Reparação escrita por Luhni


Capítulo 15
Lótus-do-Céu


Notas iniciais do capítulo

Olá gente! Desculpa a demora... de novo u.u Eu tentei não demorar, mas me obrigaram a viajar e depois fiquei doente e quando finalmente voltei a escrever eu não consegui mais parar (XD) e quando vi já tinha 8.000 palavras e não estava satisfeita, então continuei e quando dei por mim o capítulo havia ficado enorme demais!! Por causa disso, e espero que seja o suficiente para vocês não me matarem, eu o dividi em dois capítulos e vou deixar programado para vocês lerem o outro semana que vem, olha que legal né? Dessa vez não vou me atrasar mesmo hehe
Também quero agradecer a todos que mandaram review, eu li todos e vou estar respondendo, viu? Não se preocupem! E agradeço em especial a Lays que deixou uma recomendação linda!!! Muito obrigada pelo carinho e por gostar do meu trabalho!!! *__*
Então Lays esse capítulo é dedicado a você! ;D

Boa Leitura



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– Tsunade-sama eu gostaria de falar com a senhora – disse ao entrar na sala da mestra e ficou um pouco surpresa ao encontrar Kabuto ali.

– Sakura que bom que apareceu, já me poupa trabalho de ir mandar chamarem você, como está Sasuke? – indagou a Senju com ar de cansaço.

– É sobre isso que eu gostaria de conversar – disse enquanto se aproximava e fez uma leve reverência para o médico presente – Tem alguma coisa errada, o antídoto não está fazendo efeito.

– Era isso que eu temia – suspirou Kabuto.

– Como assim? Kabuto-sensei, você sabia que o antídoto não funcionava? – Sakura questionou sem entender o que estava acontecendo e até um pouco irritada.

– Não entenda mal, eu já havia dito que era apenas um remédio experimental, havia essa possibilidade, mas como Naruto se recuperou, achei que todos conseguiriam o mesmo feito. – explicou ao ajeitar os óculos.

– Somente Naruto conseguiu se recuperar, então? – indagou surpresa – Mas por quê?

– Naruto é... especial em certos aspectos, a recuperação dele é muito mais acelerada do que a dos outros – Tsunade se manifestou, não podia se dar ao luxo de explicar que o Uzumaki era um jinchuuriki, confiava em Sakura, mas esse segredo não podia ser repassado com outros ouvidos presente na sala.

– Mas eu estive verificando o que deu errado no antídoto e acho que já sei o que houve, um componente foi colocado com uma dosagem menor – Kabuto voltou a falar e pôs um caderno pequeno na frente da Hokage.

Sakura se aproximou para ver melhor do que se tratava e franziu o cenho ao ver que, de acordo com o que havia pesquisado, a fórmula continuava errada.

– Kabuto-sensei, com todo o respeito, mas isso não vai funcionar – afirmou e Kabuto crispou o lábio, não gostando de ser contrariado.

– Sakura-sama, com todo o respeito, mas a senhora não deve ter conhecimentos de venenos – retrucou em um falso tom educado.

– Na verdade, eu tenho sim – disse com ar superior e olhou para a mestra que acenou, confirmando e permitindo que falasse – Eu também pesquisei sobre o veneno e acho que a base está errada.

– A base? Sakura tem certeza? – Tsunade perguntou surpresa, afinal Kabuto era um médico experiente em venenos, errar a base era praticamente algo inaceitável nessa área.

– Creio que deva haver algum engano, Sakura-sama, como eu disse o veneno é complexo e...

– E é formado por três componentes, o senhor já me disse isso – cortou o albino – E eu levei isso em conta, mas depois de verificar o antídoto e como ele se comporta na rede sanguínea do paciente só posso afirmar que há algum ingrediente que acaba por camuflar o veneno.

– Camuflar? – Tsunade e Kabuto indagaram confusos.

– Vejam bem, um antídoto é feito para atacar unicamente o corpo estranho, no caso o veneno, do corpo do paciente – começou a explicar pausadamente – Mas nesse caso o remédio serviu para atacar não somente o veneno como o próprio sistema sanguíneo. – Kabuto revirou os olhos, afinal ele já sabia dessas coisas, mas Sakura não se abalou com o descaso do médico - Dessa forma, ao mesmo tempo em que o veneno continuava atuando de forma despercebida, porém, talvez, de forma um pouco mais fraca, os leucócitos também sofriam com a atuação do antídoto.

– Por isso os sintomas de melhora eram passageiros – Tsunade finalizou a linha de raciocínio da aluna que acenou, concordando e o albino ficou estático ao se dar conta do que havia acontecido e que aquela simples garota pudesse ter descoberto algo e não ele. – Kabuto, tem algo a dizer?

– Eu não havia pensado por essa forma – justificou ainda tomado pela surpresa, mas logo se recompôs ao ver que aquilo não seria suficiente para aplacar o olhar feroz da Hokage – Eu identifiquei que o veneno tinha a mistura de uma flor rara do deserto e mais dois componentes tóxicos em um grau menor, o problema era que não havia nenhum dado do que poderia neutralizar a flor, então tentei anular os outros dois componentes. – ajeitou mais uma vez o óculos – Afinal, se dois terços do veneno fossem restaurados, seria mais fácil tratar do que restara, o próprio corpo se encarregaria disso e funcionou com o Naruto.

