fora um acidente e era apenas um encostar de lábios bem inocente, mas isso foi capaz de desestabilizá-la por completo. Quando deu por si estava com os orbes verdes bem abertos, encarando o moreno que também parecia chocado. Ele separou os lábios dos dela e a encarou de uma forma estranha. Sakura engoliu a seco e não soube o que fazer. Ela já havia beijado Sasuke outras vezes, mas em todas ele era Takashi ou então estava alucinando. E ela nem ao menos contava com o dia do casamento.

Agora, ele estava lúcido, havia sido um acidente, mas era ele ali e não o disfarce criado por ele, e ele lembraria-se daquele momento. Fechou os olhos com força, envergonhada, e esperou que ele se levantasse e começasse a brigar por ser desastrada, a destratasse, ou simplesmente brigasse com ela por qualquer coisa. No entanto, nada daquilo aconteceu.

Ao invés disso, continuou a sentir o corpo de Sasuke sobre o seu e quando o sentiu acariciar o seu rosto ficou tensa, mas nada a preparou para novamente ter os lábios dele sobre os seus. E, dessa vez, ele não poderia nem ao menos dizer que havia sido um acidente.

Ela não sabia o que pensar e duvidava que ele tampouco sabia, ele não agia assim normalmente, tão carinhoso com ela, pois era isso que aquele beijo transmitia para si: carinho. O beijo de Takashi também era diferente daquele, pensou. Ele beijava sua boca lentamente, mordiscava seu lábio e o sugava, causando um estranho frenesi em si. Começava a se deixar levar pela estranha sensação que irradiava dentro de si e entreabriu os lábios, pronta para aprofundar o beijo, quando uma voz a despertou:

— Sakura-chan! Temeee! – aquilo foi o suficiente para Sakura recobrar os sentidos e rapidamente afastar Sasuke de perto de si que parecia desnorteado – Aí estão vocês! Fiquei procurando os dois por horas! Por que não avisaram que viriam para cá? – Narutou questionou fazendo um bico.

— N-Naruto! – Sakura disse sorrindo nervoso.

— O que vieram fazer aqui, hein? – colocou as mãos atrás da cabeça enquanto observava os amigos. Sakura estava com o rosto vermelho e Sasuke nem ao menos lhe encarava, mas sabia que tinha acontecido algo somente pela forma como o amigo parecia tenso e irritadiço.

Os dois ficaram em silêncio por um tempo, sem saber ao certo o que responder e por ainda estarem meio perdidos, sem entender o que havia acontecido.

— Vi-Viemos treinar – Sakura parecia, finalmente, ter recuperado o dom da fala e foi a primeira a se levantar e andar até o loiro que arregalara os olhos – É verdade! – e riu um pouco afetada da cara do amigo. Era melhor lidar com Naruto do que com o que acontecera há pouco com Sasuke. Sentiu o rosto esquentar novamente, não conseguia nem encará-lo agora.

— Teme, isso é verdade? – perguntou ansioso por uma resposta, mas o outro shinobi apenas se levantou e deu as costas aos dois, sumindo do local rapidamente – Oe, maldito! – gritou para o amigo e já estava perto de segui-lo, quando Sakura o parou.

— Deixa ele, Naruto – murmurou envergonhada.

— O que houve, Sakura-chan? – tinha certeza que algo tinha acontecido e o jeito da rosada apenas confirmava isso – Ele te machucou?

— N-Não… é só que... – hesitou sem saber como contar algo que nem ela própria havia entendido direito – Você sabe como o Sasuke é… vamos apenas dar um espaço para ele.

— Mas…

— Enquanto isso eu vou fazer um lámen pra você! – cortou rapidamente o Uzumaki que ficou com os olhos brilhando ao ouvir a palavra lámen.

— Vamos, então, Sakura-chan! – disse já puxando a amiga.

