Reparação escrita por Luhni


Capítulo 13
Morino Idate


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal!! ^^ Sentiram a minha falta? O capítulo já tava pronto faz uns dias, mas eu queria responder a todos vocês como merecem antes de postar de novo e tenho que dizer que vocês são todas lindas e me fazem muito feliz com os comentários de vocês! Muito obrigada e para agradecer hoje tem um capítulo enormeeee para todas vocês!!
O capítulo está sendo dedicado as lindas Larissa Ramos Silva, Laís e Kaya por suas recomendações, meninas eu amei o que vocês escreveram, espero que gostem do capítulo! ;D
Agora sem mais delongas,
Boa Leitura!



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Três dias se passaram depois do incidente com o sangue no qual teve seu cabelo cortado. Sasuke não tocara no assunto e ela também não, na verdade ambos pareciam se evitar. Sakura porque sabia que se o confrontasse mais uma vez não conseguiria se segurar, iria despejar todas as mágoas e sua fúria sobre ele e, provavelmente, pioraria ainda mais aquela relação quase inexistente. Por vezes se xingava por continuar fazendo o papel de compreensiva e ignorar o que ele havia feito consigo, mas logo em seguida a imagem de Sayumi lhe vinha a mente e ela recuava, procurando se acalmar e não deixar o seu gênio explosivo falar mais alto, até porque outra coisa também lhe rondava a mente a respeito do que aconteceu:

“Será que Sasuke descobriu a minha fobia de sangue?”

Rezava a Kami para que ele não tivesse se dado conta ou então estaria ferrada nas mãos do Uchiha que saberia exatamente como lhe ameaçar. Esse era outro motivo pelo o qual preferia não se exaltar com ele. Porém, conforme os dias passavam, ela percebeu que Sasuke não a atormentava como de costume e aquilo ao mesmo tempo em que trazia um sentimento de alívio, fazia-a ficar desconfiada das atitudes do marido. Ele estava pensativo demais, calado demais e presente demais na casa, o que chegava a ser um incômodo, pois não podia treinar ou sair enquanto ele estivesse ali. Mas hoje ela teria que ir a sessão que combinara com Tsunade e reunindo forças foi em direção ao moreno que treinava no jardim.

Sasuke parecia aéreo enquanto desferia chutes e socos ao vento e arqueou a sobrancelha ao vê-lo tão distraído e uma vontade de pregar uma peça no moreno apareceu em si, seria fácil demais. Uma parte dela, pelo jeito, continuava gostando de perturbá-lo como antes. Balançou a cabeça rapidamente para afugentar a ideia, precisava que ele estivesse de bom humor e se fizesse isso acabaria com todas as chances que tinha. Andou calmamente até próximo de onde ele estava que não notou a sua presença e chamou:

– Sasuke! – e em seguida desviou de uma shuriken que ficou presa na árvore atrás de si – Ficou maluco? E se eu não desviasse, idiota? – bradou com raiva pelo movimento do moreno que pareceu assustado por um instante.

– A culpa é sua por ter vindo aqui. O que quer irritante? – disse após se recuperar do choque. Não era sua intenção atirar na menina, mas havia se sobressaltado com a presença repentina dela ali.

– Imagino o que aconteceria se sua esposa não soubesse treinamento ninja – murmurou baixinho com um bico, porém foi ouvida pelo moreno.

– O que está insinuando? – questionou entredentes e Sakura abanou as mãos como se fizesse pouco caso daquilo, não era o momento para importuná-lo.

– Nada.

– O que quer aqui? Diga de uma vez e vá embora. – era agora, respirou fundo, reunindo sua coragem e paciência para a discussão que viria a seguir, e falou:

– Eu vou sair. – avisou, deixando claro que não estava pedindo permissão para ele – Tenho assuntos a resolver com Tsunade-sama – e cruzou os braços a espera de alguma reclamação. Sasuke suspirou e bagunçou os cabelos antes de responder:

– Esteja de volta antes do anoitecer – foi a única coisa que disse e Sakura não podia estar mais espantada.

– É isso? – o moreno encarou a rosada, confuso, e ela continuou a falar – Nada de gritos, raiva, impedimentos e proibições por eu sair? Saiba que sairei mesmo que diga não.

– Apenas vá de uma vez - suspirou cansado e massageando as têmporas. Até quando estava de acordo com a rosada, ela reclamava. Naquele momento ele só queria ficar sozinho.

Sakura sabia que estava atiçando a ira de Sasuke, mas ele estava tão estranho que quando deu por si já estava a dois passos de distância do marido em busca de algo que confirmasse suas suspeitas. E Sasuke estava tão imerso em seus devaneios que não pôde evitar a surpresa ao dar de cara com os orbes verdes da menina, lhe encarando profundamente.

– O que está fazendo? – indagou um pouco incomodado com o olhar profundo e analítico dela sobre si, mas Sakura apenas colocou a mão no rosto do marido que ficou estático perante o gesto.

– Sente-se bem? – questionou e algo em sua voz assemelhava-se a preocupação, pelo menos foi o que Sasuke deduziu que seria.

– Sim... por quê? – sussurrou, concentrado no olhar dela enquanto ainda sentia a mão quente da esposa tocar o seu rosto. Há quanto tempo ninguém lhe fazia um carinho?

– Por um momento pensei que estivesse doente para me deixar fazer isso – disse um pouco risonha e Sasuke revirou os olhos com a zombaria da mulher e afastou a mão de perto de si. “E eu que pensei que...” interrompeu a sua linha de raciocínio, repreendendo-se internamente.

– Meu humor não está dos melhores para gracinhas, Sakura. – avisou, dando as costas para a rosada que suspirou.

– Eu sei. Tem alguma coisa que te preocupa não é mesmo? – e ele se surpreendeu por ela notar – Sei que não adianta pedir para você me contar, mas estarei aqui caso queira conversar.

Ambos estranharam aquela fala. Sasuke não imaginava que ela fosse lhe oferecer ajuda depois do que fizera e Sakura também estava surpresa, quando vira as palavras já haviam sido proferidas. Ele a olhou por cima do ombro e notou que ela não parecia brincar dessa vez, estava tão surpresa quanto ele pelo o que dissera.

– Já disse que não quero a sua ajuda. – retrucou soturno e ela revirou os olhos por ele lhe dar essa resposta atravessada.

Deu as costas para o moreno, preferindo não responder. Era melhor ela ir ver Tsunade logo. Afinal o que ela esperava dele? Um agradecimento por ela se preocupar? Claro que não! Até porque ela só queria conseguir conviver pacificamente com Sasuke agora que estavam casados. Era apenas a sua obrigação com Sayumi que falava ou pelo menos era isso que sua mente formulava para si enquanto ia em direção à saída de casa.

–*-

Logo se encontrava diante da porta do escritório de Tsunade, e sentiu-se aliviada de poder fugir um pouco dos olhares dos moradores, afinal enquanto passava pela vila ouviu os burburinhos a respeito do seu novo corte de cabelo e aquele falatório lhe incomodou um pouco. Balançou a cabeça para afugentar esses pensamentos e preparou-se para bater e anunciar que havia chegado quando o grito da mentora se fez presente, paralisando sua ação.

– Como assim não descobriram nada? Vocês não são a elite de ninjas de Konoha? – pelo jeito a loira estava furiosa com algum ninja.

– A pessoa sabe como encobrir seus rastros, ela conhece a forma que agimos. – disse a voz abafada de um homem e Sakura supôs que devia ser um ANBU mascarado ali.

– Sasuke deixou claro que a Nuvem tem planos contra a vila, temos que redobrar a segurança e deixar espiões entrarem não é uma opção! – Tsunade se manifestou novamente e Sakura arregalou os olhos ao ouvir o nome do marido. Será que era isso que o preocupava?