– De qualquer forma, precisamos encontrar o componente que neutralize a base do veneno, apenas modificar a fórmula não ajudará em nada – Tsunade disse e Kabuto concordou ao ver que havia errado – Sakura, alguma ideia do que pode ser usado? – pediu ajuda a discípula e tanto ela quanto Kabuto ficaram surpresos por isso.

– Eu...

– Tsunade-sama, a Sakura-sama com certeza ajudou, mas inclui-la na busca pelo antídoto, a senhora está arriscando a vida de todos se algo der errado – Kabuto interpôs, o orgulho ferido pela Hokage preferir ouvir uma garota a um médico renomado como ele.

– Eu já arrisquei a vida de todos ao permitir que você fizesse um antídoto – disse mordaz e o albino se calou – Quero ideias e como você não soube identificar nada, talvez Sakura saiba o que precisamos. – falou mais calma antes de continuar – Não estou o diminuindo Kabuto, mas deve reconhecer a inteligência de Sakura em conseguir decifrar um veneno tão complexo, por isso acho que merece uma oportunidade de falar.

– Sinto muito – Kabuto fez uma pequena reverência para a superior e encarou Sakura, aguardando uma resposta.

Sakura ficou sem jeito com aquilo, seu objetivo ali era apenas mostrar que o remédio não estava fazendo efeito e que era necessário refazer os testes dos compostos químicos para encontrar outra solução, não imaginava ser questionada sobre como poderia resolver e, muito menos, aparentar ser superior a Kabuto, apesar de que uma parte sua ficara feliz por mostrar àquele médico, que tentava a menosprezar, que também tinha capacidade e podia ser tão boa quanto ele.

– Bom, eu precisaria saber exatamente qual é a flor envenenada, primeiro. – disse observando Kabuto.

– É uma Aconitum – disse a espera de ela desistir de tentar encontrar uma solução, afinal o “capacete do diabo”, como era conhecida a flor, além de rara tinha um veneno poderoso, mas ficou confuso quando a viu sorrir triunfante.

– Então eu sei como podemos ajudar Sasuke e os outros!

– Diga de uma vez Sakura! – mandou Tsunade, impaciente.

– Uma Lótus-do-Céu – falou como se fosse simples e Kabuto suspirou antes de ajeitar os óculos no rosto.

– Sakura-sama, a Lótus-do-Céu é praticamente tão rara quanto a Aconitum, foi por isso que descartei essa hipótese, afinal ninguém sabe onde ela cresce há anos.

– Eu sei – retrucou confiante e Tsunade e Kabuto se surpreenderam – Essa flor cresce um pouco escondida, perto do rio que faz fronteira com a vila.

– Como sabe disso?

– Eu sempre ia até lá quando fugia... quero dizer, quando ia passear – consertou-se rapidamente, era melhor não contar sobre seus dias de treinamento em que ela se afastava o máximo possível de Konoha e sonhava em cruzar a fronteira em alguma missão. – E lembro de uma vez trazer para casa uma flor diferente e mostrar a minha irmã, foi ela quem me ensinou sobre os poderes curativos dessa e de muitas outras flores – disse nostálgica ao recorda-se de Sayumi.

– Se isso for verdade poderemos conseguir fazer um antídoto, Tsunade-sama – Kabuto disse e em seguida se prontificou a pedir – Por favor, permita que eu vá buscar a Lótus-do-Céu para redimir os meus erros – e inclinou-se em uma leve reverência.

– Está certo, então indicarei um outro shinobi para...

– Shishou eu também vou! – Sakura cortou a mestra que sentiu uma veia pulsar de raiva, ela não aprendia que não devia lhe interromper?

– Sakura, você não pode sair da vila sem permissão, muito menos para fazer uma missão. – tentou explicar calmamente.

– Mas se eu não for o Kabuto-sensei pode não encontrar a flor – rebateu, uma parte sua ficou desconfiada da competência do médico, mas ao ver que este ficou incomodado com o que fora dito, emendou – O lugar é um pouco escondido e de difícil acesso para quem não conhece a região.

Tsunade ponderou a ideia da rosada, havia prós e contras naquilo, o maior problema seria o fato de Sakura ir em busca da flor por causa das regras do clã Uchiha. Porém, ao perceber as atitudes desgostosas por parte Kabuto pela sugestão, não pode evitar sorrir, aquilo era até compreensivo, afinal ele se sentia diminuído por uma menina conseguir ser mais esperta e capaz de fazer o trabalho dele melhor, então permitir que Sakura fosse junto seria uma bela lição ao médico para ser mais empenhado, por isso disse:

– Sakura, se você conseguir uma autorização por parte de Sasuke ou do chefe do clã, lhe dou a minha autorização para acompanhar Kabuto – afirmou para a surpresa do médico – Mas tem até amanhã para me avisar, enquanto isso irei selecionar mais um shinobi para fazer a guarda de vocês. – informou e em seguida os dispensou.

