Reparação escrita por Luhni


Capítulo 23
Rumo à Vila da Cachoeira


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Acho que não demorei muito dessa vez, não é?
A verdade é que eu queria que o capítulo fosse maior, mas não me aguentei e como acabei deixando escapar um negocinho no face e vocês pediram, eu atendi! Olha como eu sou legal? hahaha até parece! Tô vendo uma parte me xingar pelo capítulo e outra adorar, mas tem que ser assim XD
Pessoal, muito obrigada por acompanharem a fic, por deixarem review, estou com dificuldade de tempo de respondê-los, mas aos poucos eu irei responder (hoje é feriado e minha meta é essa! XD). Também agradeço a Love Stories pelo recomendação! Fico nas nuvens com isso *-*, por isso o capítulo é dedicado a você, flor! ;)
Espero que gostem e boa leitura!
P.S: Nos vemos nas notas finais.



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Sakura tentava fechar a boca, mas parecia que seu cérebro havia congelado, ou talvez fossem os seus ouvidos que estivessem com problema. Ela teria ouvido certo? Ele estava a chamando para uma missão? Por quê?

— Acho que entendi errado, Sasuke, você disse que Sakura irá lhe acompanhar? – Tsunade se prontificou a indagar no lugar da rosada e o Uchiha apenas meneou a cabeça em concordância – Por quê? Sakura não é uma kunoichi, você mesmo disse isso na última vez que esteve aqui, o que mudou?

— A questão não é essa, sei que ela não é uma ninja – começou a explicar – mas já que terei que me fingir de civil, se levasse Sakura poderia passar mais credibilidade aos moradores, já que ela consegue se relacionar com os outros de forma mais fácil – Sakura pensou que devia estar dentro de um genjutsu, Sasuke estava lhe elogiando? – Além disso, estarei acompanhado de alguém que possui conhecimentos médicos.

— Entendo seu ponto de vista – Tsunade disse, olhando do rapaz para Sakura ao seu lado e voltando sua atenção a ele – Mas e o hospital? Eu disse que necessito das habilidades de Sakura e…

— Acho que a ajuda dela já não é tão necessária no hospital – interrompeu Sasuke, irritando a Senju, que odiava que fizessem isso com ela.

— Acho que quem decide isso sou eu, não? – falou com um sorriso forçado e Sasuke respondeu com um sorriso debochado, antes de dizer:

— Não, quem decide até quando a minha esposa trabalhará no hospital, sou eu.

            Sakura olhou do moreno para a mestra e percebeu pelo modo como se encaravam que aquilo não terminaria bem se não intervisse. Deu um passo a frente, chamando a atenção da Hokage e disse:

— Tsunade-sama, eu e Shizune já conseguimos estabilizar os pacientes no hospital, os casos mais graves já foram atendidos, estamos apenas cuidando de determinados casos, mas… – olhou para Sasuke, sem saber ao certo o que pensar daquele convite inusitado – ...não há mais nenhuma emergência que me impeça de ir a missão – e voltou sua atenção a mestra que lhe encarava seriamente.

— Está bem, você irá nessa missão Sakura - suspirou ao se dar conta de que estava de mãos atadas, porém talvez fosse uma forma de aproximar esses dois e ainda realizar o sonho da pupila em sair da vila – E Sasuke, saiba que Sakura será sua responsabilidade, entendeu? – franziu o cenho para o moreno que aquiesceu.

            Sakura nem podia acreditar naquilo. Finalmente, finalmente, ela iria em uma missão. Não entendia muito o motivo de Sasuke tê-la escolhido ainda, quer dizer, havia ouvido as justificativas, mas sempre teve certeza que ele nunca daria o braço a torcer e reconhecê-la e, agora, havia lhe chamado para uma missão. Teve vontade de gritar, de pular, de correr por ai e teve vontade de agradecer a ele de alguma forma, mas guardou tudo o que sentia para si. Era melhor não fazer nada para não estragar aquela oportunidade. O problema era que estava praticamente impossível esconder o sorriso do Uchiha que andava ao seu lado e parecia observá-la.

— Quando chegarmos em casa quero que arrume logo suas coisas – ouviu a voz de Sasuke e rapidamente prestou atenção – Iremos sair o mais rápido possível.

— Mas eu preciso avisar Shizune sobre a minha saída – disse, recordando-se de Idate, queria se despedir dele e dizer que iria em uma missão também. – Além do mais, você não deveria informar isso a Fugaku-san também? – Sasuke olhou para a esposa de esguelha e suspirou.

— Podemos passar lá agora e depois ir direto para o distrito – disse e Sakura tentou fazê-lo mudar de ideia, afinal não poderia conversar com Idate com Sasuke ao seu lado.

— Ou então você pode ir direto para o distrito conversar com os seus pais enquanto vou para o hospital, assim poupamos mais tempo – falou calmamente e Sasuke parou de andar no mesmo momento.

— Sakura, entenda uma coisa, só porque a chamei para me acompanhar nesse missão não significa que fará o que quiser. Quero que isso fique bem claro – disse seriamente e a rosada cerrou os punhos, desviando o olhar para o chão.