– A questão, Hokage-sama, é que ninguém avistou um intruso em Konoha – disse o shinobi e Sakura ofegou ao imaginar que pudesse haver um espião em Konoha.

– Ex-nukenins da vila tem conhecimento sobre o funcionamento da segurança, as barreiras em volta de Konoha podem ter deixado essa brecha – dessa vez foi a voz de Shizune a se manifestar – ou há alguém que pode estar permitindo o seu acesso.

– Isso são somente possibilidades, eu quero fatos! – e Sakura ouviu o barulho de algo se rachando ao final do grito da Godaime, provavelmente ela deveria ter quebrado a mesa, de novo – Quero que aumentem a segurança e o número de rondas, quero relatórios a cada troca. Mudaremos a chave de acesso à barreira o mais rápido possível, se for um nukenin realmente, ele não conseguirá mais entrar. – ordenou antes de dispensar os ninjas e suspirar.

– Tsunade-sama... – Shizune começou a falar.

– Espere! – interrompeu a loira – Sakura, porque não para de ouvir atrás da porta e entra de uma vez? – indagou para a surpresa da rosada que pensava que havia escondido muito bem o seu chakra.

– Como...? – questionou com as faces rubras de vergonha enquanto entrava na sala.

– Eu ainda sou a Godaime, não me subestime garota – disse com um sorriso orgulhoso, mas que logo morreu ao observar melhor a rosada – O que aconteceu com o seu cabelo?

– Ah... eu apenas resolvi cortar um pouco – falou sem jeito, enquanto passava a mão nas madeixas.

– Um pouco? Sakura, eles estão acima do seu ombro! – disse Shizune ao se aproximar com o pequeno porco a tiracolo. – Porque fez isso?

– Só achei que estava comprido demais, e, mudar faz bem, não é? – disse dando de ombros. Shizune e Tsunade trocaram um olhar cúmplice e resolveu mudar de assunto para evitar mais questionamentos – Então, o que está havendo? Qual o problema da segurança?

– Nenhum – Tsunade falou em um suspiro – Esse é o principal problema... – murmurou ao voltar a se sentar.

– Como assim? – indagou e ao ver a loira abrir a boca para responder, Shizune a cortou:

– Tsunade-sama, acha certo comentar esse tipo de coisa por ai?

– Ora, Shizune! É da Sakura que estamos falando, além de você, ela é uma das poucas em quem confio plenamente e tem a ver com Sasuke também, ela como esposa deve saber disso. – a Senju disse e Sakura sentiu uma pequena onda de orgulho de encher o peito ao ver a confiança da mestra em si, ao mesmo tempo em que se atentou para outra coisa:

– O que tem o Sasuke?

– Sasuke, durante a última missão, recolheu uma informação de que talvez a vila possa estar sendo espionada e que a Nuvem planeja algo contra nós, mas...

– Como assim? O que ele disse? Que plano é esse? – Sakura cortou a loira que socou mais uma vez a mesa já quebrada, fazendo-a se calar.

– Não me interrompa! – bradou e ao ver a menina agarrada a Shizune e sorrindo nervosamente, tratou de se acalmar. Esses problemas estavam acabando com os seus nervos – Nós não sabemos, as informações eram vagas. Mas mandei que Sasuke retornasse se ele se lembrasse de mais alguma coisa.

– Enquanto isso estamos apenas tomando precauções – finalizou Shizune também mais calma, depois do ataque da Senju.

– Então deve ser por isso que ele está assim... – murmurou.

– Assim como? – Shizune indagou.

– Não é nada de mais – retrucou e tratou de mudar o assunto mais uma vez – Então, eu vim para a nossa sessão, Tsunade-sama...

– Claro, já estamos atrasadas com isso. – falou a Godaime ao se levantar – Shizune, você fica, quero que me auxilie no tratamento – informou e a morena aquiesceu já a par do problema da rosada.

–*-

Andava com os braços em volta de si, a sessão havia sido difícil, fazia pouco tempo que ela tivera uma experiência desagradável com sangue por causa de Sasuke e agora ter que passar por isso de novo... ela ainda sentia seu corpo tremer ligeiramente, mas Tsunade disse que aos poucos isso passaria. O seu corpo iria se acostumar a ver o sangue e logo ele não reagiria mais dessa forma. De certa forma era um alívio saber que a consulta com a mentora havia acabado, não seria mais atormentada e poderia respirar aliviada, mas aqueles tremores a irritavam também. Passou em frente a floricultura Yamanaka e resolveu entrar. Precisava se distrair um pouco e ver se conseguia se acalmar.

– Seja bem vin... Sakura! – Ino gritou ao ver a rosada e correu para abraçá-la – O que houve com o seu cabelo? Por que está tremendo? – disparou as perguntas e a rosada sorriu.

– Acabei de vir uma consulta com Tsunade-sama, queria te ver... – murmurou ao se sentar. Não era para ser assim, mas o incidente que teve fez com que ficasse mais frágil do que o normal.

– Baka! Espere aqui vou pegar um chá para você – e correu para dentro da floricultura, vociferando coisas como “irresponsável” e “cabeça-dura”. Sakura somente sorriu e respirou fundo, logo a amiga voltava com uma xícara fumegante de chá, entregando em suas mãos.

– Obrigada – disse assoprando o chá antes de sorver um pouco do líquido. Aquilo realmente estava bom.

– Você fica assim toda vez que vai a uma sessão com Tsunade? Porque não me disse? Eu teria ido com você e qual é a desse cabelo? – começou a falar sem parar mais uma vez.

– Foi só hoje e eu estou bem, Tsunade-sama disse que era normal logo após a sessão ter esses tremores, afinal o meu corpo ainda está sob o estresse do tratamento – explicou e a loira a fuzilou com os olhos, não satisfeita com a resposta.

– E o cabelo...

– Eu só quis mudar o visual – deu mesma desculpa de mais cedo, mas sabia que aquilo não seria o suficiente para Ino. Ela não seria educada e desistiria.

– Como assim? Antes você usava seu cabelo curto e depois deixou crescer e agora, do nada, resolveu cortar de novo? Tem que haver um motivo maior do que esse Sakura! Me conta logo! – ordenou Ino.

– Você sabe que nunca gostei dele muito grande de qualquer jeito. Não tem nada demais nisso, porca. – retrucou emburrada.

A Yamanaka a fuzilou com os olhos. Quem ela pensava que enganava? Lembrava-se de ouvir Sakura mais nova reclamar que Sayumi sempre a questionava sobre o porquê dela nunca deixar as madeixas compridas, então, quando a mais velha morreu, Sakura resolveu não cortar o cabelo para que crescesse. Ino sabia que ter o cabelo comprido representava muito para Sakura, era uma forma de homenagear a irmã, não era apenas o fato de que com isso se pareceria mais com Sayumi. Então alguma coisa deve ter acontecido ou mudado para ela resolver cortar o cabelo novamente. Ela só não sabia o quê.

– Sakura...eu te conheço muito bem e você também me conhece a ponto de saber que eu não vou te deixar em paz enquanto não for sincera comigo. – disse resoluta e Sakura sorriu, colocando uma mecha para trás da orelha – Foi o Uchiha, não é? – e as palavras da amiga surpreenderam a rosada.

– De onde tirou isso? – indagou surpresa para a loira que apenas deu de ombros.