– Sakura! – ouviu uma voz atrás de si e deu um pulo ao ver Sasuke em pé perto de si, “muito perto” completou em pensamento.

– O-O que faz a-aqui? – gaguejou ao se afastar, sentia seu rosto começar a esquentar.

– Não está sentindo o cheiro de queimado? – indagou com uma sobrancelha arqueada e a rosada piscou antes de se dar conta da panela que fumegava no fogão.

– Ah não! – lamentou ao tirar a panela e ver que não tinha como salvar nada.

– Pelo jeito se eu não melhorar logo, você irá me matar com seus dotes culinários – ironizou ao se aproximar para ver o estrago feito.

Sakura se virou para retrucar que ele não podia reclamar, mas calou-se ao ver o moreno do seu lado. Virou o rosto para a direção contrária e deu a volta na cozinha, fingindo pegar outra panela no armário para refazer a comida. Sasuke apenas observou a rosada antes de sentar-se à mesa, disposta no centro da cozinha, ficava cansado rápido, apesar de que havia alguns momentos em que ele parecia recuperar as forças. Era algo estranho, pois parecia que tinha sua força drenada e em seguida tudo estava normal novamente. Sakura dizia que era por causa do tratamento e o mandava descansar, mas ele não gostava de se sentir um inútil e muito menos depender dos outros, especialmente de Sakura, por isso quando tinha essa melhora levantava da cama, negando-se a perder para a doença.

Suspirou ao perceber que estava revivendo mais uma vez aquela cena ao ver Sakura esticando-se na ponta dos pés para alcançar as panelas que se encontravam na parte mais alta do armário. Já imaginava o que iria acontecer em seguida e, a fim de evitar mais barulho e para mostrar que uma parte sua reconhecia o esforço dela em cuidar de si, mesmo que não precisasse, levantou-se e seguiu em direção ao armário, alcançando a panela desejada para a rosada.

Sakura arregalou os olhos ao sentir Sasuke atrás de si, virou-se para indagar o que estava fazendo e surpreendeu-se ao se ver encurralada pelo corpo dele entre o balcão da cozinha. Seu rosto corou e por um momento prendeu a respiração, sem saber o que fazer.

– Pegue de uma vez – resmungou Sasuke, sinalizando a panela ao ver que ela lhe olhava assustada, qual era o problema? Até ele era capaz de um gesto de gentileza com ela, às vezes.

Sakura olhou de Sasuke para o recipiente que ela não havia notado até o momento e o rosto esquentou ainda mais por notar que a intenção do Uchiha era apenas lhe ajudar. Puxou a panela com força e empurrou-o para longe antes de ir em direção a pia e voltar a cozinhar. Não conseguiu se pronunciar e Sasuke estalou a língua, murmurando:

– Irritante.

– Saia daqui. – mandou ainda de costas para ele que franziu o cenho.

– Não me dê ordens. – retrucou e Sakura suspirou.

– Apenas vá descansar, quando estiver pronto eu levo para você lá na cama. – informou, mas Sasuke continuou onde estava, observando-a até que disse:

– Não precisava sair da sua cama por minha causa, pode voltar a dormir nela a partir de hoje – e ouviu o som da panela chocar-se no chão junto com um pouco de comida. Bufou, todo o trabalho para evitar aquilo jogado fora.

– O-O quê? – Sakura encarou o moreno, sobressaltada – E-Eu não vou d-d-dormir com v-você! – exclamou com o dedo em riste.

– E quem disse que iria? – retrucou entredentes, irritado e com o orgulho um pouco ferido por causa da reação dela, balançou a cabeça, ele também não desejava aquilo – Apenas quis dizer que vou voltar para o meu quarto.

– Ahh... era isso... – murmurou.

– O que diabos pensou que fosse? – a sondou e o rosto de Sakura voltou a se avermelhar com mais intensidade.

– N-Nada! Vou limpar isso – informou antes de sair praticamente correndo da cozinha com as mãos no rosto para evitar que ele visse o seu estado. O que estava acontecendo consigo?

Sasuke tinha que admitir que estava um pouco intrigado com o comportamento da rosada, fazia uns dois dias que ela estava mais estranha que o normal. Ficava distraída e nervosa por qualquer besteira, ou então com vergonha e parecia querer evitá-lo a todo custo, mesmo ele não tendo feito nada demais desde que voltaram para casa do hospital. Será que ela estava escondendo algo de si?

–*-

Respirou fundo pela terceira vez, sentindo-se patética. Porque estava agindo assim com Sasuke? Aquilo era ridículo! Porém, no momento em que ele se aproximou de si não pode evitar ficar nervosa ao relembrar do que acontecera no dia anterior. Suas bochechas avermelharam-se mais uma vez e ela instintivamente colocou os dedos nos lábios, ainda sentindo o gosto do beijo. O seu primeiro beijo.

– Ah porque eu estou assim? E daí que foi o meu primeiro beijo? Isso iria acontecer algum dia! – reclamou para si, irritada pela forma como estava agindo. “Nem parece que sou eu!” pensou ao puxar os cabelos e suspirou – Será que a Sayumi-nee também se sentiu assim quando beijou o Sasuke?