—*-

Sasuke voltou para casa somente tarde da noite naquele dia. Não queria e não conseguiria encarar Sakura tão cedo. Porém, por mais que ele quisesse fugir dela, era praticamente impossível, pois o rosto dela não saia da sua cabeça, nem o beijo. E isso o fez quase enlouquecer, seus pensamentos se misturavam e somente ela estava ali, perturbando a sua mente. O pior era que ele sabia que não foi somente naquele momento que a imagem dela começou a aparecer para si.

Ele não conseguia se lembrar quando isso começou. Mas Sakura sempre estava lá, no início era apenas a preocupação com a missão, ele tinha que fazê-la se sentir confortável, mas quando deu por si a observava a todo o momento, quando fazia alguma comida e dava errado, ou quando saiam e ela sorria constantemente para Takashi. E seus pensamentos eram recheados pelos olhos verdes e os cabelos rosados. Ele tinha noção que os sorrisos mais bonitos que ela dava não eram para ele realmente, mas para o seu disfarce e, mesmo assim, quando ela sorria, ele parecia se tranquilizar e por não compreender aquilo, fugia sempre que podia. Ou pelo menos fugiu até convidá-la para aquele treinamento.

A ideia era somente treinar com alguém e como Naruto não estava resolveu chamá-la. O motivo era somente esse e não porque fazia tempo que não passavam um tempo juntos e a sós desde que o Uzumaki chegara. Ou porque o loiro sempre que podia tentava irritá-lo ao ficar perto de Sakura. Isso nunca passou pela sua cabeça e então acabou acontecendo algo que não esperava. O beijo havia sido rápido e inocente, mas ao se separarem, observou a face dela, tão constrangida, tão pequena. Ela parecia tão frágil em seus braços, tão delicada, tão, tão… linda.

Gemeu frustrado, o que estava acontecendo com ele? Não era para ele se sentir atraído dessa forma por Sakura. Não era para ele sentir isso por ninguém que não fosse Sayumi, no entanto fora isso que sentira quando a teve em seus braços, como Sasuke. Ele não fingia ser outra pessoa, não era Takashi ali e ele começou a refletir se, nos outros momentos que teve com Sakura, continuava desempenhando apenas um papel ou se era apenas ele fingindo ser outra pessoa para agir de forma diferente com ela. Por causa dessa missão e desse disfarce idiota ele estava confundindo tudo. Tinha certeza que essa era a razão de todo aquele descontrole.

— Só pode ser a missão – murmurou para si, bagunçando o cabelo. Estava furioso consigo, aflito e… por Kami, ele nem não sabia mais o que sentia.

— Sasuke-kun… – ouviu ela chamá-lo e seu coração disparou. “Merda, isso não estava acontecendo antes!” Pensou consigo ao ver a figura encolhida de Sakura perto da porta.

— Pensei que estivesse dormindo – foi a única coisa que conseguiu proferir e mesmo assim não era capaz nem de olhar diretamente para ela, estava ridiculamente envergonhado.

— Eu dormi, mas acordei com o barulho… – falou e recebeu apenas um resmungo do moreno que continuava de costas para si.

            Ela não sabia o motivo de estar ali, esperando por ele, ou talvez soubesse, mas não queria admitir. Ela queria uma resposta. Queria saber o porquê dele beijá-la, mas algo lhe dizia, lá no fundo, que o melhor seria apenas deixar o que aconteceu no esquecimento. Uma pena que ela nunca conseguia deixar de lado a sua curiosidade que sempre falava mais alto.

— Sasuke-kun, sobre o que aconteceu hoje… – começou meio incerta, mas foi cortada pelo moreno.

— Esqueça o que aconteceu! – falou de forma ríspida.

            Não! A última coisa que Sasuke queria era conversar com Sakura naquele momento. Ele nem ao menos conseguia organizar o que sentia, quanto mais explicar para mais alguém. Ele sabia que a culpa era dele, ele a beijara, mas ela também não parecia estar inclinada a afastá-lo se não fosse Naruto aparecer. E pensar nisso o deixava ainda mais perdido, pois uma parte dele queria descobrir até onde ela se deixaria levar se o Uzumaki não aparecesse. Arregalou os olhos com o pensamento e cerrou os punhos com força, mas que droga de sensações eram essas? Por que estava nervoso perto de Sakura? Nunca sentira isso antes, não com essa rosada pelo menos. E ele estar sentindo isso agora era ridículo e incabível, a não ser que...