— Só estava tentando ser prática, não imaginei que algo fosse mudar – murmurou, tentando não transparecer a sua raiva e decepção, mas falhou miseravelmente. E Sasuke irritou-se consigo mesmo ao ver o modo como ela havia ficado e por ter se importado com isso.

            Qual era o seu problema? Ele estava confuso com as suas próprias atitudes, com o fato de querer que ela parasse de agir de forma tão… diferente da Sakura que conhecia desde pequena. E ele não entendia isso. Por que isso estava acontecendo?

— Você tem quinze minutos – decretou e Sakura o encarou sem entender do que falava. Xingou mentalmente por ter que se explicar – Vá para o hospital e converse com Shizune, mas não demore mais que isso, temos muitas coisas para arrumar antes de partir.

            Sakura apenas aquiesceu, ainda confusa com tudo aquilo. Sasuke continuava a ser um ponto de interrogação para si, algo que fazia com que quisesse se aproximar e tentar entendê-lo, mas todas as vezes que fazia isso, ele a afastava e ela começava a pensar que talvez fosse melhor isso do que sofrer novamente. Talvez, se ele abrisse uma brecha para si… balançou a cabeça para afastar tais pensamentos e fez uma leve reverência ao Uchiha, como despedida, e em seguida rumou para o hospital.

            Ao chegar lá, andou até a sala de Shizune e explicou a situação toda. Disse que sairia por um tempo da Vila com Sasuke e a morena arregalou os olhos, tão descrente quanto a própria Sakura e Tsunade ao saber daquilo. Porém, evitou questionar algo mais e atentou-se a ouvir as informações que a rosada passava sobre os casos que estava acompanhando, até chegar em um paciente em particular.

— O que vai fazer com Idate? – não conseguiu se segurar ao ouvir falar sobre o Morino. E Sakura encarou a morena.

— Ele vai ficar sob os seus cuidados, é claro. Como disse as fraturas dele são…

— Não quis dizer isso! – interrompeu a mais velha – Quero dizer se vai avisá-lo que irá sair da Vila? – indagou e Sakura suspirou.

— Sim, eu queria poder me despedir dele, principalmente porque estamos nos dando bem agora. Somos amigos. – falou baixinho e Shizune arqueou uma sobrancelha.

— Só amigos? – e Sakura olhou surpresa para a morena que voltou a falar – Desculpe, você parece se importar tanto com ele e…

— Amigos se importam com os outros, Shizune-san! – cortou a outra um pouco irritada e a kunoichi suspirou.

— Sim, mas será que ele a vê somente como uma amiga também?

— Eu… – parou de falar sem saber ao certo o que dizer. O que isso significava? Shizune estava dizendo que Idate gostava de si? Não podia ser, podia? E imediatamente as imagens do rosto de Idate próximo ao seu quando foram em busca do antídoto de Sasuke e de Idate furioso quando contou sobre seu casamento vieram a tona.

            Negou com a cabeça um pouco nervosa e voltou sua atenção a Shizune que ainda esperava uma resposta, resposta que não podia dar no momento.

— Acho melhor eu ir informar os pacientes que você irá ficar no meu lugar por esse tempo, Shizune-san – e levantou-se, quase correndo, para sair dali sem ter que responder a mais nenhuma pergunta.

            Visitou todos os pacientes e deixou por último o quarto de Idate, como sempre. Ao entrar viu o shinobi bufando impaciente enquanto ouvia a avó reclamar por não se cuidar devidamente e dar trabalho a ela mais do que quando era criança. Riu baixinho ao ouvir aquilo e acabou chamando a atenção dos dois.

— Desculpe, não quis interromper – disse com um sorriso e viu Idate arregalar os olhos e em seguida virar o rosto para o outro lado, constrangido.

— Você nunca incomoda, Sakura-chan – respondeu Mika docemente – Estava apenas ensinando uma ou outra coisa para o meu neto – e bufou novamente para o mais novo que revirou os olhos.

— Acho que já sou bem grandinho para cuidar de mim, oba-san – disse com um sorriso forçado e a senhora o fuzilou com os olhos.

— Se soubesse não estaria aqui há dias! Quer me matar do coração, moleque? – e recomeçou a reclamação. Idate amava a avó, mas toda vez que era ferido e tinha que ficar no hospital, era obrigado a ouvir a velha senhora e seu interminável sermão de como era irresponsável e blá,blá,blá… só não esperava ter que ouvir isso na frente de Sakura.

— Mika-san… – chamou a atenção novamente da idosa e, agora mais séria, pediu – ...Será que eu poderia conversar com o Idate a sós?

— Algum problema com o meu menino? – rapidamente Mika indagou preocupada e Sakura sorriu com a mudança abrupta de comportamento. Idate tinha muita sorte de ter uma avó como ela.

— Não, ele está se recuperando muito bem – apressou-se em dizer – Eu apenas gostaria de conversar um pouco com ele… – e ao ver o olhar malicioso de Mika em si, corou – M-Mas a senhora também pode ouvir é apenas um aviso e… – começou a falar sem parar, nervosa, o que estava pensando? Não era grande coisa o que tinha que dizer! Nem precisava ficar a sós com ele, então porque estava se dando ao trabalho disso?