Arregalou os olhos ao se dar conta do que dissera, ou melhor do que fizera! Ela havia beijado Sasuke, o noivo da sua irmã. Tudo bem, agora eles eram marido e mulher, tecnicamente, mas mesmo assim era o Sasuke! O orgulhoso e frio Uchiha com quem cresceu, que sempre brigava consigo e insistia em lhe seguir por causa de Sayumi, mas ele parecia tão diferente naquela hora, tão gentil e preocupado, que acabou a desarmando, além disso não esperava que ele a beijasse, nem sabia que ele e Sayumi já haviam feito isso outras vezes. Por Deus! E ela ainda tentou afastar-se dele, mas ele parecia tão desesperado, tão necessitado de estar perto de Sayumi que acabou por se deixar levar.

Fechou os olhos com força, era uma idiota por agir assim, por ficar nervosa por nada, afinal Sasuke nem ao menos sabia que havia lhe beijado. Ele deve achar que tudo não passou de um delírio e que era Sayumi em seu lugar.

– O meu primeiro beijo não passa de uma mentira – murmurou triste e não pôde evitar que uma lágrima solitária caísse.

Ela não era romântica como a irmã e quase não pensava em namorados ou pretendentes, mas ela via o quanto Sayumi era feliz com Sasuke e, no fundo, desejava encontrar alguém no futuro que olhasse para si da mesma forma que o Uchiha olhava para a sua irmã. Sorriu amargurada ao notar que talvez isso também tivesse a influenciado a não se afastar totalmente, Sasuke a olhava de um modo tão profundo que a fez ficar sem reação pela primeira vez, mas não era para ela que olhava. Nunca seria.

– Então porque estou me preocupando com isso? Eu não espero nada dele! E nem quero! – voltou a falar sozinha, ainda estava dentro da dispensa com alguns panos na mão.

Talvez o maior problema fosse que não sabia como encará-lo, ele não sabia o que havia acontecido, mas ela sim e estava constrangida com aquilo, não sabia o que fazer, além disso e se ele a confundisse de novo e tentasse beijá-la mais uma vez? Praguejou baixinho, fugir dele claramente não estava dando certo e se assustar a cada aproximação também não, então ela devia simplesmente esquecer o que aconteceu e voltar a se comportar como sempre, como se nada a afetasse e fosse indiferente aos modos do Uchiha.

– Isso! Eu vou fazer isso, até porque eu tenho que pensar em um modo de conseguir uma autorização de Fugaku-sama – decidiu, ela iria esquecer tudo sobre beijos e ajudar a encontrar a Lótus-do-Céu custe o que custasse – Mas antes é melhor eu voltar a fazer comida – disse antes de sair do pequeno cômodo.

–*-

Uma parte sua estava se sentindo mal de deixar Sasuke sozinho em casa enquanto ardia em febre novamente, mas ela tinha que aproveitar essa oportunidade para sair de casa e ver Fugaku. Então apenas o medicou, rezando que ele não acordasse ou estivesse delirando e saiu rumo à casa do chefe do clã.

A casa de Mikoto e Fugaku era a maior e mais bela construção de todo o distrito, uma verdadeira mansão, que exalava a importância do cargo de Fugaku. Mesmo assim, toda vez que entrava na casa ela conseguia se sentir tão acolhida, era realmente um lar, diferente do lugar onde era sua atual morada.

– Sakura! – exclamou Mikoto surpresa ao ver a rosada parada em frente ao portão da casa – O que está fazendo aqui, querida? – indagou ao se aproximar. Sakura, que pareceu sair dos seus devaneios, olhava-a sem saber ao certo o que responder, então apenas sorriu.

– Olá Mikoto-san – cumprimentou e a mais velha abriu o pequeno portão para deixá-la passar – Eu vim aqui... fazer uma visita – respondeu.

– Que bom! E Sasuke como está? – indagou andando com a nora até a porta.

– Bom... – Sakura colocou uma pequena mecha atrás da orelha, pensando no que responder - ...ainda está se recuperando – disse preferindo omitir o real problema de Sasuke.

– Ainda bem, eu queria visitá-lo, mas aconteceram algumas coisas no clã e tive que ajudar Fugaku – respondeu um pouco triste por não ter tido tempo de ver o seu caçula.

– Tudo bem, não tem com o que se preocupar – respondeu, controlando-se para não deixar sua curiosidade falar mais alto e perguntar o que havia acontecido.

Entraram na sala de estar e Mikoto indicou um lugar para sentar-se enquanto avisava que iria preparar um chá para conversarem, porém Sakura interrompeu a mais velha.

– Mikoto-san, na verdade, eu queria conversar com Fugaku-sama... ele está? – não podia perder tempo, precisava dessa autorização urgente.

Mikoto avaliou a nora com suspeita, tudo aquilo estava estranho e percebeu que não se tratava de uma simples visita, a rosada estava aflita e nervosa, por mais que tentasse não demonstrar, e ela sabia que o motivo disso era Sasuke.

– Algo aconteceu com Sasuke, não é? – Sakura abriu a boca para negar, mas a sogra a interrompeu – Por favor, não minta.

