Reparação escrita por Luhni


Capítulo 16
Cuidados de Fúria


Notas iniciais do capítulo

Olá gente! ^^ Olha só como prometido eu trouxe o capítulo hoje, palmas pra mim! kkkk XD

Agradeço a todos que deixaram um review, logo mais estarei respondendo-os! E um obrigada especial para Deya, EroHime e Setrof por recomendarem a fic, fiquei nas nuvens com as palavras de vocês, muito obrigada mesmo!! *__* e por causa disso esse capítulo é dedicado as vocês três ^^

Boa Leitura



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– O que está fazendo aqui? – indagou ao se aproximar com passos rápidos.

– Vim conhecer a sua mais nova residência – disse com um sorriso debochado, mas Sakura não parecia estar para brincadeira, então suspirou e resolveu ser direto – Tsunade-sama me escolheu para escoltar você e o outro médico em uma missão.

Sakura arregalou os olhos, definitivamente não esperava ver Idate, não agora! Na última vez que se encontraram haviam discutido pelo fato dela ter se casado com Sasuke e logo depois ele partiu em uma missão. Não sabia ao certo como lidar com o rapaz naquele momento, ainda havia pontas soltas entre eles, mas ela não poderia conversar agora e temia que o clima entre os dois se tornasse algo desagradável. Por que ele tinha que ter voltado tão cedo?

– Pensei que estava em missão... – murmurou em voz alta o que pensava e o rapaz deu de ombros.

– Cheguei mais cedo que o previsto, sabe, é que eu sou muito bom – se vangloriou.

Sakura revirou os olhos e já iria retrucar, porém percebeu que alguns Uchiha’s, que passavam na rua, observavam a cena e amaldiçoou o Morino mais uma vez, porque ele tinha que estar ali? Ela queria ser o mais discreta possível para não levantar suspeitas de nada e Idate resolvia aparecer na frente da sua casa como se fosse um convidado.

– Idiota – disse antes de abrir o portão para sair da casa e começou a andar sem esperar o shinobi que a seguiu.

– É assim que me trata depois de vir lhe escoltar na porta de casa? – se fingiu de ofendido e Sakura franziu o cenho.

– Não combinamos isso, além de ser totalmente desnecessário, afinal eu sei me cuidar – não olhava para Idate, querendo evitar mais comentários. Sasuke não poderia nem sonhar que ela estava na companhia do rapaz.

– Às vezes acho que não – falou para si e Sakura o olhou de esguelha – Se soubesse não estaria casada.

Sakura se encolheu ao ouvir as palavras de Idate, era isso que tentava evitar. Colocou uma mecha para trás da orelha e virou o rosto para o outro lado, ignorando-o. Idate apenas observou a menina e mordeu a língua ao ver que estava deixando-a desconfortável, ele havia prometido para si que não faria isso ao vê-la de novo, mas não imaginava que aconteceria tão cedo, muito menos em uma missão. Porém, tinha que confessar que ficara feliz por ir em uma missão com ela, da última vez que fizeram algo juntos era algo bobo como caçar gatos dentro dos muros da vila quando menores. Riu baixinho com a lembrança, chamando a atenção da rosada.

– O que foi?

– Estava me lembrando da última vez que fizemos alguma missão juntos, lembra-se daquele gato? – questionou e sorriu ao ver os olhos verdes brilharem para si.

– Claro! Você era insuportável e tornou uma simples tarefa em um enorme problema para nós – disse e Idate arqueou uma sobrancelha.

– Eu criei problema? – não acreditava no que ela estava dizendo – Pelo o que me lembre foi graças a mim que conseguimos capturar o bichano! – e apontou para si, estufando o peito. Sakura apenas riu baixinho.

– Sim, depois de três dias de caçada por causa da sua teimosia em não aceitar a minha ajuda – retrucou e o Morino bufou, virando o rosto para o lado a fim de impedi-la de vê-lo corando. Sakura riu ainda mais ao ver que ele ficara sem graça.

Porém, Idate estava satisfeito, o clima ruim entre eles havia se dissipado e esperava mantê-lo assim, pelo menos por enquanto. Afinal, sabia que não conseguiria se manter calado por muito tempo, pois se preocupava com a situação da rosada.

–*-

Não demorou muito e chegaram ao ponto de encontro onde Kabuto já os esperava, o médico arqueou uma sobrancelha ao ver os dois conversando animadamente, próximos um do outro, porém nada comentou e iniciaram a caminhada para a entrada da vila. Sakura os guiou até a entrada da grande floresta que circundava Konoha, aquela área era o caminho que todos os shinobis seguiam a fim de realizar suas missões em outros lugares, em outras vilas e, quando iniciou seu treinamento com Tsunade, passou a visitar muito aquela área, escondida dos pais a fim de treinar e sonhando cruzar a floresta e em ver o mundo.

Ela ainda não havia conseguido realizar o seu sonho e nem sairia da floresta, mas seu coração acelerava com a perspectiva de atravessar os muros da vila. Seguiu uma trilha um pouco apagada pelo decorrer do tempo, fazia anos desde que ela encontrara a Lótus-do-Céu pela primeira vez e o ambiente estava mudado, mas recordava-se que a flor crescia atrás de uma planície, escondida entre as árvores e protegida pelo rio. E foi em direção ao rio que ela seguiu, com Kabuto e Idate atrás de si.