— Mas… – tentou argumentar, mas novamente ele a interrompeu.

Sasuke queria entender o motivo dela estar sendo tão teimosa. Seu sangue estava quente e ele queria apenas afastar todos os pensamentos sobre ela e o beijo da sua cabeça e sobre qualquer outra implicação que poderia levar. Ela não podia ficar calada uma única vez? Ele tinha que acabar com isso de uma única vez.

— Se quer tanto saber... – virou-se para ela com os olhos em chamas – ...Eu a beijei porque pensei que fosse Sayumi. – e conforme as palavras foram sendo proferidas ele viu o semblante de Sakura mudar.

— Claro que pensou – ciciou e ela forçou-se a dar um sorriso, antes de dar meia volta e ir em direção ao quarto.

            Ela sentiu seus olhos se encherem de lágrimas e se odiou por isso. Não era para estar triste, já devia estar acostumada com o fato de Sasuke confundi-la com a irmã. Ela combatia com um fantasma e o pior era que sabia que nunca conseguiria vencer, nunca conseguiu se igualar a irmã e não seria agora que conseguiria. Ela só gostaria de saber por que se importava tanto com aquilo? Por que se importava que Sasuke percebesse a si e não a sua irmã? E como um raio a resposta passou por sua mente tão rápido que ela negou-se a admitir para si. Não, aquilo não poderia acontecer. Nunca. E esse pensamento a fez ficar com mais vontade de chorar.

Sasuke não impediu Sakura de sair do cômodo, apesar da vontade de fazê-lo. Porém, ele não podia. O que diria para ela, afinal? Que havia mentido? Que, na verdade, não pensara em Sayumi em nenhum momento enquanto esteve com ela? Que ele parecia estar pensando cada vez menos na ex-noiva e mais nela? Aquilo só pioraria tudo. Ele não poderia dizer isso, ele não poderia fazer isso com Sayumi. Era dela o seu amor. Sempre seria. O que estava sentindo agora por Sakura não passava de uma perturbação mental momentânea, tinha certeza disso. E foi por pensar nisso que ele tinha que ficar sozinho no momento e organizar seus pensamentos.

—*-

Andou sozinho pela cidade no outro dia e muitos estranharam o semblante fechado de Takashi que sempre parecia tranquilo e aparecia acompanhado da esposa. E Sasuke soube que sair para tentar esfriar a cabeça havia sido uma péssima ideia quando algumas pessoas o paravam para perguntar se estava tudo bem com ele ou onde estava Sakura. Será que ninguém iria deixar de tocar no nome da rosada? Ele queria esquecê-la por um momento, mas sabia que não podia fugir do personagem e logo inventava alguma desculpa qualquer. Pelo visto Sakura havia conquistado o carinho de todos ali e ele não se surpreendeu com isso, era a mesma coisa em Konoha. Podia não ser adorada no clã Uchiha, mas detinha o respeito dos civis pelas suas habilidades médicas e seu carinho em cuidar dos outros.

Balançou a cabeça ao ver o rumo dos seus pensamentos e apressou o passo até sair da rua e só parou ao ver que estava longe de qualquer resquício da cidade. Estava nos limites da Vila da Cachoeira e ele nunca havia ido ali. Não havia muito a ser visto naquela área se não fosse pela enorme árvore de raízes profundas que se estendiam pela terra até chegarem a uma das margens do rio. Ele conseguia ouvir o barulho da cachoeira que dava origem ao nome da vila e ainda um pouco perdido andou até sentar-se em uma das grossas raízes.