            Idate apenas estranhou a garota e curioso com o que ela queria lhe falar, pronunciou-se:

— Vovó, será que a senhora pode ver um pouco de água para mim, enquanto eu converso com a Sakura? – Mika olhou do neto para a rosada que ainda parecia envergonhada e suspirou:

— Jovens – resmungou antes de sair do quarto e deixando os dois sozinhos.

— Eu podia ter dito com ela aqui – foi a primeira que coisa que Sakura disse, repreendendo-se mentalmente por estar tão afetada pelas palavras de Shizune.

— Você estava tão desconfortável que achei melhor ficarmos a sós – deu de ombros para a rosada que ainda estava nervosa e ele ficou mais intrigado com o comportamento estranho dela – Qual o problema, Sakura?

— Não é um problema – e aproximou-se da cama, sentando-se na ponta – Na verdade é algo muito bom que venho te contar, só que estou um pouco nervosa. Tudo está acontecendo rápido demais – murmurou.

— Diga de uma vez – pediu o rapaz, sem saber o que esperar. Sakura, então, sorriu e disse contente.

— Eu vou em uma missão fora da Vila! – exclamou e Idate franziu o cenho ao não compreender.

— O que? Mas como? – foram as primeiras palavras que proferiu ao escutar aquilo.

— É isso que ouviu! – e começou a relatar o que acontecera mais cedo na sala da Hokage – Sasuke pediu que o acompanhasse na missão. Claro, não irei como uma kunoichi, mas poderei sair de Konoha. Isso não é incrível? – falou animada, mas o moreno não parecia compactuar com o mesmo espírito.

— Está mais para estranho – afirmou e Sakura o olhou confusa.

— Do que está falando?

— Não acha estranho Sasuke lhe chamar para essa missão do nada? – indagou, observando-a seriamente. Não estava gostando daquela história.

— É claro, mas…

— Recuse. – praticamente ordenou à rosada que arregalou os olhos com o pedido.

— O que disse? Não! É claro que não! – negou indignada com a fala dele, enquanto Idate cerrava os punhos com força, não acreditava que estava ouvindo aquilo – Não posso fazer isso, eu...

— Droga, Sakura! – cortou a menina, sem se conter mais – Não vê o quanto isso é estranho? E se ele resolver fazer algo com você enquanto estiver fora da Vila?

— Ele não… – começou a retrucar, mas as palavras simplesmente não saíram, pois a verdade era que não podia dizer que Sasuke não a machucaria, não mais.

— É claro que machucaria! Ele já fez isso uma vez e fará de novo se você for com ele! – bradou, inconformado. Sakura apenas abaixou a cabeça e cerrou os punhos com força.

— Eu não tenho como recusar… e, mesmo que pudesse, não recusaria – falou encarando Idate que estava cada vez mais angustiado.

— Sua teimosa! – e forçou o corpo a se levantar, mas a dor foi mais forte e ele logo perdeu as forças e teria caído no chão se não fosse por Sakura segurá-lo.

— Baka! Não pode fazer esforço ainda! O que está tentando fazer? E… – mas antes que pudesse terminar de falar sentiu as mãos de Idate segurarem seus braços com força, trazendo-a para mais perto dele, até que seus rostos estivessem a milímetros de distância.

— Eu não que ele me afaste de você novamente – murmurou para a garota que arregalou os olhos, sem saber o que responder.

Bem ali na sua frente estava Idate, aquele garoto que cresceu consigo. Aquele quem ela odiava quando criança pela forma arrogante e prepotente com a qual a tratava. Ali, na sua frente estava o amigo que sempre tentava irritá-la e distraí-la de alguma forma dos seus problemas, mesmo que fosse para brigarem. Ali estava alguém que se importava com ela. Mas olhos… os olhos diziam muito mais do que ela estava acostumada a ver. Ou talvez ela estivesse prestando mais atenção agora. E aqueles orbes escuros a encaravam tão firmes e ardentes que sentiu sua pele se arrepiar.

— I-Idate… – murmurou sem saber ao certo o que dizer e, inconscientemente, observou os lábios finos que estavam em uma linha dura.

— Sakura, preste atenção no que vou te dizer... – começou a dizer, mas parou sem conseguir encontrar as palavras certas. Droga! Olhou para a garota em seus braços, tão entregue, confusa, tão linda… ele não conseguia se concentrar com ela tão perto de si, com aquele cheiro doce lhe permeando os sentidos, com aqueles olhos tão verdes lhe perscrutando a alma – Eu… – e notou quando ela baixou o olhar para os seus lábios.

            No instante seguinte ele também encarava os lábios cheios dela que pareciam tão macios e, como se sua racionalidade tivesse o abandonado, apenas agiu por instinto e aproximou-se até desaparecer com a distância que existia entre os dois. Sakura arregalou os olhos ao sentir os lábios de Idate, seu coração retumbava dentro do peito e ela ficou por um instante sem saber ao certo o que fazer, afinal a única pessoa que já beijara fora Sasuke. Sasuke! Estava traindo Sasuke, sua mente a alertou, mas logo tratou de empurrar para longe esse pensamento. Não devia nada a ele. Ele amava outra pessoa, e ela tinha o direito de experimentar um pouco daquele sentimento que Idate tentava proporcionar-lhe. Tratou, então, de esquecer qualquer problema e entregar-se unicamente ao beijo dele.