Quatro horas se passaram até que conseguissem alcançar o lugar descrito por Sakura, o relevo havia mudado e o acesso estava mais difícil, por vezes a rosada não conseguia identificar onde estavam e a extensão do rio não a permitia ter certeza sobre o local exato da flor, tudo era muito igual, as árvores, a terra, então resolveram que seguiriam a margem do rio ao mesmo tempo que paravam para procurar o antídoto.

Sakura suspirou ao ouvir Kabuto resmungar mais uma vez que aquilo estava sendo inútil, estava ficando irritada com aquilo, estava fazendo o seu melhor e se ela não estivesse lá com certeza estariam ainda mais perdidos, então porque tanta reclamação em cima de si?

– Não está aqui – Idate disse ao se aproximar e Sakura se levantou, limpando a roupa.

– Vamos tentar mais a frente então – disse e o rapaz anuiu.

– Isso não está dando certo – retrucou Kabuto, ajeitando os óculos – O rio é enorme e procurar assim levará o dia todo, pensei que tivesse uma noção melhor do lugar, senhora Uchiha.

– Quando achei o lugar eu tinha entrado pela planície e seguido em direção as árvores até encontrar o rio – apontou para a floresta atrás de si – Mas viemos seguindo o curso do rio, não consigo ter uma noção exata assim – defendeu-se.

Talvez estivesse querendo apenas se justificar, afinal não tinha como ter certeza se conseguiria achar da forma como estava falando, talvez ela realmente tenha sido uma idiota ao pensar que poderia ajudar se viesse. Talvez estivesse atrapalhando ainda mais as buscas.

– Sakura, não se preocupe – afirmou Idate, lhe tirando dos seus devaneios – Nem conseguiríamos chegar aqui sem você, então apenas tente se lembrar de qualquer coisa que possa nos ajudar em algo.

Sakura aquiesceu, agradecendo mais uma vez ao rapaz e respirou fundo, tentando se recordar daquele dia. Ela estava um pouco irritada na época, pois seu pai ainda não havia deixado Tsunade lhe dar nenhuma tarefa, mesmo que a mestra afirmasse que seria dentro da vila, então ela havia discutido com os pais e correra para treinar e tentar ver se passava a raiva. Ela correu tanto que quando deu por si estava encostada no muro de Konoha, chorando e esmurrando-o até que notou uma pequena abertura e, sem pensar direito, atravessou-a indo parar do lado de fora da Vila.

Curiosa com o que estava na sua frente, esqueceu-se do motivo da raiva e começou a caminhar, observando tudo ao seu redor. Seria mentira dizer que não estava um pouco amedrontada enquanto se afastava dos muros de Konoha e a todo o momento ela olhava para trás para ter certeza que conseguiria achar o caminho de volta. Recordava-se bem disso e como ficara deslumbrada ao encontrar a planície, nunca havia visto tantas flores juntas, continuara andando até ouvir o som do rio e correu na sua direção, caindo no processo por causa de uma grande raiz que até se externava para fora da terra. Foi naquele lugar que ela encontrou a Lótus-do-Céu.

– Lembrei! – exclamou, chamando a atenção dos rapazes – Há uma árvore com uma raiz grande no local onde cresce a flor, e é aos pés dessa raiz que está a Lótus-do-Céu – contou e passaram a procurar pela árvore conforme a descrição da rosada.

Mais uma hora se passou, Sakura já estava um pouco cansada, era horrível usar um quimono para fazer esse tipo de atividade e o calor estava insuportável, mas ela seguiu sem reclamar. Kabuto estava mais afastado verificando algumas árvores mais dentro da floresta e ela aproveitou para descansar sobre a sombra de outra árvore. Idate observou a garota e ao ver que o médico não estava por perto foi até ela.

– Cansada? – Sakura apenas levantou a cabeça para observá-lo e aquiesceu.

– Sim, espero que consigamos achar logo o antídoto – disse ao lembrar que havia deixado o Uchiha sozinho enquanto delirava de febre – E espero que Sasuke esteja bem – Idate não pôde evitar franzir o cenho ao escutar aquelas palavras.

– Como pode se preocupar com um cara como aquele?

– Ele é meu marido – disse de forma fria, sem encará-lo, queria que essa conversa terminasse antes mesmo que Idate continuasse, mas o rapaz não se deu por satisfeito.

– Não seja ridícula, Haruno! Vai me dizer que se apaixonou por ele?

– É Uchiha agora – corrigiu-o, sem responder a pergunta dele, afinal o que diria? Qualquer resposta só serviria para ele continuar a perturbando, então se virou de costas a fim de voltar a procurar pela flor, mas Idate segurou seu braço. Ele estava irritado por ver que Sakura não ligava nem um pouco para a idiotice que estava fazendo e ouvir aquelas palavras o fazia sangrar por dentro.

– Não me importo com o seu sobrenome, mas com quem você é – ela lhe observava sobre o ombro, recusando-se a encará-lo diretamente, mas ele não se importou e continuou falando – Você estar aqui prova para mim que ainda é a Sakura que eu conheço, então me responda por que não desiste de tudo?

– Aqui não é o lugar nem o momento adequado para conversarmos sobre isso, Idate – disse puxando o seu braço para afastar-se dele, porém o shinobi não permitiu, ele não conseguia se segurar mais, paciência nunca foi uma das suas virtudes.