– Apenas chutei. Mas eu acertei, não é mesmo? – e ao ver a rosada se calar, fechou as mãos em punho, espumando raiva – Eu vou matá-lo! Eu vou entrar naquela cabeça oca e vou torturá-lo até a morte e depois, depois eu mesma vou deixá-lo careca! Quero ver se ele ainda vai ficar com aquele ar de soberbo! – começou a praguejar contra Sasuke e Sakura começou a rir com o ataque da amiga e por imaginar o marido careca. Seria uma cena bem engraçada de se ver.

– Ino...não... – disse entre risos enquanto a Yamanaka continuava a soltar impropérios.

– Como não? Olha o que ele fez com você testuda! – falou indignada – Ele...

– Obrigada – interrompeu ao abraçar a amiga que apenas retribuiu o gesto – Você sempre me anima e sempre está do meu lado, mas eu tenho que aprender a conviver com o meu marido e isso significa enfrentá-lo sozinha.

Ino suspirou, estava acostumada a ser o suporte de Sakura desde que Sayumi se foi. Sabia que a rosada era forte e isso era notável pelo peso que ela carregava nas costas, mas Ino gostava de pensar que poderia dividir aquele peso com ela. Sorriu ao ver que as coisas estavam um pouco diferentes agora, Sakura parecia que voltava a florescer como da primeira vez que a vira desafiar o pai e lutar contra ele. Mesmo que estivesse assustada com o que estava por vir, mesmo que se sentisse perdida, Sakura não desistiria sem tentar. Ino conseguia ver a determinação da amiga em superar o seu medo e tentar melhorar as coisas em sua vida. Ela só esperava que Sasuke fosse um oponente que permitisse a Sakura mostrar do que ela era capaz. Desejava que ele não fizesse aquele botão de cerejeira murchar antes do tempo.

– Tudo bem então, espero que saiba o que está fazendo – disse ao se separar da rosada que parecia melhor agora – Mas se precisar de mim para dar uma lição nele pode me chamar! - e Sakura riu mais uma vez.

– Pode deixar, mas é bom ele se preocupar mais com o que eu posso fazer com ele do que você – entrou na brincadeira, fazendo Ino rir um pouco também.

– Tantas ameaças sendo proferidas, eu espero que não seja para mim. – uma voz retumbou pela floricultura, chamando a atenção das duas.

– Idate? – ambas proferiram surpresas pela presença do rapaz.

– Sentiram saudades? – perguntou com um sorrisinho zombeteiro, olhando diretamente para Sakura que revirou os olhos.

– Morri de saudades – disse de forma irônica e o rapaz se aproximou, praticamente esquecendo-se da presença de Ino e se virou para a rosada.

– Eu já sabia, rosada – e piscou para ela que bufou irritada, afastando-se.

– O que está fazendo aqui? Voltou agora da missão? – Ino se intrometeu entre o rapaz e a amiga, odiava ser ignorada.

– Voltei de madrugada e estava passando por aqui quando vi vocês, mas, então, o que eu perdi nessas duas semanas? – e as duas garotas se entreolharam, Idate provavelmente não sabia do casamento de Sakura e aquilo de certa forma a incomodou a ponto de esconder a mão que continha a aliança para trás das costas.

– Nada de mais – Sakura respondeu rapidamente e trocou um olhar com Ino, para que não falasse nada a ele.

Idate achou estranho o modo como as duas estavam, pareciam que conversavam somente pelo o olhar e ele não entendia aquilo, seria uma técnica da Yamanaka? Foi então que reparou algo diferente do que estava habituado.

– Você cortou o cabelo, Sakura? – disse ao tocar os fios rosados, agora curtos.

– Ah... sim – disse um pouco envergonhada pela forma que ele lhe observava.

– Agora que você reparou? – Ino questionou indignada. “Homens realmente não prestam atenção em nada”, pensou.

– Ficou bonito, eu gostei – elogiou e Sakura sentiu suas bochechas esquentarem, ele havia sido a primeira pessoa que disse isso e não a questionou sobre os seus motivos. Sorriu. Era por causa de coisas desse tipo que, às vezes, a sua relação com Idate era mais simples.

– Obrigada. – e ouviu Ino pigarrear ao seu lado.

– Então como foi a missão, Idate? – a loira tornou a falar enquanto olhava da amiga para o Morino. Idate se afastou e voltou a encarar a Yamanaka com um sorriso convencido.

– Fácil, é claro – e lá estava o mesmo Idate presunçoso de sempre – E agora que voltei eu tenho que perguntar, quem mesmo que disse que ia me mostrar que sempre ganhava? – alfinetou e Sakura rangeu os dentes. Aquela provocação era para ela.

– Ora seu... – e sentiu a mão de Ino no seu ombro, para acalmá-la.

– Idate, eu acho melhor você... – foi interrompida pelo som da campainha anunciando a entrada de um cliente – Droga, eu vou ter que ir lá atender – resmungou.

– Está tudo bem Ino, não vou fazer nada. Depois nos falamos – Sakura a acalmou e Ino apenas aquiesceu antes de dar um olhar de advertência ao Morino para depois se retirar. Ao se verem sozinhos, Sakura deu as costas para o rapaz e seguiu em direção à saída. Porém, Idate a seguiu.

– O que foi rosada? Estressadinha? Você tem que admitir que eu sou o melhor – zombou mais uma vez e Sakura fechou as mãos em punho. Para algumas coisas, Idate continuava sendo tão...

– Idiota! Prefiro morrer a dizer isso – retrucou enquanto andava – Além do mais o fato de você conseguir fazer uma missão não significa nada.

– Vindo de alguém que nunca saiu da vila – retrucou, acertando na ferida.

– Não preciso sair da vila para acabar com você – disse entredentes.

– Então me prove – e ao ver Sakura parar de andar soube que havia conseguido o que queria.

– Como?

– Estou com tempo livre agora, então porque não treinamos juntos? Assim tiramos a prova de quem é o melhor.

Sakura estranhou, nunca havia treinado com o Idate em todos os anos que se conheciam, apesar de quando mais novos sempre lutarem em uma pequena disputa interna, mas aquilo estava mais para briga. Refletiu por um tempo, havia dito para Sasuke que voltaria antes do anoitecer, então ainda tinha muito tempo e ainda tinha que conversar com ele a respeito do seu casamento. Queria que fosse ela a contar que estava casada, mesmo sabendo que não devia explicações para Idate, Sakura o considerava de alguma forma e preferia que ele ouvisse de si o que aconteceu na sua ausência do que da boca dos outros.

– Está bem, mas sem armas ninjas – demandou, afinal sem armas as chances de ver sangue seriam praticamente nulas e era apenas um treinamento.

– Como quiser, rosada – disse iniciando a caminhada até uma das áreas de treinamento de Konoha.

–*-

Estava exausto, jogado no chão, mas apesar da estafa sentia-se vazio. Ele não havia parado treinar desde que Sakura o interrompeu, na verdade, depois que ela se foi, intensificou o treinamento. Fechou os olhos a fim de bloquear a claridade e não pode evitar que seus pensamentos o levassem até sua última missão.

Flashback on

Kakashi e ele haviam encontrado o rastro do alvo. Ele havia se locomovido mais do que esperavam para um único shinobi, o que poderia significar duas coisas: ou o nukenin era um exímio ninja, algo que eles não estavam crentes, ou ele estava acompanhado de mais pessoas que auxiliavam no translado. E suas suspeitas foram confirmadas ao conseguirem alcançar o nukenin e verem diversos shinobis da Nuvem fazendo a sua escolta.

– Parece que a missão acaba de ficar mais complicada – murmurou Kakashi para o jovem ao seu lado. Estavam escondidos a metros de distância dos outros shinobis.

– Você quer dizer, divertida, não é? – e um sorriso sádico apareceu no rosto de Sasuke. Kakashi suspirou, ali estava o “Demônio Uchiha”.