– Eu preciso pedir algo e somente Fugaku-sama pode me ajudar a salvar Sasuke – suspirou ao ver que não conseguiria mentir para a matriarca Uchiha.

Mikoto a olhou mais uma vez, desejando indagar o que estava acontecendo, mas percebeu que Sakura estava decidida a conversar apenas com seu marido, então com o coração apertado foi chamar Fugaku, rezando para que o quer que fosse, o marido pudesse cumprir.

Sakura suspirou aliviada ao ver que Mikoto não a questionou mais e aguardou a vinda do chefe do clã, repassando tudo o que diria a ele para convencê-lo. Respirou fundo ao ouvir passos no corredor e logo a figura imponente do sogro apareceu no batente da porta. Ele fez uma pequena reverência com a cabeça a fim de cumprimentá-la e Sakura levantou-se em respeito.

– Sente-se Sakura, não é necessária essa formalidade – avisou Fugaku ao sentar-se de frente para a nora – Mikoto disse que queria conversar comigo, o que houve? – foi direto.

– Eu preciso de um favor seu, Fugaku-sama – iniciou a conversa, perscrutando o rosto do Uchiha que apenas arqueou uma sobrancelha – Houve um... problema com o tratamento médico do Sasuke – disse preferindo não usar a palavra “erro” na frente do chefe do clã.

– Que tipo de problema?

– O antídoto utilizado não é totalmente eficaz, por isso é necessário que ele seja refeito – explicou.

– Entendo, mas acho que isso é da competência dos médicos e de Tsunade-sama, não sei como posso ajudar – afirmou e ao ver Sakura se retrair, desconfiou.

– O problema é que a base do veneno é feito de uma flor muito rara e mortífera, então o antídoto necessitaria ser algo tão forte quanto o veneno para anular o efeito, mas...

– Sakura, como sabe tudo isso? – cortou a menina que desviou o olhar pela primeira vez.

– Porque fui eu quem descobriu o problema – disse, voltando a encarar o sogro que estava um pouco surpreso em ouvir isso – E quando fui repassar a Tsunade-sama descobrimos um jeito de salvar o Sasuke, descobrimos o componente que faltava.

– Seja breve, diga logo o que veio pedir Sakura – pediu, massageando as têmporas ao pensar nos problemas que estava tendo no clã, não podia perder tempo com bobagens, e Sakura suspirou, não tinha jeito, seria sincera.

– Para Sasuke ser salvo ele precisa de uma Lótus-do-Céu, essa é uma flor rara, mas eu sei onde podemos encontrá-la – disse afoita e observou o rosto do Uchiha se contrair, ele já sabia o que pediria, mesmo assim voltou a falar convicta – Então gostaria que o senhor me desse uma autorização para ir até o local buscar a flor que salvará a vida do seu filho.

Fugaku fechou os olhos por um momento e permaneceu calado, analisando as palavras da rosada, tentando não se levar pelos olhos obstinados que queriam passar confiança para si, sorriu de canto ao recordar do mesmo olhar que a menina costumava dar a todos quando dizia que seria uma kunoichi. Ao ver o sorriso do sogro uma centelha de esperança preencheu Sakura, ela havia conseguido e fora mais fácil do que pensara, mas logo mudou de opinião ao ouvir a resposta de Fugaku.

– Não posso dar essa autorização – afirmou, sem nenhum resquício do sorriso que dera a pouco.

– Fugaku-sama, só eu sei onde encontrar essa flor, eu sou a única que pode salvar o Sasuke! – apelou mais uma vez.

– Não, não é – retrucou – Sakura, eu não sei como você descobriu a localização da flor, mas provavelmente não deve ser dentro da cidade, não é mesmo? – indagou e, mesmo a contragosto, Sakura aquiesceu – Então sugiro que repasse a informação a um shinobi, deixe que ele cumpra essa missão.

– O senhor não está entendendo! – rebateu, respirando fundo – O shinobi que irá, ele... – mordeu o lábio sem saber se manifestava a sua desconfiança contra Kabuto.

– Qual o problema? Tem algo que não me contou?

– Não confio no shinobi escolhido para essa missão – disse por fim.

– Por que desconfia dele? – Fugaku indagou e Sakura apertou os punhos.

– Ele pode não encontrar a flor. – murmurou.

– Isso não basta, Sakura, para desconfiar de alguém. – insistiu o Uchiha e a rosada fechou os olhos com força.

– Kabuto-sensei errou no antídoto e continuaria errando se eu não fosse falar com Tsunade-sama, um ninja médico não pode cometer erros desse tipo! – exclamou nervosa e se preocupou ao se dar conta que havia desabafado.

– Sugiro que tome cuidado com suas palavras, o que você acabou de dizer pode ter consequências graves, sabe disso? – repreendeu a mais nova que abaixou o olhar – Você não tem provas de nada e ele é um médico experiente da vila, já salvou milhares de pessoas.

– O senhor não acredita em mim, não é mesmo? – Sakura indagou baixinho sem encará-lo.

– Eu não posso me dar ao luxo de acreditar em especulações, principalmente vindas de você – explicou e Sakura o olhou confusa.