– Então quando será? Se depender de você nunca teremos essa conversa! – exclamou, mas ela não estava disposta a conversar – Sakura, responda-me, pare de fugir! – em resposta a rosada somente puxou com mais força o braço, desprendendo-se dele, mas acabou por tropeçar em uma raiz.

Fechou os olhos por reflexo, porém sentiu braços fortes circundarem sua cintura e em seguida o calor de um corpo. Ao abri-los viu que Idate a segurava contra o seu peito e não pôde evitar corar com a proximidade do rapaz, levantou o rosto para dizer que estava bem e podia soltá-la, mas ele foi mais rápido:

– Ainda há tempo de mudar as coisas, não estrague sua vida – pediu em um sussurro e mais uma vez Sakura viu aquele olhar estranho em Idate, tão profundo, tão sincero e ao mesmo tempo tão desconhecido por si que ela não soube o que responder.

– Acho que encontrei! – o grito de Kabuto os assustou e imediatamente Idate a afastou de si ao ver o albino vir em sua direção que estranhou o constrangimento e a proximidade dos dois – Desculpe, atrapalho algo?

– Claro que não! – o Morino respondeu já que Sakura estava mais preocupada em não ficar ruborizada – Apenas evitei a queda da senhora Uchiha, é a minha missão afinal – e crispou os lábios, descontente.

Sakura apenas o observou, sem responder nada, e em seguida foi até Kabuto para ver se era realmente a flor, como se nada tivesse acontecido, Idate deveria respeitar a sua decisão, entretanto sabia que em partes a culpa era sua, devia ser mais firme no que queria e afirmar isso para o rapaz e não ficar toda sem graça ao seu lado. Concentrou-se em ignorar esses pensamentos, tinha que se focar agora em Sasuke, pois finalmente alguma coisa estava dando certo, haviam conseguido o ingrediente que faltava para o antídoto.

–*-

Fitava o teto, entediado, mas tinha que admitir: estava se sentindo melhor do que a dias atrás. Sua febre havia baixado e a cada dia que passava sua força parecia retornar e ele agradecia internamente por isso, pois não aguentava mais ficar naquele estado penoso. Sentou-se na cama e observou o que deveria ser o seu quarto, porém era tão impessoal e sem vida que não passava de um mero quarto de hóspedes, a ideia inicial de Sayumi, mas que não pode ser completada.

Tirou a coberta de cima de si e ajeitou o yukata que usava, iniciando uma série de golpes com os punhos para treinar seus reflexos que ainda pareciam adormecidos devido ao tempo acamado. Se Sakura aparecesse agora já imaginava que ela fosse reclamar consigo, pois ele ainda estava em recuperação e sorriu ao imaginá-la furiosa e como ela resmungaria baixinho sobre ele ser um teimoso e um péssimo doente. Parou os golpes ao se dar conta do que pensara.

Por que estava pensando na garota? Suspirou, passando a mão nos cabelos, estava trancado há muito tempo naquele quarto e, mesmo que seus pais e seu irmão tivessem vindo lhe visitar recentemente, a rosada era quem mais ficava consigo, talvez fosse por isso que sua única distração fosse verificar as reações dela. Além do mais, nos últimos três dias ela parecia mais contente, mais animada e uma curiosidade sobre o motivo parecia lhe intrigar cada vez mais. Interrompeu seus devaneios ao ouvir a porta se abrir e a responsável por seus pensamentos adentrou o cômodo, surpresa por vê-lo em pé.

– Sasuke! Era para você estar descansando! – repreendeu Sakura e Sasuke não pode evitar sorrir de canto, irritando-a ainda mais. – Você ainda está em processo de cura!

– Não posso ficar trancado o dia inteiro – reclamou ao se ver puxado pela rosada em direção a cama mas, estranhamente, deixou-se ser levado.

– Sei que é ruim ficar aqui, mas por enquanto deve restabelecer a sua saúde – suspirou, encarando o moreno como se fosse uma criança teimosa.

– Eu já estou bem o suficiente para sair daqui – mentiu, ainda se sentia um pouco cansado, mas nada se comparado há alguns dias.

Sakura revirou os olhos com a insistência do mais velho só ela sabia o quanto havia sido trabalhoso conseguir o antídoto e ele ainda queria dificultar o tratamento? Bufou irritada enquanto o cobria, mas não pode evitar um sorriso ao ver a cara emburrada que ele fazia por estar sendo tratado como criança. Estava aliviada em vê-lo melhor, depois de encontrar a flor, Kabuto facilmente conseguiu transformá-lo no remédio e após três dias medicando o Uchiha ficava satisfeita ao ver que havia feito a melhor escolha ao ajudá-lo. E até que ele não estava sendo tão odioso quanto antes, podia jurar que estavam se dando bem.

– Irritante – ouvi-o murmurar ao ajeitá-lo na cama e revirou os olhos.

Bom, pelo menos estavam se dando melhor que antes.

– Sasuke vou ter que sair, preciso falar com a Hokage – informou e ao ver o cenho franzido do rapaz, suspirou – tudo bem?