– É melhor nós nos separarmos. – Sasuke disse enquanto observava o alvo.

– Você fica com o alvo e eu cuido dos outros ninjas.

– Lie! – contrapôs Sasuke – Deixe que eu cuide dos ninjas da Nuvem.

– A nossa missão é o nukenin da Pedra, só precisamos de uma distração para os outros. – rebateu Kakashi. Ele sabia qual o era o dever de um shinobi, mas se pudesse evitar o derramamento de sangue, ele faria.

– Kakashi, você acha que vai ser simples assim? Eles irão atrás de nós de qualquer jeito. Eles decidiram o destino deles quando aceitaram proteger esse nukenin – “e quando atacaram Konoha” completou em pensamento.

Kakashi fechou as mãos em punho. O Uchiha tinha razão em partes, mesmo assim... olhou para o aluno e suspirou, cada vez mais Sasuke parecia se distanciar de tudo e de todos.

– Está certo, mas evite matar todos, talvez consigamos mais informações com eles. – tentou uma última vez e ao ver que o moreno concordou com seu pedido, colocou a máscara a fim de lhe cobrir a face e partiu para o ataque, assim como Sasuke.

Não havia sido difícil separar o bando, o nukenin havia sido o primeiro a correr para longe, ao ver que se tratava da ANBU de Konoha, junto com alguns ninjas para protegê-lo, sendo seguido por Kakashi enquanto Sasuke lidava com os outros shinobis da Nuvem.

A maioria deles não era tão forte ou então eles que não estavam no mesmo nível do Uchiha. Sorriu com a vitória esmagadora que seria. Usava sua espada, Kusanagi, para atacar e com o sharingan ativado conseguia prever os movimentos do inimigo assim desviando com habilidade. Um dos shinobis tentou utilizar uma técnica do elemento raio, mas aquela era uma das suas habilidades, então havia sido inútil.

Observou que havia um ninja mais afastado apenas olhando o combate e aquilo lhe enervou ao lembrar-se de que outro shinobi esnobou suas habilidades anos atrás. Saltou sobre os adversários restantes, formando selos e puxando o ar com força para os pulmões disse:

– Katon: Gōkakyū no Jutsu – e logo uma grande esfera de fogo foi expelida em direção aos ninjas que se contorciam de dor ao sentir a pele queimar. – Agora, você – disse ao parar em frente ao último ninja.

– Então você é realmente o Demônio Uchiha que tanto ouço falar, não é? – o shinobi da Nuvem disse com um sorriso de escárnio.

Ele era alto, provavelmente da mesma altura que Sasuke, tinha uma cicatriz no rosto, imitava um corte transversal que ia do supercílio, passava pelo nariz e chegava até o final da bochecha. Sasuke estava na dúvida se o shinobi a sua frente possuía a visão de um dos olhos por causa dessa cicatriz que devia ter afetado o globo ocular de alguma forma, porém o shinobi não mostrava ter problemas visuais.

– Minha fama já chegou até a sua vila? – retrucou com um sorriso apesar de não ser visto pelo adversário por causa da máscara.

– A maioria dos nossos shinobis ou são queimados vivos ou são torturados por você, detentor do famoso sharingan, era óbvio que isso chegaria aos nossos ouvidos.

– E mesmo assim está tranquilo com isso? – disse apontando a kusanagi para ele.

– Só posso lamentar por meus companheiros que não foram fortes o suficiente para não lhe derrotar, afinal se isso é o seu máximo... – debochou dando de ombros e aquilo foi o suficiente para Sasuke que no instante seguinte partiu para cima do ninja.

O shinobi arregalou os olhos com a velocidade do Uchiha e por pouco não conseguiu desviar da lâmina banhada por raios a sua frente. Iniciaram uma luta acirrada, Sasuke direcionava golpes precisos e mortais com a espada enquanto ele se esquivava habilmente e contra-atacava com kunais e senbons. Ambos eram rápidos e bastava um golpe para decidir a batalha. Cansado das investidas do Uchiha saltou para trás e utilizou uma árvore para se impulsionar para perto do adversário antes de formar os selos.

– Chidori senbon – proferiu ao lançar centenas de agulhas eletrificadas em direção de Sasuke, que colocou os braços na frente do rosto para tentar se proteger.

A distância entre os dois era mínima, não havia como o Uchiha escapar do ataque e aquela proteção não adiantaria de nada. Uma pequena cortina de fumaça se formou devido a velocidade do ataque em contato com o alvo e sorriu ao imaginar o Uchiha repleto de furos.

– Isso é tudo o que você tem? – ouviu a voz de Sasuke proferir e o shinobi arregalou os olhos ao ver a fumaça se dissipar e a figura de um braço esquelético em volta de chakra de uma tonalidade roxa estar protegendo o Uchiha.

– O-O que é isso? – murmurou assustado com a técnica.

– Isso é o Susano’o, ou pelo menos uma parte dele – debochou, sua máscara havia caído no chão por causa do ataque e agora era visível a mudança do sharingan para o Mangekyō Sharingan, bem como o filete de sangue que saía dos olhos de Sasuke.

O shinobi rangeu os dentes e não demorou em formar os selos para voltar a atacar:

– Raiton: Sandāboruto – disse enquanto estendia ambos os braços, liberando uma alta descarga através das palmas das mãos e corria em direção ao Uchiha.

– Isso é inútil – debochou ao repelir o primeiro ataque, mas o shinobi não desistiu.

Não importava se aquilo era uma espécie de escudo, as duas bolas de energia elétrica em suas mãos seriam o suficientes para destruir e eletrocutar qualquer coisa a sua frente. Chocou-se contra a mão esquelética e Sasuke pôs o braço para se proteger, a descarga era tão grande que passava a barreira do seu Susano’o. O shinobi continuava a esmurrar, aumentando o poder, foi quando Sasuke retirou a kusanagi atacando-o de dentro para a surpresa do ninja que foi atingido do lado esquerdo da costela.

– Droga! – reclamou o ninja, apertando o ferimento ao se afastar.

Sasuke ofegava, usar o Susano’o ainda era trabalhoso para ele e gastava muito chakra, resolveu então desfazer o jutsu, iria atacá-lo diretamente e assim poupar sua energia já que o inimigo estava ferido. Deu um passo antes de sentir seus braços e pernas formigarem. Seus músculos estavam tensos e ele não conseguia se mexer normalmente, espasmos percorreram o seu corpo e uma dor esmagadora se fez presente, forçando-o a expelir uma pequena quantidade de sangue pela boca. Ouviu uma risada baixa e se deu conta que apesar dos ataques não lhe atingirem diretamente, os choques deviam ter afetado seu corpo, paralisando-o e atingindo os seus órgãos de alguma forma.

– Acho que estamos quites Uchiha – disse o de cicatriz – Nenhum de nós poderá se mexer por um tempo.

– Desgraçado! Você está apenas prolongando o seu sofrimento – disse enquanto sentia o corpo tremer por causa das descargas elétricas.

– Não, quem está prologando o seu sofrimento é você mesmo, afinal já faz dois anos – murmurou com um ar de deboche e Sasuke franziu o cenho.

– O que quer dizer?

– Estou me referindo a mentira que vocês criaram! – bradou furioso e Sasuke não conseguiu compreender sobre o que ele falava. – Vocês de Konoha são a escória e vão merecer tudo o que irá acontecer! Vão perecer de dentro! – seus olhos estavam vidrados de um modo que o deixava ensandecido.

– Do que está falando? – disse se forçando a dar um passo para perto do inimigo. Seu corpo ainda parecia pesado e não respondia aos seus comandos, mas a dor se amenizava. – Vocês estão planejando outro ataque a Konoha? É isso? Há mais alguém envolvido nisso?