            Mas ao se separarem novamente veio o peso daquela decisão e ficou confusa com o que estava acontecendo, qual o motivo de Idate tê-la beijado? E se estivesse sendo precipitada? E o que poderia esperar desse beijo? Por Kami, estava casada! Não poderia se envolver com mais ninguém! E era de Idate quem estava falando! O que ela tinha na cabeça por se deixar levar?

— Eu… Idate, eu não… isso… – tentava formular alguma coisa, mas nada lhe vinha a mente, porém o Morino pouco se importou e apenas a abraçou.

— Eu gosto de você Sakura, mais do que pode imaginar – e a menina apenas ficou tensa em seus braços. Droga, não era assim que esperava se declarar, mas não podia mais esconder isso dentro de si – Então me prometa que irá se cuidar nessa missão, não deixe que ele te machuque e… – sentiu o rosto esquentar, mas forçou-se a dizer – ...e, pense em mim.

—*-

Estavam em frente aos portões da Vila. Mikoto, Fugaku, Itachi, Hana e até a pequena Megumi haviam ido se despedir de Sasuke e de Sakura. Ele não queria nada daquilo, mas a mãe não sabia quanto tempo iria demorar para se verem, então insistiu em levá-los até a saída de Konoha. Sakura estava um pouco distraída, ainda pensava no que havia acontecido com Idate e só de lembrar do beijo sentiu o rosto esquentar. Balançou a cabeça, não era hora de pensar naquilo, mas Sasuke notou o quanto ela estava estranha desde que voltou para casa.

 - Cuidem-se! – disse pela décima vez a matriarca dos Uchiha’s e Sasuke revirou os olhos, enquanto Sakura sorriu.

— Pelo visto vamos ter que esperar vocês voltarem para oficializar os padrinhos de Megumi – Hana suspirou inconformada e o marido lhe enviou uma carranca, repreendendo-a, o que ela tratou de ignorar prontamente.

— Gomen! Vou sentir falta da Megumi – Sakura disse segurando a bebê que dormia tranquilamente nos seus braços.

— Eu sei, mas quando voltarem vamos fazer uma grande festa e vocês vão estar presentes, entenderam? – decidiu, encarando o cunhado que odiava esse tipo de socialização.

— Vamos logo Sakura – Sasuke encerrou aquele assunto e a rosada entregou Megumi para a mãe, finalizando as despedidas.

Andaram até os portões da Vila e subitamente virou-se para encarar uma última vez o seu lar. A sensação era estranha, pensou. Ali estavam os Uchiha’s que eram a sua nova família, mas ao mesmo tempo… suspirou. Era realmente uma tola por querer ver o rosto conhecido do pai ou até… cerrou os punhos e franziu o cenho. Ela não, pensou. Não depois de tudo o que ouviu, não poderia estar querendo vê-la, repreendeu-se mentalmente.

— Sakura? – ouviu Sasuke lhe chamar e virou-se para ele decidida a sair de Konoha e esquecer, nem que fosse por pouco tempo todos os problemas relacionados a esse lugar e apenas aproveitar aquele momento em que seu sonho começava a se tornar realidade.

—*-

— Ela realmente conseguiu, não é? – Kizashi disse ao ver o vulto rosa iniciar a caminhada ao lado do Uchiha para sair de Konoha – Está indo em uma missão! – exclamou com um sorriso de orelha a orelha ao ver tal cena.

— Ela só está o acompanhando – Mebuki respondeu, concentrada no andar da filha que parecia determinada e sorriu minimamente – Mas espero que tudo dê certo…

— Dará! – afirmou o marido. Estavam escondidos mais ao longe e viram toda a despedida do casal – Só acho que devíamos ter ido até ela nos despedir pessoalmente, somos a família dela.

— Ela não iria querer me ver – murmurou Mebuki e sentiu os olhos se encherem de lágrimas – Não depois de tudo e vou respeitar a decisão dela. – Kizashi somente suspirou e abraçou a loira ao seu lado.

— Ela só precisa de um tempo, vamos esperar ela voltar e conversaremos novamente e, dessa vez, juntos – Mebuki olhou para o marido e sorriu para ele, abraçando-o com força. Era bom saber que mesmo cometendo os piores erros não estava sozinha. Tinha Kizashi do seu lado e era amada por ele. Olhou novamente para a filha que já desaparecia um pouco de suas vistas e rezou para que ela também encontrasse em Sasuke seu porto seguro.

—*-

Sakura olhava a tudo ao seu redor como se fosse uma criança vendo as coisas pela primeira vez, estava encantada. A cada passo que dava parecia iria explodir em felicidade e estava se achando uma idiota por isso, mas o que podia fazer? Tudo era tão bonito! Estavam andando a mais de duas horas e em nenhum momento reclamou, estava tão eufórica que, se Sasuke decidisse, continuaria andando até o final do dia. O que não aconteceu, é claro. Eles pararam para comer em um determinado momento quando alcançaram uma espécie de taverna. Era realmente um lugar simples, mas Sakura tinha que admitir que a comida era deliciosa. E ela se perguntou se era porque estava com fome ou porque era algo diferente do que estava acostumada, ou ainda porque estava totalmente feliz por estar ali.