Pensou em negar o pedido dela, e até abriu a boca para lhe dizer “não”, mas ela estava cuidando de si durante todo esse tempo que ele simplesmente não conseguiu recusar. Ele devia a ela, isso era claro. E Sakura não iria passear, mas ver Tsunade, então não havia motivo para impedi-la. Meneou a cabeça em concordância e a rosada lhe sorriu agradecida antes de se levantar e ir em direção a porta.

– Não demore muito – mandou e a garota parou no batente para em seguida se virar com um sorriso zombeteiro.

– Não se preocupe, não terá tempo de sentir saudades minhas – brincou e antes que Sasuke retrucasse saiu do quarto, deixando um Uchiha irritado.

–*-

Acordou com batidas na porta e levantou-se um pouco grogue do sofá, resolvera ficar na sala um pouco e acabara dormindo por lá. Olhou o relógio que ficava perto da entrada da cozinha e viu que já havia se passado duas horas desde que Sakura saíra e ainda não havia retornado. As batidas continuaram e ele foi em direção à porta se perguntando quem poderia ser e surpreendeu-se ao ver Yakushi Kabuto ali.

– O que está fazendo aqui? – arqueou a sobrancelha em confusão e o médico sorriu para si.

– Yo Sasuke-kun, vejo que já está melhor! – exclamou – Sakura está em casa? – indagou, tentando ver por trás do moreno, e Sasuke não gostou da forma íntima como o médico chamara pela rosada, sua esposa.

– Não, ela teve que sair, algum problema? – e o albino ajeitou os óculos no rosto.

– Nenhum, vim aqui apenas para examiná-lo, como combinado, posso entrar? – e mesmo a contragosto Sasuke permitiu a entrada do médico.

Não entendia o motivo de Kabuto querer saber se Sakura estava em casa, menos ainda sobre o porquê daquela visita surpresa por parte dele e a rosada não ter lhe avisado nada, mesmo assim não objetou a presença do médico. Sentou-se no sofá e o outro o seguiu, analisando a casa.

– É uma bela residência essa – elogiou sorridente e Sasuke apenas deu de ombros. Kabutou aproximou-se e pediu que retirasse a parte de cima da yukata antes de começar a emitir um chakra verde.

– Está praticamente bom, Sakura fez um ótimo trabalho cuidando do senhor – disse com um sorriso enquanto reforçava as bandagens nos locais que ainda estava machucado devido a missão – É uma mulher incrível, devo admitir, poucas são aquelas dispostas a sair em uma missão para conseguir ajudar o marido.

– O que disse? – indagou Sasuke confuso com o que o médico dissera, mas este parecia alheio a tudo e continuou a falar normalmente:

– O senhor deve confiar muito nela para ter deixado ela se arriscar em uma missão como aquela – ajeitou os óculos e voltou a examinar o Uchiha que parecia tenso – Ainda mais acompanhada daquele shinobi, confesso que eles me deixaram apreensivos, em um primeiro momento, ao chegarem juntos e depois a forma como ele estava perto dela, mas eles devem ser muito amigos e...

– Do que diabos está falando? – interrompeu Sasuke ao afastar o albino que o encarou um pouco atarantado.

– Ora, sobre a missão em que Sakura foi junto de Morino Idate para buscar uma flor rara nos arredores de Konoha.

– Como é? – vociferou, não acreditava no que estava ouvindo, não podia ser verdade – Quem deu permissão para isso?

– O senhor mesmo enviou uma carta para a Hokage e... – parou de falar ao ver o olhar furioso do moreno sobre si – O... o senhor não sabia disso? – indagou surpreso e ao mesmo tempo constrangido por ter falado demais.

– Eu não enviei carta nenhuma – disse entredentes, seu sangue fervia por dentro, ela havia o enganado.

– Oh! Então deve ter sido o seu pai e eu não verifiquei direito, mas não se preocupe nada aconteceu e logo o senhor estará cem por cento recuperado. É melhor eu ir agora, tenho outros pacientes para atender – disse repentinamente desconfortável, dando uma desculpa qualquer.

Sasuke não fez menção em se levantar para acompanhar o médico, sua mente fervilhava e seus punhos estavam cerrados com tanta força que jurava estar prestes a furar a própria pele. Levantou-se abruptamente, iria tirar essa história a limpo e seu pai lhe daria as respostas que queria.

–*-

Chegou em casa algumas horas depois e suspirou aliviada ao ver que ainda tinha tempo antes de administrar o remédio em Sasuke de novo. Tirou as sandálias para não fazer barulho e, de repente, acordar o moreno, mas a voz grave e fria do marido a sobressaltou.

– Onde esteve?

– Sasuke! Que susto! – disse ao se virar para o moreno que a encarava em pé na sala de estar. – Estava com a Hokage, como eu disse – e continuou a tirar as sandálias normalmente, ele parecia estranho.

– Todo esse tempo?

– Sim, porque? – indagou um pouco temerosa, o que estava acontecendo?

Sasuke puxou o ar com força, ele havia ido até a casa dos pais enquanto lutava para se controlar e não descontar nos mais velhos, porém foi só sua mãe lhe ver para ela arregalar os olhos e em seguida se encolher, que Sasuke soube que tinha a ver com o que Kabuto lhe dissera. Mikoto nem se deu ao trabalho de encará-lo e ele também resolveu ignorá-la e seguir a passos largos para o escritório do pai, onde exigiu que ele lhe explicasse que história era essa dele ter concedido uma autorização a Sakura para sair da vila e o que ouviu foi o que fez seu sangue borbulhar de raiva.