– Vocês são realmente inacreditáveis! – começou a rir descontroladamente e Sasuke dessa vez conseguiu se aproximar do ninja apenas para socá-lo o mais forte que pôde, fazendo-o cuspir sangue.

– Qual era o objetivo de vocês com aquele ataque de dois anos atrás? O que querem agora? – vociferou ao puxar a camisa do inimigo, trazendo-o para perto de si.

– Você parece ser um homem que vive do passado, é por isso que está tão obcecado? Ou porque sua querida noivinha foi morta? – continuou a falar com um sorriso ensanguentado.

– Como sabe de Sayumi? – disse entredentes, o sharingan girando descontroladamente com a menção da noiva.

– Nós sabemos de muita coisa, Uchiha, você é um pobre coitado fadado à ignorância e aos fantasmas do passado. Espero que sofra ainda mais.

– O que quer dizer? O que irá acontecer com Konoha? Fale ou acabo com você nesse momento. – sacudiu o homem antes de colocar a espada na garganta deste, arrancando um filete de sangue.

– Eu não temo a morte. Ainda nos veremos de novo. – retrucou ao se aproximar mais da lâmina aumentando o corte.

A paciência do Uchiha havia se esgotado, aquele cara não estava cooperando e tudo o que dizia não fazia o menor sentido. Esperar respostas era inútil daquele ninja e como Sasuke não era um homem que quebrava sua palavra, sentenciou o adversário com um sorriso de escárnio.

– Eu acho que não, pois os mortos não andam, não falam e não veem nada – disse antes de rasgar a garganta do homem que começou a se afogar no próprio sangue enquanto outra parte espirrava por sua roupa.

Flashback off

Suspirou ao recordar do sermão que Kakashi lhe passou depois por não deixar nenhum sobrevivente e não ter conseguido mais nenhuma informação e aquilo de certa forma estava o atormentando também. Havia se deixado levar pela raiva e seu sentimento de vingança e agora... agora teriam que reforçar a segurança da vila e provavelmente Tsunade iria mandar um esquadrão de espionagem até a Nuvem. Bagunçou os cabelos e internamente pediu para que o seu deslize não o impedisse de ir nessa missão. Queria muito descobrir o que aqueles desgraçados planejavam e acabar com eles.

– Temeee! – ouviu o grito estridente já conhecido por ele e se levantou do jardim ainda sentindo o corpo protestar pelo esforço e foi atender a porta que parecia estar sendo esmurrada.

– Não precisa quebrar a minha porta dobe – disse irritado ao ver a figura loira.

– Eu estou aqui há dez minutos! – reclamou inconformado – Porque não me atendeu? Tive que gritar e...

– Você pensou que talvez eu pudesse não estar em casa? – perguntou já se virando para deitar-se no sofá.

– Não... é... – disse sem jeito antes voltar a se irritar – Mas eu falei com a vovó Tsunade e ela disse que você já havia retornado então eu sabia que você estava em casa! – e apontou para o Uchiha de modo acusatório.

– Talvez eu não quisesse ser incomodado. – retrucou entredentes e Naruto cruzou os braços antes de voltar a resmungar e lhe irritar profundamente – Diga logo o que quer dobe! Estou cansado e com fome!

– Eu só queria ver como você estava, afinal não apareceu para treinar desde que voltou – explicou ao se sentar em uma poltrona ao lado do Uchiha que revirou os olhos.

– Eu estou bem, apenas estava refletindo sobre algumas coisas...

– Kakashi me contou sobre a missão – disse sério para o Uchiha enquanto este se sentava – O que você acha que pode ser?

– Ele disse “Vão perecer de dentro!”, penso que eles estão infiltrando alguém em Konoha, foi o que relatei a Godaime – e Naruto afirmou com a cabeça até que outra ideia lhe veio a mente.

– Mas também pode significar um ataque específico...

– O que quer dizer dobe? – indagou desconfiado da ideia do amigo.

– Existe mais de um meio de se atacar uma vila, pense bem Sasuke! – Naruto se levantou e começou a andar de um lado para o outro – Uma vila precisa de recursos para sobreviver se algum deles faltar...

– Toda vila estará comprometida – murmurou completando o pensamento do loiro que aquiesceu – Nós apenas pensamos na possibilidade de um espião, mas isso faz sentido também. – estava surpreso com a capacidade de raciocínio de Naruto e até orgulhoso de ver que ele havia evoluído.

– Não podemos descartar nada, até mesmo um ataque ao centro deve ser pensado. – e Sasuke aquiesceu, no centro da vila ficava o comércio, bem como todos os suprimentos que os habitantes compravam, se houvesse um ataque naquela região também seria um problema.

– Desde quando você tem um cérebro Naruto? – e Sasuke sorriu de canto ao ver o loiro fechar o cenho.

– Eu sempre tive teme!

– Claro você apenas não o usava, não é?

– Isso mes... Ei!! O que quer dizer com isso teme? – gritou ao se dar conta do que quase diria.

– Nada. Agora, porque não vai até a Godaime e conta o que descobriu e me deixa em paz? – disse ao se levantar e seguir para a cozinha.

– Mas antes eu queria ver a Sakura-chan, onde ela está? Estou com saudades dela – resmungou com um bico enquanto procurava a rosada com os olhos.

Foi só então que se deu conta de que a esposa ainda não retornara para casa, observou o relógio na parede da cozinha e viu que ela ainda tinha tempo, mas estranhou a demora. Ela estava até àquela hora com a Hokage? E o que ela foi fazer? Arqueou uma sobrancelha ao ver Naruto andando de um lado para o outro a procura da rosada e bufou irritado.

– Ela saiu – disse e o loiro arregalou os olhos para si.

– Saiu? Como assim saiu? – gritou no seu ouvido e Sasuke empurrou, mais uma vez, o amigo para longe de si, odiava essa mania do loiro ficar gritando o tempo todo. – Você deixou? Quero dizer, ela não teve que pedir a sua autorização, não é? – no fundo Naruto estava esperançoso que Sasuke estivesse tratando bem a amiga.

– Do que está falando? Acha mesmo que ela sairia sem que eu permitisse? Ela está sob o meu comando – respondeu de forma ríspida e Naruto bufou com a resposta.

– Sakura não é um objeto, Sasuke, para você tratá-la como quiser!

– E você não é ninguém para interferir – rebateu Sasuke.

– Ela é a minha amiga e vou me meter para protegê-la de você, se for preciso – ameaçou mais uma vez.

– Humf! Começo a achar que você tem outras intenções com ela para falar desse jeito – disse com os braços cruzados ao encarar o amigo que ficou surpreso e envergonhado com o que fora dito.

– N-Nani? Não seja idiota e...e...

– Além do mais só estou seguindo as normas do clã e você sabe que não pode interferir – disse ignorando a resposta do Uzumaki que ficou cabisbaixo.

– Mas você pode...

Naruto sabia das normas do clã de Sasuke e todas as restrições que as mulheres Uchiha’s tinham, mas também sabia que o moreno podia ser mais amável com Sakura e tratá-la melhor. Se ele quisesse as tradições do clã não representariam um problema para a amiga, assim como acontecia com Hana e Itachi, mas Sasuke gostava de dificultar as coisas. Balançou a cabeça e decidiu não insistir naquilo, por enquanto, primeiro veria como estava a rosada e depois, dependendo do caso, voltaria a conversar com Sasuke.

– O que está fazendo? – saiu dos seus pensamentos ao ver o moreno abrir um dos armários da cozinha.