– Por quê? Qual o problema em acreditar em mim?

– Porque o que você mais quer é ser uma kunoichi, sair em missão e não me surpreenderia você dizer coisas desse tipo para conseguir isso.

– Eu não mentiria com algo tão grave! – exclamou irritada, espalmando as mãos na pequena mesa a sua frente.

– Então porque não pediu a Sasuke a autorização? – Fugaku disse mantendo o tom de voz calmo, apesar de sua paciência estar no limite com a audácia da menina – Para você vir até mim é porque sabe que ele não lhe daria permissão de ir em busca da flor, provavelmente ele nem deve saber que está aqui, não é?

Sakura arregalou os olhos com a perspicácia do sogro, ele havia lhe encurralado. Por mais que suas intenções fossem boas e salvar Sasuke fosse o objetivo principal, ela havia escondido do marido o que estava acontecendo, pois sabia que ele nunca lhe daria ouvidos, mas ela queria ter a chance de poder fazer algo, queria se certificar que Kabuto não cometeria mais erros. Mas estaria mentindo se dissesse que essa era toda a verdade e, mesmo que não quisesse admitir, Fugaku estava certo em suas palavras, ela queria poder ter sua liberdade de volta, nem que fosse algo momentâneo, queria se sentir útil e aquela oportunidade talvez fosse a única que teria.

– Pode ser que eu tenha mentido, pode ser que o senhor esteja certo em tudo o que diz, mas eu ainda quero ajudar o Sasuke – disse com os olhos fechados e cerrando o punho – Eu temo por ele e minha desconfiança no Kabuto-sensei não tem relação com minha vontade de ser ninja. Eu apenas... quero me certificar que Sasuke ficará bem e sei que só eu vou conseguir encontrar a planta.

Ao ouvir as palavras da menina Fugaku respirou fundo, refletindo em tudo o que fora dito. Ele conhecia Kabuto e sabia da competência dele como médico de shinobis e era exatamente por isso que Sakura parecia desconfiar dele, mas, sinceramente, Fugaku não acreditava que o médico fosse se permitir errar mais uma vez, não com Tsunade vigiando todos os passos dele agora, afinal era óbvio que a Hokage não aceitaria mais falhas. Observou a rosada que lhe encarava a espera de uma resposta, continuava obstinada a conseguir essa autorização, era realmente uma teimosa, até parecia uma Uchiha.

– A única coisa que posso fazer é prometer investigar Kabuto e assim sanar todo esse mal entendido, mas não tem minha autorização para sair da vila – determinou, cruzando os braços e Sakura suspirou, cansada de toda essa conversa.

– Se o senhor vai investigar Kabuto-sensei, quer dizer que o senhor acredita em mim, então porque não me deixa ajudar o Sasuke? É da vida do seu filho que estamos falando – contrapôs.

– Eu sou o chefe do clã e tudo o que faço tem uma consequência, ir de encontro com a decisão do meu filho significa que eu não o considero, significa desrespeito e desonra para com ele – mal terminou de falar e Sakura bateu mais uma vez com a mão na mesa.

– O senhor está dizendo que prefere manter um orgulho estúpido ao invés da vida do seu filho? – gritou, sem conseguir compreender como todos os Uchihas tinham esse pensamento.

– Não fale besteiras garota! – Fugaku também se exaltou – Tenho mantido a compostura e aceitado sua insistência e suas provocações, porém não permitirei mais isso dentro da minha própria casa! Ponha-se em seu lugar! – bramiu, mas Sakura não recuou.

– O que está acontecendo aqui? – Mikoto interviu aflita ao irromper na sala e ver os olhares fulminantes que os dois mantinham entre si – Fugaku... – chamou e o marido automaticamente suspirou, se acalmando.

– Ele é meu filho e eu o amo – disse circunspecto à Sakura, procurando se acalmar e ignorando a presença da esposa, mais tarde contaria tudo a ela – Porém eu não tenho apenas a vida da minha família nas mãos. Um clã inteiro depende de mim e qualquer decisão tomada é observada e pode acarretar em consequências.

– O que quer dizer? – Sakura indagou também mais equilibrada. Fugaku voltou a se sentar e cruzar os braços em frente ao peito.

– Qualquer passo em falso e talvez não seja mais o líder desse clã. – disse observando a menina se sentar e Mikoto ficar ao seu lado, claramente angustiada – Você pode não entender, mas honrar o clã é um dos nossos princípios e levamos isso muito a sério – Sakura apenas aquiesceu, lembrando-se das palavras de Sasuke – Ir de encontro à vontade do meu filho só demonstraria que eu não o respeito alguém que é sangue do meu sangue, então como poderia liderar um clã quando não se há respeito entre a própria família?

– Manter-se como chefe do clã é tão importante assim? – questionou mais uma vez, as coisas ainda estavam nubladas e toda aquela explicação necessitava de algo mais que Fugaku se recusava a contar – É de Sasuke que estamos falando.

Mikoto colocou a mão em frente ao peito, sentindo-se sufocar ao ouvir que seu caçula precisava de ajuda, uma ajuda que temia não ser possível conceder.