Respirou fundo e fechou os olhos. Novamente o rosto dela apareceu para si. Lembrava-se que quando eram menores ele quase não reparava em Sakura, mas agora… parecia que toda vez que a via ela estava diferente. Cada vez que a observava notava algo que antes era invisível para ele e começou a se perguntar se ela sempre foi assim e ele nunca percebera ou se fora ela quem havia mudado nos últimos anos.

— Como se isso fosse importante… – resmungou para si, escondendo o rosto com as mãos.

— O que é importante, Teme? – Naruto indagou e Sasuke levantou-se abruptamente ao ver o amigo ali. Estava tão distraído que havia abaixado a guarda – Você realmente está estranho, nem notou a minha presença e eu nem fiz questão de ser silencioso – comentou com um sorriso.

— O que está fazendo aqui? – ignorou a pergunta do loiro.

— A Sakura-chan fez lámen e eu fiquei te esperando, mas como você demorava comecei a te procurar pela cidade, foi relativamente fácil te localizar – e ao ver a confusão no rosto de Sasuke, continuou – Você deve ter feito algo para chamar a atenção, pois várias pessoas me pararam e perguntaram se você estava bem e começaram a ficar preocupadas com a Sakura-chan. Na verdade, eu achei esse povo bem fofoqueiro porque…

— Naruto, seja direto – disse entredentes, já irritado com a aparição repentina e a enrolação do Uzumaki.

— Bom, algumas pessoas me indicaram o caminho por onde você passou e aí, como eu disse, foi fácil. – explicou, dando de ombros.

— E o que está fazendo aqui? – cruzou o braço a espera de respostas.

— A Sakura-chan estava estranha… ela fez o lámen, mas não quis comer – falou como se fosse óbvio e Sasuke respirou fundo para não bater no outro. Ele só queria ficar sozinho um pouco, será que era pedir muito?

— E o que isso tem a ver comigo? – mais um pouco e ele descontaria toda a sua raiva em Naruto que apenas suspirou.

— Sasuke, me diga a verdade… você parece angustiado com algo, confie em mim – tentou novamente colocar um pouco de juízo na cabeça do Uchiha.

            Foi a vez dele suspirar ao encarar o companheiro de equipe. Sabia que podia confiar a sua vida a Naruto, ele era como um irmão para si. Porém, ao mesmo tempo, estava envergonhado de conversar sobre isso com Naruto.

— E se eu… – hesitou sem saber ao certo o que dizer e resolveu reformular a pergunta – …Você já gostou de alguém, Naruto?

— Claro! Eu gosto de você, Teme, da Sakura-chan, da minha oka-san e… – começou a enumerar e Sasuke fechou os olhos com força ao ouvir a resposta do loiro.

— Não é esse tipo de “gostar” que me refiro, Naruto – interrompeu e ainda foi obrigado a ouvir um “Ah! Por que você não explicou antes, então?”. Revirou os olhos, começava a se arrepender de ter iniciado aquela conversa.

Naruto apenas observava o amigo que parecia, cada vez mais, angustiado enquanto esperava uma resposta. E isso era uma novidade para si. Sasuke sempre foi tão seguro de si que vê-lo dessa forma era totalmente estranho. Mas sorriu ao constatar que aquela poderia ser uma boa mudança.

— Não…  – disse ainda com um sorriso. – Nunca experimentei algo remotamente parecido com o que você viveu com Sayumi – explicou-se melhor e viu o moreno passar as mãos no rosto a menção da ex-noiva.

A única coisa que Naruto não gostava de admitir era que sentia inveja de Sasuke, principalmente quando eram mais novos. O amor e a admiração que todos sentiam pelo Uchiha era algo que Naruto, mesmo sendo filho do Hokage, nunca teve. Ele tinha os seus amigos, é claro, e todos de Konoha o adoravam, mas ele nunca teve alguém como Sasuke que teve Sayumi, alguém para proteger com todas as forças, como seu pai e sua mãe tinham. Ele devia dar o braço a torcer que nesse quesito seu melhor amigo ganhava de si. Porém, quando viu a noiva de Sasuke falecer foi a primeira vez que pensou que, talvez, amar tanto daquela forma não fosse algo que quisesse para si.