– Humf... Aquela irritante saiu e não fez a comida, de novo – resmungou para si, mas o loiro conseguiu ouvir e não pode deixar de implicar:

– Já está tão dependente da comida da Sakura-chan assim? – e como resposta teve um sharingan voltado para si. – Tudo bem, não precisa ficar irritadinho! – e pôs as mãos para cima para indicar que se rendia.

–*-

Ofegava enquanto vasculhava o local com o olhar a procura de Idate. Eles estavam em um dos campos de treinamento de Konoha, por sorte ela havia vestido um short e uma blusa mais simples por baixo do quimono naquele dia. A verdade era que ela já havia pensado em ir treinar escondida depois da consulta de Tsunade, já que com Sasuke em casa ela preferia evitar que ele visse o seu... “passatempo”, afinal, com toda a certeza ele a proibiria. Ouviu um barulho a sua direita e correu em direção ao som a tempo de ver um vulto fugir na outra direção. “Ótimo, agora iriam brincar de se esconder?” Pensou irritada.

Desde que iniciaram o treino Idate apenas ficava fugindo de si, evitando um confronto direto por muito tempo, e ela já estava cansada disso, será que era um plano para fazê-la se cansar? Bom, ela não ia mais cair nessa. Parou de correr, ficando bem no centro do campo e puxou ar com força para os pulmões para gritar:

– O que foi Idate? Está com medo de me enfrentar? – provocou e ela ouviu o farfalhar de folhas atrás de si, sorriu – Se for assim acho que já posso me declarar vencedora! – exclamou alto e em seguida teve que se abaixar rapidamente para não ser atingida pelo golpe de Idate.

– Não seja pretensiosa – reclamou ao pular para trás e encará-la.

– E você não seja covarde em atacar por trás.

– Você sabia onde eu estava, então não houve covardia rosada – retrucou e Sakura levantou-se rapidamente.

– Então vamos lutar sério? – indagou com um sorriso já em posição para ataque, mas algo chamou a atenção do moreno.

– Primeiro tire as joias ou então pode acabar perdendo ou quebrando – indicou a mão da menina onde continha um anel e aquilo a deixou perturbada. Havia se esquecido da aliança e pelo jeito Idate não distinguiu em qual dedo o anel estava. – O que foi?

– Nada, acho que me cansei mais do que pensei com essa perseguição – disse e se virou para o local onde havia deixado o seu quimono, sentando-se, e Idate a seguiu.

– Você ficou mais mole do que eu pensava – alfinetou, querendo que a menina se animasse como há pouco, mas dessa vez não funcionou. Suspirou e sentou-se ao lado dela com as mãos apoiadas no chão para trás do corpo – Você está diferente – comentou.

– Eu cortei o cabelo – disse sem saber como explicar seu casamento.

– Não é isso! Bom, também, mas é outra coisa – retrucou um pouco perdido, o que ele estava falando?

– O que então? – se fez de desentendida, queria criar uma brecha para poder falar.

– Eu não sei, parece que as coisas mudaram enquanto estive fora, mas não vejo nada de diferente – Idate disse observando o céu, daqui a pouco seria o pôr-do-sol.

Sakura respirou fundo, era agora. Virou-se para o rapaz que a olhou e disse:

– Idate, teve algo que realmente mudou enquanto você esteve fora – olhava-o tão séria e tão intensamente que o Morino sentiu seu coração acelerar com a perspectiva dela lhe dizer que...

– Eu casei!

Casou? Ela disse “casou”? Sua mente tentava processar a pequena palavra enquanto piscava atônito até que começou a rir de forma forçada, assustando um pouco a menina que não esperava essa reação:

– Por um momento, eu pensei que você tivesse dito que havia casado. – e riu mais uma vez, deixando Sakura envergonhada.

– E eu disse – respondeu baixinho.

– Pare de brincadeiras Sakura! Isso não tem graça! – dessa vez falou um pouco alterado ao se levantar e a rosada não estava entendendo o motivo de ele agir assim.

– Não estou brincando! – retrucou um pouco irritada e apontou para a aliança que antes ele pensava ser somente um anel.

– Eu só fiquei duas semanas fora, como pode ter casado? – negava aquilo com veemência.

– É um pouco complicado e...

– Fale de uma vez! – bradou já irritado com tudo aquilo, como ela podia ter casado?

– Pare de gritar comigo e me dar ordens! – retrucou ao se levantar e ficar de frente para Idate que respirou fundo para tentar se acalmar.

– Eu só quero entender essa idiotice que você fez! – disse de forma ríspida e Sakura encrespou os lábios, sem poder rebater, e iniciou a narrativa.

Contou de forma simplificada tudo o que havia acontecido, o dia em que visitara Sasuke, o pedido de Mikoto, a promessa da irmã e o casamento que tiveram há pouco mais de duas semanas. Preferiu omitir como estava sendo a convivência com o Uchiha, isso não era relevante naquele momento.

– Você casou com o Demônio Uchiha? – perguntou incrédulo – Você tem noção do quanto isso é doentio? – bradou inconformado e Sakura estava ficando nervosa com o modo como Idate estava agindo.

– Eu apenas achei que fosse o melhor e...

– O melhor pra quem? – cortou, segurando-a pelos ombros – Vai sacrificar a sua vida, a sua felicidade ao lado de um cara que não te ama? – disse com o tom cada vez mais alto.

Sakura já estava cansada de ficar calada apenas ouvindo-o reclamar consigo, pensara que Idate ficaria chocado sim, como Ino ficou, mas pensou que ele também fosse a compreender mais rápido e de forma mais branda assim como aconteceu quando ele lhe elogiou pelo corte de cabelo.

– Pare com isso! Não é como se eu fosse prometida a alguém, eu poderia me casar com quem eu quisesse! – retrucou já com a voz alterada e aquilo o machucou mais do que imaginava. Soltou-a, fechou as mãos em punho e voltou a gritar:

– Mas casar com o ex-noivo da sua irmã? Você nem sequer suportava esse cara quando mais nova!

– Eu também não te suportava – replicou e aquilo o fez franzir o cenho em repulsa.

– Ele é o Demônio Uchiha! O Sasuke que você conheceu está morto e agora só sobrou o monstro, não vê que está se condenando? – mais uma vez agarrou os ombros dela que se debateu e se afastou dele.

– E o que você tem a ver com isso? É a minha vida! Não estarei machucando ninguém além de mim mesma se não der certo!

– Não estará...machucando... – murmurou para si com os dentes cerrados de raiva – Você... Você é tão... – apertou os punhos e encarou a rosada que o olhava aturdida – Burra! Você é uma completa idiota! – vociferou.

– Pare. Eu não preciso que fique me ofendendo eu...

– Então o que quer que eu diga? – cortou-a bruscamente – Que lhe dê os parabéns por estragar a sua vida? Eu não serei hipócrita a ponto de dizer isso!

– Pare! – gritou com os orbes marejados, mas se recusava a chorar na frente de Idate. Então fez a única coisa que podia fazer para impedi-lo de continuar falando, o atacou.

Idate ficou um pouco surpreso com o movimento da rosada, mas conseguiu desviar a tempo antes que ela lhe acertasse um soco no rosto. Deu um passo para trás e segurou o chute que vinha em sua direção, torceu a perna, forçando-a a se virar e ficar de costas para si e em seguida a aproximou de si, prendendo-a com o braço em seu pescoço para dizer:

– Enquanto permanecer ao lado do Uchiha você irá sofrer Sakura, essa é a verdade.

– Eu não quero mais ouvir! – implorou, querendo ir para longe dali, deu uma cotovelada na costela do rapaz que arfou pelo golpe. Contar tudo fora um erro, mas Idate não permitiria que ela fosse embora agora, sabia que tinha que abrir os olhos dela.