Sasuke apenas observava a garota a sua frente. Parecia uma criança enquanto comia, só faltava ela dar uns pulinhos de felicidade de tão radiante que estava. Sorriu de canto com o pensamento, era muito fácil de agradá-la, isso era óbvio. Parou de comer ao perceber o rumo dos seus pensamentos. Ele não queria agradá-la! Sakura observou o moreno a sua frente que parecia ter ficado tenso subitamente e se perguntou o motivo daquela mudança. Na verdade, ele estava estranho desde que saíram, não havia se irritado nenhuma vez com ela, apenas caminhava ao seu lado, sem se importar com a forma como se comportava.

— Sasuke… – chamou a atenção do moreno que a encarou e ela ficou sem saber o que dizer, então resolveu enrolar – Isso está ótimo, não é? – e sorriu timidamente, achando-se ridícula pela pergunta que fizera.

— Hum. – foi o que respondeu antes de voltar a comer, ignorando-a mais uma vez.

Depois daquilo ela resolveu não falar mais nada. Não gostava de ser ignorada e preferia que o clima entre eles continuasse ameno. Após pagarem pela refeição continuaram a caminhada até escurecer e foi então que Sakura se perguntou onde iriam dormir e logo arregalou os olhos ao pensar que teriam que dormir ao ar livre. Ela não via problema em acampar, não era isso que a preocupava, mas ao pensar que teria que dormir perto de Sasuke, sem uma parede os separando era estranho e não sabia o que esperar. Observou o moreno que apenas indicou uma clareira e se dirigiram para lá. Ela ficou a espera que ele dissesse o que deveria fazer, mas o Uchiha começou a preparar o acampamento, sem se importar com Sakura. Revirou os olhos, sentindo-se inútil ali.

— Tem alguma coisa que eu possa fazer? – indagou sem aguentar mais ficar parada. Sasuke a encarou brevemente e em seguida deu de ombros, estava acostumado a fazer tudo sozinho, mas sabia que isso não seria bem aceito por ela, então antes que houvesse alguma reclamação disse:

— Precisamos de madeira para o fogo. – e a rosada aquiesceu, sorrindo antes de ir buscar o que foi pedido.

            Sasuke tirou dois sacos de dormir da mochila e olhou ao redor sem saber ao certo o que fazer com eles, ou melhor, onde deixá-los. Suspirou e colocou-os embaixo de uma árvore, preferiu continuar a separar algumas pedras para marcar a fogueira a ter que pensar nisso. Quando Sakura trouxe alguns galhos secos, expeliu um pouco de fogo com o Katon para acender a fogueira, mandando, em seguida, a rosada fazer o jantar deles. Ela se surpreendeu com o pedido, mas ele resolveu ignorar, afinal ainda tinha que verificar o perímetro e armar algumas armadilhas.

            Comeram em silêncio e Sasuke tinha que admitir, pelo menos para si, que a comida dela começava a lhe agradar cada vez mais, ou talvez fosse somente a fome falando mais alta. Afinal, nada mudou, não é mesmo? Refletiu consigo. Olhou para a garota que comia distraída, vendo a paisagem ao redor, provavelmente ainda não acreditava que estava ali e, sinceramente, nem ele conseguia acreditar naquilo. Suspirou exasperado, chamando a atenção de Sakura para si, parou de comer e levantou-se informando que ficaria de vigia enquanto ela dormia, e apontou para o saco de dormir.

Sakura queria retrucar e dizer que também poderia ficar de vigia, mas o Uchiha lhe deu as costas e saiu de perto de si antes que tivesse oportunidade de formular uma frase. Olhou para os sacos de dormir e foi inevitável pensar que se ele não ficasse de vigia dormiriam os dois um do lado do outro. Corou com o pensamento, qual era o seu problema? Por que estava pensando isso? Ela já dormira próximo de Sasuke outras vezes antes de casar, e mesmo agora nada havia mudado entre eles para ela ficar preocupada com o que poderia acontecer. Talvez estivesse assim por conta do que acontecera com Idate. Suspirou ao lembrar do Morino, volta e meia voltava a pensar no beijo e, automaticamente, perguntou-se como seria se fosse ele ali ao seu lado ao invés de Sasuke.

Balançou a cabeça para afugentar os pensamentos e arrumou tudo antes de ir tentar dormir um pouco. Prometeu para si que não iria pensar em nenhum problema agora. Deitou-se no saco de dormir, achando uma posição para ficar mais confortável e olhou para o céu, encantada ao ver a noite repleta de estrelas. Sorriu e em seguida notou que na árvore acima de si estava Sasuke com os braços cruzados, também observando o céu. O Uchiha parecia perdido em pensamentos.

— É lindo, não é? – quando deu por si já tinha falado em voz alta e ela nem entendia o porquê de ter falado isso. Xingou-se mentalmente, ele iria lhe ignorar novamente, pensou ao não ouvir nenhuma resposta, mas o moreno a surpreendeu novamente.

— Sim… – foi a única que disse, mas aquilo foi o suficiente para instigá-la a falar mais.