Naruto viu com seus próprios olhos o amigo se transformar de um homem apaixonado em um vingador solitário, um monstro sem coração. Sasuke afundou na escuridão a cada dia e todos passaram a temê-lo em Konoha. O shinobi honrado agora era um demônio que só tinha um objetivo na vida. Porém, ele também presenciou tudo ser modificado novamente com a entrada de Sakura na vida do amigo.

Talvez as mudanças fossem lentas, mas para ele, que sempre convivera com Sasuke desde pequeno, eram notórias. Sasuke voltou a sorrir, ele não se isolava tanto quanto antes, a própria família comentava isso e, apesar do Uchiha não querer admitir, estava mais tranquilo e voltara a se preocupar com os outros a sua volta. Era quase como se pudesse ver o antigo amigo surgir novamente e tudo graças a Sakura que, apesar de sofrer nas mãos do moreno e sem saber exatamente como, conseguira alcançá-lo mais do que ele ou qualquer outra pessoa do clã Uchiha.

— Esse é problema… – ouviu Sasuke murmurar e ele arqueou uma sobrancelha,confuso, mas o amigo parecia conversar consigo mesmo –  ...eu não devia sentir isso por mais ninguém…

— Sasuke… – apenas falou algo por falar, mas a verdade era que estava tão surpreso que não sabia como continuar e Uzumaki Naruto sempre tinha algo a dizer, mesmo que fossem besteiras.

Sasuke realmente havia se arrependido de ter iniciado aquela conversa. Sentia-se sujo por estar falando algo que jurou nunca sentir por outra que não fosse Sayumi. O próprio Naruto praticamente jogou na sua cara o quanto ele dizia ser apaixonado pela ex-noiva e agora estava ali sem conseguir entender como deixou que algo dessa magnitude tivesse acontecido. Mas cada vez que ele pensava sobre o assunto, mais claro tudo parecia ficar na sua mente e isso o assustava e o irritava de tal modo que ele parecia sufocar.

— Eu me sinto um lixo – reclamou de si e sorriu debochado para o loiro – Por que eu não podia… eu não posso – consertou-se rapidamente –  ...sentir isso.

— Não me diga que… – e foi com assombro que viu o rosto do Uchiha lhe encarar em agonia, uma tormenta parecia acontecer dentro dos orbes negros e ele sabia que um conflito começava a se formar dentro de Sasuke.

— Eu acho que… – as palavras pareciam pesar na sua boca e a coragem de dizê-las parecia escorrer para longe de si – ...Eu acho que eu estou me apaixonando pela Sakura.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam?
Esse capítulo foi praticamente focado no desenvolvimento do relacionamento do Sasuke e da Sakura, como eles começaram a se aproximar e, querendo ou não, isso não podia acontecer do dia para a noite depois do que o Sasuke fez. Sasuke teve que mudar o comportamento dele para a missão começar a andar, só que isso mudou o Uchiha também, hehe. Confesso que adorei escrever essa confusão de sentimentos dele e da Sakura. Falando na rosada, entendam que ela ficou confusa com o Takashi x Sasuke, pois eles agem de forma diferente, mas são a mesma pessoa. Ela passou a vê-los de formas distintas e isso a confundiu. Será que convivia com Takashi ou Sasuke? Tudo era fingimento? E no meio disso e sem saber ao certo o que sentia, ela também mudou.
Mas não pensem que tudo vai ser flores agora, afinal já deu pra perceber que, apesar do Sasuke admitir ter algum sentimento pela Sakura vai ter outra questão envolvida: Sayumi e o fato dele ter jurado amor apenas a ela. Acho que é difícil superar um sentimento e perceber que você pode estar sentindo algo por outra pessoa, mas isso também não quer dizer que ele vai continuar a esnobar a Sakura e aí começa a diversão, hahaha (vou ficar calada para não dar spoiler! XD). E no próximo teremos cenas de ação, uhuull!
Espero que tenham gostado e até a próxima ;D
Beijos