– Pare de me fazer de idiota! – esbravejou ao se aproximar e agarrar o braço da garota.

– O que houve? Me solte! – e antes que pudesse fazer algo sentiu Sasuke puxar o quimono apenas para revelar a roupa de treinamento que escondia por baixo. – Sasuke... eu...

– Tem me enganado a quanto tempo? – o olhar dele era tão frio e cortante que ela acabou gaguejando ao responder:

– E-Eu não enganei, apenas...

– Mentirosa! – vociferou, empurrando-a para longe e Sakura cambaleou – Acha que não sei que tem treinado escondido de mim? Que falsificou a minha letra para ir em uma missão?

– Como... como sabe disso? – murmurou, não conseguia encará-lo, então fixou seu olhar no chão.

– Não importa, mas todo esse tempo você... – apertou os punhos com força, odiava se sentir como um tolo e Sakura havia feito isso consigo.

– Se sabe disso, sabe que foi para te ajudar, senão você... – Sakura o interrompeu, tinha que explicar o seu lado ao moreno, mas ele não estava disposto a ouvi-la.

– E o que Morino Idate tem a ver com me ajudar?

– O que? – a pergunta a deixara surpresa e um pouco confusa.

– Isso mesmo que você ouviu! Achou que poderia me fazer de idiota por quanto tempo?

– O que o Idate tem a ver com isso? – e Sasuke riu de forma seca como se não acreditasse que ela estava fazendo essa pergunta cretina, na sua concepção.

– Pensei ter dito para você não se aproximar dele e o que você faz? – voltou a agarrar o cotovelo da menina com força – Traz ele até a minha casa!

– Eu não trouxe ninguém! – rebateu, puxando seu braço, mas o Uchiha não a soltou.

Não acreditava em uma palavra dela, ouviu de seu pai que ele não havia dado nenhuma permissão a Sakura, não poderia passar por cima da sua autoridade como marido e com isso em mente saiu bufando porta a fora sem esperar que Fugaku e Mikoto conseguissem falar mais alguma coisa, pois certamente defenderiam a rosada. Começou a andar a esmo para tentar se acalmar e organizar seus pensamentos, e logo deduziu que Sakura devia estar treinando nas suas costas, porém foi impossível se controlar ao ouvir alguns cochichos de outras pessoas do clã, aquilo só piorou o seu humor.

– Então porque ouvi outros Uchiha’s questionando sobre isso? Quer me humilhar Sakura? Me fazer de tolo?

– Isso você já faz sozinho! – disse irritada por não ser ouvida e por não conseguir se afastar.

– Calada! Eu pensei que você tivesse melhorado, mas continua a mesma garota egoísta de sempre!

– Egoísta? – Sakura parara de se debater para encará-lo pasma, mas logo a surpresa deu lugar a raiva, aumentando o tom de voz – Eu salvei a sua vida! – jogou na cara do Uchiha que não demonstrou nenhum tipo de compreensão.

– Você só pensou em si mesma, como sempre, só queria fazer uma missão, não importava o que fosse, foi a mesma coisa anos atrás – e como se Sasuke tivesse lhe dado um soco no estômago, Sakura se encolheu. Odiava ter que falar do passado.

– Não é verdade – sussurrou, mas sabia que ele lhe ouvia – ...Eu não queria que Sayumi-nee...

– Eu já disse para não dizer o nome dela! Você não tem esse direito! – Sasuke a interrompeu, colocando a mão no pescoço alvo da rosada. Aquela cena lhe lembrou muito quando havia o visitado pela primeira vez na mansão Uchiha e onde foi o início de toda aquela história.

– Ela era minha irmã também! – e dessa vez conseguiu empurrá-lo para longe e puxou o ar com força, passando a mão no pescoço.

– Ela não merecia uma irmã como você! – rebateu e Sakura arregalou os olhos, surpresa com as palavras dele.

– Eu... – pigarreou para limpar a voz antes de continuar – Eu não vou discutir isso com você, porque está claro que você não consegue conversar calmamente, então é melhor nos falarmos depois – afirmou antes de se virar em direção a porta mais uma vez.

– Onde pensa que vai? – Sasuke exclamou.

– Para longe de você! – Sakura respondeu antes de fechar a porta na cara do moreno e sair correndo pelas ruas do distrito Uchiha, porém ela ainda conseguiu ouvi-lo gritar o seu nome. Ele estava furioso.

Suas mãos tremiam e seus olhos ardiam, mas ela se forçava a não chorar na frente das outras pessoas que estavam na rua e se concentrava em correr o mais rápido que podia. Não sabia o que Sasuke faria se a encontrasse, mas tinha certeza que ele estava a lhe perseguir, provavelmente só não havia a alcançado ainda porque não estava totalmente recuperado. Em determinado momento o quimono lhe atrapalhou e ela acabou caindo no chão, amaldiçoou sua sorte. Olhou para trás vendo que apenas uma mulher e uma criança Uchiha a observavam estranhamente, mas os ignorou e levantou-se para voltar a correr em seguida.