— Quando era criança e fazia uma noite bonita sempre subia no telhado de casa para vê-las melhor. Sempre gostei de estrelas – a ouviu falar e Sasuke arqueou uma sobrancelha, encarando-a de cima.

— Eu sei. Era eu que a tirava de lá quando Kizashi-san não estava em casa – Sakura sentiu as bochechas esquentarem e sabia que corava, mesmo assim sorriu com a lembrança.

            Ela sempre gostou de admirar as estrelas e, por causa disso, seu pai a levava para o telhado para verem juntos. Ele fazia isso somente quando estava em casa, era um tempo somente deles, em que ouvia sobre como havia sido as missões e ele lhe ensinava sobre as constelações. O problema era quando ele estava em missão e Sakura sentia falta do pai. Ela, então, resolvia ir para o telhado observar as estrelas, pois sabia que o pai também estaria fazendo a mesma coisa onde quer que estivesse. Mas, por estar desacompanhada, sua mãe e irmã ficavam preocupadas dela se machucar lá em cima e, por mais que pedissem, Sakura dizia estar tudo bem e ficava ali, sentada a observar o céu.

            Era nesse momento que elas recorriam a Sasuke, afinal, ele era o único com habilidades ninjas para ir até lá e tirá-la do telhado ou que permanecia sentado junto de si quando insistia em ficar ali um tempo mais. Era divertido ficar ao lado de Sasuke naquela época, lembrou-se. Ele não falava muito nesse momento, provavelmente estava emburrado por ter que ficar com ela e não com Sayumi, mas mesmo assim ela falava sobre as constelações da mesma forma que seu pai a ensinara e em nenhum momento ele a interrompia, somente encarava o céu parecendo desinteressado.

— Órion – ouviu Sasuke dizer e levantou o rosto, saindo de suas lembranças um pouco surpresa por ele ter dito algo, mas ele parecia concentrado em observar o céu e formar um desenho com o dedo – Cão menor, Cão maior.

            Sorriu ao ver que ele lhe ouvira quando mais nova sobre as constelações e quando deu por si já estava dizendo:

— Você realmente estava me escutando, não é?

— Era impossível não escutar alguém que não fechava a boca nunca – retrucou com um sorriso presunçoso e Sakura revirou os olhos antes de rebater:

— Você sempre falava comigo várias coisas e nem por isso eu escutava – deu de ombros, mas arrependeu-se ao perceber o que havia dito. Abriu a boca para tentar se consertar e novamente ficou surpresa ao ver Sasuke sorrindo para si.

— Isso explica o porquê de eu sempre ter que te tirar de algum problema – ele a observava fixamente e parecia divertido, porém ela não esperava por essa resposta e nem pela forma como ele a encarava, com um olhar tão relaxado e diferente da costumeira frieza, por isso foi inevitável não se sentir sem graça.

— Bom, acho que vou dormir agora… boa noite Sasuke – disse acomodando-se no saco de dormir e, dessa vez, como esperava, ele a ignorou.

—*-

            No outro dia as coisas estavam estranhas entre eles. Talvez estranho não fosse a palavra certa, mas era a que Sakura preferia usar para explicar o motivo de Sasuke nem ao menos lhe dirigir uma palavra e parecer furioso o tempo todo. Logo no início da manhã ela ainda se questionou se de repente teria dito ou feito algo errado, mas não demorou muito para afastar esses pensamentos e também passar a ignorá-lo. Se ele queria assim, ela é que não iria falar algo e piorar tudo, pois ela sabia que isso aconteceria se abrisse a boca. Então, no mais profundo silêncio andaram novamente o dia todo, apenas quando estava perto de anoitecer foi que viram os portões da Vila da Cachoeira e Sasuke mandou Sakura trocar de roupa. A missão começava agora.

            Sakura foi em direção a floresta e procurou um lugar para poder trocar de roupa. Tirou a blusa e o short que usava e colocou uma yukata leve, amarrando o obi na cintura, em seguida colocou as meias e as sandálias de madeira. Sasuke havia lhe dito que eles fingiriam ser recém-casados em lua de mel, por causa disso, estavam se mudando para a Vila da Cachoeira, e ela deveria usar aquele tipo de roupa para passar mais veracidade. Passou as mãos no cabelo e pensou no que faria com eles. Eles estavam soltos e sem nenhum atrativo, e qualquer noiva teria os cabelos presos e ornamentados de alguma forma.

            Enquanto tentava prender os fios rosados, perguntava-se se aquela missão daria certo. Afinal, seria bem difícil para eles passarem a imagem de um casal apaixonado quando Sasuke nem ao menos lhe respondia e ficava de mau humor do nada. Revirou os olhos e pegou um pequeno espelho para ver como estava. Sasuke também não explicara os detalhes, mas foi firme ao dizer que ela somente faria o que ordenasse e seu papel se resumiria a cuidar da casa e fingir seu uma boa esposa. Fez uma careta de desagrado com o pensamento, como se ela não estivesse fazendo esse papel antes, pensou antes de observar o reflexo do espelho.

— Bom, é o que temos para hoje – disse para si, antes de pegar um lápis de olho para fazer uma leve maquiagem nos olhos de forma rápida.