– Manter-me como chefe impede que uma guerra civil estoure em Konoha, então, sim, é importante – explicou para a menina que arregalou os olhos, não esperava ouvir algo parecido.

– Guerra civil? – indagou estupefata, encarando o Uchiha e em seguida Mikoto que tinha o semblante abatido, então era isso que a matriarca falava?

– Desde que fomos atacados as coisas mudaram em toda a cidade e o clã passou a sofrer com a desconfiança dos moradores, principalmente de outras famílias, já que o nosso dever é ser a polícia de Konoha – Fugaku continuou a explicar – Por causa disso, medidas de segurança passaram a ser feitas por Tsunade a fim de aplacar os problemas, mas isso gerou insatisfação entre os Uchiha’s que se sentiram... reprimidos.

– Tsunade-sama apenas está querendo evitar problemas e não subjugar ninguém – interrompeu a menina em defesa da mestra.

– Nós sabemos querida – Mikoto se manifestou pela primeira vez – Mas muitos não compreendem isso e algumas pessoas que não gostam do Fugaku estão tentando levar vantagem com isso ao instigar os Uchiha’s.

– Compreende agora, Sakura? – o Uchiha retomou a palavra – Se eu fizer isso que está me pedindo somente será mais um motivo para me tomarem o clã e eu não posso arriscar tantas vidas em uma guerra por causa de Sasuke.

Sakura cerrou os punhos com força, não gostou de ouvir isso, entendia os motivos do sogro, mas salvar alguém que se amava não era importante para ele? Era o filho dele! Se fosse ela no lugar de Fugaku não pensaria duas vezes antes de se arriscar, se fosse Sayumi ela não hesitaria em salvá-la, era errado fazer tudo o que podia em prol de alguém que se ama?

– Desculpe, mas eu não entendo – murmurou, sentindo os olhos arderem – Eu não consigo imaginar escolher entre uma vida e outra, entre dez pessoas ou apenas uma, não há um jeito de salvar todas?

Mikoto se compadeceu com a nora e sentiu seu coração se apertar, ela havia ouvido toda a conversa e internamente rezava para que Fugaku desse a autorização, afinal era seu filho que estava doente, porém ela também entendia o lado do marido, sabia do peso que carregava nas costas, ser um líder exige sacrifícios e ele não estava sendo poupado disso. Irritou-se consigo mesma por estar de mãos atadas e sabia que Fugaku também se sentia assim. Observou o marido que suspirou ao levantar-se e com surpresa viu ele acariciar os cabelos rosados de Sakura em um afago.

– Você é muito nova, nunca viveu uma guerra ou passou algo parecido.

– Eu perdi a minha irmã – disse com a voz embargada, mas se recusava a chorar na frente dos Uchiha’s – Eu sei como é ter alguém tirado de você.

– Mas nunca teve que escolher perder alguém, a guerra traz o que é pior no ser humano, decisões cruciais devem ser tomadas e muitas vezes você se vê encurralada entre matar um amigo ou deixar que outro morra por seu inimigo – Fugaku disse ainda passando a mão pelos cabelos rosados – Espero que nunca tenha que passar por isso, nem você, nem meus filhos ou meus netos, por causa disso eu farei de tudo para proteger a paz no meu clã e na minha vila.

Sakura ouvia tudo atentamente, sua cabeça estava baixa e ela apenas sentia o mover da mão do sogro em um carinho tímido. Suspirou baixinho, ela não insistiria mais, os motivos do Uchiha eram fortes e plausíveis, mas o que poderia fazer, então? Deveria deixar tudo nas mãos de Kabuto e torcer para que ele encontrasse o antídoto? Seria apenas implicância sua com o médico? Não, alguma coisa a deixava desconfiada dele, talvez fosse um sexto sentido, mas ela não gostava dele e justamente por isso temia pela vida de Sasuke. Porém ela se via sem alternativas agora.

– Tudo bem, Fugaku-sama – disse ao levantar a cabeça e encará-lo, um sorriso triste no rosto – Eu acho melhor eu ir agora, deixei Sasuke sozinho – e se levantou.

Mikoto fez menção em seguir a mais nova, mas Fugaku a interrompeu ao chamá-la:

– Sakura – e ao ter a atenção da menina, continuou – Toda escolha que fazemos tem consequência, eu não posso dar o meu aval para que você vá em busca do antídoto para o filho, mas assim como você me desafiou e a Sasuke ao vir aqui, você ainda tem uma escolha, basta estar preparada para as consequências, assim como eu estou.

– Fugaku... – Mikoto sussurrou para si surpresa, ele estava... olhou para Sakura que também parecia surpresa pelo o que fora dito, mas logo a surpresa deu lugar a determinação e matriarca dos Uchiha’s sabia que a nora não desistiria.

– Arigatou Fugaku-sama – disse ao fazer uma breve reverência ao mais velho, despediu-se de Mikoto e saiu.

– Tome cuidado – rezou a Uchiha mais velha pela segurança da garota.