Ela estava fazendo tudo errado. Não era para ela fugir. Ele ia achar que tinha a razão e que ela havia o enganado. O que ela de fato fizera com relação a treinar escondido, mas, por Deus, ela nem havia se dado conta que ele poderia relacioná-la com Idate por causa da missão. Mesmo assim ela não conseguiu permanecer na casa com ele trazendo a tona aquele assunto. Ela sempre evitava falar de Sayumi e o que aconteceu há dois anos porque não sabia como ia reagir e tinha medo disso. Ela havia enterrado tudo o que aconteceu dentro de si, havia se fechado e construído um muro em volta de si, mas este era tão frágil que a qualquer momento sentia que poderia se romper e ela temia voltar a ser a Sakura depressiva da época do luto.

Devaneava sobre o que faria a seguir, para onde ir, que quando o notou já era tarde demais. Na sua frente Sasuke respirava ofegante, os olhos vermelhos com o sharingan lhe encarando friamente. Recuou um passo, mas antes que pudesse voltar a correr sentiu os braços de Sasuke lhe apertarem e ele lhe lançou sobre as costas, fazendo-a ficar de cabeça para baixo.

– Sasuke! Me solta! O que está fazendo? Me solta! – exclamava enquanto se debatia da melhor forma que podia.

– Ainda temos umas contas a acertar – informou o Uchiha, ignorando os apelos da menina.

– Eu não quero conversar, eu quero ir embora!

– Infelizmente você não tem querer, esposa – debochou enquanto caminhava em direção a casa. – E saiba que seus dias como kunoichi estão terminados definitivamente, não vai mais me enganar.

Ela não sabia dizer se era o fato de que não queria enfrentá-lo, ou porque não queria o ouvir falar de Sayumi, ou por ele não a respeitar e fazê-la passar essa vergonha na frente de todos os moradores do distrito, que agora assistiam a cena, ou pelo fato dele novamente lhe jogar na cara aquelas regras estúpidas do clã, sobre como a esposa tinha que ser subserviente, ou ainda por ele querer tirar seu sonho de si mais uma vez, que ela se irritou. Talvez fosse tudo isso junto e por isso gritou o mais forte que pode:

– Quem você pensa que é Sasuke? Quem os Uchiha’s pensam que são para inventar essas regras estúpidas? – ele a sacolejou e depois enviou um olhar de advertência para se calar, mas ela o ignorou – Eu posso fazer o que eu quiser, a minha vida não é decidida por ninguém a não ser eu! E eu não quero e não vou lhe obedecer nunca!

Enquanto gritava ela notou os olhares de espanto de algumas mulheres Uchiha’s que logo corriam para casa por ordem dos homens que continuavam a observar a cena descontentes. Mas ela pouco se importou e continuou a gritar:

– Vocês, Uchiha’s, são um bando de covardes! Medrosos! Frouxos! – xingou e em seguida foi jogada rudemente no chão.

– Cala essa boca – Sasuke disse entredentes, agarrando o braço de Sakura com uma mão e com a outra puxou o cabelo dela rudemente – Você não entende nada sobre o meu clã, sobre orgulho, sobre os princípios que nos regem.

– Sei que o seu clã teme tanto que as suas companheiras sejam mais habilidosas e brilhantes do que os homens que as escondem, as humilham apenas para inflamar esse ego de macho alfa que vocês têm! – retrucou, cuspindo as palavras na cara de Sasuke que a observava estupefato. Como ela tinha coragem de dizer essas coisas?

Porém logo sua mente foi tomada pela raiva mais uma vez ao ver a situação em que ela o colocava. Ela havia acabado com o seu orgulho perante todo o distrito ao pronunciar tais palavras e aquilo ele não iria perdoar, puxou o braço dela com brutalidade e, praticamente, arrastando-a, levou-a para casa. Estava na hora do acerto de conta entre eles.

–*-

Assim que ultrapassaram a soleira da porta, Sakura livrou-se do agarre de Sasuke indo em direção a um canto da parede como se aquele lugar fosse lhe proteger contra a cólera do Uchiha.

– Você tem noção do que fez? – esbravejou dando um passo para mais perto dela que recuou, encostando-se a parede, o olhar firme a encará-lo.

– Eu só disse a verdade.

– O que você sabe sobre os Uchiha’s? Nada! Você não sabe de nada Sakura! – avançou contra ela que desviou para a direita, queria manter distância entre os dois – Você me rebaixou na frente do meu clã, você me desrespeitou, me desobedeceu. Você não pode ser uma kunoichi!

– Por que não? Eu salvei a sua vida! Pela segunda vez! Isso não devia ser mais importante do que essas regras estúpidas do clã? – bradou de volta, cansada de ouvi-lo reclamar de si.

– Eu não pedi a sua ajuda, nunca quis! Tudo isso é culpa sua! – Sasuke sentia seu corpo tremer, estava ofegante, mas ele não conseguia se controlar. Sua raiva parecia entrar em combustão, fazendo tudo dentro de si revirar, se não colocasse tudo para fora, enlouqueceria. – Tudo o que eu sou, tudo o que você vive aqui é para pagar por ter feito a Sayumi morrer!

– Pare de viver do passado, Sasuke! – pediu com os olhos ardendo “pare de reviver isso em mim” quis dizer.

– Como? Se você tirou o meu futuro? Tudo o que me resta é o passado – socou a parede ao seu lado enquanto Sakura permanecia encostada na parede do outro canto da sala.

– Eu não tirei nada de ninguém, eu não fiz nada! – disse mais para convencer a si mesma do que o moreno.