—*-

Sasuke já batia o pé, em um tique nervoso, irritado pela demora. Já fazia meia hora que estava a esperando. Por que ela demorava tanto? Era só para colocar uma roupa! Ele já tinha trocado o uniforme shinobi e usava um yukata azul escuro, sem nenhum emblema, enquanto Sakura parecia testar sua paciência. Deu um passo para frente, decidido a ir buscá-la quando viu a rosada aparecer na sua frente e não pode deixar de arregalar os olhos ao vê-la.

Usando uma yukata rosa com desenhos de pétalas de cerejeira, um obi em um tom de vermelho escuro, os cabelos rosados presos em um coque despojado com algumas mechas emoldurando o rosto, Sakura parecia diferente e, ao mesmo tempo, ela mesma. E ele não sabia o que achava disso. 

— Estou pronta! – falou com um sorriso no rosto para o moreno que continuava a observá-la – Algum problema? Está muito ruim? – indagou hesitante ao ver o modo como ele lhe olhava. – Eu não tive muito tempo, então improvisei, mas… – estava pronta para desfazer o penteado quando sentiu a mão do Uchiha parar o ato.

— Está bom – foi tudo o que disse ao encarar os orbes verdes que pareciam maiores e mais brilhantes. Arqueou uma sobrancelha – Está usando maquiagem? – falou sem pensar e Sakura corou.

— Só um pouco de lápis e batom – deu de ombros – Qualquer noiva usa maquiagem no dia do casamento.

— No nosso você não fez isso – disse e repreendeu-se pelas palavras proferidas. O que estava pensando? Qual o motivo daquela conversa infundada?

— Você nem ao menos lembra, não é? – falou com um sorriso forçado e soltou-se de Sasuke que somente agora se deu conta que ainda segurava a mão dela. Enquanto Sakura tentava evitar pensar naquele dia. As lembranças não eram boas e saber que Sasuke estava tão alheio a tudo ao seu redor, à ela e ao quanto sofria por ter que se casar, mas ainda fingia estar contente, somente estavam a machucando.

Sasuke afastou-se sem saber ao certo o que dizer, então preferiu se calar. Virou-se para andar em direção a vila e Sakura pôs-se ao seu lado, sem comentar mais nada. Sasuke então fez alguns selos com as mãos, chamando a atenção da rosada e logo em seguida sua aparência havia mudado completamente.

— Henge no jutsu? – Sakura murmurou para a figura ao seu lado e espantou-se ao receber um sorriso de volta.

— Você não achou que eu iria usar o meu rosto verdadeiro nessa missão, não é? Todos iriam me reconhecer ou desconfiar que sou um Uchiha – falou e foi somente pela voz grave que Sakura conseguiu reconhecer Sasuke. – Vamos logo! – disse pegando a mão da garota e a puxando para voltarem a caminhar.

            Sakura seguia ainda meio abobalhada observando as mãos entrelaçadas e logo seu olhar pousou no que seria o disfarce de Sasuke. Ele mantinha a mesma altura, seus cabelos eram castanhos claros e batiam na altura do queixo, repicados, como se estivessem em constante desalinho, mas o que mais a surpreendeu foram os olhos. Da mesma cor que os cabelos, os olhos de Sasuke pareciam tão quentes e acolhedores, tão diferentes do negrume que sempre a encarava com frieza, que por um momento pensou que alguém havia trocado de lugar com o Uchiha.

— Sas… – tentou dizer, mas foi interrompida pelo moreno que franziu o cenho brevemente e ela pode suspirar aliviada ao reconhecer aquela carranca. Era ele mesmo afinal.

— Aqui o meu nome não é Sasuke, Sakura – informou para a rosada que aquiesceu – Meu nome é Suzuki Takashi e o seu é Suzuki Sakura.

— Suzuki Sakura, até que soa bem… - disse para si com um sorriso e Sasuke revirou os olhos.

— Que bom que gostou - ironizou - Agora vamos e lembre-se somos recém-casados - e a puxou para mais perto quando atravessaram os portões.

Sakura arregalou os olhos quando Sasuke a puxou pelos quadris, ficou tensa ao ver o grande sorriso no rosto desconhecido e sentiu o rosto corar com a proximidade de Sasuke, mas bastou ele franzir o cenho a censurando que voltou sua atenção para as ruas movimentadas. Mas ela não tinha culpa de agir de forma estranha, afinal, ele estava agindo estranho! Ou talvez só não conseguisse assimilar que era Sasuke ao seu lado fazendo aquelas caras e bocas.

Andaram para o centro da cidade até serem abordados por uma velha senhora que se apresentou como Keiko e iniciou um diálogo com Sasuke, ou melhor, Takashi. Mas logo a idosa passou a conduzi-los até pararem em frente a uma casa pequena e simples que continha um jardim na frente. Sakura não pode evitar pensar que era totalmente diferente da casa em que viviam em Konoha e sorriu, feliz, por isso.

— Pelo jeito a sua esposa gostou da casa de vocês, senhor Suzuki – Keiko disse alegremente.

— É realmente linda – Sakura sorriu sem graça ao ver que estava sendo observada.

— Fico feliz em ouvir isso. Quando a escolhi, pensei em algo que pudesse agradá-la – Takashi sorriu ternamente para a esposa que não pode evitar corar, aquele com certeza não era Sasuke, pensou.