–*-

Arrumou o quimono e saiu do quarto para ver como Sasuke havia passado a noite. Ainda remoía a sua decisão, não que se arrependesse, mas mentir para a Hokage não era algo que ela se orgulhava ou a deixava calma, sabia que teria que enfrentar a fúria de Tsunade se ela descobrisse a verdade sobre não ter autorização, na verdade talvez tivesse que se preocupar muito mais com o comportamento de outra pessoa: Sasuke. Não imaginava qual seria a reação do marido e, apesar das palavras de Fugaku serem uma luz no fim do túnel para si, ela reconsiderou aquela decisão várias vezes enquanto voltava para casa no dia anterior.

Entretanto ao ver o estado do moreno que parecia piorar cada vez mais, tomou sua decisão. Ela não estava disposta a perder mais ninguém sem poder fazer nada, então enviou uma autorização falsa a Tsunade se passando por Sasuke e rezou para estar fazendo o que era certo. Hoje ela deveria se encontrar na entrada da vila para buscar a Lótus-do-Céu, mas antes se certificaria de ver se o Uchiha havia melhorado.

– Sasuke, como você está? – indagou ao colocar a mão no rosto do moreno que se contorceu em dor. Ele estava ardendo em febre, de novo. Suspirou, colocando a cabeça do Uchiha em seu colo e concentrou chakra para tentar diminuir a temperatura.

Ela ficou pelo menos dez minutos até conseguir estabilizá-lo e após forçá-lo a ficar sentado teve que praticamente obrigá-lo a se alimentar, ele estava cada vez mais fraco e o remédio por Kabuto parecia demorar ainda mais para fazer efeito.

– Vamos Sasuke, você tem que comer algo – pediu ao levar a colher com sopa até o moreno.

Sasuke se sentia ridículo tendo que depender de Sakura desse modo, mas nem forças ele tinha para protestar, sua cabeça pesava toneladas, qualquer esforço era motivo para se sentir cansado, estava fraco e com frio, mas ainda tinha uma leve noção de que não podia somente dormir e esquecer-se do mundo ao seu redor, então, mesmo contra a vontade, aceitou ser alimentado. A cada colherada dada era motivo para ele fazer uma careta, descontente com a ideia de que parecia um bebê sendo alimentado pela mãe, realmente odiava estar naquela posição tão frágil e indefeso, necessitando da ajuda de Sakura.

A rosada apenas observava os gestos do mais velho e, mesmo querendo ser compreensiva, começava a se irritar ao pensar que ele estava lhe criticando.

– Sei que minha comida não é tão boa e... – começou a resmungar, porém foi interrompida por Sasuke que encostou a cabeça na cabeceira da cama, como se tivesse feito muito exercício físico.

– Sua comida é gostosa – murmurou e Sakura arregalou os olhos se perguntando se havia ouvido direito.

– Mas... você sempre reclama... – disse meio inerte, sem saber o que falar.

Por um momento pensou que Sasuke não responderia ao vê-lo voltar a deitar e se cobrir com o lençol sem pronunciar nada e quando estava prestes a se levantar para sair do quarto, ouvi-o dizer em um suspiro.

– Eu... menti.

Sakura ainda ficou tentada em questionar mais o moreno, mas percebia que ele não tinha mais forças para nada, então retirou o prato de comida e saiu do quarto, deixando-o descansar. Era a segunda vez que ele fazia isso. Na primeira vez ele lhe disse que se preocupava com ela quando era menor e agora lhe dizia que gostava da sua comida e não que odiava como pensava. E saber disso a irritou profundamente, porque Sasuke só era sincero com ela quando estava delirando? Bom, pelo menos ele não estava imaginando a irmã no seu lugar.

Balançou a cabeça para afugentar esses pensamentos e resolveu ir logo para o ponto de encontro antes que se atrasasse, não adiantaria ficar pensando no motivo do Uchiha ser um teimoso que mente para si, porém ao dar um passo para fora de casa teve outra surpresa ao ver que alguém a esperava.

– O que está fazendo aqui? – indagou ao se aproximar com passos rápidos.


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Notas finais do capítulo

Então, gostaram? Como eu disse a ideia inicial não era que o capítulo terminasse assim, queria mostrar mais coisas, porém como ele ficou enorme eu dividi já que não sabia o que cortar porque eu queria mostrar uma cena da Sakura mostrando o quanto ela é inteligente - essa é uma característica que sempre admirei nela, mas é pouco aproveitada no anime/mangá, então resolvi mostrar eu mesma XD - além disso teve a conversa com o Fugaku que não podia faltar, afinal coisas importantes foram ditas por ele como o fato dos Uchiha's estarem descontentes, alguma semelhança com o mangá? kkk
Ahh algumas pessoas acertaram ao dizer que o Sasuke beijou a Sakura, tadinha ela ficou perdidinha com isso e ele nem sabe o motivo. E pra deixar ela ainda mais confusa e irritada o Sasuke fica sendo fofo enquanto está doente XD, gostaram do momento meio fofurice entre eles? E quem vocês acham que está em frente a casa da Sakura e do Sasuke? ;D
Bom, espero que tenham gostado, mandem reviews, recomendações, favoritem, o que quiserem, prometo responder todos com muito carinho! ^^
beijos e até semana que vem com capítulo novo ;D