– Nada? Você acha que não fez nada? – sua voz grave retumbou e a rosada se encolheu com a frieza contida nela. A raiva dela se dispersava cada vez mais dando lugar à mágoa e à tristeza por causa do assunto – Sayumi só ficou em perigo porque foi atrás de você. Mas você se preocupou com isso? Claro que não! Continuou a correr sem ligar para ela!

– Eu não sabia! – retrucou desesperada, as lágrimas já escorriam por seu rosto.

– Você a conhecia! Sabia que ela te seguiria, que ela tentaria te impedir, mas você só pensou em si, você sempre só pensou em si, Sakura! – gritou e ela se encolheu.

– Eu tinha que pensar porque mais ninguém faria, eu tinha sonhos. – disse em um tom baixo e Sasuke riu de forma debochada.

– Ela também tinha sonhos, nós tínhamos – disse desgostoso – Mesmo assim Sayumi sempre pensou em você, tanto que se esquecia de cuidar dela própria.

– Eu não a matei... – soluçou com a lembrança da irmã lhe contando sobre o tão sonhado casamento – Eu só quis te levar pra ela, não queria que morresse...

– Você só quis uma oportunidade de mostrar a todos o quanto eles estavam errados sobre você ser uma kunoichi. – cuspiu as palavras com nojo – Mas você só fez com que tudo que as pessoas falassem de você se confirmassem. Você não passa de uma garota boba, imatura, egoísta, fútil, mimada, arrogante e presunçosa.

– Eu... – tentou falar, mas Sasuke a cortou.

– Você desacatou uma ordem e a pôs em risco, você insistiu no erro ao voltar para campo de batalha depois de eu ter dito para levá-la dali. – Sakura não conseguia se fazer ouvir e a cada palavra proferida sentia como se ele estivesse lhe acertando com uma faca, era como se estivesse revivendo aquele dia – Eu disse que você estava proibida de treinar, que não podia sair sem a minha permissão e que não poderia encontrar com o Morino e em todas as vezes você não me ouviu. – Sasuke passou a andar até ela que não se moveu.

– Você mentiu, ludibriou e machucou os outros apenas para alcançar um objetivo mesquinho e desprezível – Sakura fechou os olhos com força e apertou os punhos, não era verdade, ela não fizera tudo isso, ela nunca quis machucar ninguém, principalmente Sayumi, porém Sasuke dizia tudo com uma certeza que ela começava a ruir mais uma vez. Porque a verdade era que ela ainda sustentava a culpa da morte da irmã.

– Você me enoja Haruno, como eu disse, Sayumi não merecia ter uma irmã como você – proferiu seco enquanto observava a menina a sua frente com a cabeça baixa, tremer.

O silêncio se fez presente por um tempo, Sasuke ofegava pelo esforço e de alívio por finalmente ter dito tudo o que queria a ela, que continuava de cabeça baixa, até que ela resolveu se pronunciar com a voz sussurrada, mas firme:

– Se ela não merecia ter uma irmã como eu, ela também não merecia um noivo como você.

– O que disse? – Sasuke indagou entredentes com a ousadia dela de lhe falar algo desse tipo.

Foi então que Sakura levantou a cabeça o rastro das lágrimas presente no rosto alvo, os orbes verdes pareciam queimar a sua pele e, pela primeira vez, Sasuke recuou um passo ao encará-la. Estava com os sentimentos a flor da pele, mas não seria a única a sair machucada dali, queria abrir os olhos dele e feri-lo da mesma forma que ele fizera consigo. Não o pouparia mais das palavras engasgadas dentro de si.

– É muito fácil culpar os outros e por muito tempo eu coloquei toda a culpa em mim porque eu achava que realmente merecia – disse séria – Mas eu não estava naquele campo de batalha sozinha, eu só voltei porque você estava lá.

– Eu tinha ido atrás de vocês! E...

– E você não cumpriu com sua promessa! – interrompeu – Você disse que a protegeria com sua vida!

– Eu teria dado a minha vida por ela! – contrapôs irritado com as acusações dela.

– Mas não deu! – gritou – Eu sempre te admirei, Sasuke. Sua força, sua habilidade, eu sempre via você como alguém com quem a minha irmã estaria segura, mas você não cumpriu sua promessa. Eu sempre fui a imatura, a infantil, a egoísta, como você mesmo disse, mas e você?

– Eu... – porém ela não deixou ele terminar de falar.

– Você é um fraco Sasuke, sempre foi! Não conseguiu proteger Sayumi e para não admitir a responsabilidade, o que você fez? Fugiu.

– Cala essa boca! – rugiu e foi a vez de Sakura socar a parede, porém, diferente de Sasuke, chakra emanava da mão da rosada e uma pequena cratera se formara no local.

– Não! Você falou o que bem queria e agora vai me ouvir também! – disse e o moreno estreitou os olhos, rangendo os dentes pelo atrevimento dela lhe enfrentar dessa forma – Você fugiu do mundo e se tornou o monstro que é hoje, não tem o mínimo direito de falar de mim ou das minhas atitudes. Você abandonou a todos e quando voltou se afundou em um mar de autocompaixão e dor.