Foi em direção a ela e uma série de golpes foram desferidos de ambos os lados, Sakura lutava para ele lhe deixar em paz e Idate queria se fazer ouvir. Não havia chakra em jogo, era apenas o modo que os dois conseguiram encontrar para se fazerem entender. Sakura arfava, nervosa, enquanto tentava acertar Idate que apenas se desviava, não queria machucá-la, mas estava claro que ele tinha a vantagem ali e em um momento de distração da menina, segurou os braços dela.

– Você vai me ouvir agora! – ao ver-se presa, Sakura, começou a se debater para se afastar – Você vai virar a esposinha submissa? Você vai deixar que ele te toque toda vez que quiser mesmo que não sinta nada por você?

– Onegai pare... – Sakura já estava sem forças, porque ele insistia em lhe dizer essas coisas? Mas Idate não parou.

– Sakura, você vai conseguir viver assim? E os seus sonhos? Vai desistir de uma kunoichi? – ao ouvir aquilo apertou fortemente as mãos na camisa dele – Tudo pelo o que você lutou foi em vão? Você liga tão pouco para você que prefere ter uma vida sem amor para sempre? – falou de forma mais branda.

– Não! V-Você acha que eu não pensei nisso? Em tudo i-isso? – disse com a voz embargada, ela não aguentava mais – E-Eu não sei o que fazer, eu pensei que... que talvez eu pudesse ajudar alguém e eu... eu só pensei em Sayumi... eu só q-quis reparar o meu erro... eu... eu... – a voz dela era trêmula e ela se perdia no próprio raciocínio.

Como explicar o que fizera? Idate jogara na sua cara todos os seus medos, todos os problemas que tinha ou que teria em um futuro próximo e ela não conseguia retrucar nada do que ele dissera e aquilo a feria por dentro. Ela tentou tanto ignorar a sua situação, pois sabia que não aguentaria. Ela tentou nessas duas semanas lidar da melhor forma possível com todas as situações, mas e agora o que faria? Ela conseguiria agir de outra forma? Ela estava agindo errado? O que deveria fazer?

– Separe-se dele – Idate sussurrou, ainda abraçado a ela, respondendo aos seus questionamentos internos. Arregalou os olhos, encarando-o surpresa – Você não precisa fazer isso.

– E-Eu... – hesitou por um momento ao senti-lo lhe abraçar mais forte, havia algo no olhar dele que ela não conseguia distinguir - ... não posso – falou tão baixo que se ele não estivesse próximo, não escutaria.

– Por quê? – indagou e Sakura voltou a chorar, não respondendo a sua pergunta.

“Porque eu prometi”

“Porque eu ainda me sinto culpada”

“Porque eu não tenho escolha, eu não tenho para onde ir ou para quem ir” respondeu em pensamento enquanto continuava chorando nos braços de Idate. Ela estava sozinha, mesmo que se separasse sua família poderia a rechaçar e se Sasuke ou qualquer Uchiha se sentisse ofendido com o ato poderia causar uma desavença entre os dois clãs. Abraçou Idate ainda mais ao pensar que por sua culpa mais pessoas poderiam sofrer. Não. Chega. Só ela bastava nessa corrente interminável de ódio. Então, a única coisa que lhe restava naquele momento era chorar, chorar agarrada nos braços de Idate, até adormecer.

–*-

Balançava a perna para cima e para baixo em um tique nervoso, já havia expulsado Naruto de sua casa há horas, apesar dele insistir em ficar para ver Sakura, e era justamente por causa da esposa que se encontrava irritado daquela forma. Já havia escurecido e ela não retornara para casa. Sentiu-se um idiota por ter permitido que ela saísse, não podia confiar nela. Nunca pôde.

Lembrava-se muito bem que quando mais nova Sakura vivia se atrasando para os compromissos, mas se ela pensava que iria continuar com esses hábitos estava muito enganada. Sakura não entendia que agora ela tinha que lhe respeitar, mas ele faria com que ela entendesse, por bem ou por mal. Ele próprio iria ensiná-la a se comportar com uma esposa exemplar assim que a encontrasse.

Bufou ao se levantar, estava cansado de esperar a rosada chegar em casa e era melhor ela se preparar para as consequências, pois o seu humor não estava dos melhores. Bateu a porta com força e passou a andar até sair do distrito Uchiha. Algumas pessoas perambulavam pelas ruas e ele se perguntou onde a rosada poderia estar, havia descartado a hipótese de ela continuar ao lado da Godaime, porém mais nenhum lugar lhe veio à mente, então seguiu para o escritório desta.

A verdade era que não sabia muito sobre a Sakura de hoje, o que ela fazia, aonde ia, ou o que gostava, estava acostumado à menina que sempre se metia em confusão e vivia treinando, se fosse naquela época bastava ele ir para um campo de treinamento que a encontraria rapidamente. Uma ideia lhe ocorreu de repente e franziu o cenho ao pensar que ela poderia ainda treinar escondida de si. Apertou o passo, mudando de direção, mas não chegou a andar nem dez metros quando uma cena peculiar, no mínimo, chamou sua atenção.

Um rapaz de cabelo comprido amarrado em um rabo de cavalo baixo carregava nos braços uma Sakura desacordada e um pouco suja. Ouviu o burburinho de algumas pessoas que estavam no local e se irritou com aquilo. Andou até ficar de frente com o rapaz que parou a sua frente e voltou a examinar a esposa que parecia ter alguns hematomas no braço e usava roupa de treinamento.

– Quem é você e o que faz com minha esposa? – indagou impassível, mas Idate pode perceber um leve tom de irritação na sua voz.

O rapaz parecia analisar Sasuke de forma intensa, como se quisesse saber que tipo de homem era, ao mesmo tempo em que havia algo no seu modo de olhar que denunciava uma fúria mal contida, como se fosse algo detestável para o rapaz.

– Morino Idate – respondeu de forma firme, sustentando o seu olhar de forma altiva e prepotente. Arqueou uma sobrancelha não gostando do modo arrogante como falava – Sakura estava exausta e acabou adormecendo, por causa disso resolvi trazê-la para casa dela. – e Idate deu um olhar complacente para a rosada em seus braços.

– Não precisava ter se incomodado – disse falsamente educado e ergueu os braços em direção ao Morino – Dê-me Sakura, eu fico com ela agora – ordenou e travou o maxilar ao ver como o rapaz apertou sua esposa ainda mais contra si, estava claro que ele não queria soltá-la.

Sasuke censurou-o pelo olhar e um pequeno debate interno se fez presente em Idate. Uma parte dele não queria abandonar Sakura e entregá-la, mas ele nada poderia fazer afinal o Uchiha era o esposo dela. Só de pensar naquela palavra já ficava com gosto ruim na boca. Suspirou e se deu por vencido ao passar a ex-Haruno para Sasuke que a aninhou em seus braços. O Uchiha estava pronto para dar-lhe as costas e ir embora dali quando Idate voltou a falar:

– Se não cuidar direito dela, irei tomá-la de você – disse soturno apenas para o Uchiha ouvir.

Sasuke apertou Sakura contra si, inconscientemente, como Idate fizera a pouco, e trincou os dentes com a ousadia daquele garoto em lhe ameaçar. Ele não sabia quem era?

– Isso é uma ameaça? – e ativou o sharingan a fim de intimidá-lo também.

– Não, isso é um aviso – retrucou ao dar as costas para o Uchiha que permaneceu ali até que o rapaz saísse das suas vistas.

–*-

Abriu os olhos lentamente para em seguida fechá-los mais uma vez, estava cansada, se aconchegou nas cobertas e abraçou o travesseiro com força.

– Finalmente acordou... esposa – ouviu uma voz grave se pronunciar e abriu os olhos assustada.