— Vocês vão gostar! A área é muito tranquila e os vizinhos são muito educados e solícitos – Keiko continuou a falar sobre a vizinhança e Sakura se forçou a ignorar o estranho rapaz ao seu lado e conversar com a velha senhora.

            Não demorou muito e algumas crianças passaram correndo por ali, curiosas com os novos moradores. Outros permaneciam mais afastados, porém, de forma cautelosa, observavam a tudo, como se tentassem adivinhar o motivo da vinda dos dois. Pelo visto a vila não estava muito acostumada com estrangeiros, Sasuke notou, mas logo alguns moradores, mesmo receosos, vieram para se apresentar a ele e a Sakura. A rosada sorria para todos, apresentando-se, e como ele esperava ela conseguiu cativá-los rapidamente. Seu jeito extrovertido e gentil era muito conveniente, às vezes. Arregalou os olhos ao se dar conta que havia acabado de elogiar Sakura. E o pior era que não era a primeira vez que cometia esse erro. Culpou o cansado por estar confuso dessa forma, afinal a mesma coisa havia acontecido na noite anterior quando ela veio conversar consigo sob as estrelas.

            Foi inevitável para ele recordar-se do passado, mas diferente das outras vezes quando era a imagem de Sayumi que povoava sua mente, foram lembranças do tempo que passava com Sakura que vieram e isso foi o suficiente para irritá-lo. Como podia pensar em Sakura, quando a única que ocupava a sua mente era Sayumi? Seu passado sempre foi com Sayumi, apesar de ser impossível não ter um espaço para Sakura nas suas lembranças, ele sabia disso. Era natural, afinal passava mais tempo com a menina do que com a noiva na época, mas mesmo assim… não queria que isso voltasse a acontecer. Não queria Sakura na sua mente. Não a queria perto de si, se não fosse para vingar a morte de Sayumi.

Por causa disso, afastou-se dela, foi frio e a desprezou durante todo o caminho até a Vila, mas quando ela apareceu vestida daquele jeito, foi inevitável não elogiá-la, mesmo que fosse internamente. Sakura sempre foi uma garota que não ligava muito para a aparência, preferia treinar a se arrumar, mas ela tinha um jeito próprio de encantar os outros. Enquanto Sayumi chamava a atenção por todos pela inconfundível beleza, Sakura chamava a atenção pelo seu gênio forte e obstinado, pela forma gentil e alegre com a qual tratava a todos ao seu redor. Mas aquela foi a primeira vez que ela chamou a sua atenção pela beleza que ele nunca reparou ter, pois seus olhos só enxergavam Sayumi.

Saiu de seus pensamentos ao ver que estava muito tempo calado, deixando todo o trabalho para Sakura que parecia desconfortável ao lado de alguns moradores. Estranhou, geralmente, ela era bem comunicativa e não tinha nenhum problema em conversar com os outros, como ele tinha. Aproximou-se dela, passando o braço em volta da cintura fina da rosada que deu um pulinho assustada pela aproximação repentina. Conteve a vontade de revirar os olhos, ela realmente não conseguia fingir estar relaxada ao lado dele, mas isso só serviu para causar estranhamento em algumas pessoas.

— Sakura, acho melhor entrarmos. Quero descansar com você– e deu um sorriso malicioso para quem estava ao redor entender o duplo sentido das suas palavras, algo que passou despercebido por Sakura.

— Claro, eu também estou cansada – disse e passou a se despedir de todos, principalmente das crianças que insistiam em brincar com ela.

            Viu de relance alguns olharem para eles com desconfiança e franziu levemente os olhos. Talvez não fosse ser tão fácil enganar aquelas pessoas como supunha, então teve a única ideia para dar mais credibilidade de que eram um casal apaixonado.

            Sakura ainda falava com uma criança quando foi puxada para perto por Sasuke, iria reclamar com ele pelo gesto abrupto, quando viu os olhos castanhos do rapaz a sua frente tão intensos, que ela foi incapaz de falar algo. Ele tocou em seu rosto de forma carinhosa, sorrindo tão calidamente que ela sentiu seu coração acelerar e, inconscientemente, prendeu a respiração sem saber o que esperar a seguir.

— E aqui começa a nossa história juntos, Sakura - ouviu-o dizer e em seguida a única coisa que pode assimilar foram os lábios de Sasuke sobre os seus.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Sasuke querendo afastar o Idate da Sakura, aí o Morino rouba um beijinho dela... parece que o jogo virou, não é mesmo? hahaha Por favor, não me matem por causa disso, mas eu não posso entregar a Sakura de bandeja para o Sasuke depois do que ele fez com ela. Na verdade, ele anda meio confuso das ideias e esse capítulo mostra mais claramente isso. E o que falar de Suzuki Takashi? Preparem-se, pois o próximo capítulo será dedicado a ele (acho que isso já serve como spoiler, não? XD), além disso teremos mais da missão dos dois.
Mas também devo avisar que o próximo pode demorar um pouquinho, já que irei atualizar SUOV 2, para só então voltar a Reparação, mas não se preocupem, qualquer coisa eu solto uns spoilers no face XD hahaha

Então é isso, beijos e até a próxima!