Sasuke trincava os dentes, a raiva lhe inundando de novo, não queria ouvir aquilo e a fim de calar a mulher avançou contra ela que já esperava uma reação desse tipo e, de forma automática, desviou dele para logo em seguida desferir um soco, acertando o nariz dele que jorrou sangue e o lançou até a parede. Ele não conseguiu evitar olhá-la atordoado pelo o que ela acabara de fazer e Sakura apenas ofegava, procurando se controlar.

– Esse é só um pouco do resultado do treinamento que eu tenho feito escondido de você, Sasuke – debochou e voltou a fitá-lo séria – Você me chamou de egoísta, mas depois que Sayumi morreu você simplesmente apagou todos do seu mundo, se recusou a enfrentar o que acontecia a sua volta e se não fosse por mim, talvez ainda estivesse naquele estado deplorável.

– Você se autoestima demais. – disse, segurando o nariz que se encontrava, agora, quebrado.

– Não, quem me estima é a sua mãe, o seu irmão, que me pediram para ir te ver e se não fosse por isso eu não estaria tendo que conviver com você todo esse tempo. Mas você foi fraco, foi infantil demais a ponto de querer desperdiçar a sua vida.

– E o que você queria que eu fizesse, Sakura? – bradou ao se levantar um pouco zonzo e amaldiçoou-se por ainda estar debilitado, se não fosse isso duvidava que Sakura tivesse conseguido lhe acertar.

– Que vivesse! – disse ao se aproximar novamente – Você não foi o único a perder a Sayumi e, mesmo você achando que não, eu a amava! E eu sofri com a perda dela – respirou fundo, tentando se acalmar a todo momento. – E foi por amar ela que eu decidi que continuaria vivendo como pudesse para não desprezar o sacrifício que ela fez por mim e que, com certeza, faria por você também se fosse o caso.

Desde o início ela estava evitando esse confronto justamente por saber que não reagiria bem e o fato de ter socado Sasuke só comprovava que ela havia perdido a cabeça, apesar de uma parte dela estar feliz por ter feito ele lhe olhar com aquela cara de bobo enquanto via o sangue escorrer. Ele havia falado demais e mesmo que ainda sentisse todas as palavras proferidas por ele, ela não aguentaria mais nada calada, não seria cordial, não tentaria apelar para a boa convivência, não agora quando tudo parecia ter sido esquecido por Sasuke, quando ele havia jogado fora todos os dias em que ela cuidou dele com tanto esmero.

– Você fala tanto no seu clã, nessas regras estúpidas, mas isso na verdade não deve significar nada ou então você não passaria esses dois anos do jeito que passou, isolado, matando todos que apareciam no seu caminho, como um completo animal. Enquanto isso eu fiquei aqui, a criança imatura e fútil tentou remendar as coisas, teve que consolar a sua família e a minha e enfrentar a todos.

– Você fala como se isso fosse algo que eu pedi a você – e Sakura revirou os olhos com o argumento utilizado.

– Você nunca pede nada Sasuke, eu sei disso, mas sei que você quer pedir! Basta olhar para você! Só que o seu orgulho é grande demais e você esconde o que realmente é... – e ainda encarando-o firmemente, continuou – ...um fraco, um covarde, um egoísta, não passa de um garoto perdido e assustado.

Aquilo havia sido a gota d’água para ele. Sentia-se acuado por ela e as palavras ecoavam dentro de si lentamente e de forma torturante, mas ele não a deixaria vencer, não a perdoaria por isso.

– Acha que pode aguentar tudo o que eu passei, Sakura? – falou em uma voz sombria, mas a rosada não se intimidou – Então, eu vou te mostrar o meu mundo e você vai aprender a me obedecer e não me afrontar mais – e Sakura arregalou os olhos ao vê-lo ativando o mangekyou sharingan, mas já era tarde demais para desviar do olhar dele antes que tudo ao seu redor ficasse escuro.


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Notas finais do capítulo

Não me mateeem!!! kkk Bom, acho que o capítulo foi bem misturado né? Teve um momento fofo, teve um momento ruim, teve o Sasuke brigando com a Sakura e, o que muito queriam, a Sakura revidando com um belo soco no nariz do Uchiha kkk confesso que adorei esse momento, apesar de que depois houve uma retaliação com a pobre rosada por causa do atrevimento. u.u
E finalmente coloquei essa conversa entre os dois sobre a Sayumi, sabe, ela morreu mas os dois ficam com esse fardo entalado que quando brigam isso sempre volta a tona, aquela coisa de ser um assunto mal resolvido, mas agora vai ser um começo para eles se entenderem de fato... vocês vão entender o porquê nos próximos capítulos.
Além disso, eu já havia alertado vocês que tudo o que Sakura faz tem consequências, assim como o que o Sasuke faz, e o relacionamento deles ainda é muito instável, então essa montanha-russa entre os dois ainda continua, o problema é: como vai ser agora? No próximo vocês conferirão o que de fato houve com a Sakura, já que eu deixei só uma margem, e como as coisas vão mudar, mais uma vez, entre eles. Mas acho que o estoque de maldades com a Sakura está no fim, então respirem aliviados, por enquanto XD
E, claro, se preparem para o ataque! ;D Muahahahahaha

Beijos e até a próxima!

P.S: Por favor, tenham um pouco de paciência pq talvez demore um pouquinho para postar de novo, afinal os capítulos são grandes e tenho outra fic a atualizar ;D Mas eu volto o mais rápido possível!