Sentou-se rapidamente apenas para ver Sasuke em uma poltrona lhe encarando e seu coração deu um pulo ao notar que ainda usava a mesma roupa de quando treinava com Idate... Idate... Droga! O que havia acontecido? Não se recordava também de como voltou para casa, a última coisa que lembrava era da discussão e como adormecera nos braços do rapaz. Praguejou internamente por ter deixado aquilo acontecer.

– Assustada? – indagou baixo, mas havia algo que fez Sakura se arrepiar com o tom de voz. Sasuke definitivamente não estava de bom humor.

– Você me assustou – disse simplesmente sem encará-lo.

O silêncio prevaleceu por um tempo, Sasuke continuava com as mãos cruzadas em frente ao rosto a observá-la soturno e a rosada se remexia inquieta por causa disso. Bufou irritada, porque ele não falava nada? Porque só a olhava e não começava a discussão de uma vez? Pelo menos assim ela poderia se defender e não ficar se sentindo acuada por ele. Abriu a boca para começar a falar, mas Sasuke foi mais rápido.

– O clã Uchiha sempre foi uma das mais tradicionais famílias da vila e todos os integrantes do clã sempre respeitaram as regras a eles impostas – começou a falar ainda observando a esposa na cama – Sabe por que todos, até mesmo eu, seguimos tudo a risca? – indagou para a rosada que franziu o cenho.

– Não... – murmurou desviando o olhar do Uchiha. “Onde ele quer chegar com isso?”

– É porque temos orgulho do nosso clã. Eu sempre segui as regras de meu pai para manter o nome da família, sempre pensei no clã – e Sakura teve que morder a língua para não responder de forma má educada ao que ele dizia – e é por isso que eu não vou permitir que me envergonhe ou à minha família, Sakura.

– Do que está falando Sasuke? – cruzou os braços, descrente por estar ouvindo esse tipo de sermão.

– Quem era aquele rapaz? – questionou e Sakura o encarou, confusa.

– O quê...?

– Me refiro ao rapaz que estava com você nos braços andando pela vila como se fosse propriedade dele? – vociferou ao se levantar e a rosada se encolheu e corou ao ouvir o que Idate havia feito.

– Eu... é... Morino Idate – respondeu sem jeito e Sasuke arqueou uma sobrancelha – É um amigo meu, nós nos conhecemos faz tempo...

– Tsc – estalou a língua irritado ao recorda-se do nome dele anos atrás no seu jantar de casamento – Isso não vem ao caso!

– Mas foi o que você perguntou e... – calou-se ao vê-lo se aproximar de si, encurralando-a com os braços de cada lado do corpo.

– Sakura, não me importo com nada disso, mas diante de todos você é minha esposa. – disse olhando-a nos olhos – Você sabe o quão vergonhoso foi eu ver você nos braços de outro? Todos começaram a cochichar e não duvido que logo boatos, sobre você, vão aparecer pela vila.

– Sasuke, não foi minha intenção, eu... – parou de falar ao sentir o moreno segurar seu rosto com um pouco de força.

– Não me importo – o olhar brilhava de uma forma tão ameaçadora que Sakura não sabia o que esperar – Eu te dei uma chance, deixei você sair e olha só o que fez?

– Você não é meu dono! – cortou-o com raiva, tirando a mão dele do seu rosto não se deixaria intimidar pelas ameaças e ações do Uchiha, não mais, ela já havia prometido isso para si outras vezes.

– Não me fará de idiota, Sakura – disse frio – Está proibida de vê-lo novamente, na verdade, está proibida de sair de casa para qualquer motivo que seja.

– Não pode me proibir Sasuke! – disse com a voz um pouco alterada – Não pode e não vai!

– Pague para ver – retrucou com o sharingan ativo e deu as costas para a menina que apertou as mãos no lençol, furiosa.

– Você nunca se importou com o que as pessoas falam de você, Demônio Uchiha. – debochou e viu as costas de Sasuke tencionarem enquanto falava – Você fala de clã, mas não se importou em manchar sua reputação durante esses dois anos enquanto se afogava em carnificina, então porque isso agora? – indagou não satisfeita e Sasuke fechou as mãos em punho, mandando um olhar de advertência antes de sair do quarto.

Sasuke socou a parede com força e respirou fundo para não voltar lá e gritar com Sakura a plenos pulmões. Sentia-se humilhado por ela, por ela sempre o fazer de idiota e agora na frente de todos. Além disso, havia aquele tal de Morino. Recordava-se dele, mas não imaginou que Sakura pudesse ainda estar envolvida com ele de alguma forma.

“Ele é meu amigo...”

Sorriu descrente daquela frase, ainda recordava-se do modo como ela ficou desconfortável com a menção do rapaz anos atrás e como ele próprio havia ficado incomodado, duvidando que pudesse haver um pretendente para a menina, mas a forma como ela ficara agora ao falar do Morino e as palavras dele um pouco antes, demonstravam que estava errado.

“Se não cuidar direito dela, irei tomá-la de você”.

– Experimente Morino e verá o que acontece – disse para si. Sakura lhe pertencia e não deixaria que ninguém a tomasse de si.

–*-

– Então, como está a situação? – indagou recostado em uma árvore nos limites da cidade. Seu rosto estava encoberto pelas sombras.

– Tudo está correndo como o combinado, eles ainda não descobriram nada sobre o que está acontecendo – sorriu orgulhoso do trabalho.

– E Minato?

– Continua desacordado conforme as suas ordens.

– Ótimo – exclamou, mas logo sua empolgação foi embora ao ouvir o outro se manifestar.

– Senhor, ouvi que o Uchiha foi a uma missão e encontrou shinobis da Nuvem – explicou para o seu superior.

– Ele descobriu algo? – a voz questionou das sombras.

– Parece que não conseguiu muita coisa, o matou antes. É só ouvir falar da ex-noiva que ele perde a razão – explicou – Porém, por causa disso Tsunade irá aumentar a segurança na vila e provavelmente vai fortificar a barreira em torno de Konoha.

– Entendo, será um problema repassar informações a partir de agora – refletiu por um momento antes de dar as ordens – Então, vamos apressar as coisas.

– Mas, senhor! – exclamou surpreso pela decisão – Ainda não recolhemos todos os materiais que precisamos.

– No próximo ataque conseguiremos o que falta, não se preocupe com isso. Então estaremos a um passo da vitória, mas quero que fique de olho no Uchiha, ele pode ser um perigo mais para frente – e sorriu ao pensar também que o rapaz poderia ser útil para os seus planos.

– Como queira – e fez uma leve mesura antes de se retirar dali.


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Notas finais do capítulo

Então gente, gostaram? Cara, o Idate ja chegou chegando, né? Fez o maior escarcéu com a rosada e ainda enfrentou o Sasuke, não tem medo de morrer esse menino! kkkk E o Idate também foi o responsável por fazer a Sakura chorar dessa vez, mas ele fez com um bom propósito, afinal ele quis abrir os olhos da rosada para o que ela estava fazendo que, na concepção dele, é uma idiotice XD E com isso também percebemos o lado da rosada em não conseguir se ver livre do Uchiha ou fazer algo mais drástico devido a sua posição, pelo menos por enquanto... Maas quem parece não gostou nem um pouco de ver a esposa nos braços do Idate foi o Sasuke, resta saber se isso tem relação com algum sentimento, né?
E por fim, tivemos um pouco de ação e mistério e se preparem pois Konoha vai tremer mais para frente XD mas enquanto isso não acontece talvez o próximo capítulo tenha alguns momentos SasuSaku. ;D
Mas então, me digam o que acharam do capítulo, ok?
Beijos e até a próxima!